Arrematada Pelo Meu Chefe
Arrematada Pelo Meu Chefe
Por: Karyelle Kuhn
Capítulo 01

COPYRIGHT © 2023 POR KARYELLE KUHN

Título original: Arrematada Pelo Meu Chefe.

Está é uma obra de ficção.

Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer forma e/ou quaisquer meios existentes sem prévia autorização por escrito da autora.

Os direitos morais foram assegurados.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Versão Digital — 2023.

AVISO IMPORTANTE:

ALERTA DE GATILHOS;

Assassinato, tortura, abandono, assédio sexual, traição, uso de drogas lícitas e linguagem imprópria. 

Se em algum momento você se sentir desconfortável, peço para que pare a leitura e, quem sabe, dê uma chance aos meus outros livros. Sua saúde mental em primeiro lugar. 

Matteo Ricci

— Você tem que falar com este garoto, eu não vou conseguir ficar muito tempo aguardando a sua boa vontade, Ava. — A voz grave de meu pai demonstra o quanto ele está estressado.

— O que você quer que eu faça, Domênico? Amarre ele a uma ragazza qualquer?

Eu apenas queria tomar o meu café em paz, apenas isso.

— Vamos, Matteo, você já vai completar 33 anos — o meu pai me lembrou.

Estávamos sentados à mesa tomando café, ou pelo menos tentando.

A minha mãe apenas nos observava, ela nunca se metia em nossas discussões.

— E o que isso tem a ver? — Dei de ombros.

— Precisa se casar, tem que deixar essa vida de prostitutas — falou. — Preciso de um herdeiro, Matteo.

— As notícias não saem mais nos jornais, não era isso que você queria? — perguntei.

— Matteo, eu preciso que o mais novo Capo da Máfia Italiana seja respeitado.

— Desde quando preciso me casar para que isso aconteça? — perguntei indignado.

— Desde quando eu me tornei o Don e você só terá esse posto, quando me der ao menos um neto.

— Você está louco? — perguntei alterando a voz. — Já tentamos uma vez e isso não deu certo — lembrei-o.

— Aurora nos enganou, ela foi um dos meus maiores erros. — bufei com a lembrança.

Empurrei a minha xícara para longe, fazendo com que derramasse um pouco de café na mesa.

Meu pai se acha Deus por ser o Capo. Como de costume, esse cargo é passado de geração em geração e já está chegando o momento em que eu vou assumir o seu lugar, mas ele quer que eu me case antes para que isso aconteça.

Eu nunca desejei ocupar esse cargo, claro que amo o poder que isso me dá, mas o fato de todos te bajularem por medo ou por interesse, não me atrai em nada.

Meu pai nunca me deu ouvidos, sempre tive que acatar suas ordens, fui treinado junto ao meu primo Romeo e sempre adiei a nomeação do meu cargo, que é sempre comemorado com uma festa que dura dias.

— Matteo, não fale assim, meu amor — minha mãe pediu.

— Mas ainda tem a Lisa, ela sempre foi apaixonada por você — meu pai lembrou. — Lisa seria uma ótima esposa e não demoraria para nos dar os próximos herdeiros.

— Já disse que o que tenho com a Lisa é apenas casual. — Me levantei da cadeira. — Você deseja que seja alguém de dentro da máfia, não é? — perguntei.

— Não, diante da situação, abrirei uma exceção. — Meu pai me encara. — Pode se casar com qualquer mulher, desde que em um ano, você me dê um neto.

— Calma aí! — Massageei as têmporas. — Você bebeu?

— Sou a autoridade, ninguém vai questionar seu casamento com alguém de fora.

— Tem certeza do que está falando, Domênico?

— Absoluta, Matteo Ricci. — Ele sorriu. — Se em seis meses esse casamento não acontecer, Romeo ocupará o seu lugar — afirma de forma autoritária.

— Nem fodendo, Domênico, nem fodendo.

Sai da sala e amaldiçoei o momento que decidi dormir aqui, claramente deveria ter ido para minha casa.

— Merda, Matteo! — gritei-o para mim mesmo.

Fui direto para garagem, entrei no meu carro e segui para a empresa.

Sou Matteo Ricci, o maior CEO de Nova York no ramo de direito, mas a empresa é apenas uma fachada para os negócios da família, aqueles que eu em breve serei o chefe, já que logo assumirei o cargo do meu pai.

Me apaixonei pela Aurora, ela era minha prometida, seu pai trabalha para o meu na Máfia Italiana. Nosso amor não foi algo que aconteceu e de uma hora para outra, não me apaixonei de cara, ela foi me conquistando aos poucos e quando me dei conta, já estava a mercê dela, mal eu sabia que tudo não passava de um plano da Máfia Russa.

Desde então, preferi me manter longe do tal amor, prefiro apenas as fodas casuais, é algo que me deixa protegido de qualquer mulher e consequentemente, a máfia.

Sei que já se passaram seis anos, mas ter o coração partido só me fez ser mais gélido.

Lisa era apenas uma foda casual, sei que ela me ama, mas agora ela aceitou que eu não sinto o mesmo por ela e decidiu se casar com o Noah.

O meu pai é uma pessoa difícil de se lidar. Mas se eu quiser ter o que é meu por direito, terei que arrumar um jeito de aceitar seus caprichos.

Fui direto para empresa, por mais que ela fosse de fachada, ainda tínhamos alguns casos para resolver, já que precisávamos alimentar a mentira.

Assim que cheguei, subi às pressas, e como os meus funcionários são espertos, eles sabem que quando chego e não cumprimento ninguém, é porque o dia não vai ser fácil. A única certeza que tenho é que preciso de um plano, preciso mostrar a ele que eu mereço essa empresa que as coisas não vão se repetir.

— O que foi, Matteo? — Romeo perguntou enquanto passava por ele feito um tornado.

— Merda! Merda! Merda! — Entrei na minha sala e derrubei tudo o que tinha na minha mesa.

— Eita! — Romeo falou entrou na sala. — Vai me dizer o que está acontecendo? — Ele se jogou em uma das poltronas da minha sala.

— O meu pai só vai me colocar no testamento e passar o seu cargo quando eu me casar.

— Eu não acredito que o zio fez isso. — Ele riu.

— Sim, mas pelo menos ele me disse que posso me casar com qualquer uma — contei. — Ele quer apenas um herdeiro, apenas isso.

— E como você vai resolver isso?

— Ainda não sei — confessei enquanto caminhava de um lado para outro.

— Olha, você pode ter um casamento por contrato. Arrumar uma mulher que aceite se casar com você por um período de tempo, engravidar, e depois se separar por algum motivo plausível. Sem envolvimento romântico. Não é isso que você quer? — sugeriu.

— Onde vou achar uma mulher que aceite desfazer esse contrato depois?

— Tem o Club House.

— Você ainda vai nesse lugar? — perguntei

— Sim.

— Isso é tráfico de mulher, Romeo.

— Claro que não. – Deu de ombros. — São mulheres que precisam de dinheiro, elas não são forçadas a nada. Se você topar, em breve eles mandam o portfólio com as candidatas.

— Ok, apenas me envie quando receber — pedi.

— Claro, chefinho.

— Debochado. — Reprimi um riso.

— Ou você prefere se casar com a Lisa?

— Não, ela é vazia.

— Pense bem, o club é uma das suas melhores opções.

— Ok. Agora me deixe trabalhar.

Romeo não é só meu primo, ele é meu melhor amigo, meu braço direito. Três anos mais novo que eu, não foi difícil para ele me acompanhar por todo lado, todos diziam que era minha sombra. Mas não de uma forma ruim, por mais que eu sempre soube que um dia eu seria seu chefe, sempre o enxerguei como uma extensão de mim.

A única diferença entre nós dois é que sou mais seletivo com quem levo para minha cama. Romeo comia toda mulher que passava na sua frente. Culpa de seus cabelos longos castanhos claros, sua barba sempre cheia, mas arrumada, juntamente com o porte físico digno de atleta de futebol americano. Entretanto, o que mais chama atenção daqueles que o conhecem direito, é seu coração. Por isso ele e eu sabemos que ele não é o adequado para o cargo de Don, já que não consegue matar nem sequer uma mosca. É um excelente diplomata e um assassino horroroso.

— Matteo, agora falando sobre a empresa, precisamos de uma secretária — Ele parecia um papagaio repetindo essa mesma ladainha todos os dias — Em algumas semanas, Ana sai de licença e a Martha não vai dar conta de tudo.

— Ok. Peça para Martha selecionar alguns currículos, amanhã faremos as entrevistas para uma nova secretária.

No final da tarde, participei de algumas reuniões mesmo estando com a cabeça no mundo da lua. Houve alguns momentos que o Romeo precisou me chamar mais de duas vezes, mesmo assim, o nosso novo contrato foi um sucesso.

— Martha selecionou alguns currículos — Romeo falou quando a sala de reuniões ficou vazia.

— Ok, já marcou as entrevistas?

— Sim, amanhã a partir das nove.

— Obrigado, Romeo.

— Você está me agradecendo?! — falou, duvidando, enquanto coloca uma das mãos sobre o seu peito.

— Menos, Romeo, menos.

— Pensou no que eu te disse? — Porra, Romeo parecia uma criança quicando na cadeira, enquanto eu tentava revisar um novo caso.

— Ainda estou pensando.

— Matteo, posso te pedir um favor?

— Qual? — Risquei um dos termos de pedido de reembolso feito contra meu cliente. Estão pedindo o triplo do que foi pago. Balancei a cabeça, deixando um sorriso se abrir em meu rosto, por saber que esse caso será fácil demais para resolver, o que nos renderá uma boa grana, fácil, fácil.

— Você pode me substituir hoje na universidade?

Romeo presta tutoria a alguns alunos que não tem condição de pagar pelo serviço, o que aproveitamos, pois os melhores trazemos para estagiar na nossa empresa. Uma bela desculpa para meu primo fazer o que ama, já que meu pai jamais deixaria que o futuro Consigliere realmente fosse um professor universitário.

— Por que eu faria isso?

— Você sempre quis dar aula, esse é o momento de usar o seu disfarce — lembrou. — Apenas um dia, só hoje, é uma prova de orientação, você precisa apenas aplicá-la e ficar de olho neles, somente isso. — Deu de ombros.

Fiz todo o processo para dar aula na universidade central, apenas para matar a curiosidade de como seria ser um professor, pois o meu destino como Don já estava traçado.

— Apenas isso?

— Sim, Matteo, você aplicará a prova, ficará de olho se nenhum deles vai colar e depois disso, guardará todos os papéis e me entregará amanhã.

— Você vai ficar me devendo uma — afirmei.

— Te devo até dez. — Ele sorriu. — Preciso ver a Nat.

— Seu problema sempre é mulher — debochei.

— Obrigado, cugino. — Ele me entregou a pasta com as provas. — Está tudo aqui.

— Ok, até amanhã. — Juntei a papelada, deixando-o só na sala de reuniões.

Se você está gostando da história, não esqueça de me seguir, para ficar por dentro dessa e das futuras histórias!❤️

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