AIDENEu não sabia que a perspectiva de ser pai, ou melhor, de me tornar pai novamente, pudesse ser tão emocionante.Enquanto Ana e eu observávamos o ultrassom, meu olhar ficou preso na pequena vida que criamos, e meu coração se encheu de alegria. Como algo que eu nem podia tocar poderia me fazer tão feliz? Talvez fosse por causa da mulher com quem eu o havia gerado.Lancei um olhar para Ana. Seus lábios estavam cobertos pela palma da mão direita. Seus olhos pareciam marejados, mas a felicidade ainda brilhava neles.Por um instante, me perguntei se ela estava feliz por causa do bebê ou se apenas sentia alívio por Amie finalmente ter uma chance maior de viver.Falando em Amie... Ana e eu chegamos cedo ao hospital, então tínhamos algum tempo livre. Decidi passar no quarto dela para dizer um oi. Ela ainda me olhava como se eu fosse um estranho. Eu não gostava de ver o jeito como seu sorriso aberto e despreocupado se desfazia e dava lugar a uma expressão educada sempre que percebia minha p
AIDENMeu olhar percorreu seu corpo. Não havia sangue em suas mãos nem em nenhuma parte do seu corpo. Embora sua cabeça estivesse abaixada, seus ombros não tremiam de tanto chorar. Soltei um suspiro de alívio e agradeci a Deus por ela estar fisicamente bem, enquanto meu olhar varria o quarto.Eu não sabia o que esperava, mas fiquei aliviado por não haver nenhum perigo físico à espreita... Ou será que havia?— Sharon? — Chamei enquanto caminhava mais para dentro do quarto. — Você está bem?Enquanto falava, me joguei na cama ao lado dela.Ela finalmente levantou a cabeça do papel que segurava nas mãos. Não consegui decifrar a expressão no rosto dela enquanto me entregava o papel sem dizer uma palavra.— O que é isso? — Perguntei, arqueando as sobrancelhas, meu olhar estava fixo no rosto dela enquanto pegava o papel.— Não estava me sentindo bem no trabalho. Fui ao hospital, fiz um exame e esse é o resultado. — Ela disse de forma curta, sem emoção.Meus olhos percorriam seu rosto e pergun
ANASTASIANo momento em que o médico entrou, seu olhar imediatamente se voltou para a cadeira que Aiden ocupava.— Onde ele está?— Ele foi embora. — Respondi e acrescentei. — Teve uma emergência.Ele assentiu e seguimos com a sessão.Depois da minha consulta, fui até o quarto da Amie. No caminho, peguei meu celular na bolsa e tentei ligar para Dennis novamente, mas as chamadas iam direto para a caixa postal.Quando entrei, Amie sorriu, mas olhou por cima do meu ombro, com o olhar fixo na porta. Eu sabia que ela esperava que Aiden entrasse, como mais cedo.Mas quando a porta permaneceu fechada, ela soltou um suspiro de alívio e abriu ainda mais o sorriso.E meu coração afundou. Por um instante, me perguntei se ela aceitaria Aiden como pai. Mas eu nunca saberia se não contasse a verdade, certo? Eu só ainda não estava pronta.Ela o respeitava porque havia sido ensinada a respeitar todos, mas eu não achava que gostasse da presença dele.Eu via a dúvida em seus olhos sempre que olhava para
ANASTASIAEnquanto eu caminhava pela entrada da garagem, a caminho da entrada do bar, fiquei impressionada com a reforma que foi feita no local. Ele parecia ainda melhor de perto.Ainda me lembrava quando Dennis me contou sobre a reforma do lugar antes de nos casarmos. Passamos várias noites acordados, depois de um dia de trabalho cansativo, escolhendo designs e temas.Um sorriso apareceu nos meus lábios. Aqueles foram tempos divertidos. Tempos em que eu não tinha nenhuma preocupação.Ele me envolveu em todo o processo da reforma. Depois da reforma, ele me mostrou fotos do local e nós dois ficamos orgulhosos do bom gosto que tivemos nas escolhas dos designs, porque os resultados ficaram maravilhosos.Meu coração se aqueceu e meu sorriso se alargou ao lembrar das brigas que tivemos sobre quem escolheu qual design.O resultado da reforma foi a melhor parte. Os novos designs, acolhedores e ao mesmo tempo intrigantes, atraíram mais clientes, fazendo com que o bar se tornasse um dos mais an
ANASTASIA— Ou você prefere esperar no escritório dele? — Ele olhou ao redor e me deu um sorriso apologético. — Eu não acho que o chefe gostaria se eu te deixasse esperar aqui.Eu sorri e respondi:— Qualquer lugar serve, na verdade. Eu só quero esperar até ele voltar.— Então você deve esperar no escritório dele. — Ele falou sem expressão. — Por favor, você é a esposa do chefe.Revirei os olhos e disse:— Tá bom. Então eu me virei para a esquerda. É por aqui, né?Apontei para a escada mobiliada.— Sim, deixa eu te acompanhar. — Ele assentiu.— Ok. — Eu me afastei para que ele pudesse me guiar.Eu não gostava de toda aquela formalidade e respeito. Aquilo me fazia me sentir mais deslocada do que já estava. Se eu soubesse o caminho, teria preferido que ele não me “acompanhasse”.Admirei o design do corredor enquanto passávamos por ele. Todo o corredor estava imerso no estilo de Dennis. Era sombrio e complexo.Minha atenção voltou para o gerente quando ele parou de repente diante de uma p
ANASTASIAQuando desci as escadas, vi o gerente atrás do balcão. Havia duas garotas e um garoto com ele, e parecia que estava lhes dando instruções.Já era noite, e o bar estava bem mais cheio do que quando cheguei.Ao parar diante do balcão, a garota e o garoto de antes me lançaram sorrisos tímidos antes de voltarem ao que estavam fazendo. Retribuí o gesto e olhei para o gerente.No instante em que seu olhar encontrou o meu, ele deixou os funcionários e veio até mim apressado.Lançou um rápido olhar para a porta antes de falar:— Me desculpe, ele ainda não voltou. Você tentou entrar em contato com ele? — Ele começou a enfiar a mão no bolso. — Posso ligar para ele, se quiser...— Não precisa, gerente. — Interrompi. Eu ficaria louca se tivesse que esperar mais um segundo.— Sinto muito, eu...— Não precisa, tá tudo certo. Só decidi esperar por ele em casa.Ele pareceu mais tranquilo e assentiu.— Tudo bem, então. Vou avisar ele que você passou aqui quando ele voltar.— Muito obrigada.C
ANASTASIA— Ele? — Ele sorriu e seu olhar percorreu meu rosto e a estrada algumas vezes antes de se fixar novamente na estrada.— Sim. — Eu disse, puxando a palavra, mordendo o lábio. Eu tinha esquecido completamente de contar para ele. — Fizemos o exame e é um menino.As sobrancelhas dele se ergueram enquanto ele me olhava.— Você fez mesmo?— Desculpa por não ter te informado. Eu esqueci. — Eu fiz uma careta.Ele apenas assentiu. E o silêncio desceu novamente.Eu me perguntei se ele estava bravo enquanto olhava para o lado do rosto dele. Além do silêncio repentino, não havia nenhum sinal de que ele estivesse bravo. Então, deixei para lá. Não queria adicionar mais uma preocupação à lista de preocupações que eu já tinha.Respirei fundo e virei para olhar pela janela. De repente, senti o bebê chutar. Meus olhos se arregalaram e eu soltei um pequeno suspiro.Acho que o meu suspiro foi mais alto do que eu imaginava, porque Aiden lançou um olhar para minha direção, mas logo voltou a olhar
DENNISEu bati o punho na mesa de Cole, fazendo tudo que estava em cima tremer.— O que diabos você quer dizer com não conseguir encontrar ele? Eu ouvi direito ou de repente desenvolvi algum problema no ouvido?Cole se encolheu. Seus olhos estavam arregalados de medo e remorso.— Desculpa, cara, eu tentei de tudo. O James simplesmente... Desapareceu sem deixar rastro depois de levar todo o nosso investimento.A raiva ferveu dentro de mim. Eu agarrei Cole pela gola e o joguei contra a parede.— Você é o especialista! Foi você quem garantiu por esse cara!— Eu sei, eu sei. — Cole gaguejou, levantando as mãos defensivamente. — Acredite em mim, eu tô tão arrasado quanto você. Eu perdi cada centavo também!Eu dei uma risada irônica.— Sério? Bem, para você é mais fácil ficar tranquilo por perder trocados. Eu investi 6 milhões reais, cara! Você tem ideia do quanto eu sacrifiquei para juntar esse dinheiro?As lembranças voltaram, de tudo que eu tive que abrir mão para levantar aquele dinheiro