Durante todo o caminho de volta eu pensei no que tinha acabado de acontecer, aquele desgraçado não tinha me deixado nem mesmo um corpo para enterrar, não tive nem mesmo a oportunidade de me despedir. A única coisa que eu sabia era que ela estava me protegendo me mandando ficar na cidade e que reconstruísse minha vida longe de Monty. Mas como eu podia cumprir essa promessa agora? Sentia como se meu corpo estivesse em colapso, queria vomitar e ao mesmo tempo desabar chorando até que tudo aquilo acabasse. Se fosse fácil esquecer com um punhado de lágrimas derramadas e um pensamento positivo, mas eu não podia, não quando tinham me arrancado tudo. Quando os bombeiros conseguissem controlar o incêndio eu teria a confirmação se ela estava mesmo dentro da casa, com sorte poderia ao menos dar um enterro decente para a mulher que tinha me dado tanto. Ane finalmente tinha se calado da gritaria, não achava que havia desistido, mas por hora ela tinha me deixado em paz com meus pensamentos. Ela
Oliver segurava meu corpo contra o seu, ele estava escorado contra a cabeceira da cama enquanto eu ainda ofegava com a cabeça em seu peito. — Nana foi a pessoa que me apresentou a Ane, ela fez Monty me aceitar no emprego quando minha mãe ficou doente e não podia mais trabalhar, cuidou de nós todos os dias e segurou minha mão desde o hospital até o enterro. — confessei mesmo que ele não tivesse perguntado, não tinha nada haver com o momento em que estávamos, mesmo assim ele me ouviu. — Não havia nada no mundo que eu pudesse fazer para agradecê-la o suficiente por tudo o que fez, não havia dinheiro que fosse capaz de pagar o que ela tinha nos dado. A única coisa que eu podia ter feito era mantê-la em segurança. Era só a imagem da casa em chamas se esgueirar por meus pensamentos para meu estômago se embrulhar e meu coração se encher com sentimentos ruins. A vingança não era nem de longe o que ela merecia, mas seria minha forma de fazer justiça, uma justiça que nenhuma lei me daria. —
Aquela maluca havia me arrancado da cama aos tiros, acordei sobressaltado pensando que estávamos sob ataque novamente, e ainda foi petulante o bastante em apontar a arma para mim. Gabriela simplesmente não conhecia a palavra limite, pois já tinha passado de todos nessa casa. Ela tinha um jeito selvagem e ao mesmo tempo estupido de mostrar que não ia baixar a cabeça, ela era destemida ao ponto da loucura, toda sua impulsividade não ia levá-la a nada. — Vamos discutir sobre como vai ser seu treino enquanto tomamos café, pois graças a você acredito que toda a casa já esteja acordada. — Resmunguei ainda com as mãos estendidas esperando pacientemente que ela me entregasse a arma. — Tudo bem. — respondeu pegando a caixa de cartuchos no chão. — O que você está esperando agora? — me questionou quando viu que não me movi. — A arma. Vamos prevenir, sua arma fica comigo de agora em diante. — A última coisa que precisava era ela saindo por aí com essa arma nada discreta atrás de confusão. —
— E então aonde vamos? — perguntei curiosa quando entramos no carro. Por algum milagre era Oliver quem estava dirigindo, sem motoristas dessa vez, só nós dois, mas isso não impedia que seus homens nos seguissem no SUV preto. — Você não tem nenhuma preparação física, então vamos começar com isso. — Oliver respondeu concentrado na rua. Eu nunca o tinha visto dirigindo, então tomei meu tempo analisando a postura altiva e soberba que ele exibia em todo o tempo. Tinha algo de sexy sobre homens que sabiam se impor daquela maneira, era como se sua presença exigisse que os outros se curvassem a sua vontade, Oliver conseguia isso até mesmo com roupa de academia. Que merda como ele conseguia isso? — Fazer exercícios não é muito minha praia, que tal só treinar minha mira, é a única coisa que vou precisar mesmo. — Respondi voltando minha atenção para a conversa. — Você não vai precisar só disso, se ele tirar sua arma? Como vai lutar? Como vai se defender? — ele explicou me fazendo calar a bo
Eu já havia entrado no quarto dele, mas não tinha tido a oportunidade de reparar em nada da primeira vez. O quarto era maior do que os outros, um tom de cinza escuro cobria as paredes os móveis de madeira escura eram uma combinação perfeita para ele, as cortinas cor de chumbo davam o toque final deixando o quarto muito escuro, mas eu agradeci, seria mais fácil de vasculhar tudo. Comecei a fuçar as gavetas do móvel ao lado da cama, só encontrando livros, folheei todos e não achei nada dentro deles. Parti para o banheiro e por fim me sobrou o closet, as roupas a minha volta exalavam o cheiro dele, mas não havia nada comprometedor, nada fora do lugar, nem sequer um papel, um recibo. Tudo estava impecável. Era tempo perdido achar que um homem tão misterioso deixaria coisas jogadas pelo quarto, me recriminando em como havia sido estupida por entrar em seu quarto tropecei na porta do closet. — Droga! — resmunguei socando a parede e deixando minha frustração levar a melhor. — Olhem só! —
Pensei em me afastar e sair dali, mas algo me tomou quando ele levou a mão ao cinto e o tirou. A última coisa que eu deveria querer agora era estar perto dele, mas eu levei as mãos a minha blusa e a arranquei pela cabeça jogando no chão. Oliver ergueu o olhar confuso em minha direção e eu sorri de forma cínica quando levei minhas mãos ao shorts e me livrei dele, ficando só de calcinha e sutiã na sua frente. — Quer ajuda com sua calça? — perguntei já me aproximando e levando as mãos ao botão da calça social, enfiei minhas mãos dentro de sua calça o tocando de forma descarada enquanto puxava o tecido pra baixo. Encarei o volume em sua cueca e mordi meu lábio, mesmo mole seu pau parecia grande de mais. — É melhor você não tirar essa porra. — ele rosnou quando coloquei minhas mãos ao sutiã. — Não sabia que você tomava banho de roupas intimas, de onde eu venho a gente toma banho assim. — soltei o fecho e puxei a peça deixando meus seios livres. Oliver praguejou dando um passo para f
Confesso que achei graça da expressão de Gabriela, um misto de espanto e vergonha, quando me viu tirando a roupa, mas ela não se intimidou como achei que faria, me surpreendeu totalmente quando tirou a roupa e entrou comigo no banheiro.Porra eu só queria mais tempo com ela, queria me enterrar em sua boceta sedenta e apertada. Eu precisava me lembrar de matar Jackson depois por aquela interrupção.— Eu tenho que ir. — murmurei contra os lábios dela, esmagando-os entre os meus. Não queria deixa-la, não agora nem assim, mas tinha negócios que precisavam ser resolvidos agora.— Tudo bem. — ela fez menção de sair do meu colo, mas eu a segurei apertado.— Vamos conversar quando eu voltar, ok? — Gabriela apenas acenou com a cabeça e eu a coloquei no chão mesmo relutante. — Pode ficar a vontade.Pisquei pra ela que me encarava enquanto eu me secava, então sai do banheiro a deixando lá. Jackson fez cara de confusão quando ouviu que o chuveiro continuava ligado, mas não ousou questionar nada.
Eu corri de lá, ele havia passado de todos os limites me questionando sobre o meu passado, ele não tinha direito algum de se meter na minha vida assim e sabia disso. Desgraçado! Por que ele queria tanto descobrir as coisas que me envolviam? Eu era apenas uma garota normal, claro que muita coisa mudou desde que ele entrou na minha vida, mas antes disso não tinha nada de interessante para saber, apenas dor e sofrimento. — Gabi! — ele gritou vindo atrás de mim, mas continuei andando. — Gabriela! Você sabe que não tem para onde correr. — Por que você não me deixa em paz? — Assim que tiver minha resposta. Vamos lá, você tinha ótimas notas porque desistiu de tudo? — parei quando ouvi aquilo, era óbvio que tinha visto sobre minhas notas, mas se ele sabia disso então deveria saber o motivo pelo qual sai. Então por que queria me fazer falar? Ele aproveitou meu estado paralisado para me contornar e me confrontar de frente. — Não foi sua culpa aquele homem morrer. — Obrigada por dizer o que