Alice— O que? — indago confusa.— Destrava a porra do carro, Alice!Sem alternativa, pego as chaves na minha bolsa e aperto o controle e…— Mas, que perda! — um rosnado esganiçado sai da minha garganta quando o automóvel explode bem diante dos meus olhos. Completamente amedrontada encaro as chamas altas e prendo a respiração.— Definitivamente você não sabe se cuidar sozinha, garota. — Ele ralha impetuoso e volta a ligar o motor, saindo do estacionamento em seguida.Enquanto o veículo corre pelo asfalto a minha cabeça pipoca em pensamentos. O acidente, o incêndio no apartamento e agora o meu carro. Uma série louca de acontecimentos que me faz arrepiar inteira.— Quem me garante que você não colocou aquela bomba no meu carro? — sibilo baixo, ainda olhando para o lado de fora.— Você não pode estar falando sério. — Téo retruca, trincando o maxilar.— Quem me garante? — insisto o encarando.— Alice, pense comigo. Qual o sentido de pôr uma bomba no teu carro e de tirá-la de lá?Dou de om
Alice— Ok, se é assim — ralho. — Eu vou para a casa do Lucca — digo sem hesitar. — Mas quero deixar bem claro que voltarei para o meu apartamento assim que aquele canalha estiver atrás das grades.É claro que indo para a casa do Lucca terei mais liberdade do que indo para casa do meu pai. E ainda tenho algumas vantagens extras que me agradam bastante.— Feito! — Cris resmunga. — Pegue as suas coisas.— E amanhã iremos a polícia. — Papai anuncia. — Vamos fazer uma denúncia contra o Backer por mais uma tentativa de assassinato. — Conclui.— O que disse?— Estou sabendo sobre a explosão do seu carro.Reviro os olhos internamente.— O Téo me deixa a par de tudo. No momento aquele infeliz acha que conseguiu matá-la. Vou falar com alguns conhecidos e ele será exonerado do seu cargo executivo o quanto antes.— Oh! — É tudo que consigo dizer, enquanto fito o meu pai com perplexidade.A verdade, é que eu nunca parei para pensar no poder que Daniel Ávila tem. Na realidade, o meu pai é um empr
Adriana BeckerQuando você encontra o grande amor da sua vida, nunca imagina que ele vai te decepcionar um dia. A desilusão te mata por dentro. Ela destrói tudo o que você idealizava nesse sentimento.Quando eu conheci o Renan Backer, ele era apenas o dono de um bistrô francês, em sociedade com um amigo de faculdade. Eu estava visitando o Rio de Janeiro com uma amiga na época e paramos para tomar algo, e beliscar alguns petiscos. Lembro-me, tudo estava delicioso. Foi quando o vi. Ele estava dando uma de barman, enquanto preparava alguns drin’ks e se divertia fazendo malabarismo com a coqueteleira.Foi amor a primeira vista. Nossos olhos se encontraram e a conexão foi imediata.Como eu fazia faculdade de odontologia e morava em outra cidade, ficamos nos comunicando através de mensagens por longos meses.Ele era muito romântico. Galanteador E eu amava isso nele. Até que veio as férias e eu dispensei minha amiga pra ficar com eleSorrio da lembrança.Não deu outra. Um ano e meio
Adriana Becker — Não tenho como levar todas as minhas coisas agora, Adriana. Estou levando o necessário para uma semana. Depois eu volto e...— Não! — O corto com um tom firme na voz. — Deixe o seu endereço com um dos empregados da casa. Eles levarão o resto de suas coisas.Ele engole em seco, porém, faz um não com a cabeça.— Você está transtornada, Adriana. E eu entendo isso. Essa menina fala qualquer mentira e você acredita nela sem pensar duas vezes.— Não pude...— Você está me avisando sem me dar qualquer chance de defesa. Está me pondo para fora de casa e...— Cale essa maldita boca, Renan Backer! — brado o interrompendo outra vez. — Eu sei o que ouvi. Ninguém me contou. E você não vai se safar dessa. Agora saí da minha casa!— Adriana, não seja estúpida! Tenho coisas aqui dentro que preciso pegar e que não podem ser entregues a qualquer um — rosna impaciente.— Eu não me importo. Irei arrumar o que resta e quando estiver pronto, ligarei para você. Alguém entregará as
Adriana BeckerAlguns meses…— ¡Disculpe, señora!— ¿Sí, Gimena? — digo para a minha governanta, interrompendo uma reunião entre amigos.— Teléfono de Brasil, señora. — Sorrio, pensando ser uma ligação de Camila.— ¡Gracias Gimena! — falo, dispensando-a e na sequência me viro para os meus convidados.— Le pido perdón, pero necesito responder — peço saindo da sala de estar em seguida.Receber a notícia sobre o incêndio no apartamento da minha filha e que ela está hospitalizada me tirou o chão. Penso em Renan e me pergunto se ele seria capaz. Quer dizer, ela é sua filha!— ¿Cómo estás querida?— Necesito volver a Brasil, María — sibilo sôfrega e fraca, sentindo as minhas pernas fraquejarem.— ¿Estás seguro de eso? Tu ex marido…— Hubo um ataque a mi hija. Y necesito ir a verla. — Minha amiga leva uma mão a boca em sinal de espanto.— ¿Y ella cómo está?— Todavía no lo sé.— Está bien, bebe esto. Le pediré a Gimena que te haga uma maleta.— ¡Gracias María! Necesitaré esos documentos tam
AliceDepois que Adriana sai de casa, fico à vontade no sofá lendo os documentos que ela deixou.Está tudo aqui:✓ Utilização de informações governamentais para fins pessoais.✓ Compra e venda de sentenças jurídicas.✓ Recebimentos de presentes e de serviços de altos valores por autoridades.✓ Prostituição infantil.— Cacete! — sibilo baixinho e pasma, puxando a respiração de um jeito eufórico.De verdade, não consigo me conter dentro de mim. Portanto, me levanto do sofá sem saber o que fazer com esses documentos. Preciso encontrar um lugar seguro para guardá-los, até marcar um encontro com o delegado ou o juiz responsável pelo caso Renan. Mas, onde posso guardá-los?Vou para o escritório de Lucca e procuro um lugar onde eu possa deixar esses documentos fora do alcance das pessoas. Decido deixá-los dentro de uma estante, escondidos atrás de algumas pastas de papel que tem o nome da corporação dos bombeiros. Empolgada, decido ir tomar um banho e tentar relaxar um pouco. E quando termin
Alice— Você não vem? — inquire. Então me dou conta de que estou pelada e parada na metade do caminho.E eu perderia isso? Ralho mentalmente. Jamais! Never! Nunca!Na minha cabeça se passa várias situações e nenhuma delas é apropriada para citação desse livro. Suspiro de modo audível. Lucca faz coisas maravilhosas com essa boca, seja em cima de um balcão, ou no banheiro, no chão, na cama… Deus, imagine o que ele é capaz de fazer dentro dessa piscina? Olho para o céu me sentindo culpada. É melhor não imaginar Deus. Esquece o que eu disse.Dito isto, dou meus últimos passos e mergulho na água morna. E quando penso em imergir, Lucca me puxa debaixo d'água para um beijo de língua.Merda, que delícia!Eu nunca beijei debaixo d'água. Mas devo avisar que esse troço é simplesmente excitante. Em segundos imergimos colados um no outro e ainda com as nossas bocas grudadas uma na outra. Lucca me faz encostar no vidro e logo que o seu corpo prensa o meu, as minhas pernas abraçam a sua cintura, e l
AliceEscuto o som da sua risada alta do meu lado. É um som lindo e contagiante, que reverbera dentro do meu corpo. Estamos na sala de visitas agora. Sentados no tapete felpudo e debaixo das cobertas, comendo pipoca, enquanto assistimos uma comédia romântica. "Ele não está tão a fim de você." Não foi fácil convencê-lo a assistir, mas a verdade, é que ele acabou se divertindo mais do que eu com esse filme.Em algum momento, Lucca me encarou cheio de desejo e quando se preparou para me beijar joguei pequeno punhado de pipocas no seu rosto. Seus olhos arregalam divertidos para mim, arrancando-me mais gargalhadas.— O que você vai fazer? — indago quando os seus olhos revelam algum tipo de travessura. Em minha defesa, afasto-me sutilmente dele. Mas Lucca assemelha-se a um leão forte e feroz. Solto alguns gritos agudos e antecipados, e saio correndo para fora da sala. Lucca não perde tempo. Ele se levanta abruptamente e corre atrás de mim. — Lucca, não! — Volto a gritar, mas ele é rápido e