— Eu sou sua esposa! Por que eu não poderia olhar? — Tábata, completamente esquecida do papel de "senhora respeitável" que tanto prezava, agarrou Cláudio pela gola e começou a sacudi-lo como se tivesse perdido a cabeça. Suas palavras saíam em gritos histéricos. — Eu faço tudo por você, e é assim que você me retribui? Seu desgraçado sem coração!Ela ergueu a mão para dar um tapa no rosto dele, mas Cláudio, rápido como um raio, segurou seu pulso com força e a empurrou bruscamente para trás.— Ahh! — Tábata tropeçou e caiu contra a porta, soltando um gemido de dor. Ela ficou ali, encostada, ofegante, com os olhos arregalados de surpresa e incredulidade.— Você... Você teve coragem de me empurrar? — Gritou, apontando um dedo trêmulo para ele. — Eu sou filha do Grupo Moura! Como ousa levantar a mão para mim? Acha mesmo que vai sair impune? Eu conto tudo para o meu pai e para os meus irmãos, e você vai se arrepender!Cláudio riu, uma risada amarga e desdenhosa.— Pode contar. Vai lá! — Disse
Essas palavras doces... Ah, como Olívia já sonhara em ouvi-las. Antes, só em seus devaneios mais secretos Charles dizia algo assim. Agora, ele parecia obcecado, não a deixava em paz nem por um segundo, sussurrando declarações intermináveis ao pé de seu ouvido. Ela já começava a achar aquilo um pouco cansativo. Mas, por mais que ela pudesse reclamar, o corpo dela tinha suas próprias respostas. Toda vez que ele se aproximava, a tocava, a beijava... Sua mente se enchia de fogos de artifício. Era impossível resistir. Ela se deixava levar, sendo provocada, seduzida, completamente rendida. No fim das contas, se ela o amava ou não, não era algo que se descobria pelas palavras. Era só olhar suas reações: o rosto corado, o coração acelerado, o corpo obedecendo a cada comando dele. Isso dizia tudo. Tentando recuperar o fôlego que ele acabara de roubar com outro beijo, Olívia soltou um suspiro profundo e, com um olhar travesso, agarrou a gravata de Charles, enrolando-a entre os dedos: —
No maior auditório do Centro de Convenções de Yexnard, o ambiente era de certa formalidade. A sala estava lotada de autoridades locais e nacionais, além de representantes da elite empresarial do país.O prefeito Jacó discursava no palco, dominando a atenção da plateia.Na primeira fila, estavam sentados os políticos mais importantes e os empresários de maior prestígio. Já pessoas como Tábata, esposa de um vereador, estavam relegadas às cadeiras do fundo, longe dos holofotes.No círculo das damas da alta sociedade, Tábata, a única filha da influente família Moura, sempre foi tratada com destaque. Mas no mundo político, um território essencialmente masculino, ela não passava de uma acompanhante, uma figura secundária, quase invisível. Ali, suas opiniões não eram requisitadas.Mas Tábata não era o tipo de mulher que aceitava ser ignorada. Afinal, foi ela quem tinha pavimentado o caminho para que Cláudio chegasse ao cargo de vereador. Sem o peso do sobrenome Moura, o apoio de seu pai e a e
— Meu Deus do céu! Quem foi que fez isso? Que jogada incrível! — Juntar tanta prova assim e soltar logo num evento desse porte… Estão querendo acabar com o Cláudio de vez! — Será que foi o Sr. Jacó? Afinal, nessa eleição os dois são rivais declarados. — Pode até ser, mas será que ele teria tanto poder pra fazer isso? Quem tá por trás dessa jogada é alguém muito mais perigoso, com certeza! Os flashes das câmeras iluminavam o palco, registrando cada detalhe do rosto pálido de Cláudio, que permanecia paralisado, tremendo como se estivesse diante de um tribunal. Alguns jornalistas, insatisfeitos com apenas fotografar, avançaram até o púlpito, microfones em punho, bombardeando-o com perguntas: — Sr. Cláudio! Essas informações no telão são verdadeiras? — Você recebeu suborno? Está envolvido em troca de favores por benefícios pessoais? Cláudio tremia da cabeça aos pés. Seus dentes batiam, suas pernas pareciam prestes a ceder. Ele recuou alguns passos, a voz trêmula e desesperada:
O evento virou um verdadeiro caos, com a segurança tentando, sem sucesso, controlar a situação. Afinal, o evento daquele dia era grandioso, e a quantidade de jornalistas presentes era absurda. Todos se atiraram em cima de Cláudio, cercando-o como um bando de abutres ao redor de uma carcaça. Ele estava preso no meio daquela confusão, incapaz de se mover. A mídia, como sempre, farejava escândalos como tubarões farejam sangue. E ainda mais sendo uma bomba dessas! O genro de Tiago, Cláudio, o candidato mais cotado para a eleição municipal, vinha sendo aclamado como o futuro da cidade. Mas, agora, era desmascarado como um corrupto que enchia os próprios bolsos enquanto colhia favores e prazeres à custa do poder. Quem não queria essa manchete? Era como se cada jornalista quisesse arrancar um pedaço de Cláudio para si, deixando apenas os ossos. — Sr. Jacó, quer que eu entre em contato com a base e peça mais reforços? — Perguntou o secretário, visivelmente aflito, ao se aproximar de
— Estou aqui cumprindo ordens. O Ministério Público aprovou a prisão preventiva do vereador Cláudio para investigação. Peço que não obstruam a justiça! — A voz de Pietro era firme, e seu olhar, intenso, parecia perfurar os seguranças à sua frente. — Não recebemos nenhuma notificação oficial sobre isso. O que sabemos é que pessoas não autorizadas não devem dar um passo sequer para dentro deste lugar! — Os seguranças, cada vez mais agressivos, não recuaram. Pietro arqueou os lábios em um sorriso frio, mas seus olhos eram como gelo. — Vocês têm noção de que isso já configura crime? Os seguranças, confiantes no poder que tinham por trás, não demonstraram nenhuma preocupação. — Pelo jeito que estão vestidos e agindo, não parecem ser da segurança oficial. E, se estão tão preocupados em impedir que entremos para prendê-lo, só pode significar uma coisa: vocês estão trabalhando para o Grupo Moura. — Pietro deu uma risada sarcástica. Os seguranças congelaram por um momento, clarament
— Caso precise de algo no futuro, por favor, não hesite em pedir! — Secretário Félix mostrou-se extremamente atencioso, quase como se Charles fosse o verdadeiro chefe dele. Dentro do carro, a atmosfera começou a esquentar. Os lábios de Charles e Olívia se encontraram em um beijo profundo, carregado de desejo e intensidade. Charles afastou-se, relutante, dos lábios quentes e macios dela. Suas próprias curvas molhadas e ligeiramente inchadas formaram um sorriso satisfeito. Era difícil dizer se aquele sorriso se devia ao sucesso da missão concluída pelo secretário ou à resposta ardente de Olívia ao seu beijo. Quando ele desligou a chamada, Olívia já tinha uma fina camada de suor na testa. — Como você consegue ser tão incrível? — Ela perguntou, a respiração entrecortada enquanto permanecia aninhada nos braços dele. Seus olhos brilhavam, suaves e cheios de doçura. — Você tem dedos em tudo quanto é lugar… Até mesmo ao lado do prefeito, você infiltra alguém? Ela riu, provocadora,
— Quando viu o pessoal da promotoria se aproximando, Cláudio sentiu as pernas fraquejarem. Sob olhares de todos, ele simplesmente desabou de joelhos no chão, completamente apavorado. Ao mesmo tempo, todas as plataformas de redes sociais e manchetes de notícias já haviam sido tomadas por uma única atualização: Cláudio é preso em flagrante. Alguns jornalistas mais rápidos correram imediatamente na direção de Tiago. — Sr. Tiago! O que o senhor tem a dizer sobre a prisão do seu genro? — O senhor sabia das ações ilegais que Cláudio praticava em segredo? — Durante os anos em que ele esteve no cargo, houve algum tipo de troca de favores entre ele e o senhor? Ele beneficiou o Grupo Moura de forma indevida? Tiago sentiu o gosto amargo da bile subir pela garganta. Rangendo os dentes, ele mal conseguia manter a compostura. Seu rosto estava pálido como cera. Ele achava que Jair daria um jeito na situação, mas, para sua surpresa, aqueles funcionários do Ministério Público conseguiram