Sempre pensei que o meu aniversário de 16 anos seria incrível, mas tudo aconteceu de maneira inesperada naquele dia. Estávamos tão felizes, tão realizados, nunca tinha visto minha mãe sorrindo tanto, ela nunca fazia isso comigo por perto. Às vezes tinha a sensação que ela me odiava, mas, meu pai sempre dizia que era impossível alguém me odiar, queria pensar que ele estava certo.
Há dois anos atrás tudo mudou.
(...)
- Não posso acreditar! - sussurrou Nicolas, meu namorado - Entendo que está confusa, seu pai acabou de ser enterrado, mas, por quê?
- Eu só não consigo mais - Nicolas segurou meus ombros e levantou meu queixo.
- Não faça isso. Não acredite nela - ele me implorou.
- Você ouviu? - sacudi a cabeça para me livrar do toque dele - acho que ela tem razão.
- Não, não tem!
- Você não sabe o que aconteceu antes do acidente, não sabe - disse com voz quase sumindo, dei um passo para trás completamente perdida. Eu estava quebrada.
- Mia! - ele chamou enquanto me virava e corria para longe. De qualquer forma, não importava o que Nicolas dissesse, eu sabia a verdade. Nem tinha o direito de estar ali, naquele cemitério chorando por aquele que a vida toda pensei ser o meu pai.
Sou culpada? Eu não sei, minha mãe acredita que sim, talvez ela esteja confusa, talvez ela não entenda o que aconteceu direito.
O que aconteceu a partir dali, foi que simplesmente não pude mais acreditar, quando o perdi, perdi um pedaço de mim, parti e ninguém me segurou e puxou de volta, ou eu simplesmente não deixei que me puxasse. Meu pai foi um homem fantástico, em seu lugar ficou um enorme buraco, simplesmente não pude suportar.
Naquele fatídico dia não perdi apenas meu pai, perdi minha mãe, pois ela nunca mais foi a mesma, perdi o Nick, meu ex-namorado. E o pior de tudo me perdi.
Dois anos depois....Mia Santana; idade: 18 anos.- Mãe, estou indo! - gritei em direção a escada e corri para a cozinha, onde peguei uma maçã. Acordei muito tarde, então teria que comer na faculdade. Era meu primeiro dia, e de certa forma estava aliviada, já que uma nova fase da minha vida estava começando, mas ao mesmo tempo estava com medo, pois, coisas novas me assustam.- Vamos, eu levo você - disse minha mãe no fim da escada, ela caminhou até o meio da sala, então se inclinou e pegou o chaveiro na mesa de centro. Ela não puxava muito assunto, era como viver com uma estranha. Não sabia se ela iria mesmo trabalhar, na noite anterior estava bebendo muito, sinceramente odiava isso, ela sempre parecia me tratar como algo pior que uma barata, pelo menos assi
Mia SantanaA semana passou voando, meu namoro está normal, levando-se em conta que nada mudou exatamente, estou tentando evitar o assunto o resto da semana, ou seja, estou evitando Leonardo, Raquel, e bom...é claro, o Nicolas, mas acho que ele não conta, já o evitava bem antes disso.- Por que não foi mais ao refeitório? Aquele garoto vive te procurando - disse Mel se acomodando na carteira, ela sempre se sentava ao meu lado, o professor ainda não havia chegado.- Leonardo?- Ele mesmo.- Sabe o que é...- não ela não sabe, e pelo visto ninguém - disse Raquel. De onde essa cria
Mia SantanaEra sábado, o dia de acordar tarde, era o que gostaria de fazer, no entanto...- Acorda amiga - gritou Raquel.- Quel para, é sábado - disse colocando minha cabeça debaixo do travesseiro.- Vamos se levantar, nós vamos à praia, já até combinei com as meninas...poxa amiga se levanta- ela começou a puxar meu pé - vamos!- Tá bom! - pulei da cama e fui tomar banho, coloquei uma roupa confortável, quando voltei encontrei Raquel sentada na minha cama. Ela às vezes se esquecia onde era a casa dela, e se mudava para a minha.(...)Fomos tomar café da manh&
Mia SantanaDepois da dura conversa que tive com Nicolas, fui para casa, ao chegar lá encontrei minha avó na sala.- Oi vó - disse enquanto fechava a porta.- Oi querida, como foi na praia? - perguntou quando eu já estava sentada na poltrona.- intenso - peguei meu telefone e liguei para a Raquel, minha avó se levantou, e foi para a cozinha.- Oi Quel.- Onde você está? Não consegui te esperar, estava muito sol - disse bufando - como foi a conversa?- Foi boa, você tinha razão - declarei - precisávamos tê-la.- lógico que tin
Mia SantanaHavia passado um mês, como também, um mês de namoro, a corrida de Leonardo se aproximava, e estava nervosa, pois, descobri que na última vez Leonardo havia sofrido um acidente, agora entendia o entusiasmo da dona Abgail quando aceitei o namoro, um dos motivos do namoro era para Leonardo se afastar dessa vida e se tornar mais responsável, o que pra mim não fazia sentido algum na época. Ainda não consegui falar com ele sobre isso, não nos vimos no domingo, penso que não precisamos ficar grudados 24 horas. Além disso, passei o domingo estudando para mais um entre os duzentos trabalhos da faculdade que tenho para fazer, no entanto, minha apresentação não foi nada do que eu imaginava.- Não se preocupe, Mia.- Eu sei, mas, estudei tanto para nada! - disse levemente irritada, sempre ficava nervosa quando tinha que me apresentar em público, na hora parecia que tudo o que tinha que falar desaparecia da minha cabeça - e você? - perguntei, Mel parecia tão distraída recentemente e sab
Bruna MartínezEstava na sala de música novamente, aquele lugar era como um refúgio para mim.- Está levando isso extremamente a sério, não? - disse Diego.- Quando eu cismo com uma coisa, vou até o fim - meu coração acelerou, pois aquilo era a mais pura verdade. Fiquei um pouco nervosa, tinha medo de Diego ver a escuridão dentro de mim.- Assim que se fala - ele sorriu e pegou a guitarra que estava no canto da sala.- Vamos lá- ele começou a ajustar o instrumento - está estudando as partituras?- Sim professor! - ele riu.Passamos a tarde ali, tocando, era somente a
Bruna MartínezQuando conheci Alonzo, ele era diferente, ele era meu irmão, não consegui entender a razão disso ter mudado.Na primeira vez que nos vimos foi quando comecei a estudar em uma escola perto do orfanato, tinha sete anos, fazia pouco tempo que minha mãe tinha se suicidado, e aquilo, todo o sangue me assombrava, tinham tentado me adotar pelo menos duas vezes, mas sempre que eu tinha uma crise de pânico, devolviam-me, e não era algo que pudesse controlar.- Ei! - um garoto se colocou na minha frente. No recreio sempre me sentava em um balança no pátio, ficava lá parada, tinha medo de falar com os outros, tinha medo de facas e q
Mia SantanaO cinema foi demais, agora estávamos na praça de alimentação do shopping, e estava tomando apenas uma vitamina de mamão.- Filmes de ação são os melhores, foi demais - disse Leonardo entusiasmado.- O filme ou os beijos? - perguntei rindo e Mel acompanhou-me, Pedro revirou os olhos como se tivesse incomodado.- Os beijos com certeza - disse Leonardo mordendo minha orelha, arrepiei-me e corei em seguida, pois, tínhamos platéia, o empurrei levemente.- Vocês são muito fofos - disse Mel, olhando de soslaio para Pedro. Pedro era muito carinhoso com ela, e deveria mesmo, Mel era uma pessoa bonita tanto por dentro quanto por fora, com seus li