Luna Lotti
Em pé, defronte ao meu amigo, assisto em seu colo o lindo sorriso da minha filha, que está com exatos nove meses e é uma cópia do pai. Com seus incríveis olhos azuis, a mesma cor de cabelo e até mesmo a boquinha, saíram iguaizinhos aos dele. Hoje, Aurora é a razão da minha vida.
Meu irmão sempre quis saber quem é o pai, mas nunca contei, até porque nem eu mesma sei o nome dele. Por isso, sempre digo que ela é apenas minha e pronto. Sendo assim, ele segue sendo um tio babão, e eu o amo ainda mais por isso.
O único que sabe é o Kai, mas nem eu nem ele sabemos o nome do homem que me fez perder a virgindade e ganhar a minha menina. Kai já me pediu várias vezes para contar para o Lorenzo, porém, como vou dizer se nem sei o nome?
— Vamos tomar banho, bebê?
A pego do colo do Kai e a levo para o banheiro.
— Que sujeira você faz para comer, né, mocinha?
Ela b**e as mãos na água e dá risada, já que entende tudo o que falo.
A tiro da banheira e seco seu corpinho, sem resistir a deixar um beijo em suas bochechas gordinhas.
— Vamos dormir na cama da mamãe? — Me deito com ela e começo a cantarolar, pegando no sono assim que vejo que ela já dormiu.
Acordo assustada com o Kai tampando minha boca, fazendo sinal para que eu fique quieta. Somente após balançar a cabeça, concordando, ele a retira.
— O que foi? — Pergunto em um tom baixo, apavorada, enquanto olho para o lado onde Aurora dorme com tranquilidade.
— Invadiram a casa! Temos que sair daqui agora!
— Quantos são?
— Quatro homens armados.
— Vamos matá-los, então. — Digo a ele, sem rodeios. — Não me olhe como se eu não soubesse fazer isso. Você me treina diariamente, sabe que sou capaz. Ninguém chegará perto da minha filha, porque não vou deixar.
Ele assente e me passa uma arma que tira das suas costas, colocando um silenciador.
Levo a Aurora para o banheiro e a coloco enrolada em um cobertor na banheira, vendo que ela dorme tranquilamente, sem ter ideia do perigo que estamos correndo. Dou um beijo em sua testa antes de sair e me certifico de que tranquei a porta. Kai está ao telefone, conversando com Lorenzo, que tem trabalhado com afinco em busca do que, ou de quem, se trata o Cobra. Cada vestígio é válido para acabarmos de uma vez por todas com isso.
Abro a porta do quarto com bastante cuidado e vejo um homem mascarado de preto no corredor. Atiro em sua cabeça e, ao vê-lo no chão, me volto para Kai, ouvindo meu irmão exigir que eu permaneça protegida. De qualquer forma, se alguém vier a aparecer no corredor, para que eu não hesite em atirar.
Assinto e fecho a porta do quarto, trancando-a.
Ouço tiros vindo lá de baixo e objetos quebrando, o que me faz desistir de obedecer ao Lorenzo. Saio do cômodo, trancando a porta por fora e vou me esgueirando pelas paredes do corredor. Com a arma em punho, vejo mais um homem baleado no chão.
Desço as escadas com cuidado, e quando estou chegando na sala, ouço uma voz atrás de mim. Viro-me e vejo um homem apontando uma arma para minha cabeça.
O meu coração gela, mas fico firme sem demonstrar o medo que sinto.
— Olhem só quem temos aqui. A princesa da máfia.
Após um tempo me assistindo, ele me manda jogar a arma e assim o faço.
— Agora, brincaremos um pouco e, depois, mataremos você e a criança. Aliás, onde ela está? — Pergunta, mas me mantenho em silêncio.
Estou tremendo, mas preciso ser forte pela Aurora.
O homem loiro de olhos castanhos, aproximadamente 1,70 de altura, se aproxima de mim, colocando a arma em minha cabeça. Ele passa a língua na minha bochecha, me fazendo sentir puro nojo. Quando ele se põe em minha frente, cuspo em seu rosto, recebendo um tapa em troca. Isso me desequilibra, fazendo-me dar passos para trás e cair no chão.
Pegando em meus cabelos, ele consegue me erguer por conta da dor e me dar outro tapa, este que não me impede de dar um soco em seu estômago.
Ao me soltar, bato em sua mão que está segurando a arma e a vejo cair no chão. Surpreso com a minha atitude, ele tenta pegar a arma, mas o impeço, dando um chute em seu braço.
Ele me j**a na parede, colocando o braço no meu pescoço. Ele não é tão alto, por isso, acerto uma joelhada nas suas bolas. Ele solta meu pescoço e cai no chão. Aproveito e dou mais um chute na cara do desgraçado, para logo em seguida pegar a arma.
— Você não tem coragem de atirar, princesa. — Diz, me olhando com desprezo.
Minha raiva só aumenta e eu sinto minha mão tremer com a força da minha fúria, mas ainda assim, dou-lhe um sorriso com o canto dos lábios antes de responder:
— Você não sabe nada sobre mim! Já perdi muito, e não vou perder mais! — Movo os dedos com firmeza pelo gatilho e acerto no meio da sua testa.
Vou para a sala onde Kai está lutando com o último dos homens. Quando ele percebe minha presença, já é tarde demais; atiro em sua perna e ele cai, soltando um grito de dor.
— Você está bem? — Kai pergunta.
— Sim, estou. — Respondo, ainda observando o homem que se contorce no chão. — Frouxo.
Kai ri, volta-se para o sujeito que usa máscara e roupas pretas, e o ergue pelos cabelos, fazendo-o voltar a gritar.
— Vamos ver quanto tempo você vai suportar, porque o chefe vai adorar brincar com você. — Fala enquanto ouço um barulho vindo da porta e vejo que é o Lorenzo se aproximando.
— Luna, você está bem? — Seu tom demonstra preocupação e frustração por conta da invasão.
— Sim, estamos todos bem, agora vou ver a Aurora. — Respondo observando-os e, em seguida, finjo que estou me retirando, mas permaneço apenas os observando, afastada.
O chefe da máfia italiana é conhecido por ser implacável e sem piedade. Ele não tolera falhas ou traições, e é evidente sua irritação com o homem caído aos seus pés.
Ele começa a interrogá-lo, perguntando sobre seu envolvimento com o Cobra. O homem tenta negar tudo, mas o chefe não está disposto a acreditar nele.
O homem, com o olho inchado e sangrando, cuspe no chão e diz:
— Você vai cair mais depressa do que pensa, e o verdadeiro líder assumirá o lugar que você roubou.
— Não roubei nada de ninguém, esse lugar é meu por direito. E quando encontrar o líder de vocês, vou matá-lo com minhas próprias mãos.
O homem ri, dizendo:
— Isso se ele não te matar primeiro.
Com um sorriso sinistro, o chefe começa a torturá-lo.
— Vamos ver quanto você aguenta antes de falar. — Diz ao pegar um alicate e começar a arrancar suas unhas.
— Você vai morrer, desgraçado. — O homem grita de dor.
O chefe dá um sorriso sarcástico e diz:
— Você que vai ver o diabo primeiro.
Com uma faca, ele pede para um soldado segurar a cabeça do homem e começa a contornar o rosto, tirando a pele. O homem grita, leva um soco na boca e o sangue escorre, mas o chefe não para.
— Vou atrás da sua família e matarei cada um, e a culpa será sua. Agora, se você cooperar, posso deixá-los vivos. Você escolhe.
O homem, ciente de que não tem saída, conta o que sabe, mas logo em seguida, o chefe atira em sua testa.
— Cortem-no em pedaços e espalhem pelos becos da cidade; o recado vai ser dado. Quem se aproximar da minha família morre. — Kai retira um aparelho celular do bolso do miserável e o atira em direção ao chefe. — Vou mandar analisar o aparelho. Verei as garotas agora.
Saio às pressas e entro no quarto, indo direto ao banheiro onde a Aurora ainda se encontra dormindo. Pego minha filha no colo, acalentando-a. Só de pensar que algo poderia ter acontecido com ela, meu corpo gela e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
Quando Lorenzo entra, coloco a Aurora sobre o colchão e vou até ele, abraçando-o enquanto choro em seu peito.
— Shiiii… já passou. Vou tirar vocês daqui, eles descobriram esse lugar. As levarei para um lugar mais seguro.
Após pegar as coisas que mais necessito para os próximos dias, vou com a Aurora no colo em busca do meu irmão e do Kai, que já se encontram na sala à minha espera. Com isso, sigo até o carro em direção à casa onde ele tem ficado todo esse tempo.
No dia seguinte, enquanto tomamos café em sua bela cozinha muito bem equipada, diga-se de passagem, Lorenzo solta o que eu não espero. Mais uma vez, meu irmão toma a decisão de me manter afastada, só que desta vez, me surpreende ao contar que Aurora e eu ficaremos em um moto clube. Uma casa segura com pessoas de sua extrema confiança.
Confesso que não estou feliz com a notícia, pois é com ele que quero ficar. Sinto saudades da época em que vivíamos juntos, como uma família de verdade, mas respeito as decisões do meu irmão, pois sei que é para o nosso bem e que um dia tudo isso irá acabar.
— Você tem certeza de que lá estaremos seguras?
— Tenho. Eles vão proteger vocês com a própria vida, se precisar.
Quando chegamos ao clube, fico surpresa. O lugar parece uma fortaleza; os muros são altos, três ou quatro metros de altura. Há muitas câmeras de vigilância, e o portão é completamente fechado, não permitindo ver nada por lá.
Quando o portão se abre, vejo diversas motos uma ao lado da outra.
O clube nada mais é que uma casa grande de dois andares.
Quando descemos do carro, um homem se aproxima e se dirige primeiro ao Lorenzo, estendendo-lhe uma das mãos:
— Bem-vindo, Lorenzo.
Estudo-o com atenção e é impossível não notar que é bonito, tão alto quanto o meu irmão, e usa um colete onde está escrito “VP”; certamente, o vice-presidente do lugar.
— Luna, este é Luke, o vice-presidente do clube. — Assinto, olhando para ele, que me estende a mão, e eu a aperto.
— Bem-vinda, Luna.
— Obrigada por me receber.
— Onde está o Dom? — Lorenzo pergunta.
— Vou levar vocês até ele.
Retiro Aurora do carro, pois ela esteve todo o tempo dormindo em sua cadeirinha no banco de trás, e seguimos até a casa. Ao nos aproximarmos, a porta é aberta por um senhor com um sorriso amável, o que me conquista de imediato.
— Que bom que chegaram. Vamos entrar que o café está na mesa.
— E o Dominik? — Lorenzo volta a perguntar.
— Está em uma ligação. — Uma jovem responde com simpatia ao se aproximar também, e eu sorrio pela recepção agradável depois que ela se apresenta como Deana. — Então vamos fazer o que meu tio sugeriu. Vamos nos alimentar.
— Posso usar o banheiro? — Peço, passando Aurora para ela, que se oferece para pegá-la após fazer carinho no rosto da minha filha.
— Claro. Tem um no fim desse corredor.
Sigo em direção ao caminho que me foi indicado, e quando entro no banheiro, lavo as mãos, jogando também um pouco de água no rosto. Não sei por que estou tão nervosa.
— Se acalma, Luna. — Digo ao me olhar no espelho, mas meu coração está acelerado, e não consigo entender o porquê.
Ao sair do lavabo, deparo-me com a única pessoa que jamais pensei em reencontrar.
Puta merda, é ele! O pai da minha filha e o homem que me fez ter a melhor noite da minha vida. Aquele que fui incapaz de esquecer.
— Você? — Perguntamos em uníssono, o que mostra que ele também não esqueceu que fui eu naquela noite.
Dominik SantoroCongelo ao vê-la em minha frente, pois não faço ideia de como veio parar aqui. Destino? Quando tento pensar em algo para perguntar, Deana aparece, notando minha reação, ou a falta dela, e age rapidamente. Para quebrar o silêncio constrangedor, ela me dá uma cotovelada.— Desculpe o meu irmão. — Diz, voltando-se para mim. — Esta é a nossa nova hóspede.Vejo o sorriso irônico no rosto da minha irmã e solto a respiração que nem percebi que estava segurando.— Desculpe. — Peço, sem jeito. — Onde estão o seu irmão e a sua filha?Nunca havia me sentido tão constrangido diante de uma mulher. Mas como não ficar assim se foi ela mesma quem esteve rondando os meus pensamentos nos últimos dias e, para piorar, a Deana nem ao menos disse o seu nome ao nos apresentar.— Foram todos para a cozinha, irmão, então deixe de perguntas e vamos tomar logo esse café, pois até eu estou morrendo de fome agora.Sem mais uma palavra, sigo as duas e aproveito a oportunidade para admirar o belo c
Dominik SantoroVejo o sol se pôr ao tirar o capacete, admirando a cor de um céu alaranjado entre nuvens enquanto desço da moto, com Luke estacionando logo ao lado. Após um dia cansativo resolvendo problemas do clube, finalmente me vejo em casa.Ao entrar, encontro Aurora engatinhando até uma das poltronas e ficando de pé. Sorrio quando ela me vê e resolve vir até a mim, mas são apenas dois passos que a fazem cair e voltar a engatinhar. Sinto duas batidas em meu ombro, e ao olhar para o lado, percebo que Luke ainda está parado ali. No mesmo instante, ele se despede, também sorrindo com a cena.Volto a assisti-la e espero até que ela alcance as minhas pernas e mais uma vez fique de pé, fazendo-me pegá-la em meu colo.— Olá, princesa. — Digo enquanto faço cosquinhas em sua barriguinha e assisto a sua risada. — Você está gostando daqui?Estou ficando maluco conversando com uma criança?Ouço quando alguém limpa a garganta e, ao me virar, vejo que é Luna, com uma fisionomia de espanto.—
Dominik SantoroAo chegarmos em casa, abro a porta e encontro meu tio brincando com Aurora no tapete da sala. Nossos olhares se encontram, e no mesmo instante, seu sorriso desaparece, dando lugar a uma expressão preocupada em seu rosto.— Algum problema, Dom?Luna passa por mim e pega Aurora no colo, enquanto Deana começa a juntar os brinquedos que estão espalhados pelo tapete e segue apressada em direção ao seu quarto.— Vamos para a sala vermelha, tio. Precisamos conversar. — Ele não diz nada, mas pela sua expressão, já sabe que aconteceu algo.Ele se senta em uma das poltronas, próxima ao minibar que temos na sala, e, após nos servir de duas doses de uísque, conto-lhe o que aconteceu enquanto esperamos por Dante e Gael com notícias. Desde o momento em que Kai chegou machucado até o que ele falou antes do seu atendimento médico.— Descobriram alguma coisa? — Pergunto assim que meus amigos entram, e Dante volta a fechar a porta antes de se sentar.— O único registro que temos é das c
Dominik SantoroDois dias após o incidente, o clima entre Luna e eu está suavizando. Meu tio assume a responsabilidade de acompanhar Deana em suas compras, já que é a única pessoa com paciência suficiente para essa tarefa. O vaivém de lojas e as decisões incertas de compra me tornam uma companhia insatisfatória, então a opção de Luna se juntar a eles está fora de questão.No final da tarde, enquanto adianto as tarefas relacionadas à administração do clube, Luna divide sua atenção entre Aurora e Kai, que está mostrando melhoras significativas. Converso com alguns clientes quando vejo Luna descendo as escadas com Aurora nos braços. De imediato, me despeço dos homens e me dirijo até ela, sem conseguir desviar os olhos da minha filha, que parece ainda mais adorável em um vestido azul com bolinhas brancas, e com uma fita com um laço delicado prendendo seus poucos fios de cabelo.Um sorriso espontâneo aflora em meus lábios.— Posso pegá-la? — Pergunto à Luna, que também sorri e gentilmente
Dominik SantoroA atmosfera é densa, carregada de uma dor compartilhada que confirma a perda de alguém profundamente amado por todos nós. Exibo o bilhete para Luke e aos outros irmãos, que se juntam rapidamente quando adentro o escritório. Após alguns minutos, a porta se abre, revelando Martelo, também visivelmente abalado com a notícia. Ele permite a passagem de Lorenzo, que entra com uma expressão de inquietação no rosto.— Sinto muito, Dom. — Diz ele, oferecendo um abraço reconfortante. — Ele terá um enterro digno, é o mínimo que posso fazer por você.As palavras de Lorenzo trazem um lampejo de alívio à tristeza que nos envolve. Saber que Mark receberá uma despedida respeitosa é um consolo para o meu coração. Meu amigo é firme em garantir um enterro honroso para meu tio, com toda a discrição necessária para evitar chamar a atenção das autoridades.Eu confio plenamente na habilidade de Lorenzo em lidar com esses assuntos. Durante a reunião subsequente, todos os membros do clube demo
Dominik SantoroAurora é a luz que ilumina a minha escuridão.Tê-la em meu colo e receber o seu beijo aqueceu um pouco o meu coração.Dou um beijo em seus cabelos e me recosto, sentindo-a ainda em meu colo, mas confesso que não vou resistir ao sono devido ao cansaço e ao conforto do assento. Acordo com o som do meu celular, e quando pego o aparelho, vejo que se trata do Lorenzo.— Fala.— Tudo pronto para o funeral, Dom. — Diz. — Obrigado. Já estou indo.Suspiro.Eu realmente dormi com Aurora em meu colo ontem e nem percebi quando Luna a pegou. O que me desperta é o choro da Deana e o seu pedido exasperado para irmos ver nosso tio. Faço a sua vontade, e ficamos por um bom tempo junto ao seu corpo dentro de um caixão. Já no início da noite, Dante e Luke nos convencem a comer um pouco e descansar.Levanto-me e vou ao banheiro para minha higiene matinal. Logo depois, saio do quarto já sentindo o aroma do café. Desço as escadas e vejo Deana com uma xícara nas mãos, já vestida toda de pre
Enxugo as lágrimas que teimosamente rolam pelo meu rosto. Meu tio, meu guia, enfrentava essa tormenta sozinho. Levanto-me da cama, cuidadosamente pego a carta e a guardo no bolso. Em seguida, pego meu celular e envio uma mensagem ao grupo do clube:Preciso falar com todos vocês urgentemente. Vou avisar o Lorenzo e chamar as garotas. Nos encontramos na sala vermelha.Deslizo o celular de volta no bolso e parto para encontrar Lorenzo, que está brincando com Aurora no colo, enquanto Deana está sentada no sofá com Luna ao seu lado. Quando me aproximo, Aurora estica seus bracinhos, e eu a pego no colo, depositando um beijo suave em sua testa.— Oi, minha princesinha. Que cheirinho gostoso. — Brinco, ganhando um beijo babado como resposta. Um risinho escapa dos meus lábios, e ela também emite um som alegre. — Exatamente assim, princesinha. Beijinhos só para o papai.— Vai sonhando, Dom. Aurora me conheceu bem antes de saber que tinha um pai. Aliás, quem garante que ela não me considera como
Luna LottiObservo Dominik se afastar com nossa filha nos braços e experimento uma mistura de felicidade e insatisfação. Afinal, para que essa felicidade seja completa, preciso sentir que ele pertence a mim, somente a mim.Passo as mãos pelos meus braços, sentindo a lembrança do arrepio que seu toque me provocou. E aquele beijo em minha nuca? Deus! Será que ele tem ideia do que é capaz de me fazer sentir?No entanto, minha fome interrompe meus devaneios. Meus olhos se voltam para o corredor que leva aos quartos, e decido procurar algo para comer antes de me deparar com ele novamente.Abro a geladeira e constato que não há muitas opções que me agradem, além de algumas frutas e alimentos congelados. Ajoelho-me para alcançar uma fruta de minha preferência, quando sou surpreendida pela forma como ele me puxa e coloca meu corpo contra o seu.Dominik se aproxima, e seus lábios famintos se encontram com os meus. Uma batalha fervente de desejos se desenrola entre nós, até que chupo seu lábio