No início da madrugada, um carro esportivo vermelho deslizou pela rua, fazendo um giro elegante antes de estacionar com precisão em frente a uma boate luxuosa.Bruna desceu do carro com um movimento fluido, revelando suas longas e torneadas pernas. Ela usava um vestido preto justo, com cauda de sereia, que realçava suas curvas de maneira provocante. Nos pés, um par de saltos altos de cristal cintilava sob as luzes da noite, as pontas afiadas parecendo armas prestes a perfurar o coração de qualquer homem.— Srta. Bruna, ele ainda está lá dentro. Não tirei os olhos dele. — Um de seus homens emergiu das sombras, aproximando-se com respeito.Bruna ergueu os olhos, que brilhavam frios como a lua. Com um movimento elegante, prendeu os cabelos escuros em um coque improvisado, usando uma presilha de prata adornada com uma pedra de rubi. O gesto foi tão gracioso que hipnotizou o guarda, que a observava com a boca ligeiramente aberta.— Fique aqui. Garanta que tudo corra como planejado.…Dentro
Bernardo estreitou os olhos, o olhar profundo e enigmático como um abismo. — Não me diga que você veio até aqui... Me procurar.Os dedos de Bruna passearam, provocantes, sobre o peito firme do homem, desenhando círculos preguiçosos. — Senhor, você deveria acreditar que nosso encontro anterior foi obra do destino.Bernardo arqueou uma sobrancelha. — Oh, destino. Que conveniente.— Da última vez, obrigada por me ajudar. — A voz de Bruna deslizava como mel, enquanto suas mãos delicadas envolviam a gravata preta dele. Seu corpo macio encostou-se ao dele, e seus olhos brilhavam com umidade sedutora. — Eu sempre esperei ter a chance de te encontrar de novo... E de poder te recompensar.O olhar de Bernardo se aprofundou, como se quisesse sondar cada camada de suas palavras. Algo em sua expressão a fazia perder o controle do próprio coração, mas ela se obrigou a manter a compostura.Os olhos dele eram como sensores de mentira, afiados e implacáveis. Ainda assim, algo no tom dela parecia...
— Senhor, é a sua vez… — Bruna interrompeu-se, sentindo o coração dar um salto repentino. Ela ficou paralisada ao perceber as lágrimas discretas brotando nos olhos de Bernardo, brilhando como uma estrela cadente que desaparecia tão rápido quanto surgia. — Ganhou. Ganhar é bom… — Ele curvou levemente os lábios num sorriso melancólico, erguendo a taça para um leve brinde. — Espero que você sempre ganhe. Com essas palavras, Bernardo tomou o resto do vinho de um só gole. O líquido escorreu pelo canto de sua boca, desenhando uma linha até a perfeição de seu maxilar. Os olhos de Bruna se encheram de lágrimas. Algo dentro dela, como uma bóia flutuando em um lago, balançou descontroladamente. Ninguém nunca tinha dito algo assim para ela. A vida inteira fora cercada por ordens, comandos e exigências. Jamais alguém desejara sinceramente que ela vencesse, que seu futuro fosse mais do que sombras. Sem pensar, sua mente ficou em branco. As mãos de Bruna subiram por conta própria até os
Charles ainda estava esperando? Gilbert ficou completamente perplexo ao ouvir isso.Na noite anterior, a chuva só havia dado trégua perto da madrugada, e naquela manhã recomeçou com força. Pior ainda, a previsão dizia que à noite um tufão chegaria. E Charles, sem comer ou beber, continuava ali, parado. Ele estava tentando se matar?— Chad... Esteve do lado de fora o tempo todo? Desde ontem à noite? O que você quer dizer com isso? — Os olhos de Olívia se arregalaram, fixos em Pietro. Ela agarrou os ombros do irmão e começou a sacudi-lo desesperadamente. — Fala logo! O que está acontecendo? Vocês viram o Chad, não viram? E esconderam isso de mim?— Para, para, Vivia! — Pietro gemeu, sentindo o cérebro chacoalhar dentro do crânio. — Eu vou vomitar!— Vivia, calma! — Gilbert rapidamente interveio, segurando os pulsos dela e puxando-a contra o peito. — O que Charles quer fazer é escolha dele. Se ele decidiu ficar lá fora, que fique. Ele não vai conseguir ficar para sempre. Uma hora ele vai
— Vocês não têm mais motivo para continuar se machucando. Ele não é o homem certo para você. Insistir nisso só vai continuar te destruindo.— Arthur! Ouça o que você está dizendo! Isso é coisa que se diz? — Olívia gritou, com os olhos vermelhos e cheios de dor. — O que aconteceu com o bebê foi um acidente! Nem eu sabia que estava grávida, como ele poderia saber? Eu escolhi esconder o aborto, e isso não tem nada a ver com ele! Quantas vezes eu preciso repetir isso?Mas o rosto de Arthur continuava impassível, frio como gelo.— Vivia, você ainda é jovem. Existem tantos homens melhores que Charles neste mundo. Tudo o que ele te deu, outros podem te dar. E, mesmo que não possam, nós estamos aqui para te dar o que você precisa.— Eu não quero outro homem, eu só quero Charles! — Olívia rosnou entre dentes, os olhos faiscando. — Estou te avisando pela última vez: não me impeça. Não me faça te odiar!Ela parecia uma leoa enraivecida, mas suas forças não eram páreo para o treinamento militar de
Ela tinha dinheiro que nunca acabava e vestidos caros que jamais paravam de chegar. Mas, no fim, aquelas roupas eram apenas para serem exibidas diante de Diogo e tiradas para outros homens.Alguém realmente se importava com ela? Alguém, em algum momento, a havia enxergado de verdade?Bruna sabia que não tinha mais volta. Também sabia que não tinha escolha. Ela e Bernardo estavam destinados a ser inimigos, pertenciam a mundos completamente diferentes.Respirou fundo, limpando o rastro de uma lágrima no canto dos olhos.Estava prestes a fechar a porta quando, de repente, uma mão agarrou o batente com força. Entre a fresta, apareceu um par de olhos sombrios e familiares.— Cauã? — O coração de Bruna quase parou. Instintivamente, escondeu o remédio atrás das costas.— Srta. Bruna, você está viva! Que sorte a sua!Cauã empurrou a porta com um golpe e entrou no quarto, fazendo Bruna tropeçar e se chocar contra a parede.Logo em seguida, outros dois homens o acompanharam. Os três sacaram arma
Charles estava parado em frente aos portões da Villa Werland havia um dia e uma noite inteira.Ele era assim: teimoso até o osso. Enquanto não visse a pessoa que amava, enquanto não tivesse a resposta que desejava, preferia morrer a desistir.Na noite anterior, Charles havia avistado pai e filho da família Moura chegando à mansão. Sabia que estavam ali para criar problemas por causa de Gael.Ele se escondeu, observando tudo de longe. Não era medo, mas sim estratégia. Ele não queria provocar mais confusão e arriscar que Tiago pensasse que ele estava conspirando com a família Bastos. Isso só causaria mais problemas para Érico.Charles estava disposto a limpar qualquer sujeira nos bastidores, mas aparecer naquele momento seria um erro.O céu estava escuro, o vento soprava com violência, chicoteando seu corpo como os golpes que havia recebido na noite passada.Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam afundados, e seu rosto exibia a sombra de uma barba por fazer. O cansaço e a dor davam
A irmã deles havia desaparecido sem deixar rastro!— Droga! Como é que uma pessoa viva some assim? — Pietro segurava a cabeça com as duas mãos, o coração parecia prestes a saltar pela boca.Gilberto e Arthur, ao verem a cama e o guarda-roupa completamente revirados, entenderam o que estava acontecendo na mesma hora e correram para a sacada.Ambos prenderam a respiração ao mesmo tempo. No parapeito, havia uma corda improvisada feita de várias saias amarradas umas às outras, descendo até o chão do prédio.— Gilberto... A Olívia está louca! Isso aqui é o quinto andar! — Arthur empalideceu, a voz trêmula de pavor.— Olívia! Essa garota endiabrada! Tá brincando de desafiar a morte? — O terror tomou conta de Gilberto, seu coração disparava como um tambor, enquanto as veias na têmpora pulsavam intensamente. — Se qualquer nó dessa corda arrebentasse, ela teria se espatifado no chão na hora!— Gilberto, para com isso! Eu não consigo respirar! — Pietro apertou o peito, a visão escurecendo.Dimit