Maria West
Assim que entrei na sala, me deparei com o professor gato que Alex tinha falado e pude perceber que ele realmente era lindo. O homem era alto, de olhos verdes, a sua barba estava impecável e ele me olhava de uma maneira como se pudesse ler a minha alma.
— A senhorita vai entrar, ou vai ficar parada aí na porta? — perguntou.
Nossa! Que arrogante!
Não disse nada, apenas segui para o meu lugar ao lado da Alex.
Ele se apresentou e só aí descobri que ele é o Matteo Ricci, o maior CEO na área de direito, se eu conseguisse fazer estágio na empresa dele com certeza teria a minha vida feita.
As provas foram distribuídas e durante o preenchimento trocamos olhares algumas vezes e fiquei tão vidrada na beleza desse homem que por um momento até esqueci que o Héctor existia.
Assim que finalizei a prova e saí da sala, ouvi os passos da Alex logo atrás.
— Maria, você viu como ele ficou te olhando? — perguntou enquanto saíamos da sala.
— Claro que não, Alex, isso é coisa da sua cabeça. — eu disse.
— Se não fosse pelo Andrew, eu daria em cima dele facinho.
Rimos.
Alex namora o Andrew desde quando eu a conheço e são aquele tipo de casal apaixonado que sabemos que será para sempre.
— O que a senhora Moore queria com você? — perguntou.
— Perdi a bolsa de estudos. — falei enquanto caminhávamos para o estacionamento.
— Como assim? Você é uma excelente aluna, suas notas são as melhores. — Alex ficou tão indignada quanto eu.
— Vou ter que procurar um emprego, e só assim conseguirei pagar ao menos um semestre.
— Caso não consiga, tenho outra maneira de te ajudar.
— Não precisa, eu vou dar um jeito.
Fiquei todo o trajeto de volta para casa pensando em como farei para conseguir um emprego. E minha mãe, o que direi a ela?
Aproveitei que quando cheguei em casa minha mãe estava na rua e entrei direto para o quarto, precisava ficar sozinha. Pensar em tudo, fazer contas e decidir o que fazer antes de informar a ela.
Me preparei para dormir esperando a ligação de facetime com Hector. Mas desisti depois da sexta vez em que liguei e ele não atendeu.
Agora não estava com tempo e nem cabeça para ele, pois estava tão desesperada que até entreguei currículos em lanchonetes. Não me importo de trabalhar em algo que não faz parte da profissão que almejo, a única coisa que preciso no momento é pagar a universidade e poder me tornar uma das melhores advogadas de Nova Iorque.
***
— Mamãe, posso trabalhar naquela boate — sugeri.
Estávamos sentadas a mesas tomando café.
— Não, vamos dar um jeito — falou.
— Preciso terminar a faculdade de um jeito ou de outro. Ou arrumo um emprego rápido, ou rezamos para que o novo dono da empresa volte com as bolsas.
— Podemos pegar o empréstimo no banco, filha, e tentar pagar pelo menos a metade do que falta. — Me olhou com a voz embargada, os olhos molhados com as lágrimas que ainda não escorreram, a ruga de preocupação em sua testa. O semblante abatido, tudo o que não queria ver no rosto dela.
— Não, mamãe, isso apenas pioraria a nossa situação — avisei.
— Mas quero que você conclua os seus estudos, eu sei que se o seu pai estivesse aqui, nada disso estaria acontecendo — reclamou.
— Calma, mamãe, as coisas vão dar certo. — Tentei confortá-la. — Eu só prec...
Naquele momento o meu celular tocou e quando olhei no visor vi que era um número desconhecido.
— Quem é?
— Eu não sei.
— Então atenda, Maria.
— Alô?
— Senhorita West?
— Sim, sou eu.
— Sou a Martha e falo da “RICCI LAW”, recebemos um currículo seu e gostaríamos de saber se ainda tem interesse na vaga de secretária?
— Claro, tenho sim.
— Ok, vou enviar as informações por e-mail.
— Obrigada.
— A sua entrevista é daqui a uma hora, por favor, não se atrase.
— Não vou me atrasar.
Antes mesmo que eu pudesse agradecer, o telefone ficou mudo.
— Conseguiu a vaga?
— Calma, mamãe, ainda é uma entrevista.
— Você vai conseguir. — minha mãe falou toda eufórica. — A sua entrevista é ainda hoje?
— Sim, é daqui a uma hora. Preciso me trocar.
Ao menos consegui uma entrevista. Isso acendeu as esperanças no meu coração e preciso correr para me preparar.
Subi às pressas para o meu quarto e já fui tirando as roupas que estou vestindo e pensando no que irei vestir para poder causar uma boa impressão.
Fui até o meu guarda-roupa e… droga! O que eu vou vestir?
Decidi tomar mais um banho antes, lavei meus cabelos e fiquei imaginando o que precisarei falar no momento da entrevista.
Assim que saí do banho, voltei para o meu guarda-roupa e após alguns minutos o encarando, optei por uma saia lápis preta, uma camisa azul clara, um blazer preto e um scarpin azul, no mesmo tom da camisa.
Sequei meus cabelos e fiz um rabo de cavalo baixo, uma maquiagem leve e quando me olhei no espelho, constatei que estava linda e pronta para arrasar.
Desci para me despedir da minha mãe e percebi que Alex, sempre passava aqui em casa antes de ir trabalhar com o seu pai, ainda não tinha chegado.
— Onde você vai toda linda desse jeito?
— Bom dia, Alex — falei assim que entrei na cozinha e ela sorriu. — Tenho uma entrevista de emprego.
— Vou cruzar os dedos para dar certo, amiga.
— Também espero por isso. — Sorri para ela, cruzando os dedos também — Você não imagina qual empresa é.
— Amiga, eu não faço ideia. — Deu de ombros.
— É a Ricci Law.
Alex gritou.
— Eu não acredito que é na empresa daquele gostosão.
— Me deseje sorte — pedi.
— Te desejo uma sentada, no mínimo.
— Alex — minha mãe repreendeu, mas logo sorriu também…
— Se alimente bem — mamãe pediu e dou risada.
— Você não vai para aula hoje? — Alex perguntou.
— Claro que vou, não posso perder nenhuma.
— Eu já disse que os meus pais podem te ajudar — me recordou.
Os pais da Alex são proprietários de uma empresa de marketing, a única certeza que tenho é que eles têm muito dinheiro.
— Agradeço de coração, mas como já disse ainda, não vou abusar de sua amizade.
— Deixe de ser boba. — Alex bufou, me dispensando com a mão.
— Eu já vou indo, beijos. — Saí antes que Alex falasse mais uma vez sobre essa ideia sem sentido
Darei um jeito. Tenho que dar.
Maria WestQuase uma hora depois, deixei a minha mãe na floricultura com a Alex e fui para o endereço que recebi no meu e-mail.Assim que estacionei na frente daquele enorme edifício, respirei fundo, peguei a minha bolsa e desci.Quando passei pela porta de entrada, me deparei com um hall lindo e enorme, nos tons de cinza e preto, com o chão todo laminado, também acompanhando as cores das paredes. E no fim dele, havia uma placa enorme com o logo da empresa “Ricci law”.Seria um sonho conseguir estágio nessa empresa, ainda mais no meu ramo, seria maravilhoso para o meu currículo.A empresa é do CEO de Nova York, Matteo Ricci. Com apenas 26 anos, ele já triplicou o império dos seus pais e é uma grande inspiração para todos os profissionais da área do direito. Matteo vem de uma família poderosa, talvez isso já o ajude com os negócios. Vi a sua entrevista numa revista muito importante da cidade, pois eles questionavam que ele além do fato de ser novo e já ter conquistado tanto, era um dos
Maria WestE Matteo Ricci parecia ser um homem de poucos amigos. Pela postura ser misteriosa, como se guardasse um grande segredo; perigoso e desafiador.— A empresa que garantia o programa de bolsa foi incorporada a outra e o novo proprietário ainda não se pronunciou quanto ao programa. E pelo andar da carruagem, será cancelado.— Muito bem… Preciso de uma secretária para ajudar a Martha, ela está sobrecarregada. — Ele se encostou contra a cadeira, me olhando intensamente e me deixando consternada — E para essa vaga, o que preciso é de alguém que ajude tanto com os trabalhos organizados aqui, mas principalmente com meus trabalhos pessoais, que não envolvam exclusivamente a empresa. Você está disponível para viagens?— Que tipos de viagens, senhor? Como já falei, minha condição final…— A empresa bancará qualquer custo durante suas viagens. Juntamente com seus honorários, então não se preocupe com isso, senhorita West. — Antes que eu possa falar algo, ele continuou: — Está disposta a
Matteo RicciFui direto para o número e praticamente tive uma síncope, porque bem ali estava o currículo de nada mais nada menos que Maria West, a aluna de Romeo que fodeu com a minha mente desde que a vi.— Martha, a senhorita Maria West— Achou ela muito jovem e sem experiência para a vaga? — pergunta se retraindo.— Não. Ligue para ela e peça que venha o quanto antes.— Claro, senhor.— Desmarque com as outras candidatas, por favor.— Mas…— A vaga é da West — sentencio e ela não questiona mais nada.Martha concordou e se levantou em seguida, me deixando sozinho na sala. Caminhei até minha mesa e abri o notebook, precisava revisar alguns processos de alguns milionários envolvidos em nosso comércio ilegal. Esses casos são pré-selecionados por mim e repassados a Romeo. Tentei manter o foco no trabalho nas duas horas que se seguiram, mas a universitária tomou conta de meus pensamentos. Algumas vezes cheguei a ler três vezes o mesmo parágrafo para conseguir compreender o texto, de ta
Maria WestSaí da minha entrevista super feliz, agora eu vou conseguir guardar dinheiro para finalizar o meu curso e a oportunidade de estagiar na Ricci Law abriria muitas portas para mim, mas eu não tenho como pagar a mensalidade, não agora.Observei a lista que a Martha me entregou, então fui direto para casa e comecei a separar o que preciso levar no dia seguinte.Fui às pressas para a floricultura, precisava dar a notícia para minha mãe.— Filha, como foi? — minha mãe perguntou assim que entrei na floricultura.— Eu consegui, mãe. Ela me abraçou.— Eu disse que você conseguiria. — Mas vou ficar um semestre sem estudar, pois preciso guardar dinheiro para conseguir pagar a mensalidade. — Os olhos da minha mãe já estavam marejados. — O que foi, mãe?— Eles negaram o empréstimo — ela falou e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.— Tenha calma, mamãe, vamos conseguir. — Tentei ser positiva— Vou te ajudar, minha filha.— Você precisa investir na floricultura, precisamos r
Maria WestAlex usava uma micro saia de couro na cor preta, o que destacava muito bem as suas pernas longas e torneadas, e um cropped amarelo, o que dava um contraste perfeito à sua pele clara e ao seu cabelo loiro claro.A fila estava enorme, mas como Alex conhece todo mundo, é claro que não precisaríamos ficar na fila.Como já somos conhecidas, os seguranças apenas sorriem e nos deixaram entrar.Como sempre, o lugar estava lotado A boate estava preenchida pela batida contagiante e seguimos para o bar.— Duas doses de tequila — Alex pediu aos gritos.— Eu não vou beber — falei em seu ouvido.— Vai, sim, você precisa se distrair — falou. — Você não vai morrer com uma dose.— Ok.Em seguida, o barman entregou as duas doses de tequilas acompanhadas do sal e do limão.Alex sorriu para mim e por fim bebemos a tequila, que desceu queimando pela minha garganta.— Viu? Você não morreu. — Engraçadinha — disse. — Lembra que sou fraca para bebida.— Esqueceu que sempre cuido de você? — lembrou
Matteo RicciComecei o sábado com o pé esquerdo, o meu pai passou o almoço todo me perguntando se eu já tinha tomado uma decisão, pois ele queria se aposentar quanto antes, e para não discutir, sai de lá sem dizer uma só palavra.Decidi ir até a empresa, parece que ultimamente lá é o único lugar que tinha um pouco de paz. Mas antes decidi passar no shopping, precisava comer algo. E enquanto caminhava pela praça de alimentação, avistei Maria de longe com a sua amiga loira.Pensei em abordá-las, mas aquilo não seria nada legal, não tínhamos intimidade suficiente para tal coisa, então decidi chegar perto e fingir que nosso encontro ali era completamente casual.Caminhei em direção às duas e fingi mexer no celular, o que resultou em um esbarrão e Maria ficando toda corada quando me viu, e essa simples reação fez algo dentro da minha boxer criar vida.Ainda preciso entender como essa menina me deixa assim, ela não faz o meu tipo, nem tem os atrativos que eu escolheria para me relacionar
Matteo RicciRomeo apenas sorriu, sem se importar em fofocar por aí.Ficamos ali conversando por um tempo até que voltei a minha atenção para Maria, que se levantou um pouco cambaleante, imaginei que devia querer ir ao banheiro, e em seguida vi o cara que ela chutou indo atrás.— Caralho! — falei alto demais.— O que foi? — Romeo e Andrew perguntaram assustados.— Aquele cara está indo atrás dela. — Que cara, do que você está falando? — Andrew perguntou.Saí às pressas do camarote, empurrando todos que estavam à minha frente, ouvindo a voz do Romeo logo atrás. Fiquei tão possesso de raiva que já não ouvia mais a música que estava tocando nem nada que acontecia ao meu redor.Quando cheguei no banheiro, vi o homem agarrando a garota e minha raiva aumentou mais quando Maria pediu para ele soltá-la, mas o cara ainda insistiu.Então deixei a fúria me dominar e deixar sair o assassino que fui treinado para me tornar.Apenas uma coisa não me fez dar cabo do desgraçado ali mesmo. E quando o
Maria WestAcordei com minha cabeça latejando, começando a ter uns flashes da noite passada.— Alex... Alex... — chamei por ela e passei a mão na cama, procurando-a.Sempre que eu dormia em sua casa, dividíamos a cama e hoje não seria diferente.— Você acredita que eu sonhei com o senhor Matteo? — falei para minha amiga ainda grogue de sono.Quando não obtive resposta, abri meus olhos e não a encontrei na cama, fitei o teto e soube que não é a casa dela.— Sinto lhe dizer que não foi apenas um sonho, Maria.— Droga! — falei quando virei minha cabeça e dei de cara com o Matteo encostado na soleira da porta.Ele estava usando uma camisa preta e uma calça de pano mole na cor cinza.Como num passe de mágica, eu me sentei na cama e percebi que não estava usando o meu vestido da noite anterior.— Deixei suco e uma aspirina ao lado da cama — ele falou e se sentou próximo a mim.Ergui a coberta e percebi que além do vestido, também não estava usando a minha calcinha. Por não me lembrar do qu