Hesitando ela olhou para o chão onde Jack esperava outros homens retirá-lo de lá. Gabriela respirou fundo e eu esperei pacientemente com a mão estendida, ela analisou mais uma vez onde teria que passar então segurou no corrimão como se não confiassem em suas próprias pernas para descer. Olhou apreensiva para o corpo, como se esperasse que ele pulasse e a atacasse ali, minha vontade era de atirar no desgraçado e acabar com aquilo, mas ele precisava sofrer. Assim que me alcançou ela deslizou os dedos trêmulos sobre a palma da minha mão, sua pele estava gelada de um jeito que chegava a assustar. Apertei meus dedos em volta dela em uma tentativa de esquentá-la e a conduzi para longe dali, Gabriela ainda girou a cabeça apreensiva até ver meus homens retirando o corpo do chão. Entrei no escritório nos trancando lá e não querendo ser incomodado enquanto resolvia aquilo, precisava concertar a merda que tinha feito trazendo o verme pra cá. — Me desculpe. — Eram duas palavras que eu não tin
Eu estava confusa, machucada, quebrada, queria gritar e socar alguma coisa, mas todos os sentimentos eram colocados em segundo plano comparados a dor que vinha de dentro buscando um lugar para se enraizar e envenenar tudo por dentro. Sabia onde isso ia me levar, ficar dentro do quarto, escondida, pensando mil e uma maneiras de acabar com tudo, acabar com a dor e vergonha. Oliver estava sendo prestativo, mas conseguia ver nos olhos dele a pena que sentia e eu não suportava isso, não suporta ainda mais saber que parte daquilo era sua culpa, sua maldita vontade de dar a última palavra em tudo tinha causado isso, tinha trazido de volta meus piores sentimentos. — Gabriela você não está pensando direito. — Ele sussurrou alcançando minhas mãos e as acariciando. — Precisa respirar fundo e... — Eu estava começando a esquecer, estava finalmente libertando o meu corpo de todo o medo e nojo que ele tinha me colocado. Eu nunca tinha transado antes Oliver, ele tirou minha primeira vez de mim, d
Porra aquela mulher sabia como me tirar do eixo, tinha saído do inferno e estava no céu. Ela jogou os braços em volta dos meus ombros e me puxou para um beijo, deixei que meus dedos se esgueirassem por seus cabelos, enrolando meus dedos nos fios sedosos e a puxei para mim. Gabriela não perdeu tempo, já me livrando do terno e começando a abrir meu colete. Depois de tudo o que eu ouvi hoje achava que o melhor era que ela descansasse, tomasse alguma coisa e dormisse um pouco, eu queria aconchegar seu corpo ao meu até que ela adormecesse, mas o que ela queria era bem diferente. Envolvi meu braço em sua cintura e a ergui, o corpo leve se apertou contra o meu e ela envolveu as pernas em volta da minha cintura. Caminhei com ela até a mesa do escritório, passei o braço jogando tudo o que tinha ali no chão antes de colocar seu corpo sobre a mesa. — Eu preciso de você! — ela afirmou contra meus lábios movendo as mãos ágeis para minha calça. Terminei o trabalho que ela tinha começado em min
Se essa noite tinha sido um total fracasso até agora? A resposta era sim. Nossas emoções estavam a flor da pele, tinha levado Gabriela ao limite e ela me pediu algo que nunca pensei. E depois de tudo eu tive que deixá-la sozinha naquela casa, quando tudo o que eu queria ter feito era levar seu corpo até minha cama onde poderíamos passar a noite fodendo até a exaustão. Depois de dar uma desculpa mais do que esfarrapada e pedir gentilmente que meus convidados me perdoassem e se retirassem parti em direção ao local onde tinham colocado Mark, tinha certeza de que essa noite seria esclarecedora para ele como foi pra mim. — Porra Mark, não vou mentir pra você minha noite está sendo um verdadeiro inferno e o único momento bom que tive foi interrompido graças a essa merda pendente entre nós. Estávamos em um dos meus armazéns, o prédio era cercado por fábricas o que me ajudava com a entrada de tantas vans e caminhões no lugar. Era um ponto estratégico na cidade para carga e descarga rápida
Os dias estavam passando e minha agonia em finalmente encontrarmos Monty aumentava, tentei ignorar a voz na minha cabeça dizendo que parte dessa agonia era por querer fugir de Oliver, eu só precisava cumprir as palavras que disse em frente à casa de Nana e então poderia procurar um lugar para recomeçar. Eu estava fugindo dele, querendo me esconder do que ele me fazia sentir, me apaixonar por alguém a essa altura não era bom, muito menos por uma pessoa como Oliver que vivia uma vida de bandido. Então passei a resumir meus dias em ir até a academia e treinar com Oscar, até que ele não me aguentasse por lá e me mandasse embora. Sim, tinha mordido a maldita língua, mas o que podia fazer quando a única forma de passar o tempo era gastando energia fazendo exercícios? Vez ou outra eu descia até a “casa do jardineiro”, como amavelmente nomeei o lugar onde Oliver guardava as armas. Os seguranças nem mais me estranhavam por andar por ali armada, na verdade eles às vezes me ajudavam nos trein
Caminhei pela cozinha, sem ter muito o que fazer ali decidi preparar alguma comida, com sorte o convenceria a comer quando tirasse um tempo para respirar. Não demorou para que o barulho de gritos começasse a subir chegando aos meus ouvidos, agora eu entendi por que a cabana era tão afastada de tudo. Só tinham árvores e mais árvores em volta, ninguém por perto para servir de testemunha. Pulei no lugar quando ouvi a voz de Oliver bradando como um trovão, o palavrão dito com tanta intensidade que parecia abalar as estruturas da casa, para então ser seguido por gritos de dor e agonia. Respirei fundo tentando aplacar angústia em meu coração, não sabia se era melhor estar lá dentro assistindo ou aqui fora apenas escutando e deixando que minha mente criasse todo o tipo de cenário macabro. Cansada daquilo decidi sair para tomar um ar, andar ia me ajudar a manter a cabeça no lugar! O vento batia forte ali, o lago em volta e as árvores ajudando a deixar o ambiente mais fresco. Quando assis
Entrei na cabana com o corpo protegendo Gabriela de qualquer possível ameaça que ainda poderia estar a nossa volta. Não sabia se ficava agradecido por ela ter descoberto o homem a tempo ou irritado por ter descumprido minha ordem se colocando em perigo, só de pensar que ela poderia estar morta agora... Meu pensamento morreu quando senti a fraqueza me atingir mais uma vez me obrigando a me apoiar na parede mais próxima. Não era a primeira vez, tinha me sentido assim há dois dias e tinha quase certeza que estava piorando. — Já chega! Pode sentar e comer, não quero mais ninguém morrendo aqui. — Ela disse puxando uma cadeira para que eu me sentasse e se virou para buscar um prato. — Agora coma! Encarei o prato de macarronada a minha frente e relutante comecei a comer, eu deveria estar terminando o interrogatório no porão. Garner não me levou a lugar nenhum, cada um dos malditos policiais estava recebendo informações de uma pessoa diferente, transformando tudo isso em uma grande teia qu
Dessa vez não tinha como esquecer o que tinha acontecido entre nós, me deixei levar pelo cansaço de Oliver e dormimos a tarde quase toda, acordei por volta das cinco, enrolada por seus braços grandes que me abraçavam apertados contra seu peito. Depois de me revelar que seu medo era a descoberta da minha identidade ficamos em silêncio trocando carícias inocentes até pegarmos no sono, não esperava que fosse durar tanto tempo assim, mas de certa forma seu aconchego me trouxe paz para dormir tão bem que não senti o tempo passar. Aconchego? Me recriminei, esse era um caminho sem volta. Quando tudo acabasse eu ficaria mais fodida emocionalmente do que já estava. Me movi na cama tomando cuidado para não o acordar, usei o banheiro e quando voltei ele ainda dormia sereno, como se nada de ruim estivesse acontecendo. Não tínhamos direito ao sono dos justos, não existia mais isso pra mim depois daquela manhã, atirei em uma pessoa para salvar bandidos, salvar pessoas que faziam desse mundo um l