Passei o resto da viagem no deque de observação, depois do tratamento frio de Klaus não estava muito a fim de conversar. Mas valeu muito a pena por conta da vista, a paisagem de pinheiros agora dava lugar a um belíssimo mar. Havíamos chegado na cidade de Paloschi, no nordeste do país de Naudínia. Era uma grande cidade formada por várias pequenas ilhas separadas por canais e ligadas por pontes. Eu só tinha lido sobre tal cidade, nunca pensei que estaria aqui, e pessoalmente ela era muito mais bonita que qualquer descrição de livro. Descemos em uma das ilhas.
- É só chamarmos um táxi agora, certo?- Perguntou Morelo.
- Um táxi aqui não vai rolar.
- E por que não?
- Você sabe que aqui são várias ilhas, certo? Agora estamos em uma, a casa do Gabbiadini fica em outra perto daqui. A propósito, c
Não precisamos procurar muito para achar o tal cassino. Era um dos pontos mais requisitados da cidade. Andamos pelos becos estreitos até chegarmos em uma rua sem saída, que era onde ficava o cassino. O lugar se chamava ''Freccia d'oro'' e pra fazer jus ao nome sua fachada era toda dourada e tinha uma flecha de neon com o nome do local gravado na parte de cima da entrada. Havia um segurança guardando a porta, ele era enorme e musculoso, tinha pele escura e cabelo raspado, além disso estava usando um terno. Assim que chegamos, ele nos observou com cuidado.- Crianças não são permitidas, traga ela de volta quando tiver dezoito.- Ele disse apontando para Cara.- Não viemos jogar, queremos falar com o dono desse lugar.O segurança ergueu uma sobrancelha e continuou nos estudando, como se estivesse tentando entender de que planeta tinhamos vindo.- Ele não está
O plano da Ophelia foi inteligente, porém não foi dos mais confortáveis. Estávamos no setor de carga do avião divididos dentro de dois caixotes. Morelo e Cara em um e eu e Ophelia em outro. Nós não queríamos ir juntos depois do clima ruim de mais cedo, mas Morelo insistiu. Os caixotes eram meio apertados, o único jeito que podíamos ficar era sentados, e de vez em quando o caixote dava uma balançada, fazendo minha cabeça bater. Ou seja, conforto zero. Além disso, estava absolutamente escuro lá dentro. Os olhos verdes de Ophelia geralmente brilhavam mais do que olhos normais, por isso no começo eu conseguia ao menos ver sua cara, mas agora ela estava de olhos fechados.- Ophelia?- O que é?- Ela perguntou secamente- Esta acordada?- Essa aí é uma pergunta idiota.Ela não estava errada. Era idiot
De dentro do táxi, olhando pela janela eu pude ver pela primeira vez a famosa Cidade Capital e seus prédios negros gigantescos, além disso, seu céu era um pouco diferente, tinha um tom esverdeado.- Uau.- Eu soltei.O taxista deu um sorriso.- Incrível não é? Vocês são turistas?- Eu não.- Respondeu Ophelia desinteressada. - Passei maior parte da minha vida aqui.- Idem.- Disse Morelo.- Eu também.- Finalizou Cara.Nessa hora eu percebi que eu era o único que nunca havia vindo aqui antes.A medida que continuávamos na viagem, o táxi passava por ruas cada vez mais desertas. Nós então entramos em uma que não tinha literalmente nada além de mato e alguns prédios velhos, e provavelmente abandonados.- Vamos descer aqui.- Ophelia disse.- Tem certe
Estava preocupada com os outros, mas tinha que continuar avançando. Podia ouvir ao longe o barulho de tiros e explosões, o que significava que eles estavam lutando.Ao fim do grande corredor o caminho alargou, formando uma enorme área quadrangular, essa área era dividida em três salas, uma delas estava escrito ''Sala de criação'', a outra era a ''Sala de infusão'' e a terceira era o antigo escritório de Fischer. Se eu tivesse tempo gostaria de entrar nessa, eu vinha muito em seu escritório, até porque era aqui que ele me dava aulas. O lugar era sempre impecavelmente arrumado. Quem será que ficou com a posse dessa sala depois que Fischer se fora?A sala da criação foi onde eu decidi entrar. O lugar era quase como várias salas de cirurgia dentro de uma só. Eu vi uma fileira de mesas de operação, eram nelas que os manequins costumavam ser feitos. Se
Meu coração estava acelerado. Ao mesmo tempo que sabia que teria uma batalha dificil, estava ansioso para enfrentar Staltz, afinal ele foi o responsável pelo incêndio em minha cidade e o ataque à Jacsônia, então tinhamos contas pra acertar. Na verdade, todos nós tinhamos contas pra acertar com ele, então eu não queria estar em sua pele agora. Dessa vez ia ser diferente da batalha no trem, ou na própria Jacsônia, não deixaríamos ele escapar. Eu só tinha que segurá-lo até que todo mundo chegasse.Com uma shotgun que peguei de um dos guardas que estava cáido no meio do caminho, entrei na sala que Ophelia indicou.- Staltz!- Eu gritei.Mas não era mais o Staltz... Em personalidade era, mas o corpo que ele estava era uma versão mais jovem da presidente Frings. Seu corpo antigo estava jogado no canto do laboratório, tota
Consegui sair voando do laboratório, depois disso resolvi descer e ficar à pé mesmo.Nesse exato momento começou a cair pingos de água do céu. Como era o nome disso mesmo? Ah é, chuva. Junto dela também estava relampejando.Sabia para onde Staltz estava indo pelo caminho de luzes apagadas e de destruição. Segui seu rastro até voltar a parte povoada da cidade, as pessoas estavam assustadas, gritando e correndo. Era só eu ir para o lado oposto do qual elas estavam correndo, pensei. Andando mais um pouco pude finalmente ver Staltz.- Oh- oh.- Eu disse pra mim mesma.Ele estava no lugar mais iluminado que eu já havia visto na minha vida. Era um espécie de praça com prédios enormes em volta, e todos, mas todos mesmo, tinham letreiros luminosos, e Staltz estava drenando toda a magitec deles. Um por um os letreiros estavam se apagando. Depois que
Fomos sorrateiramente até a casa do Gabbiadini, não foi tão difícil visto que estávamos fazendo o caminho oposto do da polícia. Não havia ninguém nas ruas praticamente, era provável que os noticiários tivessem pedido à população pra ficar em casa. Tocamos a sua campainha e ao atender ele pareceu surpreso em nos ver.- Vocês conseguiram mesmo? Uau! Vocês são incríveis.- Disse Gabbiadini.- Não foram seguidos por acaso, foram?- Não.- Eu respondi.- Ótimo.Ele nos cumprimentou, menos Ophelia que passou direto.- O que deu nela?- Gabbiadini perguntou.- É um assunto delicado.- Tanto faz, nem vou tentar esquentar a cabeça com assunto de vocês. Agora vamos focar em levá-los embora daqui logo.- Como a gente vai fazer? O aeroporto
Com o carro fomos até a cidade vizinha. A estrada estava bem escura à essa hora da noite, por isso estava dirigindo o mais cuidadosamente possível, até porque se algo acontecesse com o carro, Aaron provavelmente não ia gostar nada. No momento eu estava procurando por algo bem específico: Um parque de diversões.- Olha, não sei o que está tramando, mas mesmo assim obrigada por tentar me animar.- É uma surpresa.- Você já pode me dizer o que é, já estou aqui no carro mesmo, não é como se eu fosse pular de um carro em movimento pra fugir.- Você conseguiria.- De fato. É tão ruim assim?- Você vai ver.Finalmente chegamos. Ophelia não parecia a pessoa mais animada do mundo. Quer dizer, ela já estava assim em casa, mas eu esperava que talvez seu humor pu