Claramente que eles não se davam bem. E de repente tudo mudou, eles não se desgrudavam. Tanto eu quanto Alice desconfiávamos que eles haviam tido algo, mas para mim era apenas uma tensão sexual, não algo tão profundo. Depois de um tempo ela teve suas férias fora de época. Julguei que tivesse sido por causa da decepção amorosa. Meu coração doeu com sua história. Pobre Vivian, por um momento, ela tinha tido tudo e, no momento seguinte, não havia mais nada. — Depois disso, eu realmente saí de férias. Fiquei duas semanas na Itália, e aquele tempo foi bom para mim, mas não curou e nem vai curar esse vazio aqui. — Ela disse, colocando as mãos em direção ao coração. — E meu pai me presenteou com meus silicones. — Ela piscou para mim e soltou uma risada triste. — Eu sinto muito, Vivian, não sabia que você tinha passado por isso. Eu poderia ter lhe dado força, eu não sei, poderia ter feito qualquer coisa. — É essa força que eu gostaria que você tivesse sobre si mesma. Você pode, Nicole! Pel
Segui em direção ao avião. Tinha chegado a minha vez de me virar sozinha, eu não sabia o que me aguardava ou o que iria fazer, ou ainda, se iria dar certo. A única coisa que me importava é que eu tinha alguém para proteger, e fosse qual fosse o caminho que viesse, ele estaria envolto por muito amor. E sobre Madeleine, bem, um dia ela entenderia. A carta que eu escrevi e deixei sobre a mesa lhe daria todas as respostas que precisava. E mesmo que ela não entendesse, uma parte de mim rezava para que, um dia, ela me perdoasse. Madeleine, Eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto entre nós. Uma parte de mim só queria que você entendesse. Eu te decepcionei porque sabia dos seus planos, mas esse bebê é parte de mim e eu quero e vou tê-lo. Ele será muito amado. Não te culpo por ser assim comigo, sei que também te magoei, mas agora preciso de um tempo para mim, e eu sei que vai dar tudo certo. Não se preocupe, estarei bem. E você estava certa, eu não sei nada da vida, portanto, ag
Era um quarto muito grande, com cama de dossel, mais parecia um cômodo para alguém da realeza. Nossa, se aquele era o quarto de hóspedes, imagino o principal. Era tudo perfeito. O lustre. Os papéis de parede. Tinha até um banheiro com uma ducha esplêndida, tudo impecável. — Bom, espero que esteja bom para você. Esse é um dos melhores quartos da casa. O almoço é servido às onze horas, caso esteja à vontade para descer. Se não, posso pedir que lhe tragam aqui, sei que deve estar cansada da viagem. — Oh, sim, claro, seria muito gentileza da sua parte. — Sentei na beirada da cama. — Eu nem sei como agradecer toda essa gentileza. — Sorri para ela, enquanto alisava o lençol de seda floral. — O Sr. Colleri pediu para que você tivesse a melhor recepção possível, ele deverá estar presente à noite, já que está na cidade a negócios. Bom, tire o dia para descansar, amanhã posso lhe familiarizar melhor com os serviços. — Sim. Agradeço. Depois que Maria saiu, senti-me aliviada. Pelo menos part
Acordei, vesti uma calça jeans confortável, uma regata preta e desci. Fui direto para a cozinha e não encontrei ninguém. Segui as vozes e cheguei a uma grande mesa de jantar, que estava fartamente abastecida com todo o tipo de comida. Encontrei Maria, Will e Ben sentados à mesa. — Err... uh... bom dia — acenei vergonhosamente. — Bom dia, querida, por que não se junta a nós? — Maria perguntou de forma gentil. — Ah, sim. — Olhei para a cadeira na outra ponta, onde provavelmente o Sr. Colleri deveria estar sentado, mas não estava. — Ah, perdoe o Sr. Colleri, ele é muito atarefado, mas deixou isso para você. — Ela me entregou um papel dobrado. — Ele disse que estará de volta no almoço, e então a encontrará pessoalmente. — Tá tudo bem. Eu me aproximei e peguei o envelope. Em seguida, sentei-me na cadeira vaga ao lado e abri para ler. Nicole. Me envergonha essa ausência, porém, deve saber que sou um homem muito atarefado. Estarei de volta no almoço, e espero encontrá-la pessoalment
— Nicole. — Ouvi Maria me chamando enquanto deixava a cozinha. — Está tudo bem? Me olha com a testa franzida. E antes mesmo de eu responder ela completa. — Vou ajudar Júlia a pôr a mesa. Será que você poderia deixar a roupa do Sr. Colleri no seu quarto? — ela disse, enquanto estendia uma roupa devidamente dobrada para as minhas mãos. Eu queria negar. De verdade. Mas se eu fosse trabalhar ali precisaria aprender a lidar com incidentes, já que nunca na vida havia cuidado de uma casa. Eu faria o que fosse possível para trabalhar de maneira correta e poder sustentar meu filho. — Ok — respondi, claramente cabisbaixa, depois de pensar um tempo. — Muito obrigada, minha querida. Depois disso, é só se trocar e descer, o Sr. Colleri gosta de comer com todos juntos. — Ela sorriu com tanta ternura que me esqueci o incidente de minutos antes. Segui até o último andar da casa e bati gentilmente na porta. Sem resposta. Bati novamente. Sem resposta. Empurrei de leve a porta e esperei um seg
Duas horas depois, eu já havia voltado do médico. Ele me prescrevera as vitaminas e pílulas necessárias e pediu que eu tivesse atenção extra com a minha alimentação, já que eu estava fora do peso para uma gestante. Guardei os medicamentos na gaveta e me preparei para encontrar o Sr. Colleri. Caminhei pelo corredor e ouvi as vozes de Will e Benjamin na sala de jogos. Ia passando direto quando ouvi a conversa e acabei parando para prestar atenção. — Ele nunca mais foi o mesmo — Will afirmou. — Soube que, depois disso, ele pegou o homem e o manteve em cativeiro. — Cara, eu estava lá. Foi cruel. — Mesmo eu não estando na sala, podia sentir que ele enrijeceu o maxilar, como se ele fosse dizer algo totalmente hediondo. E então completa —Ethan estava certo, foi apenas retaliação ao que o homem havia feito a ele. — Ah! Vamos lá, confesse! Houve boatos de que ele arrancou os dedos da mão e depois os jogou aos cães, bem na frente dele. — Ah, cara, não foi assim. — Ok, ok — Benjamin disse
Passei o dia seguinte recebendo as louças que foram encomendadas para o jantar, organizando o grande Salão Sul e palpitando sobre a decoração. Não vi o Sr. Colleri durante o restante do dia. Will e Benjamin estavam tão ocupados como eu, e Maria estava fora, havia ido visitar a irmã na cidade e só voltaria na noite seguinte. Tive tanta coisa para fazer que mal consegui sentar. Mas finalmente a noite havia chegado e eu estava deitada na confortável cama. Meu celular vibrou na cama e eu atendi no primeiro toque — Nicole! — Alice gritou do outro lado da linha — Estamos com muita saudade! Está tudo bem aí? — Sim claro. — Sorri. — Todos aqui me tratam muito bem. — Você não nos ligou no almoço — Vivian gritou por cima da minha voz. — Desculpe, estive muito ocupada. Colleri vai dar uma festa depois de amanhã e eu estou ajudando a organizar. — Hum... Colleri? Nada de Sr. Colleri? — Vivian disse pausadamente, com desconfiança. — Ai, Vivian, que nojo! Ele deve ter o dobro da idade dela. Q
— Eu não posso fazer isso. E você precisa de um banho! Está fedendo a urina. — Ela me pegou pelo braço e me levou até o grande banheiro de cerâmica branca. Durante o caminho, eu chorei alto, esperneei, tentei me soltar das suas mãos, gritei por alguém. Pela minha mãe. Por meu pai. Qualquer um que pudesse me tirar de lá. Ela tirou minha roupa, ligou o chuveiro e me jogou na água fria, dando-me as costas. — E não demore no banho! — ela disse de forma brusca antes de sair. A água fria batia na minha costas enquanto eu tremia encolhida. Chorei por momentos que pareciam intermináveis. Eu não quero ficar sozinha. Por que me deixaram sozinha? Vi a porta do banheiro se abrir e a luz do corredor entrar. Pequenos pés se aproximaram. Olhei para cima. — Nós vimos o que fizeram com você — uma menina ruiva, aparentemente um pouco mais nova que eu, disse. — Foi cruel. Eu sinto muito. — Ela me deu o sorriso mais gentil que eu havia recebido em dias. — Ela é mesmo uma bruxa! — uma menina loira de