Charles ainda estava esperando? Gilbert ficou completamente perplexo ao ouvir isso.Na noite anterior, a chuva só havia dado trégua perto da madrugada, e naquela manhã recomeçou com força. Pior ainda, a previsão dizia que à noite um tufão chegaria. E Charles, sem comer ou beber, continuava ali, parado. Ele estava tentando se matar?— Chad... Esteve do lado de fora o tempo todo? Desde ontem à noite? O que você quer dizer com isso? — Os olhos de Olívia se arregalaram, fixos em Pietro. Ela agarrou os ombros do irmão e começou a sacudi-lo desesperadamente. — Fala logo! O que está acontecendo? Vocês viram o Chad, não viram? E esconderam isso de mim?— Para, para, Vivia! — Pietro gemeu, sentindo o cérebro chacoalhar dentro do crânio. — Eu vou vomitar!— Vivia, calma! — Gilbert rapidamente interveio, segurando os pulsos dela e puxando-a contra o peito. — O que Charles quer fazer é escolha dele. Se ele decidiu ficar lá fora, que fique. Ele não vai conseguir ficar para sempre. Uma hora ele vai
— Vocês não têm mais motivo para continuar se machucando. Ele não é o homem certo para você. Insistir nisso só vai continuar te destruindo.— Arthur! Ouça o que você está dizendo! Isso é coisa que se diz? — Olívia gritou, com os olhos vermelhos e cheios de dor. — O que aconteceu com o bebê foi um acidente! Nem eu sabia que estava grávida, como ele poderia saber? Eu escolhi esconder o aborto, e isso não tem nada a ver com ele! Quantas vezes eu preciso repetir isso?Mas o rosto de Arthur continuava impassível, frio como gelo.— Vivia, você ainda é jovem. Existem tantos homens melhores que Charles neste mundo. Tudo o que ele te deu, outros podem te dar. E, mesmo que não possam, nós estamos aqui para te dar o que você precisa.— Eu não quero outro homem, eu só quero Charles! — Olívia rosnou entre dentes, os olhos faiscando. — Estou te avisando pela última vez: não me impeça. Não me faça te odiar!Ela parecia uma leoa enraivecida, mas suas forças não eram páreo para o treinamento militar de
Ela tinha dinheiro que nunca acabava e vestidos caros que jamais paravam de chegar. Mas, no fim, aquelas roupas eram apenas para serem exibidas diante de Diogo e tiradas para outros homens.Alguém realmente se importava com ela? Alguém, em algum momento, a havia enxergado de verdade?Bruna sabia que não tinha mais volta. Também sabia que não tinha escolha. Ela e Bernardo estavam destinados a ser inimigos, pertenciam a mundos completamente diferentes.Respirou fundo, limpando o rastro de uma lágrima no canto dos olhos.Estava prestes a fechar a porta quando, de repente, uma mão agarrou o batente com força. Entre a fresta, apareceu um par de olhos sombrios e familiares.— Cauã? — O coração de Bruna quase parou. Instintivamente, escondeu o remédio atrás das costas.— Srta. Bruna, você está viva! Que sorte a sua!Cauã empurrou a porta com um golpe e entrou no quarto, fazendo Bruna tropeçar e se chocar contra a parede.Logo em seguida, outros dois homens o acompanharam. Os três sacaram arma
Charles estava parado em frente aos portões da Villa Werland havia um dia e uma noite inteira.Ele era assim: teimoso até o osso. Enquanto não visse a pessoa que amava, enquanto não tivesse a resposta que desejava, preferia morrer a desistir.Na noite anterior, Charles havia avistado pai e filho da família Moura chegando à mansão. Sabia que estavam ali para criar problemas por causa de Gael.Ele se escondeu, observando tudo de longe. Não era medo, mas sim estratégia. Ele não queria provocar mais confusão e arriscar que Tiago pensasse que ele estava conspirando com a família Bastos. Isso só causaria mais problemas para Érico.Charles estava disposto a limpar qualquer sujeira nos bastidores, mas aparecer naquele momento seria um erro.O céu estava escuro, o vento soprava com violência, chicoteando seu corpo como os golpes que havia recebido na noite passada.Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam afundados, e seu rosto exibia a sombra de uma barba por fazer. O cansaço e a dor davam
A irmã deles havia desaparecido sem deixar rastro!— Droga! Como é que uma pessoa viva some assim? — Pietro segurava a cabeça com as duas mãos, o coração parecia prestes a saltar pela boca.Gilberto e Arthur, ao verem a cama e o guarda-roupa completamente revirados, entenderam o que estava acontecendo na mesma hora e correram para a sacada.Ambos prenderam a respiração ao mesmo tempo. No parapeito, havia uma corda improvisada feita de várias saias amarradas umas às outras, descendo até o chão do prédio.— Gilberto... A Olívia está louca! Isso aqui é o quinto andar! — Arthur empalideceu, a voz trêmula de pavor.— Olívia! Essa garota endiabrada! Tá brincando de desafiar a morte? — O terror tomou conta de Gilberto, seu coração disparava como um tambor, enquanto as veias na têmpora pulsavam intensamente. — Se qualquer nó dessa corda arrebentasse, ela teria se espatifado no chão na hora!— Gilberto, para com isso! Eu não consigo respirar! — Pietro apertou o peito, a visão escurecendo.Dimit
Assim que notaram sua presença, os olhares dos homens se voltaram para a porta. Apenas um segundo foi suficiente para que os olhos deles brilhassem de malícia, como se tivessem acabado de ganhar na loteria.Que noite abençoada era aquela? Em plena tempestade, uma mulher aparecia molhada e vulnerável, sozinha? Parecia que o destino havia lhes enviado um presente.— O que foi, gata? Tá precisando de alguma coisa? — Um dos homens a devorava com os olhos, sorrindo de forma nojenta.Aos olhos deles, Olívia era a personificação da tentação: cabelos encharcados colados ao rosto, roupas molhadas grudando no corpo, revelando cada curva. Ela parecia uma deusa caída em desgraça, perfeita e inatingível.— Desculpem incomodar. — Olívia arfava, o corpo tremendo de frio. — Será que eu... Poderia usar o celular de vocês para fazer uma ligação? Eu... Eu pago pelo favor.— Paga? Hahaha! — Um dos homens lambeu os lábios, os olhos brilhando de desejo. — E como você pretende pagar, hein? Que tal deixar a g
Charles encarou o número desconhecido na tela do celular, paralisado por um momento.Poucas pessoas tinham acesso ao seu número privado, e ele nunca atendia chamadas de desconhecidos. Mas, dessa vez, seu coração disparou de forma incontrolável, como se algo o empurrasse a atender. Com os dedos trêmulos, ele pressionou o botão e aproximou o aparelho do ouvido:— Quem é?Do outro lado da linha, o som da chuva forte e do vento uivante tornava a chamada caótica.— Por favor, quem está falando?Em qualquer outra ocasião, Charles teria desligado sem hesitar. Mas agora, algo o fez esperar, prender a respiração, como se soubesse que a próxima palavra mudaria tudo.— Chad... Sou eu...A voz fraca e entrecortada de Olívia atravessou a linha, misturada ao barulho da tempestade. Apesar de fragmentada, cada sílaba atingiu o peito de Charles como uma lâmina afiada, rasgando-o por dentro.— Vivia? — Os olhos de Charles brilharam de uma mistura de surpresa e alegria, e ele se levantou de repente, com
Os homens que o seguiam também chegaram logo depois. Cada um deles segurava uma lanterna enquanto se dispersavam pela área, iniciando uma busca minuciosa.Charles correu para dentro da chuva, ignorando o fato de que sua calça e sapatos já estavam cobertos de lama. Seus olhos estavam vermelhos, cheios de angústia e desespero.— Sr. Charles! Vá com cuidado! Pode escorregar e se machucar! — Dante tentava segui-lo, tropeçando na lama, completamente confuso sobre o que estava acontecendo. — Por que a Sra. Marques estaria sozinha em um lugar como este?...Olívia havia enfrentado os quatro canalhas na oficina, deixando-os de joelhos e implorando por misericórdia. Mas aquilo também havia drenado suas últimas forças. Cada movimento seu era como arrancar energia de um corpo já exausto.Depois de derrotá-los, pegou um celular e voltou a caminhar na escuridão da tempestade.Ela temia que os homens decidissem segui-la e, por isso, não ousava parar. Mas, à medida que avançava, seus pés vacilavam, e