Maria West
E Matteo Ricci parecia ser um homem de poucos amigos. Pela postura ser misteriosa, como se guardasse um grande segredo; perigoso e desafiador.
— A empresa que garantia o programa de bolsa foi incorporada a outra e o novo proprietário ainda não se pronunciou quanto ao programa. E pelo andar da carruagem, será cancelado.
— Muito bem… Preciso de uma secretária para ajudar a Martha, ela está sobrecarregada. — Ele se encostou contra a cadeira, me olhando intensamente e me deixando consternada — E para essa vaga, o que preciso é de alguém que ajude tanto com os trabalhos organizados aqui, mas principalmente com meus trabalhos pessoais, que não envolvam exclusivamente a empresa. Você está disponível para viagens?
— Que tipos de viagens, senhor? Como já falei, minha condição final…
— A empresa bancará qualquer custo durante suas viagens. Juntamente com seus honorários, então não se preocupe com isso, senhorita West. — Antes que eu possa falar algo, ele continuou: — Está disposta a cumprir regras rígidas e trabalhar sob pressão? — Descansou a caneta sobre papelada, juntando as mãos sobre a mesa e a forma com que ele olha para mim, me faz esquentar. E de repente comecei a suar. Seus olhos verdes se prenderam nos meus, assim como fazia todas às vezes que a intensidade se apropriava de nós dois. Ele me encarou e eu o encarei de volta. Não é normal essa atração fatal que sinto por esse homem.
O senhor Ricci tinha um sorriso lascivo em seu rosto e me contive para segurar um gemido.
O que está acontecendo comigo?
O gostoso… quer dizer, o senhor Ricci pigarreou esperando minha resposta para uma pergunta que eu mal escutei.
— Desculpe, o senhor me perguntou alguma coisa?
Sorriu.
— Perguntei se a senhorita estaria pronta para me satisfazer… — A pausa em sua fala me fez perder o ar.
— O-o quê?
— Sou caprichoso nas coisas que faço, senhorita West. Gosto que seja pontual, metódica e extremamente profissional. Não aceito envolvimentos entre funcionários. E que esteja disponível quando eu precisar. Então, a senhorita topa?
— É claro — respondi toda empolgada.
— Pois bem, a senhorita está contratada.
— Ah, meu Deus! — Sorri e ele imitou meus gestos. Quando se levantou, veio até mim e se aproximou estendendo a mão para me ajudar a levantar.
O perfume dele envolveu tudo ao meu redor, e sem conseguir me conter, respirei profundamente. Ele abaixou seu rosto, próximo ao meu, mas não tão próximo ao ponto de ser um decoro. Seus olhos percorreram meu rosto e pararam em minha boca, não me contive e os umedeci com a língua, vendo seu pomo de Adão se mover.
Por fim, ouvimos as batidas na porta atrás de nós e nos afastamos rapidamente um do outro. Ele voltou para trás de sua mesa, enquanto vi o meu tutor entrar.
— Maria, o que faz aqui?
— A senhorita West é minha nova secretária, Romeo.
— Ah, que bom. Ela é uma ótima aluna. — Fiquei sem graça e senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Quando desviei meus olhos do meu tutor, a carranca que estava no rosto de Matteo me desconcertou.
— Obrigada, professor — agradeci depois de alguns segundos constrangedores.
— Por favor, Maria — Ele tocou gentilmente meu braço — Pode me chamar de Romeo, afinal seremos colegas de trabalho agora.
Concordei com um gesto de cabeça.
— Pois bem, senhorita West, Martha entrará em contato informando todos os documentos de admissão. Por enquanto é somente isso, a senhorita já está dispensada.
— Obrigada, Senhor Ricci.
Me despedi dos dois homens e saí da entrevista super feliz porque agora vou conseguir guardar dinheiro para finalizar o meu curso e a oportunidade de estagiar na Ricci Law me abrirá muitas portas.
Matteo Ricci
Dar aula para universitários só me provou que eu nunca teria paciência com alunos. Entretanto, uma aluna me chamou a atenção.
Entre uma turma de vinte e cinco pessoas, lá estava ela parada na porta, estática, simplesmente como se tivesse visto fantasmas na sua frente. As cores de sua roupa mostravam um pouco de sua personalidade, como se ela fosse o próprio sol ao iluminar tudo ao seu redor. Olhos azuis que me tiraram do eixo. A postura inocente, que fez com que o meu pau vibrasse na calça, fato que me deixou surpreso, pois ela não faz nem um pouco meu tipo.
Ela fixou seus olhos nos meus e foi como eu tivesse sido arrebatado para outra dimensão, onde existia apenas eu e ela.
E porra! Que conexão inexplicável era aquela?
Assim que tive sua prova em mãos, reparei em seu nome: Maria West.
Em meus sonhos, ela veio e me atormentou. Sonhei tendo ela debruçada sobre aquela mesa de sala de aula, sem me importar que outros estivessem ali e nos vissem. No sonho pude euvir seus gemidos enquanto ela gozava, mas em um certo momento em que ela olhou sobre o ombro, não era mais a jovem, mas sim a porra da minha ex, Aurora.
A irritação por ter sonhado com aquela vagabunda me tirou toda a probabilidade de ter um bom dia, então decidi evitar mais uma discussão sem fim com meu pai e ir direto para o escritório.
— Senhor Ricci, bom dia! — Martha saudou assim que me viu saindo do elevador.
— Buongiorno, Martha.
— Vou preparar o seu café, senhor. — Martha sabe que quando chegou bem antes do meu horário é porque provavelmente não tomei café em casa.
— Obrigado! — Desabotoei meu paletó assim que entrei em minha sala, me jogando na poltrona que ficava no canto da sala.
A voz de meu pai nunca está silenciada em minha cabeça, reiterando o tamanho da responsabilidade que tenho que assumir. Ser a porra do chefe. Cresci sendo treinado pra isso, houve um tempo em que eu estava excitado com essa ideia, mas agora, quando enfim a realidade está caindo sobre mim, eu só queria me enfiar em um buraco e sumir.
— As pastas com os dados das candidatas estão em sua mesa. — A doce voz de Martha me trouxe de volta a realidade, juntamente com o cheiro do café que me fez sentir água na boca.
— Certo!
Martha se sentou ao meu lado para passar minha agenda do dia. Essa deveria ser a função da nova secretária, já que Martha trabalha mais na parte empresarial e o que estou precisando urgentemente era de uma secretária pessoal.
— O senhor tem reunião às quatro com o comitê trabalhista para discutir os novos projetos selecionados aos novos empregadores.
— Remarque essa para a próxima sexta, por gentileza. Preciso ler mais uma vez o contrato, há algumas cláusulas que são infundadas e que tem que ser refutadas.
— Ok! Às seis o senhor terá uma reunião para remanejar o quadro de funcionários da Gossip, a nova empresa que o senhor comprou.
— Certo.
— Aqui estão os currículos. — Estendi o braço e peguei a pasta parda, abrindo para olhar os currículos.
— Alguma indicação? — Sinalizei para a pasta em minhas mãos com o queixo e Martha estreitou os olhos para lembrar. Isso é quase um tique seu.
— Tem uma candidata que gostei do perfil dela, não sei, senti uma boa aura. O Senhor sabe que sou mais ligada com esse negócio de energia. — Assenti— Candidata número quatorze.
Matteo RicciFui direto para o número e praticamente tive uma síncope, porque bem ali estava o currículo de nada mais nada menos que Maria West, a aluna de Romeo que fodeu com a minha mente desde que a vi.— Martha, a senhorita Maria West— Achou ela muito jovem e sem experiência para a vaga? — pergunta se retraindo.— Não. Ligue para ela e peça que venha o quanto antes.— Claro, senhor.— Desmarque com as outras candidatas, por favor.— Mas…— A vaga é da West — sentencio e ela não questiona mais nada.Martha concordou e se levantou em seguida, me deixando sozinho na sala. Caminhei até minha mesa e abri o notebook, precisava revisar alguns processos de alguns milionários envolvidos em nosso comércio ilegal. Esses casos são pré-selecionados por mim e repassados a Romeo. Tentei manter o foco no trabalho nas duas horas que se seguiram, mas a universitária tomou conta de meus pensamentos. Algumas vezes cheguei a ler três vezes o mesmo parágrafo para conseguir compreender o texto, de ta
Maria WestSaí da minha entrevista super feliz, agora eu vou conseguir guardar dinheiro para finalizar o meu curso e a oportunidade de estagiar na Ricci Law abriria muitas portas para mim, mas eu não tenho como pagar a mensalidade, não agora.Observei a lista que a Martha me entregou, então fui direto para casa e comecei a separar o que preciso levar no dia seguinte.Fui às pressas para a floricultura, precisava dar a notícia para minha mãe.— Filha, como foi? — minha mãe perguntou assim que entrei na floricultura.— Eu consegui, mãe. Ela me abraçou.— Eu disse que você conseguiria. — Mas vou ficar um semestre sem estudar, pois preciso guardar dinheiro para conseguir pagar a mensalidade. — Os olhos da minha mãe já estavam marejados. — O que foi, mãe?— Eles negaram o empréstimo — ela falou e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.— Tenha calma, mamãe, vamos conseguir. — Tentei ser positiva— Vou te ajudar, minha filha.— Você precisa investir na floricultura, precisamos r
Maria WestAlex usava uma micro saia de couro na cor preta, o que destacava muito bem as suas pernas longas e torneadas, e um cropped amarelo, o que dava um contraste perfeito à sua pele clara e ao seu cabelo loiro claro.A fila estava enorme, mas como Alex conhece todo mundo, é claro que não precisaríamos ficar na fila.Como já somos conhecidas, os seguranças apenas sorriem e nos deixaram entrar.Como sempre, o lugar estava lotado A boate estava preenchida pela batida contagiante e seguimos para o bar.— Duas doses de tequila — Alex pediu aos gritos.— Eu não vou beber — falei em seu ouvido.— Vai, sim, você precisa se distrair — falou. — Você não vai morrer com uma dose.— Ok.Em seguida, o barman entregou as duas doses de tequilas acompanhadas do sal e do limão.Alex sorriu para mim e por fim bebemos a tequila, que desceu queimando pela minha garganta.— Viu? Você não morreu. — Engraçadinha — disse. — Lembra que sou fraca para bebida.— Esqueceu que sempre cuido de você? — lembrou
Matteo RicciComecei o sábado com o pé esquerdo, o meu pai passou o almoço todo me perguntando se eu já tinha tomado uma decisão, pois ele queria se aposentar quanto antes, e para não discutir, sai de lá sem dizer uma só palavra.Decidi ir até a empresa, parece que ultimamente lá é o único lugar que tinha um pouco de paz. Mas antes decidi passar no shopping, precisava comer algo. E enquanto caminhava pela praça de alimentação, avistei Maria de longe com a sua amiga loira.Pensei em abordá-las, mas aquilo não seria nada legal, não tínhamos intimidade suficiente para tal coisa, então decidi chegar perto e fingir que nosso encontro ali era completamente casual.Caminhei em direção às duas e fingi mexer no celular, o que resultou em um esbarrão e Maria ficando toda corada quando me viu, e essa simples reação fez algo dentro da minha boxer criar vida.Ainda preciso entender como essa menina me deixa assim, ela não faz o meu tipo, nem tem os atrativos que eu escolheria para me relacionar
Matteo RicciRomeo apenas sorriu, sem se importar em fofocar por aí.Ficamos ali conversando por um tempo até que voltei a minha atenção para Maria, que se levantou um pouco cambaleante, imaginei que devia querer ir ao banheiro, e em seguida vi o cara que ela chutou indo atrás.— Caralho! — falei alto demais.— O que foi? — Romeo e Andrew perguntaram assustados.— Aquele cara está indo atrás dela. — Que cara, do que você está falando? — Andrew perguntou.Saí às pressas do camarote, empurrando todos que estavam à minha frente, ouvindo a voz do Romeo logo atrás. Fiquei tão possesso de raiva que já não ouvia mais a música que estava tocando nem nada que acontecia ao meu redor.Quando cheguei no banheiro, vi o homem agarrando a garota e minha raiva aumentou mais quando Maria pediu para ele soltá-la, mas o cara ainda insistiu.Então deixei a fúria me dominar e deixar sair o assassino que fui treinado para me tornar.Apenas uma coisa não me fez dar cabo do desgraçado ali mesmo. E quando o
Maria WestAcordei com minha cabeça latejando, começando a ter uns flashes da noite passada.— Alex... Alex... — chamei por ela e passei a mão na cama, procurando-a.Sempre que eu dormia em sua casa, dividíamos a cama e hoje não seria diferente.— Você acredita que eu sonhei com o senhor Matteo? — falei para minha amiga ainda grogue de sono.Quando não obtive resposta, abri meus olhos e não a encontrei na cama, fitei o teto e soube que não é a casa dela.— Sinto lhe dizer que não foi apenas um sonho, Maria.— Droga! — falei quando virei minha cabeça e dei de cara com o Matteo encostado na soleira da porta.Ele estava usando uma camisa preta e uma calça de pano mole na cor cinza.Como num passe de mágica, eu me sentei na cama e percebi que não estava usando o meu vestido da noite anterior.— Deixei suco e uma aspirina ao lado da cama — ele falou e se sentou próximo a mim.Ergui a coberta e percebi que além do vestido, também não estava usando a minha calcinha. Por não me lembrar do qu
Maria WestHoje é segunda, meu primeiro dia de trabalho na empresa Law Ricci.Acordei bem cedo, antes mesmo que minha mãe, e preparei o nosso café, depois me arrumei, fiz uma maquiagem bem básica, e decidi usar como roupa uma calça flare na cor preta juntamente com uma camisa branca e prendi meu cabelo num rabo de cavalo.— Que cheiro gostoso — minha mãe falou assim que entrou na cozinha.— Espero que esteja com fome — falei.— Um pouco, mas vou ao médico hoje. — Você não está bem? — perguntei preocupada— Já tem alguns dias que estou sentindo dores nas costas, e nada alivia.— Vou pedir para Alex te acompanhar, pode ser?— Não, deixa ela se divertir, eu vou de táxi.— Promete me ligar?— Prometo. — Ela me deu um beijo na testa. — Agora vai, não quero que você se atrase no seu primeiro dia.— Eu te amo. Me despedi da minha mãe e segui para a garagem.Eu estava ansiosa com o meu primeiro dia, mas também estava apreensiva depois do vexame que dei ontem, como vou olhar para cara do meu
Maria WestFiquei deitada em minha cama encarando o teto até que decidi tirar a roupa que estava cheirando a café. Assim que saí do banheiro, Alex entrou no meu quarto.— Olha o que eu trouxe. — Ela ergueu uma sacola e tirou de dentro dela um vestido vermelho. Apenas torci o nariz. — Aceita como um presente, eu comprei e em mim ele fica sobrando nos seios, e em você ele vai ficar perfeito — argumentou. — Não tenho lugar para usar isso — lembrei.— Vamos sair hoje — avisou toda sorridente.— Não, Alex. Ela tirou a minha toalha que estava enrolada no meu corpo e pegou um conjunto de lingerie vermelha no meu closet e me jogou. Terminei de me vestir e Alex me ajudou com a maquiagem. Quando finalizamos, me olhei no espelho e estava linda, nossos vestidos eram do mesmo modelo, mudando apenas a cor, ambos tinham o decote em “v”, uma fenda na perna, eram longos e o dela era na cor azul.— Uau! Você está linda — Alex falou.— E você está um arraso.— Então, vamos... — Alex falou.— Onde