Charles inclinou o queixo sobre os cabelos dela, acariciando-a com delicadeza.— Meu amor, se você quer começar por ela, então vamos providenciar isso....— Hebe... Por quê? — Breno estava ajoelhado ao lado da cama, segurando as mãos suadas de Hebe entre as suas. Seus olhos estavam cheios de espanto e tristeza. — Eu posso ser seu advogado! Posso enfrentar a família Moura por você! Nós vamos vencer esse caso! Por que você desistiu? Por que recuar agora?— Breno... Me desculpe... — Hebe murmurou, abraçando os joelhos enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. — Eu sei que você quer me ajudar, mas... Me perdoe...Quanto mais ela pedia desculpas, mais o coração de Breno parecia ser esmagado por uma força invisível. Era uma dor sufocante, como se suas próprias veias estivessem sendo torcidas.Ela não tinha culpa. A culpa era da família Moura, era daquele monstro chamado Gael!— Breno, por favor, deixe isso para lá. — Hebe implorou, com lágrimas nos olhos. — Não se envolva mais por minha ca
O coração de Breno deu um salto, e ele desceu as escadas correndo em direção à sala de estar.Érico não estava em casa naquele dia. Ao saber que a filha rebelde havia fugido novamente para encontrar Charle, e ainda por cima pulado de uma janela, ele, tomado por uma mistura de pânico e fúria, partiu às pressas para Yexnard, acompanhado de Dimitri.No entanto, no meio do trajeto, ele foi interceptado por Gilbert e Bernardo. Este último, em um ato extremo para impedir o pai de separar os dois amantes, chegou a atirar no pneu da luxuosa Rolls-Royce, um carro de milhões.O que aconteceu depois... Ninguém sabia ao certo. Para onde os dois irmãos levaram o pai, e o que se desenrolava naquele exato momento, era um mistério.Assim, a casa estava praticamente vazia, ocupada apenas pelas mulheres da família.— Mãe, vá com calma, por favor. A senhora não está bem. — Joaquim segurava Gilda, que se sentava no sofá com o rosto marcado pelo cansaço. Sua voz era cheia de uma falsa suavidade. — Agora qu
Maia, por outro lado, estava tão furiosa que teve que se segurar para não pegar um punhado de terra do vaso ao lado e jogá-lo na boca de Gilda.— Mãe! O que a senhora está dizendo? — A voz de Breno ecoou pela sala, grave e carregada de fúria. Ele desceu as escadas como um raio, parando em frente a Gilda com os olhos negros ardendo de indignação. — Como pode dizer essas coisas?Gilda, ao vê-lo de perto, notou o curativo sobre o olho esquerdo e as marcas de hematomas ainda visíveis em seu rosto. Seu coração apertou de dor, e as lágrimas começaram a escorrer.— Meu filho! O que aconteceu com você? Quem fez isso com você? Diga-me, por favor! Eu vou atrás dele, custe o que custar!Ela estendeu a mão trêmula para tocar o rosto de Breno, mas ele a afastou com um tapa seco.— Se ainda quer que eu a chame de mãe, nunca mais deixe palavras como essas saírem da sua boca! — Sua voz era tão controlada quanto cortante, mas seus olhos brilhavam de raiva. — E mais uma coisa: Hebe é minha mulher! Eu só
Mesmo que Breno quisesse ficar ao lado de Hebe, não teve outra escolha senão levar Gilda ao hospital. Afinal, por mais que amasse Hebe, não podia ignorar a condição da mãe.Depois da intensa e tumultuada cena familiar, o enorme salão da casa ficou envolto em um silêncio sufocante, carregado de tensão.Glória segurava a gola do vestido com a mão direita, enquanto a esquerda agarrava firme o braço de Maia. Seus olhos estavam marejados, mas ela não conseguia dizer uma palavra sequer.— Glória... Você está bem? — Maia perguntou, acariciando o dorso gelado da mão da amiga.— Estou... Estou bem. — Respondeu Glória com a voz rouca e trêmula, embora estivesse longe disso.— A família Moura é um ninho de cobras, mas esses Vieira não ficam atrás! — Maia balançou a cabeça, visivelmente indignada. — E pensar que Érico os ajudou no passado. Achávamos que eles seriam gratos à nossa família, mas, no fim, criamos um bando de ingratos! Breno é um bom rapaz, mas os pais dele... E aquele irmão? Meu Deus,
Na noite seguinte, em uma casa noturna de luxo, o ambiente estava tomado por fumaça de charutos, risadas e música alta. Dentro de uma suíte VIP, Joaquim aproveitava o momento cercado por mulheres e bebidas caras. Ele parecia o retrato da satisfação, completamente no controle.Sentado à sua frente estava ninguém menos que Jair Moura, o herdeiro e atual CEO do Grupo Moura. O simples fato de ter sido convidado por Jair já era uma vitória para Joaquim, pois significava que ele havia conquistado a confiança do poderoso empresário.Agora, com Jair ao seu lado, Joaquim se sentia no topo do mundo. Ele já tinha um pé na família Marques e, agora, com a família Moura, podia jogar dos dois lados. Quem precisaria se preocupar com a família Bastos?— Sr. Jair, foi uma pequena ajuda, nada demais. O senhor é que está sendo generoso demais. — Disse Joaquim, segurando uma mulher no colo e exibindo um sorriso cheio de vaidade.— Algumas taças de vinho não são nada. — Jair respondeu, balançando o copo de
— Hic! Merda... Se não fosse pelo caso da Tânia ter dado errado, você acha que eu, um advogado de ouro, ia perder meu tempo nesse seu boteco de quinta? — Joaquim resmungava, puxando a gravata com raiva e cuspindo no chão. — Espera só. Quando o caso da Tânia for a julgamento, vou dar um show no tribunal. E aí, nem se você se ajoelhar na minha frente, eu vou te dar atenção!Enquanto tentava focar os olhos na tela do celular para chamar um motorista particular, quatro jovens saíram das sombras. Eles usavam camisas floridas chamativas sob ternos baratos e seguravam bastões de madeira. Sorridentes, cercaram Joaquim como predadores que avistam uma presa fácil.— O que... O que vocês querem? — Joaquim, ainda embriagado, arregalou os olhos, sentindo o álcool começar a evaporar.— Não tá na cara? Vamos te dar uma surra.Antes que Joaquim pudesse reagir, um dos homens desferiu uma pancada violenta nas suas costas, fazendo-o cair no chão com um grito abafado.— Cof, cof... Sabem quem eu sou? — Jo
Assim que saiu da delegacia, a primeira coisa que Gael fez foi colocar os dois dentes da frente de volta no lugar. Sob a proteção da família Moura, ele continuava levando uma vida de rei, sem a menor preocupação. Mesmo com o rosto ainda inchado e cheio de hematomas, isso não o impediu de organizar uma festa no anexo da mansão da família Moura. Ele chamou uma legião de modelos jovens para uma noite regada a bebida e excessos. Só que, para azar de Gael, ele podia ver, mas não podia tocar. O desejo estava lá, mas o corpo não correspondia. Frustrado, ele tomou uma cartela inteira de comprimidos para disfunção erétil. O resultado? Intoxicação medicamentosa. Ele começou a espumar pela boca, revirar os olhos e a ter convulsões. Foi levado às pressas para o hospital, onde teve que fazer uma lavagem estomacal. Quando Tiago soube do ocorrido, ficou furioso, mas também desesperado. Engolindo a raiva, ele começou a procurar discretamente os melhores tratamentos para curar a impotência do filh
— Eu sou sua esposa! Por que eu não poderia olhar? — Tábata, completamente esquecida do papel de "senhora respeitável" que tanto prezava, agarrou Cláudio pela gola e começou a sacudi-lo como se tivesse perdido a cabeça. Suas palavras saíam em gritos histéricos. — Eu faço tudo por você, e é assim que você me retribui? Seu desgraçado sem coração!Ela ergueu a mão para dar um tapa no rosto dele, mas Cláudio, rápido como um raio, segurou seu pulso com força e a empurrou bruscamente para trás.— Ahh! — Tábata tropeçou e caiu contra a porta, soltando um gemido de dor. Ela ficou ali, encostada, ofegante, com os olhos arregalados de surpresa e incredulidade.— Você... Você teve coragem de me empurrar? — Gritou, apontando um dedo trêmulo para ele. — Eu sou filha do Grupo Moura! Como ousa levantar a mão para mim? Acha mesmo que vai sair impune? Eu conto tudo para o meu pai e para os meus irmãos, e você vai se arrepender!Cláudio riu, uma risada amarga e desdenhosa.— Pode contar. Vai lá! — Disse