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Capítulo 03: E o pesadelo continua!

- O que foi que você disse? Se recolha a sua insignificância, menina insolente. - a mulher levanta a mão para me bater e um dos homens que estava embalando minhas coisas a chama

- Terminamos aqui senhora.

- Muito bem! Escuta garota, pegue suas coisas e saia daqui antes que eu chame a polícia. -A mulher que outrora seria minha sogra, acaba por me expulsar do apartamento ao qual morei por quase dois anos com o filho dela, mas como nós duas sabíamos não tinha como eu provar e por isso pego minha mala e a imensa caixa que faço questão de levar comigo, a vontade de chorar é grande, mas consigo me conter ergo minha cabeça simplesmente caminho até a porta e um dos rapazes me aborda...

- A senhorita precisa de ajuda? - ele me olha com semblante de pena

- Não! Eu consigo, mas obrigada- começo a caminhar até a porta, porém penso um pouco e digo...

- Por acaso sabem onde tem uma pensão ou hotel barato por aqui? - levanto minhas sobrancelhas e faço uma careta

        Momentos depois lá estava eu na cabine do caminhão da transportadora onde tudo que era meu estrava sendo levado para um depósito até então desconhecido para mim, com dois estranhos, um inclusive não parava de me olhar com semblante de lástima...

- Aquela dona era sua sogra? Que mulher cruel! - o rapaz mais novo diz enquanto o mais velho dirigia o caminhão ao mesmo tempo que o repreende.

- Yan, não se meta na vida dos outros. Seu moleque! - o senhor já com seus fios brancos repreende o rapaz que fica todo sem graça, me pedindo desculpas.

- Não tem problema. E quer saber aquela velha é sim cruel e sem coração. - digo apenas isso para não estender a conversa

- Logo o homem mais velho pára de frente a um pequeno prédio perto do centro de Seul e diz...

- Esse é um hotel bem baratinho, mas é limpinho e servem café da manhã e se a senhorita notar do outro lado tem uma sauna onde pode tomar banho e voltar sem muita dificuldade. - o motorista do caminhão é gentil comigo

- Muito obrigada! - Desço primeiro e depois o rapaz mais novo me entrega a minha mala e por fim a caixa gigantesca que eu ainda guardava o meu vestido de noiva.

- Boa sorte senhorita! - o rapaz diz e me entrega o cartão com o telefone de onde ficaria minhas coisas para que eu fosse buscar depois,agradeço a gentileza dos dois que apesar de tudo me ajudaram, respiro fundo e entro no hotel pequeno e tão simples que só tinha três andares sem elevador, mas pelo menos fiquei com um quarto no primeiro andar. Subo as escadas de duas vezes, a primeira levando a mala e a segunda a minha preciosa caixa, quando finalmente adentro o quarto percebo que o lugar era realmente pequeno, tinha apenas uma cama de solteiro, uma pequena geladeira vazia e desligada, e de frente para cama, uma cômoda de madeira bem rústica com quatro gavetas e em cima uma TV de 32 polegadas de tubo, como o esperado nenhum banheiro dentro do quarto, o mesmo era comunitário e ficava no corredor o que não me agradou muito, morar num quartinho pequeno tudo bem, passei a minha infância morando numa casa de quatro cômodos minúsculo, mas ter que dividir banheiro com desconhecido já era um pouco demais para mim,contudo, eu teria que aguentar tal situação por uns dois dias, era o tempo de pegar fôlego e ir atrás de trabalho e outro hotel que seja barato e com banheiro dentro do quarto. Vou até a janela abrindo a cortina para olhar o movimento do lugar que ficava numa rua comercial, observo do outro lado da pista a sauna que o homem falou quando me deixou aqui, continuo observar e encontro mais alguns estabelecimentos que me interessam como, um restaurante Japonês, um brechô se caso eu realmente precisasse vender o meu vestido, afinal não tem nenhum sentido eu ficar carregando essa caixa imensa para todos os lados, mas ao mesmo tempo que olhar para ele me trás tristeza, também me trás alegrias ao qual sempre vou levar guardado em meu coração.

      No dia seguinte acordo decidida a procurar um emprego então a primeira coisa que faço é ir até a sauna que ficava do outro lado da rua para tomar um banho, volto para o meu quarto e termino de me arrumar, desço para o café da manhã que não me agrada muito então resolvo comer alguma coisa na rua mesmo, ainda na cafeteria começo a olhar sites de emprego, selecionando alguns, distribuindo currículos em várias empresas. Já estava de noite quando desço na parada onde ficava o hotel que estava hospedada quando uma placa pendurada no vidro de uma loja de conveniência me chama atenção... “Estamos contratando”, abro um leve sorriso e entro no estabelecimento, quem me atende é um homem que aparentava ter uns 45 anos, me apresento e digo que quero me candidatar a vaga, ele por sua vez me olha dos pés a cabeça

- Você mora aqui perto?

- Sim! - respondo

- Ótimo! Poderia começar amanhã a partir das 07:00hs?

- Claro! E qual seria o meu horário?

- Das 07:00 ás 15:00hs, mas se precisar poderia trabalhar a noite também já que ficamos abertos e só tenho mais um funcionário, pago hora extra.

- Posso sim!

- Estamos combinados então? - O homem pergunta sendo simpático

- Com certeza! Mas, qual é o nome do senhor mesmo?

- Me chamo Daeshim

- Obrigada senhor Daeshim e até amanhã.

- Até!

        Saí da lojinha super feliz, afinal tinha arrumado um emprego e o melhor pertinho do hotel, a única coisa que não gostei muito foi o olhar que o dono da loja passou em mim, sei lá. Eu nem imaginava o que estava por vir.

  No outro dia acordo bem cedo vou até o banheiro comunitário e faço minhas higienes apenas o básico, já que a sauna só abre a partir das 08:00hs, me ajeito com uma roupa confortável e caminho até a loja de conveniência, lá chegando o Sr. Daeshim estava abrindo a loja...

- Bom Dia senhor! - digo com leve sorriso no rosto

- Ah! Bom dia senhorita...

- Sohui!

- Isso … Sohui.

      Em seguida o dono do estabelecimento termina de tirar o cadeado da corrente e abre a porta de vidro deixando que eu entrasse primeiro, enquanto eu passava por ele adentrando a loja sinto seu olhar fixo em mim, na hora me arrepiei, mas apenas deixo passar estava precisando daquele dinheiro, do jeito que eu estava o que tinha guardado com a demissão da empresa da Sra. Lim acabaria rapidinho, pois além de ter que pagar diária no hotel, tinha que pagar pelo banho e comida e por falar em comida o Sr. Daeshim me disse que eu poderia ficar com os produtos que estivessem vencidos ou por vencer se eu quisesse e claro que eu ia querer. Afinal qualquer centavo que eu economizasse seria lucro para mim. Estava tudo indo bem, até que o Sr. Daeshim me pergunta se eu poderia voltar para cobrir o turno da noite que começaria ás 19:00hs e caso eu aceitasse ele me pagaria a hora extra e poderia entrar no expediente da tarde no dia seguinte, acabo aceitando.

       A noite chega e a hora de voltar para loja também, troco o turno com o rapaz que parecia não ver a hora de ir embora, pois mal olha na minha cara só me entrega uma folha escrrita o que foi vendido pega uma mochila debaixo do balcão e sai, tomo o meu posto de caixa e logo entra o primeiro cliente da noite. As horas passam depressa quando o relógio da parede acima da porta de vidro marca 01:06 da manhã o Sr. Daeshim adentra a loja, ele dá uma olhada nas prateleiras e depois vem até mim pedir para que eu pegasse uma caixa de salgadinhos no estoque, faço o que ele me pede afinal é meu chefe. Enquanto estava procurando a caixa do salgadinho que ele me pediu, escuto a porta da sala do estoque se abrir e vejo a figura dele adentrar...

- E aí, encontrou?

- Ainda não.

- Vou te ajudar, então. - o homem diz já dando passos em minha direção, mesmo sem querer fico ofegante, o medo tomou conta de mim, dou alguns passos para o lado, mas o sr. Daeshim continua me acompanhando com o olhar estranho até que sinto sua mão tocar minha cintura, eu me assusto e tento desviar, mas dessa vez ele vem de uma vez para cima de mim tentando me agarrar, eu tento me defenser do jeito que posso,mas ele era mais forte que eu, começo a gritar por socorro, mas ele apenas debocha de mim...

      Acha mesmo que alguém vai te ouvir ? Essa sala é a prova de som. Agora pare de gritar. - ele diz irritado me dando um tapa forte no rosto, eu não via como sair daquela situação, o homem tinha 1,78cm e eu com meus 1,62cm poderia fazer o que contra ele? Foi então que tive uma ideia, derrubei uma das caixas da prateleira e quando ele se distraiu com o barulho chutei com força a parte íntima dele, não se de onde tirei forças para empurra-lo e por fim consegui sair não apenas da salinha, mas da loja, corri igual a louca atrás de uma viatura da polícia ou de uma delegacia, até que parei uma viatura que fazia ronda pelo bairro relatei o que tinha acontecido e os dois policiais foram comigo até a loja. Quando chegamos, o homem estava no caixa fingindo que nada aconteceu...

- Posso ajuda-los Policiais? - ele sorri com cinismo

- Essa moça nos relatou que o senhor a molestou e tentou obriga-la a fazer o que ela não queria.

- Eu nem conheço essa jovem direito.

- Como é? O senhor não tem vergonha de mentir desse jeito? Escuta seu policial o canto da minha boca está sangrando porque esse homem me bateu.

- Isso é verdade senhor?

- Desculpe pelo tapa, você me mordeu e essa foi a única reação que tive no momento. Eu contratei essa moça porque estava me sentindo solitário, se que vocês me entendem e quando ela estava ajoelhada fazendo alguns movimentos a garota simplesmente me morde, foi reflexo seu policial. - o homem diz na maoir cara de pau

- Você é filho da p**a mesmo, seu velho nojento. - vou para cima dele sem pensar nas consequências e ele se aproveita...

- Tá vendo como ela é agressiva. O que tem de bonita tem de ordinária – ele completa, e continuo o meu surto doida para dar na cara dele, até que sinto um dos policiais pegarem meu braço e dizer...

- Você está presa por prostituição ilegal e agressão. - nesse momento meu mundo vem ao chão mais uma vez, outro golpe duro para mim e o pior foi ver a cara de deboche do homem me encarando enquanto os policiais me arrastam para viatura

- Agora você está em silêncio vad*a? Se fosse comigo teria quebrado seus dentes o policial que estava no banco do passageiro me olha através das grades que dividiam a parte da frente e a de trás.

- Não sou o que vocês estão me acusando, eu estava trabalhando naquela loja , aquele velho nojento me contratou e comecei a trabalhar hoje lá. -tento me justificar

- E você tem algum hálibe que confirme sua historinha mal contada?

- A minha história é mal contada e a história mirabolante daquele miserável não? Vocês nem olharam as câmeras de segurança. Brincadeira! - respondo indignada

- Veja como fala, podemos acrescentar o crime de desrespeito a autoridade.

- Era só o que me faltava – resmungo

- Alguns minutos depois chego a delegacia ainda algemada, os dois policiais me levam até o delegado de plantão, o mesmo começa a me interrogar...

- Então você foi presa por praticar prosti**ição em lugar proibido, e ainda agredir o dono de uma loja de conveniência é isso? - o delegado fixa seus olhos em mim esperando minha resposta, eu já estava cansada, humilhada e desesperada, suspiro alto ergo minha cabeça e...

- Não sou isso que estão me acusando, aquele homem me molestou e tentou fazer algo que eu não queria, ele até me bateu quando recusei. Os seus policiais nem se deram o trabalho de olhar as câmeras de segurança do lugar, simplesmente acreditaram naquele maldito, sr. Delegado o meu único crime foi ter aceitado trabalhar a noite naquela loja de conveniência, mas eu nunca imaginei que fosse passar por essa humilhação dessas. - começo a chorar meu desepero, o delgado olha para o policiais atrás de mim e pergunta...

- É verdade que vocês nem olharam as câmeras de segurança?

- Bom... O senhor Daeshim é tão gente boa. Não acho que ele faria esse tipo de coisa. - o policial que debochou de mim diz meio sem graça

- Então é assim que você baseia a sua investigação cabo Shaw? Sabia que os maiores criminosos do mundo são super simpáticos e carismáticos? É por isso que devemos investigar, porque nunca se sabe o que aquele senhor gente boa esconde na verdade. E muito me admira sargento Park, você que tem mais experiência na policia deixar isso passar tão facilmente. Voltem lá e exijam as gravações do dia e por que não do mês inteiro. Sumam da minha frente – o delegado diz com firmeza e confesso que na hora fiquei um pouco aliviada. Depois de tudo o delegado checa minha ficha criminal e vendo que eu era apenas uma cidadã de bem, resolve me liberar, mas com a condição que alguém viesse me buscar. E para quem eu ligaria aquela hora da madrugada? Pensei um pouco e fiz a minha ligação e logo a Chae-rin foi ao meu socorro...

- O que aconteceu com você dessa vez? - minha amiga pergunta preocupada dirigindo seu carro me dando uma carona até o hotel

- Fui confundida com uma prosti**ta.

- O quê?

-

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