Enquanto isso, do outro lado da rua, os vidros escuros da Lamborghini preta lentamente se abaixaram, revelando o rosto encantador de Charles. Seus lábios estavam cerrados e seus olhos frios e levemente avermelhados, observando fixamente o Bentley que se afastava. Ao se lembrar das imagens de Olívia e Diogo juntos, seu coração deu um salto doloroso e seu corpo foi tomado por um frio cortante.Ele não havia conseguido dormir durante dois dias e até os remédios para dormir não surtiam mais efeito.Desde aquele dia no concerto, quando se despediram, Charles andava distante e distraído, algo incomum para alguém tão focado no trabalho. Até mesmo em reuniões, suas atenções se dispersavam e ele não conseguia acompanhar os relatórios.Ele não sabia explicar esse comportamento, mas sabia que era Olívia a causa de sua insônia.Por isso, sem avisar nem mesmo a Dante, ele veio sozinho de carro até o Village Garden Hotel, esperando desde a tarde até agora.Não podia negar, ele queria ver Olívia. P
Na sala de estar do primeiro andar, Gilbert, Pietro e Vasco, que estava vestido de maneira adequada, junto com duas senhoras, já haviam recebido Sr. Tiago e seu filho mais velho, Gael.- Gilbert, Pietro! Vocês estão ficando cada vez mais bonitos, não, desculpe-me, agora devo chamá-los de Sr. Gilbert e Sr. Pietro. Ah! Então esse é o seu filho caçula, Vasco, Sra. Maia? Hein, da última vez que o vi, ele ainda era um menino travesso e fofo, e agora se tornou um homem tão elegante e atraente! Onde ele está trabalhando atualmente?O presidente do Grupo Moura, Sr. Tiago, cumprimentou afetuosamente cada um dos filhos da família Bastos.- Eu sou policial, trabalhando na delegacia de investigações, Sr. Tiago. - Vasco respondeu com um sorriso discreto.- Você se tornou... Policial? - Tiago ficou um tanto surpreso, seus olhos brilhantes.Aos olhos deste grande empresário, os policiais eram os servidores públicos de nível mais baixo, ganhando pouco e enfrentando perigos, tendo de realizar os trabal
- Oi, Sr. Érico! - Gael se aproximou da Érico e fez uma reverência educada para cumprimentá-lo.Ele era meio-irmão de Diogo, então não se pareciam muito fisicamente. Diogo tinha um rosto delicado e atraente, com uma personalidade gentil; já Gael tinha traços mais angulares, sobrancelhas grossas e olhar penetrante como o do pai, além de uma estatura alta e forte.- Oi Gael, tudo bem com você? - Érico sorriu carinhosamente para esse jovem membro da família Moura, afinal, ele também o viu crescer. - Tiago, você não disse que traria o filho caçula também? Faz tanto tempo que não vejo o Diogo, por que ele não veio com você?- Ah, sabe como é, aquele moleque disse que tinha um compromisso de última hora e que ia chegar depois. - Tiago respondeu, olhando ao redor.- E a Vivia, Érico? Você não disse que ela também viria hoje à noite? - Tiago questionou, confuso.- Bem, a Vivia também disse que tinha algumas coisas para resolver primeiro e que ia vir mais tarde. - Érico não entendia muito bem
De repente, o salão ficou em silêncio, o ambiente se tornando estranhamente sutil.Olívia se virou surpresa, encontrando os olhos suaves de Diogo.O chamado de "Vivia" feito por Diogo fez o rosto de Gael ficar ainda mais sombrio.Érico olhou para sua filha querida, então observou Diogo, seu olhar se tornando indecifrável, mas ele apenas sorriu levemente: - Diogo veio especialmente buscar Vivia? Que incomodo.- Sr. Érico, não é nada demais.Pietro cutucou o braço de Gilbert ao seu lado e perguntou baixinho: - Gilbert, desde quando minha irmãzinha e o Diogo são tão chegados, eu nem sabia disso!- Será que tudo sobre a Vivia precisa que você saiba? - Gilbert respondeu casualmente.- Então você sabe que eles são tão íntimos?- Claro que sei.- Pô! Você está se exibindo pra mim?- Fui eu quem pediu para o Diogo buscar a Vivia.Pietro inspirou profundamente:- Mano, como você pode entregar a irmãzinha pra outro cara assim? Hoje em dia, as pessoas conhecem a fachada, mas não sabem o que há
À mesa do jantar, todos desfrutavam dos deliciosos pratos e do precioso vinho Lafite que Érico guardara por décadas. O ambiente era tão acolhedor quanto nos velhos tempos.Na verdade, para aqueles dois magnatas dos negócios, aquela refeição não passava de uma oportunidade de relembrarem os velhos tempos, não diferindo muito daquelas de vinte anos atrás. A grande diferença era que agora eles tinham filhos e netos para completar o quadro familiar.E desta vez, Tiago viera com um propósito específico: encontrar noras para seus dois filhos solteiros.Durante o jantar, Gael ocupava o lugar em frente a Olívia, enquanto Diogo sentava-se ao seu lado. A longa e larga mesa criava uma distância entre os que estavam em lados opostos, dando a estes uma evidente desvantagem em relação aos que se encontravam lado a lado.Gael via, impotente, o irmão caçula galanteando Olívia com toda a sua delicadeza e atenção, seus olhos brilhando com uma chama contida, quase deformando o garfo em sua mão de tanta
Ao encarar a zombaria de Diogo, o rosto de Gael mudou de repente e ele apertou os punhos discretamente.Naturalmente, os membros da família Bastos fingiam estar alheios à situação, mas Tiago, naquele momento, estava atento e seu olhar em direção a Diogo deixava transparecer certo descontentamento.- Vivia, você deve mesmo tomar um pouco de bebida para se aquecer. Deixe-me pedir um uísque para você, uma dose pequena não faz mal. - Diogo sorriu com doçura para ela, ignorando o semblante carregado de Gael.- Ah... Na verdade, eu bebo qualquer coisa. - Olívia, acuada entre os dois jovens da família Moura, ficou um pouco constrangida e respondeu sem muita empolgação, com um sorriso encabulado. - Mas, se puder, prefiro uma cerveja...Para sua surpresa, os irmãos Moura a fitaram em uníssono: - Nem pensar! Faz mal para a gota!…Quando o jantar chegava ao fim, Diogo se levantou e se ausentou por um momento, indo até o banheiro.Diante da pia, Diogo não parava de esfregar as mãos, aplicando re
Contanto que ele conseguisse vê-la, contanto que ele conseguisse vê-la... De repente, os grandes portões da Vila Werland se abriram lentamente.O coração de Charles disparou, todo o seu corpo ficou tenso, seu corpo alto e esbelto se inclinou bruscamente para frente.Seus olhos brilhavam, fitando fixamente em direção aos portões, sua respiração até ficou mais pesada.No entanto, quando Diogo apareceu em sua visão com um sorriso de escárnio, caminhando de forma despreocupada, o coração acelerado de Charles afundou.Charles olhou friamente para o homem que se aproximava dele.- Presidente Charles, você apareceu sem ser convidado, não é muito mal-educado e impróprio da sua parte? - Diogo o encarou com um olhar zombeteiro.O rosto de Charles permaneceu inexpressivo:- O que eu faço aqui não é da sua conta.- Charles, você sempre foi tão desleixado e um mau perdedor, não é mesmo? - Diogo zombou com desprezo. - Eu sei por que você veio aqui, e sei o que você está pensando. Você se arrepende,
Tendo as costas viradas para ela, Charles sentiu um estremecimento em seu peito e um sorriso involuntário em seus lábios. No entanto, naquele momento, ele não tinha coragem de enfrentá-la.Diogo mantinha os lábios firmemente cerrados, com sombras turvando seu olhar.Embora Olívia e Charles estivessem divorciados e a separação tivesse sido desastrosa, ele ainda podia sentir, de alguma forma, fios sutis de emoções obscuras puxando entre os dois.- Charles, já que você veio, então fale claramente antes de sair. Não fique aí esgueirando-se como um ladrão, não quero ter pesadelos à noite. - Olívia avançou um passo, encarando firmemente a imponente silhueta do homem.Engolindo em seco, Charles se voltou para ela e disse, pausadamente: - Não é nada, eu só tenho tido insônia estes dias.Olívia franziu levemente as sobrancelhas, sem entender o que a insônia de Charles tinha a ver com vir até Matear procurá-la. Será que aquele idiota achava que a insônia tinha algo a ver com ela?- Então tome