AliceDeus, o que eu faço? Como vou sair dessa agora?Mais uma noite se aproxima e eu já me sinto sem forças. A minha garganta seca começa a arranhar e estou faminta. A falta de água e alimentação me deixa fraca e trêmula.—Lucca? — O chamo no meu delírio. Sem que eu perceba as lágrimas rolam por meu rosto. Sinto a sua falta. Tenho saudades da minha família e o pior, é que eu não sei se vou voltar a vê-los.… Não desista, Alice. …Você vai conseguir. Escuto a voz do Lucca dentro do cômodo escuro e abro os meus olhos, o encontrando do outro lado, bem perto da porta. Rapidamente me sento no colchão e com a respiração eufórica, lhe estendo a mão em uma súplica silenciosa.— Lucca? — O chamo esperançosa. As lágrimas caem em torrente.… Não desista, Alice! Ele repete até sumir na minha frente.— Não, por favor, não vai! — suplico em pranto.***Abro os meus olhos e percebo que o dia já raiou. Foi só um sonho.Não.A porta se abre a Renan passa por ela. E me forço a levantar e me sento
— Suba em meus ombros. — Digo e ela assente com um sorriso.Faço um esforço sobrenatural para que Adriana se apoie em meus ombros. Ela quebra o vidro da pequena janela e se arrasta para fora.— Fique calma, Alice. Eu vou buscar ajuda — promete do lado de fora.Fraca e trêmula eu me arrasto pela parede e me deixo cair no colchão. Não demora muito e sinto um cheiro forte de fumaça dentro do quarto. Abro os olhos e vejo uma camada fina de fumaça passar por debaixo da porta.Droga! Penso desesperada e me forço a ir para a janela.— ADRIANA?! SOCORRO! — Grito alto por várias vezes, mas ela não me escuta. Por Deus ela foi atrás de ajuda, só espero que a ajuda chegue a tempo.Olho ao meu redor a procura de algo que possa me ajudar. O lugar é todo feito de madeira, logo, logo o fogo consumirá tudo. Corro para o colchão e pego a garrafa com metade da água e tiro a minha blusa. Eu molho o tecido e levo ao rosto, assim não vou inalar muita fumaça. Penso.***Os minutos se arrastam e o pânico to
LuccaSaio do banheiro enrolado em uma toalha e a encontro ainda dormindo. Alice anda meio preguiçosa ultimamente. Depois de tudo o que passou, resolvi fazer uma surpresa pra ela... E eu espero realmente que ela goste. Vou até o closet e ponho uma roupa casual... Uma box cor de chumbo, um short cargo preto, uma camiseta branca e chinelos de dedo. Pego o envelope pequeno dentro da gaveta das cuecas e saio do quarto em seguida.Na cozinha, preparo uma linda bandeja com salada de fruta e mel, torrada e requeijão, suco de laranja e no cantinho ponho o envelope branco. Olho para o meu trabalho e sorrio. Hora de acordar a bela adormecida. Portanto, abro a porta bem devagar e a encontro se mexendo preguiçosamente na cama e quando se espreguiça abro mais um sorriso. Deixo a bandeja sobre o criado mudo e vou ao seu encontro na cama macia.Seu corpo quente e o seu cheiro logo me envolvem.Alice é simplesmente viciante.Começo com alguns beijinhos cálidos em seu colo, sentindo os bicos entumecid
Lucca— Um furacão chamado Lucca Fassini. — Ela rebate, me fazendo rir.— A culpa é sua. — A acuso. Ela arqueia as sobrancelhas bem-feitas.— Minha? — Assinto.— Eu inocentemente, trazendo um delicioso café da manhã para o quarto. A ideia era te acordar com beijos e não te comer com beijos.Ela solta uma gargalhada e percebo que amo ouvir esse som. Então ela ergue o seu tronco e os seios desnudos apontam para mim. Alice me beija uma, duas, três vezes.— Estou faminta — ralha ainda em minha boca. — O que trouxe para o café? — Pergunta olhando atrás do meu corpo a bandeja que ficou esquecida no criado mudo. Eu me afasto e me sento na cama e ela faz o mesmo. Pego a bandeja e a trago para perto de nós.— Hum, isso parece gosto! — cantarola, olhando cada item. Os olhos param confusos no envelope. Ela me lança um olhar especulativo. — O que é isso?Dou de ombros. Ela sorri. Alice pega o envelope e o abre com curiosidade. Ela tira de lá dois vales viagem. E lá estão os olhos brilhantes em ci
Lucca— Isso é lindo, Lucca! — A voz espantada da Alice me desperta da minha inspeção minuciosa. Sorrio para ela que parece encantada com o lugar.— Vamos ver o resto — sugiro a puxando pela mão e seguimos para a área de laser. Uma área extensa com uma variedade de piscinas e espreguiçadeiras e um bar montado no centro em um estilo tropical, com palhas secas formando um belo quiosque, coqueiros artificiais e tudo mais. O barco se parece com um parque de diversões, do tipo romântico e requintado – se é que isso existe.Enfim o navio entra em movimento rumo ao alto mar. Alice e eu ficamos na lateral um abraçado ao outro. Apreciamos as águas calmas e as pessoas que vieram se despedir de alguns viajantes. Quando já estamos distantes já não vemos mais ninguém por perto, aproveito para beijá-la como se não houvesse amanhã.O dia passa de modo que não o vemos passar por nós. Depois dos beijos quentes e devoradores lá no convés, regados a toques salientes e gemidos sôfregos, fizemos um amor
AliceFico parada no meio do quarto olhando a porta por onde o Lucca acabou de passar. Ele parece chateado. Eu entendo que ele cuida e sempre cuidou de mim, mas poxa! Eu amo o meu trabalho! E não faz muito tempo que assumi o cargo mais importante e com mais responsabilidades. Já passei uma semana inteira afastada do jornal – desnecessariamente, diga-se de passagem. E agora Lucca quer mais quinze dias?Puxo a respiração de modo audível e o cheiro da comida exposta na bandeja embrulha o meu estômago. Então, levo a mão a boca e corro para o banheiro me jogando de joelhos perto do vaso sanitário e de repente meu corpo fica todo gelado... A pele fica molhada de suor e o meu corpo parece perder as forças.A parte pior vem logo em seguida. O vômito. Meu corpo se convulsiona tentando expelir o que eu não tenho no estômago. E aos poucos a ânsia vai passando e eu consigo respirar melhor.Mas, o que foi isso? A pergunta brota rapidamente em minha mente.Quando me sinto melhor, me levanto do chão
AliceDesisto da ligação no momento em que o carro para em frente a uma farmácia, olho para o Lucca e jogo um:— Fique aqui. Eu volto logo.Me aproximo do balcão e peço uma sugestão de teste de gravidez. O atendente me oferece pelo menos umas cinco marcas diferentes. Compro todas e jogo tudo dentro da minha bolsa. Encontrar o momento certo para fazer o teste é a parte mais complicada***Lucca simplesmente não desgruda e eu simplicidade estou adorando tudo isso. Depois de conhecer todo o navio - que é enorme - não paramos de curtir um ao outro a fundo.... O sexo com Lucca me leva a exaustão. Mas estou sempre querendo mais e mais do que ele tem pra me oferecer.—Querida, vamos nos atrasar! — Ele retruca do outro lado da porta do banheiro. Eu puxo a respiração olhando para o meu quinto teste de gravidez.— Já estou quase pronta! — Grito de volta. Os olhos fixos na linha fina do pequeno aparelho largado no pequeno balcão de madeira. A linha fina fica azul.Respira, Alice!Respira, Alice!
AliceNessa hora eu só penso no meu teste de gravidez... Penso no fruto do nosso amor... É isso o que ele quer? Uma família? Casamento e tudo mais? Solto a respiração que estava presa e me forço dizer algo.— O que eu posso dizer, bombeiro? Forjado a ferro e fogo? — Brinco o fazendo rir. — Sim! Eu digo sim, Lucca Fassini! — Vejo o meu bombeiro respirar aliviado imediatamente.Tipo, esse homem enfrenta um incêndio raivoso e destruidor, mas estremece na base enquanto espera ouvir o som de três letrinhas decisivas?Rapidamente Lucca se levanta e me puxa para um beijo faminto e forte. E uma salva de palmas ensurdecedora ecoa ao nosso redor. E quando ele se afasta, tira o anel da caixinha e o encaixa em meu dedo. Meu olhar se fixa na joia delicada, que tem um pequeno laço cravejado de brilhantes e é impossível não me emocionar.— Eu te amo, Alice Ávila! — Lucca declara emocionado. Essa é a minha chance, é o momento certo. Penso e faço sinal para um garçom e Lucca me lança um olhar especula