Capítulo 196A Coroação e o Casamento CiganoO Passado de Julian e o Chamado ao TronoNa manhã seguinte, Marco levou Ariadne e Julian para um passeio. O sol nascia no horizonte, pintando o céu com tons dourados e alaranjados. Quando o carro se aproximou da entrada do palácio, Julian sentiu um aperto no peito. As torres imponentes, os corredores que antes ecoavam os passos de sua família… Tudo ainda estava ali, desgastado pelo tempo, esperando pelo seu retorno.— Julian, esse era o seu lar. — Marco disse, observando sua expressão nostálgica. — Aqui sua família viveu por gerações. Seus ancestrais governaram essas terras, alguns com justiça, outros nem tanto. Seu avô um dos melhores, governante. Seu pai… Bem, ele tentou, mas só cuidou do povo por cinco anos antes de ir embora.Julian não conseguia afastar a sensação estranha que o consumia. Sua mente viajou para o passado.Um flash de memória veio à tona. Ele e Aidan, ainda crianças, corriam pelos campos ao redor do palácio, os risos pre
Capítulo 197O Legado de Sangue e FogoO Ritual Final – O Presente de Mihai e a Promessa do FuturoA noite envolvia Calysta e Mihai como um manto celestial. O ar estava carregado de magia, e a luz prateada da lua refletia-se em suas peles suadas, marcando o momento como algo além do humano, algo ancestral e eterno.Eles caminharam de mãos dadas a uma parte separada da aldeia. Deitados na grama úmida, Mihai segurou o rosto de Calysta com ambas as mãos, sua respiração acelerada encontrando a dela em um sussurro profundo. Havia algo que ainda precisava ser feito. Algo que garantiria que o destino deles nunca fosse apagado.— Minha deusa… está pronta para receber meu presente? — Mihai murmurou, seus olhos brilhando com um verde intenso.Calysta soube exatamente do que ele falava. A fusão final.Não era apenas sobre seus corpos, sobre a paixão ou o desejo. Era sobre sangue. Sobre essência. Sobre o ciclo da vida e da morte.Mihai deslizou a mão sobre o ventre de Calysta e murmurou palavras
Capítulo 198O Renascimento de Calysta e MihaiO Diário de Ariadne – O Último RegistroAriadne abriu seu diário pela última vez. A capa de couro já estava desgastada, as páginas amareladas com o tempo, mas aquele era o espaço onde ela tinha derramado sua alma por anos.Ela passou a ponta dos dedos pelas palavras que escrevera antes. Tantas memórias. Tanta dor. Mas agora, apenas felicidade.Sorriu ao pegar a caneta e começou a escrever:Oi querido amigo."Desde que engravidei, Calysta nunca mais falou comigo. Mas depois que…"Flashback – A Voz no VentreAriadne estava sentada sob uma árvore, suas mãos repousando no ventre arredondado. 9 meses.O vento soprou suave, balançando seus cabelos quando, de repente, ela escutou.Uma voz.— Mamãe…Ela abriu os olhos rapidamente e olhou ao redor. Ninguém.Um arrepio percorreu sua espinha.E então, de novo.— Mamãe… vamos para casa. Estou chegando.Ariadne arregalou os olhos, segurando o ventre com força.— Filha?O calor se espalhou por seu peit
Capítulo 199O Amor Que Resistiu ao TempoO Palácio estava em festa.As luzes douradas refletiam sobre os salões impecáveis, decorados para celebrar um marco que poucos haviam alcançado. Quarenta anos de casamento.Julian e Ariadne haviam construído uma história digna dos contos mais intensos. E agora, diante de seus filhos, netos e do povo que tanto amavam, celebravam não apenas a união deles, mas a paz que tinham conquistado.A aldeia cigana e o palácio estavam mais unidos do que nunca. A profecia fora cumprida. O amor não conhecia fronteiras.E naquela noite, todos estavam ali para celebrar esse amor.As Bodas e a Última DançaO salão ecoava com música e risos.Alexander, agora um rei respeitado, dançava com sua esposa Isabella, Selene, que herdara a sabedoria e os dons espirituais de sua mãe dançava com seu esposo Dimitri.Ao redor deles, os ciganos misturavam-se aos nobres, como se jamais tivessem sido separados por barreiras sociais.E então, a música suavizou.Os músicos abrir
Capítulo 200 O Legado Nunca MorreSelene estava de joelhos no centro da aldeia, cercada pelo povo cigano.O chão vibrava.As batidas dos pés eram ritmadas, ecoando como trovões contidos, carregadas de um peso ancestral. Era um chamado.A estrela dourada em seu pescoço brilhou intensamente, irradiando uma luz tão forte que refletia nos olhos de todos ao redor.Selene respirou fundo, segurando um grito que vinha da alma.A cada batida no chão, a energia crescia.Mais rápido.Mais forte.Até que a dor dentro dela se tornou impossível de conter.E então, ela gritou.O céu rasgou.Trovões explodiram, iluminando a noite.Relâmpagos cortaram os céus como lâminas de fogo.Os ventos uivaram.A aldeia inteira se ajoelhou, temendo a magnitude do momento.As mães abraçaram seus filhos, murmurando orações.E então, a chuva desabou.**Alexander Sentiu o Chamado**Do alto da varanda do palácio, Alexander observava a tempestade se formar.Seu coração disparou.Havia algo errado.Ele saiu correndo, s
Prólogo: Os ecos de uma promessa esquecidaO som de risos e música preenchia o ar, mas havia algo errado. Calysta sentia o calor das chamas da fogueira próxima, mas o brilho vibrante parecia mais sombrio, como se a luz lutasse contra sombras que rastejavam pelas margens do acampamento. As saias coloridas das mulheres ciganas dançavam ao vento, mas seus rostos estavam indistintos, como se a alegria fosse apenas um reflexo vazio.Ela estava lá, com apenas 10 anos, observando tudo com olhos curiosos, mas uma sensação de desconforto a dominava. Algo estava prestes a acontecer. Ao seu lado, sua mãe, Rosa, ajustava o lenço em seu cabelo com mãos trêmulas. A voz da mãe parecia ecoar, distorcida:— Você está linda, minha filha. Lembre-se de quem você é. Nunca esqueça. Nunca esqueça.As palavras repetiam-se como um mantra, ficando cada vez mais rápidas e inaudíveis. Calysta olhou ao redor, mas a visão parecia turva, como um vidro coberto de névoa. Ela viu Mihai no centro da roda, um garoto de
CAPÍTULO 1O Nascimento de uma EstrelaA noite estava silenciosa na pequena aldeia cigana, com o luar iluminando as tendas espalhadas pelo campo. Dentro da maior tenda, o som de gemidos e respirações ofegantes rompia o silêncio. A anciã Diana, a parteira da aldeia, trabalhava com habilidade e paciência. Do lado de fora, Joaquim andava de um lado para o outro, ansioso e cheio de nervosismo, tentando ouvir qualquer palavra que indicasse o desfecho do parto de sua esposa, Rosa.— Calma, Joaquim! — chamou um dos amigos da aldeia, tentando tranquilizá-lo. — A anciã está lá dentro. Ela nunca erra.— Mas e se algo acontecer? — Joaquim respondeu, inquieto, passando a mão pelos cabelos desgrenhados. — Eu não posso perder Rosa. E a criança… e se ela não resistir?Dentro da tenda, Rosa gritava de dor. A cada contração, ela agarrava os lençóis finos que cobriam o chão.— Respire, menina, respire! — orientava Diana, com a voz firme, mas acolhedora. — Está quase. Seu corpo sabe o que fazer. Confie
Capítulo 2 O Despertar de CalystaA noite caiu sobre a aldeia com a serenidade típica das terras ciganas. O ar estava fresco, perfumado pelas ervas que cresciam ao redor das tendas. Na maior delas, Calysta dançava ao som de uma melodia tocada por seu pai, Joaquim. Seus pés deslizavam suavemente sobre o chão de terra batida, enquanto sua saia colorida rodopiava ao seu redor. Seus movimentos eram precisos, como se o ritmo fluísse naturalmente em suas veias.— Ela nasceu para dançar, Rosa, — disse Joaquim, orgulhoso, observando a filha de longe. — Veja como ela se conecta com a música. É como se a alma dela estivesse no ar junto com o som.Rosa, sentada ao lado dele, sorria, mas seu olhar estava atento. Ela sabia que Calysta era especial, que havia algo além de sua beleza e talento natural.Do lado de fora, a anciã Diana observava em silêncio. Seu olhar era penetrante, quase como se pudesse enxergar dentro da alma da jovem. Nos últimos dias, Calysta vinha lhe contando sobre sonhos estra