A primeira coisa que eu vi quando acordei foi Brandt sentando em uma cadeira em frente à cama que eu estava deitado, me observando. Estávamos em um quartinho velho, provavelmente na cidade baixa.
- Você acordou.
- Por quanto tempo eu dormi?
- Só por algumas horas. Agora se não for muito incômodo, você pode me dizer por que tem uma general de Liandria no quarto ao lado? E por que você pediu pra cuidarmos dela ao invés de a matarmos?
- Ela me ajudou a sair daqueles esgotos.
- É quase um insulto... De todos nossos irmãos que estavam lá ontem, você salva uma maldita soldado liandrina?- Disse Brandt indignado.
Estávamos a mais de um dia inteiro na estrada, pena que minha companheira de viagem não era das mais divertidas. A menina feiticeira ficou quieta praticamente o tempo inteiro, só falando para pedir pra ir ao banheiro e de vez em quando pra perguntar se faltava muito pra chegarmos. Finalmente havíamos chegado na minha cidade natal, uma pequena cidadezinha no interior de Luniantes. Eu fui embora há 10 anos atrás para ir me aventurar em Liandria e era meio estranho voltar assim de repente, mas não havia outro lugar pra onde fugir com essa garota. Em nenhum outro lugar iriam me acolher como aqui. - Chegamos.- Falei. - É diferente da Cidade Capital. Os prédios são menores e tem menos gente.-
Era engraçado como um soldado treinado para encarar todo tipo de perigo e que até já havia ido pra uma guerra, estava completamente apavorado para sair com uma garota. Só que não era qualquer garota... Era Lena. Estava meio precário de roupa, já que quando fugi do meu apartamento com Cara não parei para pegar nenhuma, além do casaco que ela estava usando. Então eu acabei tendo que usar as daqui mesmo, o problema era que elas eram da época que eu tinha no máximo 18 anos. O fato disso ter sido há 10 anos atrás reduzia bastante minhas escolhas, já que algumas camisas estavam desbotadas, algumas calças rasgadas, algumas não me cabiam mais, ou simplesmente eram muito infantis pra um adulto usar. No fim eu encontrei dentro do meu antigo guarda roupa um smoking que pertencia ao meu pai, ele me
EU ão sabia agir como uma pessoa normal.Eu e tia Beth tinhamos entrado em um lugar que ela chamou de "loja de roupas’’.- O que a gente faz agora?- Eu perguntei.- Você escolhe uma peça que te agrada. Pode escolher qualquer uma, não tem problema. Eu pago.- Mas como eu vou saber qual vou escolher?- Escolha a que achar mais bonita. Eu acho que já achei uma camisa maravilhosa pra mim. Já volto, enquanto isso tenta escolher alguma coisa.A tia Beth pegou uma camisa e entrou em alguma espécie de cabine escrita "P-R-O-V-A-D-O- R". Eu começei a andar pela loja sem muita certeza do que escolher, até que achei um homem com uma pele super branca. Ele não piscava, nem se mexia, o que era super estranho.- Moço, você está bem?Ele continuou lá parado sem dizer nada.- Moço? Por que
Cara havia me feito gelar.- Do que você está falando?- Eu vi! Vi sua cidade pegando fogo!Ela estava desesperada e aquilo me deixou preocupado. Provavelmente era apenas um sonho, mas ela era a feiticeira no fim das contas, tinha uma chance dos sonhos dela terem algum significado real. Olhei para Lena e ela compartilhava a mesma cara de preocupação que eu.- Calma, ok? Eu tenho certeza de que é só um sonho.- Não, não é. Eu posso sentir, posso sentir a dor das pessoas de lá. É como se uma parte minha estivesse lá... e tenha causado isso.- Ok. Você não está falando coisa com coisa.- Eu também não sei explicar, mas eu sinto uma conexão forte com um homem que eu vi no meu sonho.- Mas que homem?- O nome dele é Staltz, eu o vi em meu sonho.
Eu acordei, ainda estava de madrugada e Lena estava no volante. Já Cara estava no banco de trás mexendo no seu celular, coisa que ela fazia desde que partimos de Cleyra.Estava chovendo um pouco, somado com a escuridão se tornava um desafio enxergar, mas Lena estava indo bem. Por sorte a estrada seguia em linha reta e não havia mais nenhum outro carro na estrada.- Oi, dorminhoco.- Ela disse.- Que horas são?- São cinco e meia, daqui a pouco já vai amanhecer.- Ótimo, porque já estamos bem perto cidade centra
Eu e Klaus havíamos chegado na estação.Nós dois estávamos irreconhecíveis. Eu estava usando uma peruca loira e lentes de contato azuis, que serviam para esconder o verde forte dos meus olhos. Além disso, estava usando um casaco feito de pelo marrom e um chapéu vermelho que parecia ser bem caro. Na verdade toda a roupa que eu estava vestindo parecia ser cara. Eu estava parecendo uma mulher da alta classe, toda arrumada e maquiada. Nunca pensei que alguma vez iria me parecer assim na minha vida. Na minha identidade estava escrito “Marisa Coupet” e nela dizia que eu era uma cidadã da Jacsônia. A foto ao lado de meu nome estava exatamente igual a minha aparência de agora, eles fizeram um ótimo trabalho a falsificando.Klaus estava com o nome de “Jean-Pierre Baptiste” e vestia uma roupa de viagem junto com óculos escuros, além de estar mais bronzeado, o q
Sonhei com o homem que tinha nos atacado no trem.Ele desceu de helicóptero em frente a um edifício branco com bastantes soldados o protegendo. Eu não sabia que lugar era aquele, mas sabia que ficava em Liandria, o céu esverdeado denunciava isso. A aparência do homem ainda estava bem acabada por conta da luta que tivemos.- Bem vindo de volta, senhor Staltz.- Disse um dos soldados.- É, tá, tá. Por que me chamaram aqui, hein? Que saco.- O senhor grão general quer vê-lo.- Aí, só me faltava essa...O homem que se vestia engraçado empurrou o soldado em sua frente e entrou.Logo dentro do prédio, ele passou por uma grande sala com algumas pessoas vestidas de soldados mexendo em computadores e falando em telefones(Eu havia descoberto o que eram essas coisas hoje). Ele então virou no corredor até entrar em
Já era manhã. Da floresta seguimos por uma estrada, provavelmente os carros que estavam passando acharam que éramos um bando de sem teto, já que estávamos sujos e com as roupas rasgadas por conta da luta que tivemos contra meu ex-general louco da cabeça. Quando finalmente havíamos chegado na fronteira com a Jacsônia nos deparamos com um posto de observação militar. Lá haviam vários soldados de guarda, uns vinte no todo e estavam bem armados, o que impossibilitava a entrada de qualquer um sem inspeção.- E agora? Como vamos passar?- Perguntei.- Deixe comigo.- Ophelia disse antes de ir até um dos soldados, nós a seguimos.- Quem são vocês?- Ele perguntou. Em sua farda estava escrito ‘’Jean’’. Ele tinha olhos verdes e seus cabelos eram vermelhos igual ao fogo, além disso tinha pequenas sardas p