OlíviaSuas mãos seguraram firmes em cada lado do meu rosto e antes que eu tivesse qualquer pensamento coerente a sua boca tomou posse da minha. A sua língua invadiu a minha boca e o seu gosto se espalhou pelo meu paladar. Por um instante sou absorvida pela intensidade desse homem e sequer tive o bom senso de lutar contra o seu ataque repentino, de afastá-lo de mim. Contudo, quando o beijo chegou a fim nos encaramos ofegantes. Eu, completamente aturdida e ele... com raiva? De que? De mim?— Você pode ir, Martin! — Seu tom seco e rude me deixou nublada. O que foi tudo isso? Por que ele está agindo como se eu fosse a culpada pelo que acabou de acontecer? — Vai, agora! — Athos ordenou ligando o motor do carro e puta da vida saí batendo a porta com força, e andei apressada para dentro de casa.— Sua idiota, imbecil! — rosno enfurecida para mim mesma, encostando-me na madeira atrás de mim e encaro o teto por alguns instantes. Meu corpo está fervendo de raiva, de ódio e impulsionada pela mi
Athos— Fala, Athos?— Está muito ocupado agora?— Na verdade, estou indo para o aeroporto. Está tudo bem?— Está...— Não senti muita firmeza, meu amigo. O Artêmis está bem?— Eu beijei a minha secretária — digo de uma vez ignorando a sua pergunta e solto um suspiro em seguida.— Porra, onde você está agora?— Dirigindo. Estou indo para a empresa.— Ótimo, eu te encontro lá.— E a viagem?— Você precisa de mim, meu amigo e eu preciso saber mais sobre a história desse beijo. — Com uma respiração profunda encerro a ligação e minutos depois estaciono o meu carro na garagem privativa da empresa. No entanto, não vou direto para o escritório como havia dito e sim, para um restaurante dentro do prédio. Envio uma mensagem para Romão informando onde estou e o aguardo me perguntando por que contei sobre o beijo para ele. Mas a pergunta correta é, por que a beijei daquela maneira? Agoniado com os meus pensamentos, levo uma mão atrás da cabeça e massageio a minha nuca.— Vai fazer o seu pedido a
Olívia— Droga, a minha bolsa! Será que o Senhor pode voltar? — peço para o motorista que retorna sem pestanejar. — Eu volto logo! — aviso, saindo rapidamente do carro e retorno com pressa para o escritório. Vou direto para o almoxarifado onde com certeza deixei a minha bolsa. Um sinal de mensagem me faz olhar para o meu celular e sorrio para a foto dos meus bebês que surgem sorridentes.... Mamãe estamos com saudades de você! Quando vai voltar para casa?A mensagem vem logo abaixo e o meu sorriso se amplia. Penso em responder quando um barulho estrepitoso me faz parar completamente tensa e cuidadosamente saio da sala a procura de quem quer que seja. Um ladrão? Meu coração estremece só de pensar nisso. Contudo, abro a minha agenda no contato da polícia, enquanto me aventuro pelo longo corredor, mas todos os meus medos caem por terra quando o vejo. Athos Mazza está de costas para mim e o seu corpo inteiro balança com os soluços de um choro violento. Em silêncio, guardo o aparelho no bo
OlíviaO dia já está claro lá fora e eu sequer conseguir pregar os meus olhos. Nesse exato momento estou deitada na minha cama e tem um sorriso bobo que vez ou outra insiste em surgir nos meus lábios, fazendo-me repreender a mim mesma por isso.... Não vá, não me deixe sozinho.Esse pedido ainda mexe comigo. De alguma forma o meu chefe parecia desprotegido e carente naquele momento. E eu fiquei, pelo menos até que ele adormecesse e depois saí de fininho, e voltei para casa. O meu pobre coração ainda está pulando ferozmente dentro do meu peito e isso já tem algumas horas. Por algum motivo não consigo acalmar as minhas emoções. De um lado estou com medo. Medo de que ele descubra quem eu realmente sou e que através disso encontre o meu segredo. Eu não posso me esquecer de quem é Athos Mazza. Um empresário implacável com conhecimentos em direito. Um advogado cruel que nunca perdeu uma causa, mas principalmente, um homem de coração gelado que não se importa com os sentimentos das pessoas q
Olívia— Eu não acredito que consegui me atrasar desse jeito justamente no primeiro dia da semana! — retruco mal-humorada, esperando as portas do elevador se abrirem para mim. — Sabia que não devia ter ido dormir tarde daquele jeito. Céus, o ogro do chefe vai comer o meu fígado por isso. — As portas finalmente se abrem, mas o contrário do que vejo sempre aqui, os funcionários parecem bem relaxados, pois enquanto eles trabalham riem e conversam entre si como se esse ambiente de trabalho fosse a coisa mais normal do mundo. Contudo, não tenho tempo para perguntas e curiosidades, e vou imediatamente para a copa preparar o café do meu chefe. E claro, receber os seus berros e repreensões como prêmio de consolação. — Vamos querida, cada minuto é um passo meu em direção da forca! — resmungo para a pobre cafeteira que especialmente hoje parece mais lenta.— Bom dia, Olívia! — Barbara diz um tanto descontraída assim que adentra o cômodo.— Olá! Bom dia, Barbara! — A observo levar uma xícara vaz
Olívia— Deixe-me adivinhar, você é a nova enfermeira que ele contratou para atormentar os meus dias, certo? Mas advinha, eu não vou tomar porcaria de remédio nenhum! — balbucio sem saber ao certo o que dizer. No entanto, desvio os meus olhos de cima do homem e olho ao meu redor. Tudo está fora do seu lugar e tem muita coisa quebrada, e espalhada pelo chão. — Não vai falar nada? Por um a caso o gato engoliu a sua língua? — Respiro fundo e me encho de coragem.— O... meu nome é... Olívia.— Olívia? — Faço sim com a cabeça.— Olívia Martin. E não, eu não sou a nova enfermeira.— Nesse caso, o que está fazendo aqui, Olívia Martin? Foi o Athos quem te mandou vir aqui?— Aquele ogro? — bufo audivelmente. Ele arqueia as sobrancelhas para mim. — Não, ele não sabe que eu estou aqui. Na verdade, eu estou me escondendo dele. — Ele parece intrigado agora.— Por quê? — Dou de ombros e tento relaxar um pouco.— Você sabe, quando ele resolve berrar feito um maluco, não tem quem o segure. — O som de
OlíviaAlguns dias... — Tem certeza de que quer fazer isso sozinha, Olívia?— Eu preciso fazer, Anne — respondo enquanto ponho algumas roupas dentro de uma bolsa.— Por que não chama a Julien para acompanhá-la, querida? — Victória sugere nitidamente preocupada comigo.— Tia Ju tem a sua vida e ela tem as suas coisas para fazer. Não vamos importuná-la com os meus problemas. E não se preocupem comigo, eu não sou mais aquela garota boba que vocês conheceram há um ano. Estou mais forte agora e decidida também. Eu só quero ver a minha irmã e saber se ela está bem. E se não consigo fazer isso por telefone, farei pessoalmente.— Está bem, querida, mas não se esquece de ligar quando chegar lá e se acontecer algo, qualquer coisa...— Nada vai me acontecer, tudo bem? Eu vou ficar bem, só cuidem dos meus garotinhos até eu voltar e não permitam que o Senhor Mazza os veja. Por Deus, ele já está bem desconfiado de mim e se ele os vir não terá mais dúvidas de quem sou realmente. E eu...— Relaxe, O
Athos — Barbara, como anda o caso da tutela da família Campos? — pergunto para a minha mais nova contratada. A moça se acomoda em uma cadeira de frente para a minha mesa, abrindo um sorriso que eu gosto muito. Aquele presunçoso e com sabor de vitória.— Estamos indo bem, Senhor Mazza e acredito que até a próxima audiência a Senhora Campos estará com seu filho em casa.— Isso é ótimo! Sei que é um caso simples, mas você está só começando. Continue mostrando o seu trabalho e eu prometo que logo terá um destaque aqui nessa empresa. — Minha funcionária abre um sorriso largo.— Certo, Senhor Mazza! — Logo que Barbara se levanta da cadeira para sair da minha sala, observo Olívia através da parede de vidro transparente. Embora a minha secretária esteja trabalhando com afinco em suas traduções, sinto que há algo de errado com ela. Por puro impulso aperto o botão do seu ramal e a chamo até o meu escritório.— Sim, Senhor Mazza! — Ela diz adentrando a sala e a avalio por alguns instantes.— Es