A solidão pode ser a companhia perfeita para um homem de coração amargurado e eu não me importava. A garrafa de Jack Daniels estava pela metade na mão esquerda. Puxei o gargalo e levei até a boca, deixando o líquido amargo escorrer.
A lápide estava na minha frente, fechada, cimentada, contendo roupas sujas, um drone e um maldito rifle que custava uma fortuna.
— Droga, Daniel. — A língua enrolou, mas eu não me importei que estava bêbado e me deitei sobre o túmulo retangular de cimento simples. Era o mais perto que eu conseguia chegar daquelas memórias. — Se você estivesse aqui, seria tão mais fácil.
— Decadência, hein, Benito. — Ouvi uma voz conhecida. — Bêbado, se esfregando numa lápide... Acho que essa história é pior que a das meias vermelhas!
— Liam, me deixe.
— Não, não deixo.
— Volta pro seu noivo, vai!
— Aff! Venha, vamos para casa, caspita. — Senti o puxão no meu braço e quando dei por mim a garrafa tombou.
O líquido verteu forte, escorrendo pelas minhas roupas e lembrei da sensação que tive quando o sangue de Daniel lavou minhas roupas no tiroteio em Nápoles.
— Fica comigo, Dani... eu te amo... — murmurei em prantos.
— Benito, venha rápido, atacaram Matt em Perugia! — Duas horas da manhã e o telefone tocou com vozes desesperadas, fazendo meu coração pular. Que droga.
Levantei da cama deixando Anna adormecida ao meu lado, ela faria perguntas demais se eu a acordasse. Seus cabelos tingidos com luzes estavam esparramados no macio travesseiro e não deixei um beijo de lembrança. A tarefa de sair do cobertor aos 15 º C foi árdua, porém necessária. Marino já estava me esperando no lobby do prédio em que morávamos.
— Foi um tiroteio? — Vesti a jaqueta às pressas enquanto seguia para o estacionamento na direção da SUV blindada. — Matt está vivo?
— Foi algo do tipo — Marino fez mistério, o que foi capaz de acelerar meu coração. O homem careca e de músculos potentes tinha um sorriso pequeno nos lábios finos, ele estava debochando, eu acho. — Matt está em Siena, com o Sr. Venanzio Mazzarello e a garota, que também é um clone...
— Cassidy — lembrei-o do nome. — Supostamente, ela é irmã de Daniel, ou um clone da irmã dele. Ainda é um mistério como essa garota se encaixa.
— De qualquer forma, senhor, ainda é de madrugada.
— Se for ele, Marino, você vai me pagar uma bolada, fique sabendo!
— Vejamos se vai ser dessa vez, já houve inúmeros alarmes falsos antes, meu amigo, e você pagou caro por todos eles.
Resmunguei. Não queria admitir aquelas palavras como verdade.
Segui com o itinerário de sempre: viagem de carro em velocidade absurda, helicóptero e mais um transporte térreo para chegar ao local. A polícia não havia sido acionada. Nem seria. Na Sociedade Giostra tudo ocorre em sigilo, por fora das margens da sociedade comum. Desci do carro fechando o zíper da jaqueta e me aproximei dos dois agentes que já estavam no local. Estava tomando o vento frio da madrugada apenas para investigar como o incidente tinha acontecido.
— Ah, que bom você chegou, Ben! — A voz de minha meia-irmã Bella ressoou por entre os barulhos da movimentação de pessoas. Ela veio sobre os saltos baixos, elegantemente vestida com um sobretudo creme e um lenço cor-de-rosa no pescoço, que lhe dava um ar vintage. Os soldados colhiam provas, fechavam a rua, desviavam os veículos e fingiam que estávamos gravando uma novela ou coisa do tipo.
— Qual o relatório? — perguntei deslizando nervosamente a mão na barba loira.
A rua estava basicamente desértica naquela hora e os soldados tinham feito um bom trabalho. A garoa caía fina, apagando os rastros. Olhei para o apartamento, a janela apagada, e notei as cortinas balançando.
— A janela foi quebrada a tiro, coisa de quem sabe o que faz. — Bella percebeu que eu estava olhando para cima, para as janelas, buscando marcas de invasão.
— Eram blindadas.
— Mas possuem falhas como tudo na vida. Atirando na posição certa, racham. Quem invadiu deve ter escalado pela parede, há poucas marcas na parede. Chegam até o terceiro andar. Aparentemente houve uma batalha.
— Deixe-me adivinhar: tudo o que precisou foi um tiro — constatei.
— Com silenciador. — Bella fez um aceno de cabeça balançando os fios lisos de seus cabelos curtos, abaixo da orelha. — A vizinhança não ouviu nada.
— Projéteis? — quis saber.
— Há estilhaços pelo chão, mas não chegou a entrar. — Meu irmão, Benício, estendeu um saco plástico pequeno e transparente, uma única e solitária cápsula de munição dourada. Ele tem os cabelos raspados, com topete e os olhos azuis. Posso dizer que estava se divertindo com a situação. Concordo com ele, poucos homens são treinados desse jeito e são tão eficientes. — Encontrei do outro lado da rua. Dê uma olhada, Ben, você vai adorar.
Bella e Benício são gêmeos, como meus pais, e a maior e mais importante aquisição nos últimos meses. Nossa relação cresceu bastante, eles se tornaram valiosos aliados na minha vida e me dão um pouco de força nesses momentos difíceis. Bella é uma garota radical, esportista, mas muito tímida, anda sempre com a cabeça baixa e usa roupas discretas. Já Benício é do tipo encrenqueiro e mal-humorado, que prefere se trancar em um quarto escuro cheio de telas de computador que servem ou para jogar videogame ou para hackear sistemas de investigação.
Peguei o saco e encarei aquele projétil. O prédio atacado ficava em uma esquina, em uma praça, fiz questão de não colocar aquele apartamento onde tiros comuns pudessem alcançar, mas aqueles não eram tiros comuns e sim de um assassino malditamente bem treinado.
E pior.
Eu conhecia o estilo.
— A cápsula foi marcada, é isso? — Percebi uma elevação na lateral, não dava para ver se era um X ou dois acentos circunflexos. Demônios!
— Sabe o que isso significa? — Com um quase sorriso no rosto, Benício brincou com as sobrancelhas, deslumbrado. Quem é que se diverte diante do fato concreto de que sua segurança é completamente falha com o tipo de inimigo que estamos lidando? Meu irmão é um insano, claro. — Agentes desse tipo deixam suas marcas para receber a autoria do crime, é um caso encomendado!
— Ou alguém chamando nossa atenção. Fora isso, é uma cena limpa, não é? — Rangi os dentes.
Matadores de aluguel estão muito frequentes atualmente na Giostra, atacando minha família e pessoas próximas a mim, mas essa cápsula era diferente, e o incidente... Era muita coincidência para ignorar.
— Nenhuma digital, nenhum rastro, exceto de que o atirador vasculhou o apartamento, mas não levou nada, fugiu pelo telhado como um gato. — Bella abaixou seu relatório escrito à mão em um bloquinho de notas coloridas, desses de crianças. — Matt está em Siena, não se preocupe. Provavelmente quem atirou não sabia desse detalhe.
— Ou não tinha alvo. — Devolvi o saco para Benício com brusquidão. — Esse tipo de agente é um fantasma, não é avistado, não deixa rastros, simplesmente cumpre sua missão como um vento frio de inverno. Passa pelo local, devasta, vai embora como se nunca tivesse existido. Eu sei disso, conheço o tipo de treinamento.
— E o que isso quer dizer na prática? — Bella perguntou.
— A balística será irrastreável, mas quero saber os tipos de rifles que podem ter sido usados. Foi um único tiro, para abrir a janela e entrar no apartamento. Não foi uma tentativa de assassinato, foi um roubo de informação! Se esse cara quisesse matar Matt, bem, teria feito. Acredite, não é de errar o alvo.
— Caramba, Benito, como você faz isso? É tipo um dom! — Benício ficou estático, como se eu tivesse desvendado o caso inteiro com dois elementos. E eu tinha, a verdade era essa.
— Conheço o modus operandi — admiti com um estalar da língua bem no céu da boca. — Já vi em ação.
— Acha que foi ele? — Bella abriu bem os olhos, um dos poucos momentos em que minha irmã de olhos cor de mel demonstrava emoções. — O Gato Preto? Ou Daniel?
— Shh, Bella — pedi, segurando em seu cotovelo. Com a outra mão cocei a barba. Não contava com isso, não assim. — Mantenha sigilo, sim?
— Foi ele! — deslumbrou-se fazendo cara de surpresa e cobrindo os lábios com uma das mãos.
— Ou alguém se passando por ele — Benício disse.
Resfoleguei. Observei os arredores, procurando entender como ele tinha conseguido chegar até aqui com toda a segurança pesada que eu coloquei ao redor de Matthieu desde o instante em que consegui convencê-lo a vir para a Itália. Escolhi Perugia por ser território de Nero Mascherini. O único ponto que temos em comum é o desejo de compreender mais sobre os clones... Mas cada um com seu motivo.
Poucas semanas antes eu estava na Espanha indo atrás do homem que usava o nome de Matthew Clark, mas, na verdade, eu estava em busca de Daniel Kovaliev, o homem que eu conheci no Navio.
Patinei muito para encontrar essa identidade e paguei caro por essa informação. O homem que eu encontrei com o ex-marido de Daniel foi Matthieu Kadernard, um clone. Sua mente está quebrada, como a de Daniele Di Mallo, outro clone. É, são três. Na verdade, são centenas! Vou poupar vocês dos detalhes.
Além disso, até onde eu sabia, Daniel estava morto. Algo fodidamente errado estava acontecendo.
— Peça para Marino liberar a cena para aquele maldito do Hunter, eu quero que ele saiba — exigi.
— É pra já. — Bella pegou o celular e digitou depressa com as unhas pintadas de cor-de-rosa uma mensagem.
— E que bem isso vai te fazer, Ben? — Benício perguntou franzindo a testa, a animação que ele tinha escorreu. — Acha que Camilo pode rastreá-lo?
— Certamente, se tem alguém que pode rastreá-lo é Hunter. — Tive que admitir a minha limitação. Mas Camilo era um ex-agente da AEES, um supersoldado, e certamente conhecia muito sobre o Projeto Gato Preto e, especialmente, sobre Daniel, já que eles viveram juntos. — Voltem para a agência e descubram mais informações, analisem câmeras, tudo. Apaguem quaisquer indícios, se tiver.
— E você, aonde vai? — Bella perguntou.
— Quero estar na cena quando Camilo souber. — Dei um sorriso sarcástico, uma vitória amarga, por assim dizer. — Quero ver bem a cara daquele maldito e comparar se, por acaso, foi a mesma que eu fiz quando eu descobri. — Bati a mão no ombro de Benício, indicando para ele escoltar nossa irmã em segurança.
Andei até a recepção do prédio, Marino já estava saindo, guardando seu celular no paletó, e me encarou firme.
— Você me deve mil pratas.
— Pagarei com prazer. — Sorri e passei para dentro do apartamento.
Subi as escadas e não pelo elevador, ainda nem estava ali dentro e já era possível distinguir o aroma de canela de todos os outros no ar. Inspirei fundo, fechando os olhos, lembrando da sensação da barba por nascer arranhando minhas bochechas. Que droga, que droga, que droga.
Abri o armário da cozinha, desci o Jack Daniels. É sempre o mesmo uísque, algo que nos une para sempre e que pode ser considerado uma piada pessoal. Sabe, "Daniels", "Daniel"... Puxei o copo bico de jaca, enchi de uísque e dei um largo gole, passeando pelos estilhaços. Havia um aroma indecifrável no ar, um que eu esperei muito para sentir. Fui seguindo o cheiro até o segundo quarto, onde havia um mapa de crime, que Mathieu estava construindo. Tudo aquilo estava rasgado, destruído, uma pilha de cinzas queimando as informações mais valiosas.
Fiquei imaginando o que tinha acontecido. Daniel estava vivo e havia invadido a cena para queimar aquelas informações quando foi atacado por outro agente, um clone seu? Ou eram apenas clones, em crise de identidade, batalhando entre si? O cheiro no ar me condenava. Ah, não, ele estava mesmo vivo.
Há um tempo, Mathieu recuperou um pendrive com imagens da AEES. Assistimos juntos ao conteúdo da fita e era uma gravação de um treinamento com os clones: um homem sentado com uma camisa de força, olhos cansados, repetindo roboticamente uma serialização de palavras-códigos que ativavam a programação mental. O homem que vi preso com uma camisa de força e correntes de bronze sendo reprogramado para se comportar como um robô, estava sofrendo o que eles chamam de recall: quando um agente do Projeto Gato Preto é recuperado e sua memória é apagada. Eu me culpava por aquilo. Talvez o vídeo fosse fodidamente recente. Talvez o vídeo fosse de Daniel. E estavam falando em francês.
Pouco antes de eu ir à Espanha teve esse episódio em que o clone de Daniel, conhecido como Daniele e que se envolveu romanticamente com Nero, me ligou de um telefone da França; brigamos, deu para ver que ele estava confuso com o tempo, sem memórias… E agora fico imaginando, será que foi mesmo Daniele? Ou será que era o maldito do Daniel pedindo ajuda e, mais uma vez, eu o ignorei?
Sentei no sofá e fiquei contemplando o USB do receptor de vídeos vazio. O invasor levou. Mordi os lábios e dei mais um gole no uísque.
— Porra, Daniel.
Naquela sala não havia um homem que não estivesse impressionado com a pesquisa que havia sido desenvolvida. Eu olhava para aqueles papéis espalhados na mesa de centro do pequeno apartamento de Perugia com aflição corroendo a alma.Nero, o homem dos olhos de gelo, se adiantou, pegando um documento em cima daquilo tudo.— James Blackwell. — Camilo Hunter, o ex-marido do homem que eu amo incondicionalmente, deixou o nome escapar, reconhecendo aquela busca. Nero olhou para ele lançando uma careta de dúvida, uma emoção forte para um homem tão controlado... Mas todos n&oac
Decidimos que, por pior que fossem as notícias, Matthieu deveria ficar em Siena com sua suposta irmã gêmea, Cassidy; a garota era um clone e ainda não compreendíamos que tipo de projeto ela fazia parte, mas certamente Matt estava disposto a descobrir. Ele, Camilo e Dylan ficaram responsáveis por localizar a AEES.Eu só tinha um objetivo: reencontrar o “homem sem identidade” e descobrir sobre ele, mas Nero, por sua vez, estava disposto a localizar outros clones e eu sabia muito bem os motivos: ele queria programar Kyle.exe em qualquer outro com quem pudesse viver um romance, algo doentio na minha opinião.Acho que somos todos doentes.— A Confraria Vass-Dragovich é uma das entidades mais antigas e inimigas da Giostra, não é irônico que seja ela por trás da AEES? — Nero mexeu o café, a colher prateada tilintou contra a cerâmica de baixa qua
Era cedo. Nas escadarias da grandiosa Mansão Mantovani avistei Liam, meu primo, com um espalhafatoso casaco de pele sintética imitando leopardo por cima de uma camiseta que nem era dele, e calça jeans.Desci do carro, contornei e abri a porta. Ele desceu a escada, saltitante, e o perfume doce e feminino invadiu minhas narinas. Oh, Liam!— Que parte de seja discreto você não compreendeu?
— Como vamos entrar em Sarajevo se é domínio da Kosava? — Liam empurrou sua bolsa vermelha para o bagageiro e sentou-se ao meu lado, tomando o assento do corredor na primeira classe. — Diga-me que você tem um contato.— Tenho, claro. — Dei um sorriso e fechei o visor do celular, cansado de olhar para aquela imagem de Daniel e ficar sonhando com seus lábios macios. — Vamos chamá-lo de Donovan.— Foi alguém que você conheceu no Navio? — Liam coçou o queixo e ficou me analisando.— Exatamente. Fazia parte de nossa equipe, teve um colapso emocional e pediu dispensa, é claro que nunca completou o treinamento, mas ele também me deu uma rota de fuga de volta para a Itália, quando as coisas deram errado — suspirei com chateação, guardando o celular desligado no bolso.— Você nunca me contou sobre o Navio,
— Ai, acho que estou apaixonado. — Liam saltou do carro com um grande suspiro, ajeitando suas roupas no corpo.— Cristo. — Revirei os olhos, joguei o cigarro no chão e amassei com o pé, por entre as folhas úmidas. — Não vou conseguir dormir nunca mais depois de ouvir os urros que vocês deram e como o carro se balançou.— Não fizemos nada que você nunca tenha feito com o gracinha do Pierluigi, meu bem. — Liam sorriu, as bochechas avermelhadas do sexo com Donovan. Não acredito que ele teve — Sou o Mainframe.— Nero destruiu o mainframe. — Franzi a testa, deslizei as mãos pelas roupas que estava vestindo e apaguei o cigarro em cima da mesa de reuniões. — A AEES pegou fogo e Matthieu fugiu, ele mesmo contou sobre isso.— Ele destruiu um computador de controle, repetidor de sinal, mas eu sou o Mainframe, Benito. — Ele me encarou sério, eu pude ver a verdade em seus olhos azuis. Deu a volta na sala e sentou-se na cadeira que antes estava Trevor. Ao redor, as câmeras monitoravam o exterior da instalação do hangar, olhei rapidamente, não vi nada e me concentrei no que ele estava me falando. — Não tenho um nome e, se tenho, nunca ninguém se esforçou em dizer. Usava o nome que me davam e foram muitos, tantos… Até que não podiam mais me controlar e fiquei preso em uma mesa cirúrgica, com o soro do esquecimento pingand• • •「 Capítulo 06 」• • •
Acordei com aquele homem perfeito ao meu lado. Foi como se eu ainda estivesse sonhando, de alguma forma, vivendo a vida a que fui destinado. Exceto que eu ainda não tinha conquistado nada, a não ser o homem que me completava. Por dentro do lençol puxei Daniel para perto de mim, colocando-o embaixo do meu corpo e esfregando minha ereção já rígida. Ele ficava uma gracinha debaixo de mim e acordou devagar, por entre meus beijos em seu rosto, piscando os olhos com sono.— Essa hora e você já com esse humor?— Hm, Dani, não tenho como resistir, você é mais doce que açúcar. — Acertei sua boca, lambendo seus lábios sonolentos e Daniel sorriu, meio dormindo. Espreguiçou-se, suspirando, enquanto abracei seu corpo macio beijando seu pescoço, moendo devagar. — Não quero me desgrudar de você nunca mais.— Isso seria
Pousar um avião daquele porte de forma camuflada era uma missão impossível, além disso, pela falta de registros de tal aeronave, seríamos bombardeados ao entrar no espaço aéreo italiano. Demos a volta pelo mar jônico e pousamos em um aeroporto particular de um contato na ilha de Malta.Apertei a mão grande de Maxence Dre’vontae em um cumprimento cordial. Era a primeira vez que eu ficava cara a cara com o herdeiro da Ordem dos Sete Selos. O homem tinha os olhos verdes e os cabelos bem escuros, penteados para trás com rigidez única.— Obrigado por ceder o espaço para nossa lata velha, Sr. Dre’vontae.— Eu que agradeço a oportunidade de fazer o seu primo me dever um favor. — O sorriso em seu rosto era sacana e senti pena de envolver um dos meus primos mais novos, por parte dos Palazzo, nessa questão. Porém, vi que estava sem