— Olívia tem um caráter exemplar, disso todos vocês já sabem. Durante todo esse tempo, ficou claro para o mundo inteiro quem ela é. Agora, pensem comigo: se meu irmão fosse realmente um monstro, alguém desprezível, vocês acham que Olívia, com sua reputação impecável, teria feito a cirurgia nele? Não seria isso o mesmo que ajudar um criminoso? — Jair lançou a pergunta com um sorriso calculado. Suas palavras, cuidadosamente planejadas, causaram comoção imediata. A verdade era que Gael já havia ultrapassado qualquer limite. Ele era um caso perdido, uma ruína completa. Todos sabiam que ele não prestava, e Jair, longe de tentar limpar a imagem do irmão, apenas fazia o possível para livrá-lo da cadeia. O que os outros pensassem dele, sinceramente, não fazia a menor diferença. Mas Olívia era uma história completamente diferente. Ao expor publicamente o fato de que ela havia operado Gael, e justamente agora, Jair não apenas colocava uma sombra sobre sua reputação, mas também insinuava qu
— Deixa pra lá. Não dá pra controlar o que as pessoas dizem. Deixe que falem. Se Jair acha que me atacar assim vai me abalar ou me fazer desanimar, então ele me subestimou completamente. — Olívia ergueu o queixo delicado, esboçando um leve sorriso, cheio de desdém. — Não precisamos fazer absolutamente nada. — Vivia... — Charles respirou de forma pesada, preocupado, enquanto apertava a mão dela com força. — Ora, se não forem os haters que me destacam como uma figura pública, quem será? — Olívia deu um sorriso audacioso e acenou com a mão, como se afastasse qualquer preocupação. — Tentar se justificar é o ato mais tolo que existe. Se alguém disser que o seu coração é sujo, você vai arrancá-lo pra provar o contrário? Quanto ao Jair, esqueça. Ele é só um agitador de merda. Frutas podres caem sozinhas, sem que precisemos mexer. Dizendo isso, o olhar de Olívia voltou a ficar sério, como gelo cobrindo a superfície de um lago. — O que realmente me preocupa agora são aquelas garotas. El
[Olívia fez uma cirurgia no Gael? Dedicando tanto esforço para salvar um monstro desses? Será que esses dois têm algum caso?][Eu sabia! Esses magnatas são todos farinha do mesmo saco. No final das contas, é só troca de favores. Até a Olívia, que parecia tão íntegra e correta, acabou se rendendo. Quem sofre somos nós, pobres mortais.][Olívia, você me decepcionou! Estou deixando de ser fã. Você não passa de mais uma hipócrita!] — Hahahaha! Mano, olha só esses comentários! Isso tá bom demais! — Gael gargalhava, balançando freneticamente a perna cruzada. — Tem até gente dizendo que eu e a Olívia temos um caso! Hahaha... O Charles deve estar puto da vida! Será que ele vai vir correndo aqui com uma faca pra me matar? Porra, seria ótimo se eu realmente tivesse algo com a Olívia. Aquele corpo dela... Toda curvinha no lugar certo... Deve ser um sonho meter nela! As palavras sujas de Gael eram nojentas ao extremo. Jair, com o rosto fechado, interrompeu com frieza: — Sonho? E você ainda a
Gael encarava Diogo com um ódio quase palpável, os olhos fixos naquele rosto que encenava inocência e bondade com perfeição. A raiva, que parecia subir diretamente de suas entranhas, estava prestes a explodir.Quando ele já não conseguia mais se controlar, Jair interveio a tempo, lançando-lhe um olhar discreto. Aquele olhar frio e calculista foi suficiente para trazer um pouco de lucidez à mente descontrolada de Gael.Ainda no carro, Jair já tinha deixado claro que, dessa vez, talvez não fosse Olívia quem estivesse por trás do caos.— Se a Olívia quisesse acabar com você, teria feito isso na época em que você prejudicou a irmã dela. Não teria esperado até agora. Além disso, quem sabe de todos os detalhes das suas sujeiras? Fora eu, só tem mais uma pessoa.— Quem? Quem é o desgraçado que tá querendo ferrar comigo? Vou acabar com ele, vou transformá-lo em pó!— Tábata.— É isso... Só pode ser ela! Aquela vagabunda ingrata! Deve ter me denunciado pra polícia pra conseguir reduzir a pena!
Com um sorriso afável, Jair deu um passo à frente e deu um leve tapa no ombro de Diogo, falando num tom suave:— Papai já não é mais jovem e tem andado muito desgastado ultimamente. Ele precisa descansar um pouco. De agora em diante, qualquer questão de trabalho, trate diretamente comigo. Não precisa mais incomodá-lo.— É isso mesmo, Dido. — Tiago acrescentou, concordando de imediato. — Seu irmão é o presidente da empresa. Você ainda tem muito o que aprender com ele. Aproveite essa oportunidade para trocar experiências com Jair e crescer junto com ele.Diogo manteve o olhar fixo nos olhos de Jair, que pareciam duas cavernas escuras, cheias de segundas intenções. Apesar do ódio fervendo por dentro, ele sorriu de maneira educada e até humilde:— Irmão, você realmente é muito habilidoso. Eu ainda tenho muito o que aprender com você. Espero que esse seu projeto traga resultados tão bons quanto você promete.Ao sair do escritório, Diogo caminhava pelo corredor com passos firmes e uma expres
— A Vivia de hoje, para mim, é como uma deusa sagrada, inalcançável e intocável. Eu já não consigo sequer me aproximar dela, por mais que me esforce. Essa dor de vê-la tão distante, tão fora do meu alcance, é algo que você nunca seria capaz de entender. — Diogo fechou os olhos, e seu peito pareceu se apertar, como uma prisão inquebrável. Seu coração, uma fera selvagem encurralada, batia freneticamente, tentando escapar de correntes invisíveis que o sufocavam. — Antes, eu só queria que ela fosse feliz. Mas agora... Agora eu quero sujá-la. Se ela é um anjo imaculado, quero arrastá-la para o chão, fazê-la cair do pedestal e mergulhar comigo na lama. Ele pensou com uma intensidade sombria: “Olívia, eu sou um escorpião, envenenado até os ossos. Escorpiões matam os sapos que os ajudam a atravessar o rio, porque essa é a sua natureza cruel. Mas você... Eu nunca poderia matar você. Vou amar você à minha maneira.”…Charles não demorou muito para encontrar o endereço das duas vítimas. N
— É aqui. Este é o endereço da Yasmin. — Dante disse enquanto olhava ao redor, visivelmente desconfortável.Vindo de uma família rica, Dante, apesar de anos de trabalho ao lado de Charles, raramente tinha se deparado com um ambiente tão precário como aquele. O cenário era típico de bairros humildes, com construções desgastadas e ruas em más condições. Sem seguranças acompanhando, ele estava claramente em alerta.Charles, no entanto, desceu do carro com a tranquilidade de quem estava em casa.A chuva da manhã havia deixado o chão cheio de poças e lama, e ele pisou diretamente em uma delas, sujando os sapatos de couro feitos à mão. Nem sequer olhou para baixo.— Sr. Charles! Cuidado onde pisa! — Dante exclamou alarmado, já tarde demais.— Não se preocupe. — Charles respondeu, sem dar importância.Olívia estava prestes a sair do carro quando, de repente, sentiu o mundo girar. Antes que pudesse entender, já estava nos braços de Charles.— Ai! — Ela soltou um pequeno grito, instintivamente
Olívia ergueu o olhar, e seus olhos límpidos se encontraram com o olhar intenso de Charles. Entre eles, não foi preciso dizer nada — ela o compreendia profundamente, e aquele momento de silêncio dizia tudo. Os três chegaram ao último andar, atravessaram o corredor estreito e pararam diante da porta mais ao fundo. Antes mesmo de baterem, uma senhora de idade, apoiada em uma bengala, subiu as escadas com passos cambaleantes e os encarou. Ao ver os três vestidos em elegantes ternos pretos, a idosa pareceu entrar em pânico. O corpo frágil tremia de indignação, e ela bateu a bengala no chão com força. — Vocês ainda têm coragem de aparecer aqui? Acham que só porque aqui vivem mulheres sozinhas, sem um homem para protegê-las, podem fazer o que quiserem? Já dissemos que não vamos processar mais ninguém, o que mais vocês querem? Querem destruir a vida delas de vez? Charles e Olívia trocaram um olhar rápido, e tudo ficou claro. Era óbvio: a família Moura já havia estado ali antes, amea