Adriana BeckerAlguns meses…— ¡Disculpe, señora!— ¿Sí, Gimena? — digo para a minha governanta, interrompendo uma reunião entre amigos.— Teléfono de Brasil, señora. — Sorrio, pensando ser uma ligação de Camila.— ¡Gracias Gimena! — falo, dispensando-a e na sequência me viro para os meus convidados.— Le pido perdón, pero necesito responder — peço saindo da sala de estar em seguida.Receber a notícia sobre o incêndio no apartamento da minha filha e que ela está hospitalizada me tirou o chão. Penso em Renan e me pergunto se ele seria capaz. Quer dizer, ela é sua filha!— ¿Cómo estás querida?— Necesito volver a Brasil, María — sibilo sôfrega e fraca, sentindo as minhas pernas fraquejarem.— ¿Estás seguro de eso? Tu ex marido…— Hubo um ataque a mi hija. Y necesito ir a verla. — Minha amiga leva uma mão a boca em sinal de espanto.— ¿Y ella cómo está?— Todavía no lo sé.— Está bien, bebe esto. Le pediré a Gimena que te haga uma maleta.— ¡Gracias María! Necesitaré esos documentos tam
AliceDepois que Adriana sai de casa, fico à vontade no sofá lendo os documentos que ela deixou.Está tudo aqui:✓ Utilização de informações governamentais para fins pessoais.✓ Compra e venda de sentenças jurídicas.✓ Recebimentos de presentes e de serviços de altos valores por autoridades.✓ Prostituição infantil.— Cacete! — sibilo baixinho e pasma, puxando a respiração de um jeito eufórico.De verdade, não consigo me conter dentro de mim. Portanto, me levanto do sofá sem saber o que fazer com esses documentos. Preciso encontrar um lugar seguro para guardá-los, até marcar um encontro com o delegado ou o juiz responsável pelo caso Renan. Mas, onde posso guardá-los?Vou para o escritório de Lucca e procuro um lugar onde eu possa deixar esses documentos fora do alcance das pessoas. Decido deixá-los dentro de uma estante, escondidos atrás de algumas pastas de papel que tem o nome da corporação dos bombeiros. Empolgada, decido ir tomar um banho e tentar relaxar um pouco. E quando termin
Alice— Você não vem? — inquire. Então me dou conta de que estou pelada e parada na metade do caminho.E eu perderia isso? Ralho mentalmente. Jamais! Never! Nunca!Na minha cabeça se passa várias situações e nenhuma delas é apropriada para citação desse livro. Suspiro de modo audível. Lucca faz coisas maravilhosas com essa boca, seja em cima de um balcão, ou no banheiro, no chão, na cama… Deus, imagine o que ele é capaz de fazer dentro dessa piscina? Olho para o céu me sentindo culpada. É melhor não imaginar Deus. Esquece o que eu disse.Dito isto, dou meus últimos passos e mergulho na água morna. E quando penso em imergir, Lucca me puxa debaixo d'água para um beijo de língua.Merda, que delícia!Eu nunca beijei debaixo d'água. Mas devo avisar que esse troço é simplesmente excitante. Em segundos imergimos colados um no outro e ainda com as nossas bocas grudadas uma na outra. Lucca me faz encostar no vidro e logo que o seu corpo prensa o meu, as minhas pernas abraçam a sua cintura, e l
AliceEscuto o som da sua risada alta do meu lado. É um som lindo e contagiante, que reverbera dentro do meu corpo. Estamos na sala de visitas agora. Sentados no tapete felpudo e debaixo das cobertas, comendo pipoca, enquanto assistimos uma comédia romântica. "Ele não está tão a fim de você." Não foi fácil convencê-lo a assistir, mas a verdade, é que ele acabou se divertindo mais do que eu com esse filme.Em algum momento, Lucca me encarou cheio de desejo e quando se preparou para me beijar joguei pequeno punhado de pipocas no seu rosto. Seus olhos arregalam divertidos para mim, arrancando-me mais gargalhadas.— O que você vai fazer? — indago quando os seus olhos revelam algum tipo de travessura. Em minha defesa, afasto-me sutilmente dele. Mas Lucca assemelha-se a um leão forte e feroz. Solto alguns gritos agudos e antecipados, e saio correndo para fora da sala. Lucca não perde tempo. Ele se levanta abruptamente e corre atrás de mim. — Lucca, não! — Volto a gritar, mas ele é rápido e
AliceAcho que já está mais do que na hora de conhecer os seus amigos e de ele conhecer os meus também. A verdade, é que estamos cada vez mais ligados um no outro. E mais apaixonados também. E de verdade? Que o Lucca não saiba, mas estou amando essa estadia aqui na sua casa. Estou até começando a conhecer as suas manias.Tipo, ele balança o pé enquanto espera o sono chegar. Toma banho cantando debaixo do chuveiro. Faz corridas matinais e malha todas as noites. Sem falar nos sons que faz enquanto dorme. E o melhor! Acordo todas as manhãs com seus beijos e quando chego na cozinha, encontro sempre uma mesa farta de café da manhã. E ainda tem sexo quente e selvagem, seja ele matinal ou noturno.— Querida, você já… — Lucca para de falar quando entra no quarto e seus olhos ávidos passeiam pelo meu corpo como se estivessem famintos. — Porra Alice, não vou desgrudar de você lá no bar um só minuto — resmunga, puxando o ar com força.Simplesmente sorrio para esse elogio exacerbado.— Essa é a i
Lucca... Você beijou a Samantha e agora paga de bom namorado com a Loirinha?As palavras do Dilan ainda ecoam pesadas dentro da minha cabeça. Eu devia ter esmurrado a cara daquele desgraçado. Mas, olhar nos olhos de Alice e ver a decepção estampadas neles me oprimiu demasiado.O que eu esperava? Eu devia ter falado sobre a porra do beijo. Quantas oportunidades ela me deu? Quantas?— Sente-se aqui, Lucca. — Joe pede, segurando no meu braço e guiando-me para a mesa. — Deixa-a pensar um pouco. Se acalmar e depois vocês conversam. — Ele diz calmamente sentando-se na cadeira de frente para mim. Sentindo-me estranho com tudo isso, pego a longnect que está pela metade e esvazio, tomando o conteúdo de uma só vez. Estou de costas para o balcão do bar, mas ainda assim, é possível ouvir daqui a voz de Samantha conversando animada com Rafael. Ela age naturalmente, como se nada tivesse acontecido.Bufo de modo audível.— Eu vou para casa — falo frustrado. Contudo, rio, mesmo sem vontade. — E
Lucca— Você é maluca, sabia? — retruco, puxando-a para perto de mim.— E você gosta das minhas maluquices. — Ela rebate.— Na verdade, eu amo!E logo que alcançamos a porta de casa, destravo o controle do painel de segurança e a abro em seguida. Alice passa por ela em silêncio e eu fecho a porta atrás de mim. A observo largar os saltos altos de qualquer jeito e em qualquer lugar. Depois ela faz o mesmo com a bolsa, lançando-me um olhar indecifrável. Na sequência, a maluca me choca contra uma parede. E os seus olhos encontram os meus, expressando… raiva?Engulo em seco.Então eu espero pelos seus gritos e tapas. Mas inesperadamente ela puxa a minha camisa com força e os botões pulam para todos os lados. A peça é retirada do meu corpo de uma forma brusca e violenta. E eu não sei o que fazer.Isso é tesão ou raiva?— Não pense que uma simples transa no banco de trás de um táxi aplacou a minha raiva, Lucca Fassini.Eis a minha resposta.Penso em falar qualquer coisa para amenizar essa su
Lucca— O que? — inquiro receoso.Ela dá de ombros.— Eu não sei. Alguma coisa que esteja me escondendo, além de um maldito beijo? — meneio a cabeça em um não.— Depois disso, tirei a Samantha da minha equipe.— Oh! — Ela arqueia as sobrancelhas.— Estamos trabalhando em horários diferentes agora. — Ela permanece séria.— Por causa do beijo? — indaga. Faço menção de sair de debaixo dela, mas Alice não me permite e procura os meus olhos.— Fala, Lucca! — exige.— Não. Não foi por causa do beijo. — Um pouco mais de silêncio. Um olhar especulativo.Estou fodido, já estou vendo.— Por que então?— Alice essa é uma conversa que eu…— Fala logo! O que aquele embute fez para você tirá-la da sua equipe?Bufo.— Ela te deixou para morrer no incêndio — digo de vez. Seus olhos se apertam. Suas mãos apertam com força os meus ombros.— O que quer dizer com, me deixou para morrer? — questiona com um tom baixo e assustador.— No incêndio. No apartamento de Camila. Cada bombeiro tinha a finalidade de