— Vista-se. — As veias nas mãos de Charles, que estavam cerradas em punhos, pareciam prestes a explodir, e seus ombros largos tremiam de raiva.Agora, ele não tinha como explicar a situação, a única coisa que podia fazer era sair dali o mais rápido possível!— Vou ligar para o seu irmão, pedir para ele vir te buscar agora! — Disse Charles, e, sem olhar para trás, virou-se para sair.— Charles! Não... Não vá embora!Dalila se atirou em cima dele, abraçando-o por trás com força. Seu corpo nu e sem vergonha alguma se pressionava contra o dele, como se quisesse fundir-se a ele. — Charles... Estou com medo, estou com muito medo. Não vá embora, por favor, não me deixe sozinha!O homem olhou para ela com puro desprezo e ordenou friamente:— Me solte.— Não... Eu não vou soltar!Dalila, determinada a não desistir, esfregava seu corpo contra as costas largas e cheias de testosterona de Charles, insistindo na farsa. — Desde pequena... Nunca tive namorado. Meu corpo sempre foi puro, nunca foi t
No quarto VIP do hospital, Diogo já estava deitado, vestindo o uniforme do paciente. Seu rosto, antes bonito e bem definido, agora estava pálido, sem qualquer traço de cor, e seus lábios estavam tão brancos quanto pétalas murchas, dando a ele uma aparência frágil e que despertava compaixão.— Sr. Diogo, como o senhor pôde ser tão imprudente! — Cauã, seu secretário, estava ao lado da cama, ainda abalado pelo que havia acontecido. — O senhor tem ideia de que quase foi pisoteado por aquele cavalo? Se tivesse sido, poderia ter perdido a vida ali mesmo! Todos os seus planos, tudo o que o senhor sofreu em País F, teria sido em vão!Diogo abriu lentamente os olhos puxados, com um leve sorriso no canto dos lábios. — Cauã, pelo visto você está mesmo preocupado comigo, cuidando de mim.Cauã ficou surpreso, e lágrimas começaram a brilhar em seus olhos. — Sr. Diogo...Ele estava ao lado de Diogo há oito anos, começando como um simples ajudante e agora ocupando o cargo de secretário. Embora sua p
Diante da franqueza de Olívia, Diogo sentiu como se um gosto amargo de sangue se espalhasse por seus órgãos, enquanto suas mãos apertavam com força as bordas do lençol.— Eu e Charles fomos casados por três anos, mas eu o conheço há muito mais tempo. Muito mais do que você pode imaginar.A voz de Olívia era calma, como se estivesse apenas conversando com um amigo, mas ela não podia negar que, ao tocar nas memórias passadas, uma dor leve e persistente ainda percorria seu corpo. — Houve um tempo em que ele era tudo o que eu tinha na vida. Depois que nos divorciamos, foi como se ele tivesse arrancado meu coração. Ficou um vazio que nunca foi preenchido, como uma deficiência irreparável. Se fosse com você, conseguiria ignorar isso? Conseguiria fingir que tudo não passou de um sonho?— Vivia, eu...— Mas não pense que eu vou passar o resto da vida presa a Charles, como se ele fosse a única árvore disponível para eu me agarrar. — Olívia abanou a mão, afastando qualquer sombra de tristeza qu
Bang! Olívia bateu a porta do banheiro com força, sentando-se no último vaso sanitário, mordendo os lábios rosados enquanto rolava furiosamente pelo Twitter, vendo os tópicos e comentários em alta. Gotas de suor, grandes como pérolas, caíam uma a uma sobre os comentários cortantes na tela.[Hahaha! Eu sabia! Homens são todos iguais, cheios de mentiras, só pensam em sexo! Não era Charles quem supostamente estava todo apaixonado por Olívia? Ele sempre a defendia em público, mas agora está envolvido com Dalila? Que nojento!][Confirmado: o maior canalha do século!][Charles só queria se alavancar no Grupo Bastos, virar genro bilionário! Se ele tivesse casado com Olívia, seria a aliança perfeita entre o Grupo Marques e o Grupo Bastos. Com Érico como sogro, quem ousaria enfrentá-lo?][Sério? Charles não precisa rastejar tanto, ele já é bilionário por conta própria...][Ah, para com isso, quem nunca acha que tem dinheiro demais?]Olívia, com os olhos sombrios, apertava o tecido de sua blusa
Na tela, não apareceu um nome, mas sim uma sequência de números.Charles sempre teve dois números, um pessoal e outro para o trabalho. Ela conhecia ambos de cor.Ele costumava ligar para ela apenas pelo número pessoal, o que tornava essa chamada um tanto estranha.O coração de Olívia apertou por um instante, enquanto atendia e lentamente encostava o celular no ouvido, sem dizer uma palavra.— Vivia! — A voz de Charles estava rouca, quase irreconhecível.Olívia manteve os lábios cerrados, as longas pestanas tremendo ligeiramente.— Vivia, por favor, acredite em mim, armaram uma cilada para mim!Charles sabia que ela atender ao telefone já era um milagre, então foi direto ao ponto: — Isso é uma armadilha complexa, algo que Dalila sozinha jamais poderia arquitetar. Alguém está ajudando-a nos bastidores! E mais, o isco que me jogaram não foi Dalila... Foi você!— Daqui a meia hora. — Olívia finalmente falou, com os olhos tristes e pesados. — Encontre-me no parque de diversões perto do Vil
— Hum, então vai ser fácil resolver. — Diogo sorriu levemente, com um toque de sarcasmo. — Você fez algo importante para mim esta noite, obrigado pelo esforço.— Sr. Diogo, não diga isso! Minha vida pertence ao senhor. Faria qualquer coisa por você, não importa o que seja! — A voz de Bruna era suave, mas carregada de emoção.Diogo, com a expressão fria, respondeu em um tom firme: — Vou mandar alguém entregar uma passagem de avião para você, e também depositarei uma quantia em sua conta. Será o suficiente para você viajar por um ano, talvez mais. Se o dinheiro acabar, avise Cauã, e ele enviará mais.Bruna prendeu a respiração, sentindo o pânico. — Sr. Diogo, você está me dispensando?— Charles caiu na nossa armadilha, mas ele não vai aceitar isso facilmente. Ele vai começar a investigar imediatamente. Ele não é burro, só perdeu a cabeça desta vez por causa de Olívia. Para evitar complicações desnecessárias, é melhor você sumir por um tempo. O Doce Diabo ficará sob a responsabilidade d
Charles avançou com os olhos vermelhos, a respiração quente e trêmula se chocando contra o nariz rosado de Olívia, enquanto ele estendia a mão, querendo abraçá-la.— Não me toque!Olívia, como um porco-espinho com os espinhos erguidos, recuou um passo e, em um momento de desespero, jogou o sorvete que segurava direto na lapela do homem!— Vivia! Estou falando a verdade!Charles manteve os braços paralisados no ar, dividido entre se aproximar e o medo de que ela o desprezasse, quase enlouquecendo com a indecisão.— Eu te liguei esta noite, várias vezes, e você não atendeu! Pensei que algo tivesse acontecido com você. Passei a noite inteira preocupado!Olívia ficou momentaneamente surpresa.Ele havia ligado várias vezes? Quando isso aconteceu?Ele devia estar mentindo. Não recebeu nenhuma ligação! Mentiroso, nem se deu ao trabalho de inventar uma desculpa convincente.— Depois, recebi algumas fotos de um número anônimo. Nas fotos, você estava sendo levada a um hotel por um homem estranho
— Diogo! — Charles gritou.— Presidente Charles, em vez de ficar criando suspeitas, pense em como vai explicar isso para a família Júnior, como vai se justificar com seu bom amigo Benjamin. A Srta. Dalila é uma mulher de total integridade e agora está envolvida em uma situação dessas. Se vocês não se casarem, será difícil de resolver, não acha? — Diogo sorriu com os olhos semicerrados.— Dido, pare de falar. Vamos embora. Olívia sentia como se uma faca cega estivesse cortando seu coração repetidamente. Ela só queria sair dali imediatamente, o mais longe possível de Charles.No momento em que os dois estavam se virando para sair, Charles, com a voz rouca, perguntou: — Você passou a noite toda com ele? Vocês estiveram juntos o tempo todo? — Estamos sempre juntos. — Olívia disse, de costas para ele, com um tom indiferente.— Olívia... Ele é tão importante para você? Mais do que eu? — Charles tremia de nervoso, seus lábios finos lutando para se manter controlados, mas ainda assim tremia