Olívia e Charles trocaram um olhar intenso e repleto de emoção, como se naquele momento nada mais existisse além deles dois. Os olhos de ambos refletiam um ao outro, num enlace silencioso, mas arrebatador. A poucos passos de distância, Charles caminhava com firmeza, mas havia um peso em seus passos. Parecia que ele havia cruzado mares e montanhas para finalmente chegar até ela. Ao lado de Olívia estava seu pai, que, naquele instante, parecia perdido em pensamentos, quase deixando as lágrimas escaparem. Charles avançava rumo à sua felicidade, à mulher que ele amava. Seus olhos, úmidos e brilhantes, mostravam um misto de alívio e emoção. Ele sentia o mundo à sua volta silenciar, exceto pelo som ensurdecedor do próprio coração, enquanto cada detalhe à sua frente parecia irreal de tão grandioso. — Chad... — Sussurrou Olívia, uma lágrima cristalina deslizando por sua face, como uma estrela cadente cortando o céu. Ele sacrificaria tudo por ela, entregaria até mesmo sua própria existê
Benjamin cerrou os dentes com raiva, os punhos tão apertados que estalavam. Ele estava prestes a avançar, mas foi segurado firmemente por Gilbert. — Benjamin, não seja impulsivo! Meu pai e Chad estão aqui. Você não precisa se preocupar tanto agora. Além disso, você está prestes a ser nomeado presidente do Grupo Júnior. Se ajudar os de fora ao invés da sua própria família, Osvaldo ficará contra você. Isso pode comprometer seu futuro. Não aja por emoção. Os olhos de Benjamin brilhavam intensamente, e ele apertava os dentes com força. — Se eu deixar minha irmã humilhar Olívia para garantir que eu vire presidente, então minha amizade com Chad não valeu de nada. Como eu poderia encarar os dois depois disso? Gilbert suspirou, com uma expressão de sentimentos contraditórios. Pela primeira vez, ele sentiu certa admiração por Benjamin. Era alguém que sabia valorizar as pessoas importantes na sua vida. Charles, com uma frieza cortante no olhar, fixava Dalila. Seus olhos, profundos como
— Vivia... É verdade? — Os olhos de Érico, cheios de dor, se voltaram lentamente para a filha de rosto pálido. Um misto de amor e ódio o consumia enquanto ele tremia, atirando o documento com força contra ela. — Me diga, tudo o que está escrito aqui é verdade? Olívia vacilou, seu corpo parecia ceder sob o peso das palavras. A mão esquerda agarrou o peito enquanto, com movimentos lentos e hesitantes, ela se abaixava como uma idosa exausta, pegando o papel do chão e segurando-o com força. — Vivia... — Charles murmurou, confuso, tentando dar um passo em sua direção. Antes que ele conseguisse se aproximar, ela respondeu: — É! Tudo é verdade. A visão de Érico escureceu, e uma dor lancinante atravessou sua cabeça. Sentia como se o céu estivesse desabando sobre ele. Gilbert e Benjamin ficaram imóveis, chocados. Especialmente Gilbert, que em seus trinta anos de vida jamais havia visto o pai perder a paciência com Vivia. Mesmo quando soube do casamento secreto e do divórcio, Érico d
Até então, Olívia não conseguiu dizer mais nada, como se tivesse perdido a capacidade de falar.O ambiente foi tomado por um burburinho de espanto. Ninguém conseguia acreditar no que acabara de ouvir. Olívia, filha única de uma das famílias mais ricas do país, a intocável herdeira dos Bastos! E agora, todos descobriam que ela havia perdido a capacidade de ter filhos por causa de Charles. Que tipo de inferno ela viveu enquanto esteve na família Marques? Que crueldade ele havia infligido a ela para chegar a esse ponto?Mesmo entre famílias poderosas como os Bastos, a infertilidade não era o fim da linha, mas a questão não era essa. Ter filhos era um direito inalienável de qualquer mulher. O desejo de ser mãe e a impossibilidade de sê-lo eram coisas totalmente diferentes. A perda desse direito era uma ferida que nunca cicatrizaria.Benjamin ficou paralisado, incapaz de reagir, tamanha era sua incredulidade. Ao seu lado, Gilbert parecia ainda mais devastado. Ele tremia de dor ao ouvir sob
Dalila estava completamente atordoada, com a visão turva e um gosto amargo de sangue na boca. A dor lancinante em seus ouvidos fazia todo o corpo estremecer, arrancando dela caretas de sofrimento. Toda a pose de moça distinta, o semblante impecável de uma herdeira de prestígio, desapareceu num instante diante da agonia avassaladora. — Ah... Ah! Meu ouvido... Meu ouvido está doendo demais! — Gritou Dalila, apertando a mão contra a orelha direita enquanto um zumbido insuportável parecia perfurar-lhe o tímpano. — Lila! — Osvaldo arregalou os olhos, chocado. Cambaleante, com o semblante descomposto, largou a bengala e apressou-se como pôde até a neta caída no chão. Seus movimentos desajeitados revelavam a urgência de levantá-la. Mas Dalila não tinha forças para se erguer. O golpe de Benjamin, um homem forte e determinado, fora devastador. Ela apenas conseguiu cair de joelhos, desamparada, soluçando entre lágrimas. — Vovô... Meu ouvido está doendo tanto... Eu não consigo ouvir nada
Felipe manteve a postura, mas sua voz revelava um tom de advertência camuflado de conselho: — Além disso, no fim das contas, essa questão é entre meu filho e Olívia, é um problema entre a família Marques e a família Bastos. Por isso, sugiro que o senhor leve sua família para casa. Não há necessidade de interferir. — Então o que o senhor quer dizer é que Dalila, ao expor em público a privacidade de Olívia, ao arrancar à força seus segredos e dores para exibi-los como espetáculo, apenas para satisfazer sua sede de vingança suja e completar suas manobras cruéis, não tem nenhuma culpa nisso? É isso que o senhor está dizendo? A voz de Benjamin rasgou o véu da vergonha de Dalila e, ao mesmo tempo, reabriu as feridas de Olívia, tão recentes e profundas. Ela cerrou os dentes e fechou os olhos com força, suas longas pestanas tremendo de forma quase imperceptível enquanto lutava para conter a dor. Mesmo assim, as lágrimas começaram a rolar, uma a uma, como pérolas caindo no chão. Cada lá
— Gilbert, me desculpa... — Olívia murmurou, encostada no peito dele. Gilbert sentiu o peso da culpa inundar seu coração. Ele balançou a cabeça lentamente e envolveu a irmã num abraço apertado. — Vivia, que besteira é essa que você está falando? Você não tem culpa de nada, não fez nada errado. Se alguém aqui falhou, esse alguém fui eu, por não cuidar direito de você... Eu é que te devo desculpas. Olívia soltou um riso amargo, sem escolha. Ela tinha sido ingênua demais. Achou que, escondendo a dor que carregava, poderia proteger aqueles que amava, evitar que sentissem culpa ou preocupação por ela. Mas, no instante em que a verdade veio à tona, todo o esforço cuidadoso que ela dedicara para esconder sua dor foi jogado por água abaixo. Gilbert apertou o abraço, protegendo-a como podia. Seus olhos, frios como uma lâmina, repousaram brevemente sobre o rosto pálido de Charles, que parecia esmagado pela própria culpa. Depois, desviou o olhar com desdém. — Mobilizei todos os segura
Osvaldo finalmente lembrou que Benjamin estava no comando da equipe de segurança do Grupo Júnior havia muitos anos. No início, ele delegou essa área ao neto porque não a considerava parte do núcleo de poder da empresa. Achava que seria um trabalho simples, algo para Benjamin ocupar o tempo e ganhar experiência. Mas agora, aquela decisão havia se tornado uma arma contra ele mesmo. — Já cerquei este lugar completamente em colaboração com Olívia. — Declarou Benjamin, semicerrando os olhos, que brilhavam com uma frieza cortante. — Vovô, eu não quero dificultar as coisas para o senhor. Basta que Dalila arque com as consequências dos seus atos, reconheça seus erros e peça desculpas pelo que fez. Se isso acontecer, o senhor poderá sair daqui de cabeça erguida.— Benjamin! Que atrevimento! — Gritou Osvaldo, o pescoço inchado de veias pulsantes.— Atrevimento? Quem é o verdadeiro atrevido aqui? Charles, de repente, lançou um olhar cheio de fúria, os olhos vermelhos como brasas. Ele parecia u