Se essa noite tinha sido um total fracasso até agora? A resposta era sim. Nossas emoções estavam a flor da pele, tinha levado Gabriela ao limite e ela me pediu algo que nunca pensei. E depois de tudo eu tive que deixá-la sozinha naquela casa, quando tudo o que eu queria ter feito era levar seu corpo até minha cama onde poderíamos passar a noite fodendo até a exaustão. Depois de dar uma desculpa mais do que esfarrapada e pedir gentilmente que meus convidados me perdoassem e se retirassem parti em direção ao local onde tinham colocado Mark, tinha certeza de que essa noite seria esclarecedora para ele como foi pra mim. — Porra Mark, não vou mentir pra você minha noite está sendo um verdadeiro inferno e o único momento bom que tive foi interrompido graças a essa merda pendente entre nós. Estávamos em um dos meus armazéns, o prédio era cercado por fábricas o que me ajudava com a entrada de tantas vans e caminhões no lugar. Era um ponto estratégico na cidade para carga e descarga rápida
Os dias estavam passando e minha agonia em finalmente encontrarmos Monty aumentava, tentei ignorar a voz na minha cabeça dizendo que parte dessa agonia era por querer fugir de Oliver, eu só precisava cumprir as palavras que disse em frente à casa de Nana e então poderia procurar um lugar para recomeçar. Eu estava fugindo dele, querendo me esconder do que ele me fazia sentir, me apaixonar por alguém a essa altura não era bom, muito menos por uma pessoa como Oliver que vivia uma vida de bandido. Então passei a resumir meus dias em ir até a academia e treinar com Oscar, até que ele não me aguentasse por lá e me mandasse embora. Sim, tinha mordido a maldita língua, mas o que podia fazer quando a única forma de passar o tempo era gastando energia fazendo exercícios? Vez ou outra eu descia até a “casa do jardineiro”, como amavelmente nomeei o lugar onde Oliver guardava as armas. Os seguranças nem mais me estranhavam por andar por ali armada, na verdade eles às vezes me ajudavam nos trein
Caminhei pela cozinha, sem ter muito o que fazer ali decidi preparar alguma comida, com sorte o convenceria a comer quando tirasse um tempo para respirar. Não demorou para que o barulho de gritos começasse a subir chegando aos meus ouvidos, agora eu entendi por que a cabana era tão afastada de tudo. Só tinham árvores e mais árvores em volta, ninguém por perto para servir de testemunha. Pulei no lugar quando ouvi a voz de Oliver bradando como um trovão, o palavrão dito com tanta intensidade que parecia abalar as estruturas da casa, para então ser seguido por gritos de dor e agonia. Respirei fundo tentando aplacar angústia em meu coração, não sabia se era melhor estar lá dentro assistindo ou aqui fora apenas escutando e deixando que minha mente criasse todo o tipo de cenário macabro. Cansada daquilo decidi sair para tomar um ar, andar ia me ajudar a manter a cabeça no lugar! O vento batia forte ali, o lago em volta e as árvores ajudando a deixar o ambiente mais fresco. Quando assis
Entrei na cabana com o corpo protegendo Gabriela de qualquer possível ameaça que ainda poderia estar a nossa volta. Não sabia se ficava agradecido por ela ter descoberto o homem a tempo ou irritado por ter descumprido minha ordem se colocando em perigo, só de pensar que ela poderia estar morta agora... Meu pensamento morreu quando senti a fraqueza me atingir mais uma vez me obrigando a me apoiar na parede mais próxima. Não era a primeira vez, tinha me sentido assim há dois dias e tinha quase certeza que estava piorando. — Já chega! Pode sentar e comer, não quero mais ninguém morrendo aqui. — Ela disse puxando uma cadeira para que eu me sentasse e se virou para buscar um prato. — Agora coma! Encarei o prato de macarronada a minha frente e relutante comecei a comer, eu deveria estar terminando o interrogatório no porão. Garner não me levou a lugar nenhum, cada um dos malditos policiais estava recebendo informações de uma pessoa diferente, transformando tudo isso em uma grande teia qu
Dessa vez não tinha como esquecer o que tinha acontecido entre nós, me deixei levar pelo cansaço de Oliver e dormimos a tarde quase toda, acordei por volta das cinco, enrolada por seus braços grandes que me abraçavam apertados contra seu peito. Depois de me revelar que seu medo era a descoberta da minha identidade ficamos em silêncio trocando carícias inocentes até pegarmos no sono, não esperava que fosse durar tanto tempo assim, mas de certa forma seu aconchego me trouxe paz para dormir tão bem que não senti o tempo passar. Aconchego? Me recriminei, esse era um caminho sem volta. Quando tudo acabasse eu ficaria mais fodida emocionalmente do que já estava. Me movi na cama tomando cuidado para não o acordar, usei o banheiro e quando voltei ele ainda dormia sereno, como se nada de ruim estivesse acontecendo. Não tínhamos direito ao sono dos justos, não existia mais isso pra mim depois daquela manhã, atirei em uma pessoa para salvar bandidos, salvar pessoas que faziam desse mundo um l
Acordei sentindo minhas forças renovadas, não me lembrava quando tinha sido a última vez havia dormido por tanto tempo assim. Tinha que agradecer por aquelas horas de paz já que agora precisava voltar minha preocupação para Gabriela, seria uma longa noite até que encontrassem para onde o infeliz estava transmitindo as imagens. Ao menos o rastro de corpos que eu havia deixado pela cidade nos últimos dias era um bom recado do que aconteceria se alguém se atrevesse a se envolver em minha vida e tocar no que era meu, isso deveria manter qualquer um com más intensões longe de Gabriela. Tinha sido um banho de sangue que só podia ter sido orquestrado com a intensão de me fazer girar em círculos. Passamos de Garner para Smith, Johnson, Allen, Martin, já havia perdido a conta de quantos policiais havia matado e todos me dando um nome de outra pessoa que não significava nada pra mim, pessoas que não tinham nada a ver com meus negócios e que apenas estavam sendo usados como peões nesse jogo.
Eu paralisei no lugar assustado com suas palavras enquanto ela andava de um lado para o outro em frente a cama, como se andar para lá e para cá fosse lhe dar coragem de pedir o que queria. — Eu... fiquei pensando ontem, depois de tudo. — Gabriela respirou fundo e andou em minha direção. — Vocês fazem uma bagunça, muito sangue, mutilação e partes pra todo lado. — Suas mãos abanavam nervosas no ar enquanto ela falava. A última coisa que imaginei que ela iria pedir foi isso. — É, tortura não é um passeio no parque. Não tem como entrar na chuva e não querer se molhar. — Mas e se tiver? Posso te mostrar isso hoje, me deixa fazer isso. — Gabriela você tem ideia do que está me pedindo? Isso não é uma brincadeira, machucar uma pessoa, quebrá-la até que ela fale... — Destruir ela de fora pra dentro é o que vocês fazem, mas você pode fazer isso de dentro. — Sua voz se tornou mais baixa ao se aproximar de mim. — Você só tem que mexer com sua mente. O medo da morte lenta, sufocante, seu cére
Os dias pareciam um borrão na minha mente, desde o dia em que quase matei um homem afogado na cabana Oliver passava menos dias em casa. Ele havia sentado comigo e explicado sua história com Blake, então reuniu todos de casa e avisou que estávamos em guerra. Que merda eu entendia disso? Nada! Guerra para mim era o que acontecia em outros países bem longe daqui, onde o exercito era necessário e várias pessoas morriam. Como dois rivais que tentavam ter todo o controle fariam uma guerra na maior cidade do estado da Pensilvânia? Com muito sangue, essa era a resposta! A segurança era máxima e o único lugar que eu estava liberada para ir era até a academia treinar, eu fingia não ver que Ane se esgueirava por aí e passava até mesmo dias longe, enquanto ela me mandasse mensagens dizendo que estava bem eu ficaria tranquila, afinal não se pode prender uma onça arisca como ela. Já Magie, pobre menina, estava confinada a ficar em casa trancada com a segurança reforçada e agora que não tinha mai