— Sydney! — Os dentes do papai estavam cerrados enquanto ele me encarava. A palma da mamãe pousou no ombro dele. — Eu pergunto, papai, que besteira é essa? — Continuei, imparável. — Que seu querido Mark foi dispensado pela amante e noiva dele, logo no dia em que eles deveriam se tornar marido e mulher? Os olhos da mamãe se abriram e ela olhou para trás. — Sydney. Pare com isso! Eu dei um passo à frente. Inclinei a cabeça e franzi a testa. — Ou é a besteira de que sua princesinha, Bella, é uma vagabunda que seduz o próprio cunhado dela? — Enunciei a palavra 'vagabunda' e fiz questão de que ela grudasse. A expressão que cruzou os rostos deles teria me preocupado um pouco se estivéssemos sozinhos, porque se não, eu tinha certeza de que as minhas bochechas estariam vibrando de dor depois de um tapa, mas não ali, haviam pessoas demais - muitas da sociedade elite, que se importavam demais com a imagem deles e fariam tudo para manter essa imagem. O dia em que me preparei para volta
A sensação que percorria meu corpo era celestial. E pela primeira vez desde que anunciei a Mark que não queria mais ficar casada com ele, me senti livre. Depois do meu anúncio, o pátio ficou envolto de um silêncio sepulcral. Os olhares alternavam entre Mark, eu, papai e mamãe. Eu consegui ver algumas garotas imediatamente se aproveitando da situação. Os decotes profundos dos vestidos delas se tornaram ainda mais acentuados, com seios quase à mostra enquanto lançavam olhares sensuais para Mark. Eu não as culpava. Na verdade, Mark era como um diamante entre os muitos homens da cidade. Quem não ficaria animado em agarrar um homem daquele tipo se houvesse algum boato de que ele estava de volta ao mercado? Bella pareceu furiosa, com a mão ainda presa no braço de Mark. Eu desejava poder capturar a expressão no rosto de papai e mamãe e fazer uma peça de arte. Seus olhos estavam arregalados enquanto se viravam para mim, eu não conseguia distinguir se era por pânico ou raiva de mim. A
— Você pode desacelerar? — Eu gemi, — Minha barriga dói. Você está pressionando os ombros contra ela.— Não me importa. — Houve uma pausa. — Eu parei de me importar assim que você fez aquele anúncio estúpido.— Como se você se importasse antes. — Eu rolei os olhos. Ele chutou a porta aberta com o pé, entrou com firmeza e me jogou, quero dizer, ele me lançou naquela cama enorme. Eu ressaltei na cama por alguns segundos antes de ficar parada. — O que diabos! Eu poderia ter caído no chão, batido a cabeça e quem sabe até morrido. — Talvez isso seria melhor. — Sua voz fez os pelos da minha pele se arrepiarem e eu resisti ao impulso de me encolher diante do olhar que ele me lançou, a expressão de desprezo em seus olhos. As veias na parte de trás de sua mão estavam salientes, e sua mandíbula estava tensa enquanto ele explodia. — Eu pedi para você vir para a casa e me esperar. Eu me sentei confortavelmente na cama e demorei para responder para não gaguejar. — Eu não queria. Você não
Eu encarei Mark em descrença, meus olhos se abrindo incrédulos enquanto a demanda ecoava na sala, batendo nas paredes de forma brusca. Os olhos determinados estavam fixos em mim, seus lábios estavam retos e os braços cruzados sobre o peito indicavam a seriedade. — Você está dizendo que eu tenho que te dar um milhão de dólares como indenização?! — As palavras explodiram dos meus lábios e minha voz ecoou na sala. — Que porra! Um milhão de dólares? — A absurdidade do pedido dele era inacreditável.— Sim, você tem que me dar um milhão de dólares antes que eu assine esses papéis. — Ele respondeu calmamente, como se estivesse me pedindo para pagar uma quantia insignificante. A atitude despreocupada com que ele respondeu ao invés de me fazer aceitar sua exigência, só fez aumentar ainda mais a minha descrença. — Você não pode estar falando sério. — Eu exclamei, as palavras saindo da minha boca numa mistura de descrença e frustração enquanto eu me colocava de joelhos na cama, toda tensa. — V
— Quando vamos ao tribunal? — Ele interrompeu meu pensamento, sua voz urgente. — Amanhã? Agora? Estou pronto a qualquer momento. — Tudo bem! — Eu fechei os olhos de frustração e levantei a palma. — Tudo bem, certo? — Encontrei seu olhar, minha determinação vacilando sobre a pressão. — Eu concordo. — Eu cedi, sabendo que adiar ainda mais só prolongaria meus laços indesejados com ele. Eu apenas teria que conquistar clientes super-ricos depois para compensar esse valor retirado, eu me garanti. Além disso, eu poderia até negociar o dobro do dinheiro de volta dele, já que ele estava disposto a pagar qualquer quantia pelas duas peças de joalheria que ele havia encomendado de nós. — Mas lembre-se. — acrescentei, mantendo o olhar fixo nele. — Assim que eu conseguir o dinheiro, você não pode voltar atrás. — Meu tom foi firme, um aviso sutil escondido em minhas palavras. Ele hesitou, com os olhos me examinando, fazendo minha pele arrepiar. Então levantou o queixo. — Claro. Mas até você
Minhas palavras mal tinham saído da minha boca quando a voz trêmula de Bella reverberou no espaço. — Mark! — A voz tremia com emoção crua e seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas enquanto ela o encarava. — Fique. — Ela sussurrou. — Meus amigos estão todos esperando por você. Se você for embora, eles vão zombar sem parar de mim. Não consegui evitar revirar os olhos para o seu drama. Era culpa dela se os amigos dela a zombassem. Desde que ela voltou do casamento fugaz, ela me fez parecer a vilã diante dos amigos e de qualquer um que quisesse ouvir. Ela sempre dizia a eles que ela e Mark eram o verdadeiro casal e eu, que sempre a invejei, tinha me aproveitado da oportunidade para me impor a Mark quando ela foi para o exterior para o tratamento médico. O amargor das acusações dela ainda pairava até aquele dia. Eu me senti traída quando ouvi aquilo. Quando pensei que estava salvando o nome dela, me pintar como a vilã foi tudo o que ganhei em troca. Eu revirei os olhos mais
O corredor estava mergulhado em silêncio, o único som era o leve eco de nossas respirações enquanto eu esperava para ver o que Mark faria. Revirei os olhos, sem surpresa quando ele se desenrolou de mim. — Ela precisa de mim. — Disse ele, dando um passo hesitante em direção a ela. — Bella... Um bocejo sufocado ameaçou escapar dos meus lábios enquanto eu me afastava dele, farta do tédio absoluto da situação. Que coisa patética e cega. Observei Bella suspirar pesadamente e repousar a cabeça no peito dele. Os braços dele, instintivamente, se envolveram ao redor dela, puxando-a para perto, como se quisesse a proteger de mim. Eu joguei casualmente minha bolsa sobre o ombro, o ato acrescentando uma confiança aos meus passos enquanto eu caminhava para baixo das escadas. Eu podia sentir cada um dos olhos deles me seguindo enquanto eu descia. De repente, ao chegar a metade das escadas, uma ideia acendeu em minha mente e meus passos pararam. Eu parei de andar e, com um sorriso doce no r
Mark, depois de desejar feliz aniversário ao papai e lhe dar um presente embrulhado que havia comprado para ele, deu um breve adeus a ele e à mamãe e nós saímos. O sorriso do papai continuava vacilando enquanto olhava para eu e Mark. A viagem de volta para casa foi divertida. Mark nos levou para casa com o carro que trouxe ele e Bella. Entediada, decidi os provocar. Coloquei a palma da mão sobre o peito. — Coitada da Bella. — Suspirei, deixando os ombros caírem enquanto me virava para ele. — Como ela vai para casa agora que você saiu com o carro? Ele não disse nada. A mandíbula dele só permaneceu cerrada enquanto fixava o olhar do lado de fora da janela. Suspirei novamente. — Espero que o coração dela não doa tanto quando ela tentar ir para casa ou quando os amigos rirem dela porque o amante a abandonou. Eu percebi o dedo mínimo dele no dorso da mão que ele pressionou no colo se contorcer. Eu precisava de mais do que isso. Suspirei, mudando de assunto de repente. — Ag