Alice
— Que tal tirar as suas mãos de cima de mim agora, Senhor Backer? — Ele olha sutilmente ao seu redor, soltando o meu braço e ajeita o terno caro.
— Escuta aqui, menina, se eu fosse você não me meteria em assuntos ao qual não foi chamada. Isso não é saudável.
— Está me ameaçando, candidato? — inquiro com ousadia.
— É só um aviso.
— Gravou tudo, Guto? — pergunto, encarando o meu acompanhante.
— Cada palavra. — Renan parece completamente aturdido agora. Contudo, ele me lança um olhar quase assassino.
— Não diga que eu não te avisei! — Ele rosna, se afastando. Tira o celular do bolso e começa a falar com alguém.
Solto a respiração que estava presa dentro dos meus pulmões, dispensando toda a tensão sobre mim.
Alice— Ai! Ai! — resmungo quando tento me mexer em cima da cama e quando abro os olhos, percebo que não estou no meu quarto. — Mas o que… — Fito um intravenoso na minha mão direita e fico apavorada quando percebo o gesso de canto a canto da minha perna. — Ai, droga! — resmungo outra vez quando o meu corpo reclama um movimento brusco.— Filha?— Mamãe? — Só então percebo Isabelly sentada do lado da cama estreita. E o meu pai em pé próximo de uma janela.— Que bom que você acordou, querida! — Ele diz, abraçando-me com cautela.Me pergunto o que aconteceu comigo e por que estou em um hospital… As lembranças caem como uma chuva pesada sobre a minha cabeça. Eu e Guto saindo da festa a altas horas da madrugada. Nós entramos no meu carro. Eu estava tensa. Sabia que havia cutucado Renan sem qualquer receio, que enfiei uma estaca na sua impinge. E por isso alguém estava nos perseguindo.… Quero que passe todo o material para a nuvem do meu celular.… Faça o upload para algumas contas que mant
AliceÀ tarde…— Olha você! — Cris adentra o quarto de hospital acompanhado da sua pequena família. Contudo, o seu olhar preocupado me faz sentir culpada. — Como você está, Pinga Fogo?— Bem melhor. Já não sinto mais dor de cabeça. E a Jenny?— O que você acha? — Arqueio as sobrancelhas.— O que? Não!— Sim! — Cris não segura a sua empolgação. — Aconteceu na noite passada. Por isso não vim te visitar.— Menino ou menina? — Seu sorriso se alarga. — O que você acha?— Ah meu Deus! É um menino?— E se chamará Miguel.— E a Nicole?— Está em casa com a babá e ansiosa para conhecer o irmãozinho.— Meus parabéns, Cris! — O abraço do jeito que posso.— Onde ela está? — pergunto ansiosa.— No quinto andar. Aqui mesmo no TaoVida. E se o médico liberar, posso te levar de cadeira de rodas para ir vê-la.— Sim, por favor! Quero muito ver o meu sobrinho e a minha cunhada também.Diferente do primeiro parto de Jenny e apesar do susto da noite passada. Esse foi bem mais tranquilo. Visto que foi o Cr
Alice—Senhorita Backer, tem uma pessoa...A balconista do hotel luxuoso fala ao telefone, lançando-me um olhar avaliador. Contudo, ela para de falar instantaneamente. Provavelmente a Mila a interrompeu.— Certo, Senhorita. Claro. Agora mesmo, Senhorita. Tenha um bom dia!Uau, dali Camila Backer! A mulher me encara sem jeito e me lança um sorriso profissional.— Pode subir, Senhorita Ávila.— Obrigada, Cinthia! — ralho, lendo o nome no seu crachá. No entanto, ajeito a minha bolsa no meu ombro e vou para um dos elevadores. Não vejo a hora de ver minha amiga. Penso ansiosa. Não que ela não tenha ido me visitar em minha casa o tempo em que fui forçada a ficar na cama por uma semana inteira.Daniel Ávila e Lucca Fassini juntos, é o inferno. E penso que estou ferrado com esses dois unidos em favor do meu bem-estar. Sério, ele
AliceO som do seu choro e as respirações consternadas de Mila sobressai ao seu relato, que preenche os meus ouvidos através dos fones. É a terceira vez que o escuto, enquanto faço algumas edições e anotações. Faço uma nota mental para fazer duplicações do arquivo por precaução. E após fazê-las, tenho o cuidado de guardar uma delas dentro de um cofre atrás de um quadro decorativo do meu escritório.Duas batidas na porta me fazem olhar na sua direção e Téo passa por ela em seguida, me fazendo bufar na sequência.— Você demorou. — Ele resmunga com certo descaso, sentando-se em uma cadeira sem ser convidado.— E?— Henrico pediu que fosse até a sala dele. — Arqueio as sobrancelhas.— Você virou mesmo o garoto de recados dele, não &eac
LuccaMomentos depois do acidente…No que ela estava pensando quando resolveu confrontar um homem poderoso como Renan Becker em público? Me pergunto após assistir o pequeno debate conflituoso entre Alice e o senador. E droga, o que eu acabei de ouvir é preocupante. Alice sequer médio as palavras durante o seu ataque e qualquer um desses homens podem ter provocado aquele acidente para ter acesso a essas imagens.Maluca! Penso irritado.Contudo, resolvo gravar o vídeo em um CD a parte e o guardo para mostrar para o Daniel. E se ele pensar o mesmo que eu, teremos que ficar com os olhos bem abertos para a mantermos bem segura. E com esse pensamento eu saio do seu escritório e vou direto para a sala do diretor de redação, Henrico Casteline.— Senhor Fassini? O que lhe traz a minha sala? — O homem diz assim que adentro.— Soube sobre o acidente dos s
Lucca— Porra, Fassini! Você acabou de assinar a sentença de morte da minha filha, caralho! — Ele brada.— O que queria que eu fizesse? Se eu não entregasse acabaria com a carreira...— Para o inferno a carreira! — esbraveja. — O que adianta a porra de uma carreira se ela estiver morta? — grita.— Se eu não fizesse feito, ela iria fazer — rebato.— Você teve a chance de destruir tudo e não fez.— Não seja idiota, Daniel — retruco no mesmo tom. E le me lança um olhar possesso. — Se eu destruísse, se eu não entregasse as imagens, nada disso apagaria o que a Alice fez naquela festa. Renan sabe que ela sabe. E Alice não vai parar. Nada garante que ele vai parar também.Ele me escuta atento e se senta, levando as mãos a cabeça.— Por que ela tem que ser as
Lucca— Eu não a vi sair, Lucca. — Ela diz.Passo um rádio para ela imediatamente.— Júlia, onde você está? — Para o meu desespero não tenho resposta. — Júlia? Júlia, me informe a sua localização? — Encaro a minha equipe e exasperado, corro para o prédio outra vez.— Lucca, não! — Samantha grita. Entretanto, subo as escadas com pressa, colocando a máscara de volta no meu rosto. No terceiro andar, vou em direção ao apartamento que a garota entrou minutos antes.— JÚLIAAAAA? — chamo por ela o mais alto que posso, mas nada. As chamas estão por todo lugar e o calor é quase insuportável. E ainda, a fumaça não me ajuda muito. — JULIAAA! — Volto a gritar. — Merda! — rosno quando adentro a cozinha e a encontro desacordada no ch&at
Lucca— Pronta para ir às compras? — indago quando nos afastamos.— Claro que sim. Adoro fazer compras para novos projetos. Ainda mais quando é para fazer surpresas. — Seu sorriso se alarga.Ana é arquiteta, mas tem um excelente gosto para design de interiores também. E como o apartamento de Alice precisa de um toque feminino, ninguém melhor do que ela para me ajudar com isso. Portanto, assim que Ana pega a sua bolsa, saímos de casa e adentramos o carro, para ganhar o trânsito em seguida. Ana investe nos tons de bege, branco, preto e alguns detalhes espelhados. Levamos pelo menos dois dias para deixarmos tudo pronto. E ao ver todos os móveis montados, e em seus devidos lugares, vejo o quanto ela acertou na sua escolha.— Uau! — sibilo, soltando um assobio apreciativo.— Ficou a cara dela, não ficou? — Ana indaga satisfeita.— V