Mesmo que Breno quisesse ficar ao lado de Hebe, não teve outra escolha senão levar Gilda ao hospital. Afinal, por mais que amasse Hebe, não podia ignorar a condição da mãe.Depois da intensa e tumultuada cena familiar, o enorme salão da casa ficou envolto em um silêncio sufocante, carregado de tensão.Glória segurava a gola do vestido com a mão direita, enquanto a esquerda agarrava firme o braço de Maia. Seus olhos estavam marejados, mas ela não conseguia dizer uma palavra sequer.— Glória... Você está bem? — Maia perguntou, acariciando o dorso gelado da mão da amiga.— Estou... Estou bem. — Respondeu Glória com a voz rouca e trêmula, embora estivesse longe disso.— A família Moura é um ninho de cobras, mas esses Vieira não ficam atrás! — Maia balançou a cabeça, visivelmente indignada. — E pensar que Érico os ajudou no passado. Achávamos que eles seriam gratos à nossa família, mas, no fim, criamos um bando de ingratos! Breno é um bom rapaz, mas os pais dele... E aquele irmão? Meu Deus,
Na noite seguinte, em uma casa noturna de luxo, o ambiente estava tomado por fumaça de charutos, risadas e música alta. Dentro de uma suíte VIP, Joaquim aproveitava o momento cercado por mulheres e bebidas caras. Ele parecia o retrato da satisfação, completamente no controle.Sentado à sua frente estava ninguém menos que Jair Moura, o herdeiro e atual CEO do Grupo Moura. O simples fato de ter sido convidado por Jair já era uma vitória para Joaquim, pois significava que ele havia conquistado a confiança do poderoso empresário.Agora, com Jair ao seu lado, Joaquim se sentia no topo do mundo. Ele já tinha um pé na família Marques e, agora, com a família Moura, podia jogar dos dois lados. Quem precisaria se preocupar com a família Bastos?— Sr. Jair, foi uma pequena ajuda, nada demais. O senhor é que está sendo generoso demais. — Disse Joaquim, segurando uma mulher no colo e exibindo um sorriso cheio de vaidade.— Algumas taças de vinho não são nada. — Jair respondeu, balançando o copo de
— Hic! Merda... Se não fosse pelo caso da Tânia ter dado errado, você acha que eu, um advogado de ouro, ia perder meu tempo nesse seu boteco de quinta? — Joaquim resmungava, puxando a gravata com raiva e cuspindo no chão. — Espera só. Quando o caso da Tânia for a julgamento, vou dar um show no tribunal. E aí, nem se você se ajoelhar na minha frente, eu vou te dar atenção!Enquanto tentava focar os olhos na tela do celular para chamar um motorista particular, quatro jovens saíram das sombras. Eles usavam camisas floridas chamativas sob ternos baratos e seguravam bastões de madeira. Sorridentes, cercaram Joaquim como predadores que avistam uma presa fácil.— O que... O que vocês querem? — Joaquim, ainda embriagado, arregalou os olhos, sentindo o álcool começar a evaporar.— Não tá na cara? Vamos te dar uma surra.Antes que Joaquim pudesse reagir, um dos homens desferiu uma pancada violenta nas suas costas, fazendo-o cair no chão com um grito abafado.— Cof, cof... Sabem quem eu sou? — Jo
Assim que saiu da delegacia, a primeira coisa que Gael fez foi colocar os dois dentes da frente de volta no lugar. Sob a proteção da família Moura, ele continuava levando uma vida de rei, sem a menor preocupação. Mesmo com o rosto ainda inchado e cheio de hematomas, isso não o impediu de organizar uma festa no anexo da mansão da família Moura. Ele chamou uma legião de modelos jovens para uma noite regada a bebida e excessos. Só que, para azar de Gael, ele podia ver, mas não podia tocar. O desejo estava lá, mas o corpo não correspondia. Frustrado, ele tomou uma cartela inteira de comprimidos para disfunção erétil. O resultado? Intoxicação medicamentosa. Ele começou a espumar pela boca, revirar os olhos e a ter convulsões. Foi levado às pressas para o hospital, onde teve que fazer uma lavagem estomacal. Quando Tiago soube do ocorrido, ficou furioso, mas também desesperado. Engolindo a raiva, ele começou a procurar discretamente os melhores tratamentos para curar a impotência do filh
— Eu sou sua esposa! Por que eu não poderia olhar? — Tábata, completamente esquecida do papel de "senhora respeitável" que tanto prezava, agarrou Cláudio pela gola e começou a sacudi-lo como se tivesse perdido a cabeça. Suas palavras saíam em gritos histéricos. — Eu faço tudo por você, e é assim que você me retribui? Seu desgraçado sem coração!Ela ergueu a mão para dar um tapa no rosto dele, mas Cláudio, rápido como um raio, segurou seu pulso com força e a empurrou bruscamente para trás.— Ahh! — Tábata tropeçou e caiu contra a porta, soltando um gemido de dor. Ela ficou ali, encostada, ofegante, com os olhos arregalados de surpresa e incredulidade.— Você... Você teve coragem de me empurrar? — Gritou, apontando um dedo trêmulo para ele. — Eu sou filha do Grupo Moura! Como ousa levantar a mão para mim? Acha mesmo que vai sair impune? Eu conto tudo para o meu pai e para os meus irmãos, e você vai se arrepender!Cláudio riu, uma risada amarga e desdenhosa.— Pode contar. Vai lá! — Disse
Essas palavras doces... Ah, como Olívia já sonhara em ouvi-las. Antes, só em seus devaneios mais secretos Charles dizia algo assim. Agora, ele parecia obcecado, não a deixava em paz nem por um segundo, sussurrando declarações intermináveis ao pé de seu ouvido. Ela já começava a achar aquilo um pouco cansativo. Mas, por mais que ela pudesse reclamar, o corpo dela tinha suas próprias respostas. Toda vez que ele se aproximava, a tocava, a beijava... Sua mente se enchia de fogos de artifício. Era impossível resistir. Ela se deixava levar, sendo provocada, seduzida, completamente rendida. No fim das contas, se ela o amava ou não, não era algo que se descobria pelas palavras. Era só olhar suas reações: o rosto corado, o coração acelerado, o corpo obedecendo a cada comando dele. Isso dizia tudo. Tentando recuperar o fôlego que ele acabara de roubar com outro beijo, Olívia soltou um suspiro profundo e, com um olhar travesso, agarrou a gravata de Charles, enrolando-a entre os dedos: —
No maior auditório do Centro de Convenções de Yexnard, o ambiente era de certa formalidade. A sala estava lotada de autoridades locais e nacionais, além de representantes da elite empresarial do país.O prefeito Jacó discursava no palco, dominando a atenção da plateia.Na primeira fila, estavam sentados os políticos mais importantes e os empresários de maior prestígio. Já pessoas como Tábata, esposa de um vereador, estavam relegadas às cadeiras do fundo, longe dos holofotes.No círculo das damas da alta sociedade, Tábata, a única filha da influente família Moura, sempre foi tratada com destaque. Mas no mundo político, um território essencialmente masculino, ela não passava de uma acompanhante, uma figura secundária, quase invisível. Ali, suas opiniões não eram requisitadas.Mas Tábata não era o tipo de mulher que aceitava ser ignorada. Afinal, foi ela quem tinha pavimentado o caminho para que Cláudio chegasse ao cargo de vereador. Sem o peso do sobrenome Moura, o apoio de seu pai e a e
— Meu Deus do céu! Quem foi que fez isso? Que jogada incrível! — Juntar tanta prova assim e soltar logo num evento desse porte… Estão querendo acabar com o Cláudio de vez! — Será que foi o Sr. Jacó? Afinal, nessa eleição os dois são rivais declarados. — Pode até ser, mas será que ele teria tanto poder pra fazer isso? Quem tá por trás dessa jogada é alguém muito mais perigoso, com certeza! Os flashes das câmeras iluminavam o palco, registrando cada detalhe do rosto pálido de Cláudio, que permanecia paralisado, tremendo como se estivesse diante de um tribunal. Alguns jornalistas, insatisfeitos com apenas fotografar, avançaram até o púlpito, microfones em punho, bombardeando-o com perguntas: — Sr. Cláudio! Essas informações no telão são verdadeiras? — Você recebeu suborno? Está envolvido em troca de favores por benefícios pessoais? Cláudio tremia da cabeça aos pés. Seus dentes batiam, suas pernas pareciam prestes a ceder. Ele recuou alguns passos, a voz trêmula e desesperada: