Ponto de vista de Isabela.
— Ele está em algum lugar desse sistema solar... Só preciso encontrar onde... — digo a mim mesma enquanto navego em meus pensamentos em uma tentativa de conexão com meu pai.
— Isabela? — ouço meu nome vindo do além.
— O que? O que é Joel? — indago-o ao abrir os olhos e voltar da minha viagem mental, sentada em posição de meditação.
— Desculpe atrapalhar... Mas, precisamos conversar...
— Uhum... — consinto sem muitas expressões.
— Sei que está fazendo seu máximo para suportar bem a ida de Rick, mas, acredite, isso pode ter sido bom de alguma forma.
— Joel... Por que eu fico perdendo ele?!
— Como assim?
— É, Joel... Perdi ele quando criança, e agora parec
Ponto de vista de Danton.Fragor descobriu onde nós, humanos, estávamos instalados. Onde nós, na verdade, estávamos tentando fugir da aniquilação total da humanidade. Onde nós, meros mortais, tentávamos restaurar nossa dignidade coletiva.Isabela, minha sobrinha, cuidou ela mesma de todos os preparativos para o sepultamento de Léa e Rubi. A todo o momento via uma lágrima derramar as angustias de seu peito, mas, não isolada, nem detida em seus aposentos... Ela estava lá, à frente de todos nós... À frente dos problemas e circunstâncias, que, imaginei eu somente seu pai, Rick Price, conseguiria lidar. Descobri naquele momento que eles eram fortes o suficiente para levantar das cinzas, nos dias mais sombrios. Eles eram fortes...— Senhor Danton, contamos doze mortos, oito severamente feridos e nove com pequenas
Uma espécie alienígena invadiu o planeta Terra. A princípio achamos que conseguiríamos derrotá-los com nossas próprias armas. Descobrimos tarde demais, que éramos supersensíveis a uma substância em seu organismo, que chamamos de Paralyton.— DEZ — Inicia-se a contagem regressiva pelo computador de bordo.A substância entrava rapidamente na corrente sanguínea e nos paralisava.— NOVE —Lutamos e enfrentamos os mortons por quatro anos, até restarem poucos de nós sobreviventes espalhados pelo mundo.— OITO —Os mortons trouxeram com eles algumas criaturas e plantas de seu planeta, o que diminuiu muito nossas possibilidades de esconderijo e resistência a eles.— SETE —Johnson, nosso engenheiro espacial, mais conhecido como Gorilla, junto com a ajuda da bióloga Ami Funjoy projetaram e
A arca de Funjoy iniciou sua decolagem sem obstáculos, saindo do abrigo subterrâneo pela plataforma gigantesca que se abria sobre nós. Mortons que sondavam o local começaram a nos atacar de suas naves. Eles não queriam que deixássemos o planeta com vida. — Gorilla! Eles acertaram um dos propulsores traseiros! Estamos perdendo potência! — notifiquei apreensivo. — Saeed! Acione os propulsores auxiliares! — orientou Gorilla rapidamente, — Nós vamos sair sim! — Acionando propusor auxiliares em treis, dois, um! — respondeu o garoto Saeed com agilidade. A nave assim retomou a potência necessária. — Segurem firme! A turbulência será pesada! — informou Gorilla, ao sentirmos iniciar a trepidação da nave em passagem pela camada de ozônio. — Eles está recuando! Não vai tão longe para pegar nós... — observou Saeed ao findar da turbulência. — Ótimo. Não teríamos condições de combatê-los com a Arca em decolagem — evidenciou Gorilla.
Ponto de vista de Saeed.— Esse é meu trinta vídeo-diário. A rotina sempre a mesma, e isso já tá entediante... — disse sentado em frente à câmera, articulando e gesticulando com uma bolinha de pano e areia nas mãos — ganhei essa bola de Al’ab. Ele diz que vai me ajudar com tédio e stress. Aquela idéa de ser o primero a fica acordado não parece mais legal. Lea não é má companhia, ela só não tem muito assunto para conversa com Saeed, e quando conversa ela diz não me entende muito bem por causa do meu sotaque árabe. Por todo tempo tem prestado atenção no espaço e não vejo a Terra mais, faz já uma semana... Pensar que dexamos nosso planeta atrás é triste, mas sabemos que não tem muito de ser feito. É isso pelo hoje, desligando.— Gravan
Ponto de vista da Léa.— Olá novamente! Este, bem provavelmente, será meu último vídeo-diário antes da hibernação, então vou aproveitá-lo para dar algumas orientações... Essas são para Lisa: Dirceu, o cavalo marrom está doente. Não sei bem o que ele tem, mas tenho o medicado de acordo com os sintomas. Cuide dele, por favor, ele é muito bonzinho. Você não terá dificuldades para os exercícios diários, então mande ver! — após uma pequena pausa, prossegui — vou deixar uma nota para você, escrita em papel, o velho e antigo, que ainda nos serve bem — disse seguido de risos — essa informação é para você Lisa! E, Hector, não se intrometa! — disse franzindo a testa. — Acredito que seja só iss
Ponto de vista de Isabela.— Lisa! Lisa, sua vagab... Ahn? Ela entrou na sala das câmaras. — disse Hector após notar a porta forçada.— Eddie! Isa? Despertaram tão cedo? — disse Hector ao vê-los despertando ainda, com voz arrastada como a de um bêbado.— Hector? — disse Eddie entre tosses e gemidos — onde está Lisa?— Ela estava indisposta e preferiu hibernar antes que despertassem — disse ele em tom contestável, após olhar para sua câmara.— Suponho que você fosse logo em seguida, não Hector? — questionou Isa duvidosamente.— Não. Tenho alguns assuntos para resolver aqui ainda. — disse Hector deixando a sala.— Eddie, algo está errado! Vamos atrás dele. — disse caindo de minha câmara, voltando a mexer meu corpo lentame
Cinco anos e oito meses depois...Ponto de vista de Rick.Este era finalmente o último turno desta nossa jornada. Depois de passarmos por aquele portal nossas vidas teriam destinos inimagináveis. Confesso que isso me preocupava muito, não saber o que estaríamos fadados a passar, nem onde estaríamos indo. As vidas daqueles humanos, e provavelmente últimos de nossa espécie estavam sob minha direção, sob minha responsabilidade. Eles não somente acreditavam em minhas palavras, eles confiavam em mim. Não poderia falhar, nem desperdiçar sua fé.— Rick, com todo esse tempo aqui no espaço ainda não enjoei de admirar as estrelas e esse vasto universo... — falou Ami contemplando a grandeza do sol a anos luz de nós.— Isso é bom, Ami! — disse com sorriso
Ponto de vista de Joel, Terra, pouco depois da divisão de equipes em Belácia. — Isabela! Suba até aqui! — gritei. — A caminho Joel! — concordou ela. Para que chegasse até mim ela teria que escalar três andares de construção demolida com um tigre vermelho, mas para aqueles dois não parecia haver dificuldade alguma. Eles formavam de fato uma dupla muito habilidosa. — Joel, pra qual lado? Eles estão logo atrás de nós! — questionou ela apreensiva ao aproximar-se de mim. Montei em Volt junto com Isabela e rapidamente prosseguimos na subida prédio demolido acima. Após alcançarmos o topo da construção avistamos algumas sucatas de aeronaves mais à frente e para lá cavalgamos sobre Volt. — O sinal do GPS aponta para esta direção, Isabela. Vamos! — orientei-a apressadamente. — Foi mais fácil do que imaginávamos... — comentou ela com a cabeça na lua. — O que foi tão fácil? — indagu