— Yasmin, hoje à noite eu e Charles vamos te buscar na frente do seu prédio. Pode ficar tranquila, não vamos deixar ninguém perceber. — Olívia disse com firmeza, enquanto sentia seu coração bater acelerado. — Eu não tenho medo de ser descoberta, só que esse é o único horário em que consigo sair. — Yasmin suspirou, com uma ponta de frustração em sua voz. — Estamos indo para garantir a sua segurança. — Charles falou, sua voz grave e o semblante sério. — É bem provável que a família Moura esteja monitorando seus movimentos. Se você sair de forma imprudente e eles perceberem, isso pode te colocar em perigo. Yasmin ficou momentaneamente em choque. — Olívia, quem é ele... — Yasmin, não precisa se assustar. É meu namorado, Charles. Ele está comigo. — Olívia ergueu o rosto com um sorriso leve, enquanto levantava a mão delicada. Charles, como um cavalheiro servindo sua rainha, inclinou-se com elegância, aproximando seu rosto perfeito até que seus narizes se tocassem. Olívia, ligeiram
As palavras apaixonadas de Charles deixaram Olívia com os olhos marejados. Sem pensar duas vezes, ela se inclinou e lhe deu um beijo estalado nos lábios. O humor do homem mudou instantaneamente. Com um sorriso satisfeito, ele segurou a cintura fina e macia dela com suas mãos grandes e, num movimento ágil, a levantou, girando-a no ar como se fosse a coisa mais simples do mundo. — Ah! Não! De repente, Olívia sentiu o corpo ficar frio. A toalha que estava enrolada em sua cintura escorregou sem que percebesse, voando para longe e deixando-a completamente exposta. Charles ficou imóvel por um momento, seus olhos se enchendo de desejo ao contemplar a visão arrebatadora diante dele. — Eu acho que está perfeito assim. — Ele sorriu de maneira maliciosa, inclinando-se para pegá-la no colo. Enquanto caminhava em direção ao quarto, seus lábios iam explorando cada centímetro da pele dela. — O que... O que você vai fazer? Eu acabei de sair do banho! — Olívia protestou, batendo de leve no pe
— O que você disse? A Yasmin foi levada pela Olívia e pelo Charles? No quarto, Jair estava em cima de Solange, a esposa que ele tratava com desprezo. Ele a pressionava contra a cama, arrancando sua camisola de forma agressiva, pronto para satisfazer seus próprios desejos. Desde que Diogo conseguiu ganhar influência e conquistou o favoritismo do pai, Jair vinha sentindo uma pressão insuportável. Para ele, a única forma de manter sua posição no clã Moura era garantir um herdeiro o mais rápido possível. Por isso, sempre que tinha forças, obrigava Solange a dormir com ele, como uma máquina de reprodução, tudo para gerar o primeiro neto da família. O patriarca da família valorizava acima de tudo a continuidade do sangue, e quanto mais netos, melhor. Jair sabia que, como primogênito, se tivesse o primeiro neto da família, reforçaria sua posição e ganharia mais poder contra Diogo. No entanto, quando ele estava prestes a consumar sua intenção, o toque urgente do celular interrompeu tud
— Eu já não te disse para não se meter nos meus assuntos? Não pergunte, não questione! E agora você tem a ousadia de sentir pena daquela garota insignificante? Está tentando me desafiar, Solange? Tudo o que faço é pelo bem da família Moura! O tapa de Jair foi tão violento que Solange sentiu a visão escurecer, enquanto um zumbido ensurdecedor preenchia seus ouvidos. Tremendo de medo, ela tentou conter o pânico e, balbuciando, tentou se justificar: — N-não é pena... É só que... Estou pensando no seu bem. Ter sangue nas mãos nunca é algo bom, Jair. Se a polícia começar a investigar e chegar até você... Mesmo que não encontrem provas diretas, isso pode manchar sua reputação. E se Diogo usar isso contra você? Ele pode aproveitar a oportunidade para abalar sua posição no grupo e no clã. Além disso... Por mais que você e Gael sejam próximos, não vale a pena sujar suas mãos por ele... As palavras dela fizeram Jair relaxar um pouco. Ele soltou uma risada fria, mas sua expressão continuava
Ela não questionou os motivos de Yasmin, nem queria pressioná-la de forma alguma. — Eu só... Só não esperava... Que vocês fossem tão... Tão bons comigo... — Yasmin disse, com os olhos inchados de tanto chorar, a voz falhando entre os soluços. — Eu sei... Eu sei que é porque eu... Sou a testemunha contra o Gael... Mas... Mesmo assim... Obrigada... Obrigada por me respeitarem... O rosto molhado pelas lágrimas, as palavras trêmulas e fragmentadas, tudo nela parecia carregar uma dor insuportável. Olívia e Charles sentiram um nó sufocante na garganta, como se mãos invisíveis os estivessem estrangulando. Dante, por sua vez, franziu as sobrancelhas, enquanto lutava para conter o turbilhão de emoções que ameaçava transbordar. A revolta dentro dele era quase palpável. Yasmin, com apenas 17 anos, já carregava cicatrizes tão profundas que pareciam impossíveis de se curar. Tudo isso por culpa de Gael. Ele pensava, amargamente: “Se ele não for para o inferno, quem irá?” — Yasmin, não é por
Antes de conhecê-la, Dante achava que aquela garota de origem humilde só queria buscar proteção de Charles e Olívia. Mas, ao ouvir aquelas palavras tão sinceras e cheias de clareza, ele se sentiu pequeno, mesquinho, como se sua visão limitada do mundo fosse um reflexo de sua própria mediocridade. Comparado à inteligência e à lucidez de Yasmin, ele parecia insignificante e raso. — Pensar assim... É admirável, Yasmin. — Olívia, com os olhos marejados, abraçou-a novamente. — No futuro, quando tudo isso passar, quero te apresentar à minha irmã. Tenho certeza de que vocês duas se darão muito bem. …Naquela noite, Yasmin contou, sem esconder nenhum detalhe, todo o horror que havia vivido nas mãos de Gael. Ela começou a relatar sua história. O pai havia morrido cedo, deixando a mãe sozinha para sustentá-la. Para garantir que Yasmin pudesse continuar estudando, sua mãe assumiu três empregos ao mesmo tempo, trabalhando quase todas as madrugadas. Às vezes, de tanto esforço, chegava a ter
Quando tudo foi devidamente organizado, já era alta madrugada. Por preocupação com a segurança de Yasmin, Olívia havia decidido mantê-la em sua casa até que toda a situação envolvendo Gael fosse resolvida. Por um lado, isso garantiria que a jovem testemunha estivesse protegida; por outro, Olívia sentia uma afinidade genuína por aquela garota de história tão sofrida, mas com uma força de vontade admirável. No entanto, Yasmin insistiu em voltar para casa. Sua mãe tinha sérios problemas no coração, e, além dos riscos de descobrirem que ela havia procurado ajuda, o simples fato de sua mãe acordar à noite e não encontrá-la poderia causar um susto capaz de desencadear uma nova crise. Felizmente, a mãe de Yasmin ainda não havia ligado para ela naquela noite. Com certeza, estava dormindo profundamente. Era como se o deus estivesse conspirando a favor daquela jovem corajosa. Dante acompanhou Yasmin até o carro, cuidando dela com uma atenção quase paternal. Enquanto isso, Charles saiu
Quando voltou para casa, Yasmin estava exausta. Depois de desabafar tanto com Olívia e chorar até não ter mais forças, ela simplesmente desmaiou na cama, dormindo direto até a tarde do dia seguinte. Quando acordou, encontrou a casa vazia. Sua mãe havia saído para trabalhar na casa da vizinha. Yasmin, sem ânimo para sair, decidiu ligar para o dono da loja de costura onde já havia trabalhado e encomendou alguns tecidos. Ela queria começar a fazer a mochila para Dante. Se fosse outra pessoa, talvez ela não se desse ao trabalho de realizar algo tão trabalhoso. Mas, quando Dante fez o pedido, havia algo na sinceridade do olhar dele, na forma cuidadosa e genuína com que falou, que fez Yasmin se sentir tocada. Desde então, ela não conseguia tirar isso da cabeça e queria terminar o mais rápido possível. À noite, o dono da loja ligou de volta, informando que os tecidos já estavam a caminho. Ele havia pedido a um funcionário para entregá-los na porta de sua casa. Yasmin agradeceu e começou