— Graças a Deus... Graças a Deus! — Érico murmurava, como se tentasse convencer a si mesmo, mas ainda tremia de medo.— Impotente? Meu filho? Isso é impossível! — Tiago sentiu como se sua cabeça estivesse prestes a explodir. O comentário de Érico o deixou furioso, seu rosto ficando roxo de raiva. — Érico! O que você quis dizer com isso? Está amaldiçoando o meu filho?— Amaldiçoando? — Érico riu com desprezo, seu olhar flamejante parecia capaz de incinerar tudo ao redor. — Seu filho tentou fazer algo monstruoso com a minha filha! Ele merece morrer! Se não fosse porque ele é seu filho, eu já teria acabado com ele. Tê-lo espancado e jogado na cadeia foi minha forma de ser generoso!Tiago e Jair sentiram o peito apertar, o orgulho reduzido a pó. Eles haviam vindo para confrontar os Bastos, mas agora estavam sendo humilhados. Tornaram-se piadas ambulantes.Diogo, com os olhos avermelhados, mordeu o lábio inferior até sangrar. Ele sabia que, se a situação continuasse assim, Gael seria o meno
— Haha, Jair, você é jovem demais. Se não sabe pelo que passei até chegar aqui, pergunte ao seu pai quando voltar para casa. — O olhar de Érico, afiado como o de uma águia, parecia cortar o ar com sua intensidade. — Descubra o que aconteceu com quem ousou enfrentar-me e veja quais foram os resultados.Jair sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Mesmo assim, tentou manter a postura firme, sem demonstrar fraqueza.— Estou aqui, neste momento, não como o sétimo herdeiro da família Bastos, mas como policial. — Vasco deu um passo à frente e, com um movimento brusco, exibiu um mandado de prisão diante da família Moura. — Gael Moura foi formalmente preso sob acusação de estupro. Temos provas concretas, tanto materiais quanto testemunhais. Sugiro que se preparem para o julgamento.Ele esboçou um sorriso provocador, carregado de ironia. — Ah, desculpem. Tecnicamente, o termo correto é "suspeito de estupro", não é mesmo?Tiago sentiu o coração afundar. Seu rosto ficou pálido, e, por um momen
No início da madrugada, um carro esportivo vermelho deslizou pela rua, fazendo um giro elegante antes de estacionar com precisão em frente a uma boate luxuosa.Bruna desceu do carro com um movimento fluido, revelando suas longas e torneadas pernas. Ela usava um vestido preto justo, com cauda de sereia, que realçava suas curvas de maneira provocante. Nos pés, um par de saltos altos de cristal cintilava sob as luzes da noite, as pontas afiadas parecendo armas prestes a perfurar o coração de qualquer homem.— Srta. Bruna, ele ainda está lá dentro. Não tirei os olhos dele. — Um de seus homens emergiu das sombras, aproximando-se com respeito.Bruna ergueu os olhos, que brilhavam frios como a lua. Com um movimento elegante, prendeu os cabelos escuros em um coque improvisado, usando uma presilha de prata adornada com uma pedra de rubi. O gesto foi tão gracioso que hipnotizou o guarda, que a observava com a boca ligeiramente aberta.— Fique aqui. Garanta que tudo corra como planejado.…Dentro
Bernardo estreitou os olhos, o olhar profundo e enigmático como um abismo. — Não me diga que você veio até aqui... Me procurar.Os dedos de Bruna passearam, provocantes, sobre o peito firme do homem, desenhando círculos preguiçosos. — Senhor, você deveria acreditar que nosso encontro anterior foi obra do destino.Bernardo arqueou uma sobrancelha. — Oh, destino. Que conveniente.— Da última vez, obrigada por me ajudar. — A voz de Bruna deslizava como mel, enquanto suas mãos delicadas envolviam a gravata preta dele. Seu corpo macio encostou-se ao dele, e seus olhos brilhavam com umidade sedutora. — Eu sempre esperei ter a chance de te encontrar de novo... E de poder te recompensar.O olhar de Bernardo se aprofundou, como se quisesse sondar cada camada de suas palavras. Algo em sua expressão a fazia perder o controle do próprio coração, mas ela se obrigou a manter a compostura.Os olhos dele eram como sensores de mentira, afiados e implacáveis. Ainda assim, algo no tom dela parecia...
— Senhor, é a sua vez… — Bruna interrompeu-se, sentindo o coração dar um salto repentino. Ela ficou paralisada ao perceber as lágrimas discretas brotando nos olhos de Bernardo, brilhando como uma estrela cadente que desaparecia tão rápido quanto surgia. — Ganhou. Ganhar é bom… — Ele curvou levemente os lábios num sorriso melancólico, erguendo a taça para um leve brinde. — Espero que você sempre ganhe. Com essas palavras, Bernardo tomou o resto do vinho de um só gole. O líquido escorreu pelo canto de sua boca, desenhando uma linha até a perfeição de seu maxilar. Os olhos de Bruna se encheram de lágrimas. Algo dentro dela, como uma bóia flutuando em um lago, balançou descontroladamente. Ninguém nunca tinha dito algo assim para ela. A vida inteira fora cercada por ordens, comandos e exigências. Jamais alguém desejara sinceramente que ela vencesse, que seu futuro fosse mais do que sombras. Sem pensar, sua mente ficou em branco. As mãos de Bruna subiram por conta própria até os
Charles ainda estava esperando? Gilbert ficou completamente perplexo ao ouvir isso.Na noite anterior, a chuva só havia dado trégua perto da madrugada, e naquela manhã recomeçou com força. Pior ainda, a previsão dizia que à noite um tufão chegaria. E Charles, sem comer ou beber, continuava ali, parado. Ele estava tentando se matar?— Chad... Esteve do lado de fora o tempo todo? Desde ontem à noite? O que você quer dizer com isso? — Os olhos de Olívia se arregalaram, fixos em Pietro. Ela agarrou os ombros do irmão e começou a sacudi-lo desesperadamente. — Fala logo! O que está acontecendo? Vocês viram o Chad, não viram? E esconderam isso de mim?— Para, para, Vivia! — Pietro gemeu, sentindo o cérebro chacoalhar dentro do crânio. — Eu vou vomitar!— Vivia, calma! — Gilbert rapidamente interveio, segurando os pulsos dela e puxando-a contra o peito. — O que Charles quer fazer é escolha dele. Se ele decidiu ficar lá fora, que fique. Ele não vai conseguir ficar para sempre. Uma hora ele vai
— Vocês não têm mais motivo para continuar se machucando. Ele não é o homem certo para você. Insistir nisso só vai continuar te destruindo.— Arthur! Ouça o que você está dizendo! Isso é coisa que se diz? — Olívia gritou, com os olhos vermelhos e cheios de dor. — O que aconteceu com o bebê foi um acidente! Nem eu sabia que estava grávida, como ele poderia saber? Eu escolhi esconder o aborto, e isso não tem nada a ver com ele! Quantas vezes eu preciso repetir isso?Mas o rosto de Arthur continuava impassível, frio como gelo.— Vivia, você ainda é jovem. Existem tantos homens melhores que Charles neste mundo. Tudo o que ele te deu, outros podem te dar. E, mesmo que não possam, nós estamos aqui para te dar o que você precisa.— Eu não quero outro homem, eu só quero Charles! — Olívia rosnou entre dentes, os olhos faiscando. — Estou te avisando pela última vez: não me impeça. Não me faça te odiar!Ela parecia uma leoa enraivecida, mas suas forças não eram páreo para o treinamento militar de
Ela tinha dinheiro que nunca acabava e vestidos caros que jamais paravam de chegar. Mas, no fim, aquelas roupas eram apenas para serem exibidas diante de Diogo e tiradas para outros homens.Alguém realmente se importava com ela? Alguém, em algum momento, a havia enxergado de verdade?Bruna sabia que não tinha mais volta. Também sabia que não tinha escolha. Ela e Bernardo estavam destinados a ser inimigos, pertenciam a mundos completamente diferentes.Respirou fundo, limpando o rastro de uma lágrima no canto dos olhos.Estava prestes a fechar a porta quando, de repente, uma mão agarrou o batente com força. Entre a fresta, apareceu um par de olhos sombrios e familiares.— Cauã? — O coração de Bruna quase parou. Instintivamente, escondeu o remédio atrás das costas.— Srta. Bruna, você está viva! Que sorte a sua!Cauã empurrou a porta com um golpe e entrou no quarto, fazendo Bruna tropeçar e se chocar contra a parede.Logo em seguida, outros dois homens o acompanharam. Os três sacaram arma