Ao sair da sala de concertos, Dalila, como quando criança, não largava a mão de Charles pelo caminho, contando-lhe sobre suas experiências no exterior e expressando com tagarelice sua saudade dele.A única diferença em relação à infância era que antes ela segurava a mão de Benjamin com a esquerda e a de Charles com a direita.Mas agora, seu irmão mais velho se tornara um mero carregador, completamente esquecido. Seu coração estava todo voltado para Charles.Benjamin os seguia atrás, com os lábios caídos, o rosto visivelmente desolado. Olívia o tinha largado e sua irmã também o ignorava, fazendo com que ele, que era considerado o maior playboy de Yexnard, começasse a duvidar de si mesmo.Ao chegarem ao estacionamento, Charles parou bruscamente, respirando fundo, e retirou a mão com firmeza da palma de Dalila.- Charles? O que foi? - Dalila piscou os olhos inocentemente, a mão paralisada no ar.- Lila. - Charles virou o rosto severo, o olhar não mais como na infância, carregado de dista
A noite estava fria como o gelo e nem uma estrela no céu. O carro luxoso parou em Vila dos Lagos e Charles desceu do carro sozinho, ordenando ao motorista: - Leve o Dante de volta, vou entrar sozinho. Não é preciso me acompanhar.- Presidente Charles, parece que vai chover. Trovejou alto quando o senhor chegou. O caminho da entrada até a mansão é bem longo, então eu o acompanho até lá, tudo bem? - Dante se preocupou.- Não é necessário. - Charles franziu o cenho, ajeitando levemente o nó da gravata. - Estou me sentindo um pouco sufocado e quero caminhar sozinho. Pode ir embora.- Sim... Presidente Charles. Dante ficou observando Charles atentamente pela janela do carro, até que este desaparecesse na escuridão da noite.Charles suspirou profundamente e seguiu em direção à mansão. Mal havia dado alguns passos quando um forte trovão irrompeu do céu. A chuva começou a cair.Quando finalmente chegou à mansão, Charles estava completamente encharcado, da cabeça aos pés. O vento frio e a fo
Mas ela tinha um laço muito próximo apenas com a Chica, por uma única razão: Chica era a filha da família Marques. Ela achava que apenas alguém da nobre linhagem da família Marques merecia ser sua companheira.- Oi, Chica, você está tão linda hoje! E ainda trouxe presentes, que gentileza a sua!Dalila exibiu um sorriso radiante ao ir receber Chica na porta, as duas de mãos dadas, parecendo um par de melhores amigas.- Lila! Eu senti tanta sua falta! Você está ainda mais bonita do que da última vez que nos vimos!Chica encheu a outra de elogios, mas também tinha seus próprios planos secretos.Era bem conhecido que Benjamin era um irmão superprotetor. Se ela conseguisse se aproximar dessa moça, então teria uma desculpa perfeita para frequentar a casa de BenjaminEla poderia aproveitar a oportunidade para conquistar ainda mais o carinho da mãe de Benjamin, e pedir a Dalila que intercedesse por ela junto ao Benjamin. Assim, tornando-se nora da família Júnior seria apenas uma questão de te
Benjamin saiu. A mãe de Benjamin, Íris, ainda não tinha voltado do exterior, onde estava se tratando. O plano de Chica de conquistar a futura sogra havia fracassado por enquanto.No entanto, só de pensar que Benjamin tinha aceitado seu presente, Chica ficou exultante e provavelmente não conseguiria dormir bem à noite.À tarde, as duas estavam apreciando os lindos tons de outono e tomando chá no enorme ipê-amarelo nos fundos da casa da família Júnior.- Lila, quando foi que você se encontrou com essa tal de Olívia? - Chica ficou alerta, com uma mistura de raiva e medo em relação a Olívia.- Foi anteontem, durante a apresentação musical da minha mestra. Eu a vi por acaso nos bastidores. - Dalila, cruzando as pernas, tomou um gole de seu chá e perguntou de soslaio. - Pelo seu tom de voz, parece que você tem uma rixa com essa Olívia.- Rixa? É uma inimizade mortal!- Nossa, é tão grave assim?- Lila, você está fora do país há tanto tempo que não sabe de muita coisa. Essa Olívia é uma verda
- Mas seus pais te amam, e você pode me ajudar a transmitir informações, ser meu agente infiltrado. Se unirmos forças, também poderemos lidar com aquela Olívia. No final, os benefícios superarão os custos! - Os olhos de Dalila brilhavam com desejo.Ao ouvir que teriam que lidar com Olívia, Chica ficou imediatamente animada e cheia de energia. - Ótimo, então vamos fazer uma aliança! Vamos ver como aquela vadia da Olívia ainda vai se atrever a se exibir em Yexnard!Dalila cruzou os braços, seus lábios rosados curvados em um sorriso arrogante e confiante.Desde pequena, ela havia sido uma princesa criada em luxo pela família endinheirada. Sua mãe e irmão sempre a mimaram demais, e desde a infância ela estudava com membros da realeza. Ela ganhava prêmios internacionais com facilidade, sua vida inteira transcorrendo sob os holofotes e aplausos. Ela nunca havia perdido para ninguém, e sempre conseguia o que queria.“Minhas mãos, reservo-as para serem seguradas por uma mulher.”Ao lembrar de
Olívia olhou fixamente para ele: - Você... O que você está fazendo aqui?Breno, que estava atrás, viu Diogo aparecer de repente mais uma vez e seu coração afundou, apertando os punhos discretamente.- Eles me disseram que apenas a Srta. Olívia pode usar este elevador, então eu esperei aqui. - Diogo sorriu suavemente, desviando o assunto.- Não é isso que estou perguntando, estou perguntando por que você veio me procurar? - A testa de Olívia se enrugou.- Hoje à noite, meu pai vai visitar sua casa, não é? Você não vai voltar para Matear? - Diogo sorriu calmamente. - Então vim buscá-la, para irmos juntos para Matear.Olívia mordeu suavemente os lábios vermelhos, com alguma dúvida.Isso parecia lógico.Mas ainda não era totalmente convincente.- Muito obrigada, Sr. Diogo, por ter vindo me buscar, mas meu irmão Gilbert já combinou de vir me pegar, ele deve estar chegando logo, então irei com ele. Nos vemos mais tarde em casa. - Olívia ainda sorriu educadamente.- Eu já informei ao Sr. Gil
Enquanto isso, do outro lado da rua, os vidros escuros da Lamborghini preta lentamente se abaixaram, revelando o rosto encantador de Charles. Seus lábios estavam cerrados e seus olhos frios e levemente avermelhados, observando fixamente o Bentley que se afastava. Ao se lembrar das imagens de Olívia e Diogo juntos, seu coração deu um salto doloroso e seu corpo foi tomado por um frio cortante.Ele não havia conseguido dormir durante dois dias e até os remédios para dormir não surtiam mais efeito.Desde aquele dia no concerto, quando se despediram, Charles andava distante e distraído, algo incomum para alguém tão focado no trabalho. Até mesmo em reuniões, suas atenções se dispersavam e ele não conseguia acompanhar os relatórios.Ele não sabia explicar esse comportamento, mas sabia que era Olívia a causa de sua insônia.Por isso, sem avisar nem mesmo a Dante, ele veio sozinho de carro até o Village Garden Hotel, esperando desde a tarde até agora.Não podia negar, ele queria ver Olívia. P
Na sala de estar do primeiro andar, Gilbert, Pietro e Vasco, que estava vestido de maneira adequada, junto com duas senhoras, já haviam recebido Sr. Tiago e seu filho mais velho, Gael.- Gilbert, Pietro! Vocês estão ficando cada vez mais bonitos, não, desculpe-me, agora devo chamá-los de Sr. Gilbert e Sr. Pietro. Ah! Então esse é o seu filho caçula, Vasco, Sra. Maia? Hein, da última vez que o vi, ele ainda era um menino travesso e fofo, e agora se tornou um homem tão elegante e atraente! Onde ele está trabalhando atualmente?O presidente do Grupo Moura, Sr. Tiago, cumprimentou afetuosamente cada um dos filhos da família Bastos.- Eu sou policial, trabalhando na delegacia de investigações, Sr. Tiago. - Vasco respondeu com um sorriso discreto.- Você se tornou... Policial? - Tiago ficou um tanto surpreso, seus olhos brilhantes.Aos olhos deste grande empresário, os policiais eram os servidores públicos de nível mais baixo, ganhando pouco e enfrentando perigos, tendo de realizar os trabal