YukiTentei me afastar dele, mas ele não me soltou, continuou agarrado e resmungando.— Vamos levá-lo para casa. — Victoria falou baixo ao meu lado e em seguida passou algumas instruções para o segurança. Mesmo resmungando, Alex aceitou sair do abraço e apenas se apoiou para poder andar até o carro de Victoria. Foi inevitável não lembrar da vez que ele se embebedou na minha sala e precisei levá-lo até seu apartamento. Naquele dia ele já demonstrava não saber lidar com os problemas, pois foi justamente por isso que bebeu, apenas para esquecer.O caminho para a casa de Victoria foi complicado, Alex continuou agarrado, porém ficava falando besteiras no meu ouvido e até mesmo alto, além de ficar rindo. Ele ignorava completamente a presença de sua mãe dentro do carro. Eu estava constrangido e agradeci por estar escuro e ninguém ver meu rosto que provavelmente estava vermelho. Quando chegamos, saí com dificuldades de dentro do carro, bem, comparado a mim, Alex era grande e pesado. Olhei a
Aviso: capítulo sensível!AlexMeus batimentos aceleraram de repente, fiquei com uma sensação de medo.Respirei fundo tentando equilibrar meus batimentos e caminhei devagar até a sala de jantar. Assim que entrei os olhares pararam em mim, o olhar dele estava em mim. Ele franziu o cenho ao me ver. Eu não quero que me veja assim.— O que significa isso? — perguntei no meu idioma, eu sabia que Yuki entendia o básico.— Bom dia, querido. Sente-se conosco, vamos tomar café e conversar. — Minha mãe respondeu no seu típico sorriso.— O que significa isso, mãe? Por que Yuki está aqui?Yuki continuava a olhar para mim, ele estava com aquele olhar preocupado, eu também não quero seu olhar de pena. Não quero vê-lo.— Alex, acalme-se. Sente-se, por favor. — Meu pai falou calmamente.Meus batimentos não estavam melhorando, eu estava com um leve tremor.— Alex, meu fi…Minha mãe começou a falar de novo e a interrompi:— Mãe, não acredito que trouxe ele. Não acredito que interferiu na minha vida de
Atenção: capítulo sensível!AlexDessa vez, praticamente corri até a garagem, a chave do meu carro estava pendurada junto às outras, o que facilitou minha fuga. Ainda não estava bem, mas o suficiente para chegar no meu apartamento.Ainda pude ver Yuki quando saí, não só ele, mas meus pais já estavam juntos. Não estava acreditando que meus pais tramaram isso pelas minhas costas. Eles sempre interferiam na minha vida, estava cansado de tudo isso.Droga, por que ele tinha que aparecer agora? Ele veio só para bagunçar mais minha vida. Ele queria conversar o quê? Dizer que estava arrependido?Pra quê? Eu estava um caco agora. Agora não adianta mais.Pisei mais no acelerador assim que cheguei na via principal. Meu coração ainda batia rápido, ainda estava um pouco zonzo, mas estava melhor, o pânico havia diminuído um pouco com aquela conversa do Yuki. Não imaginei que ele soubesse o que fazer em uma hora dessas.Sentia vergonha de certa forma, Eu estava tão acabado e ele parecia tão bem. Iss
YukiAlex estava na UTI em coma induzido.Victoria despencou novamente no sofá voltando a chorar e Willian continuou a falar com o médico. Sentei ao lado de Victoria e segurei sua mão, ela me abraçou e chorou, mas não tão compulsivamente como antes. — Ele vai ficar bem — ela disse e se afastou o suficiente para me olhar. Eu lhe ofereci mais um lenço de papel que estava em cima da mesinha de centro e ela enxugou as lágrimas, mesmo que outras insistisse em sair. — O médico disse que a cirurgia foi boa, ele teve duas costelas fraturadas e o pulmão perfurado, eles precisaram fazer a cirurgia para reconstruir o lugar — Victoria soluçou e respirou fundo para controlar o choro. — Ele teve um corte fundo na coxa e perdeu muito sangue, além da lesão na cabeça. Precisamos esperar o inchaço diminuir para poder tirá-lo do coma e ver se não ficou sequelas. Oh, meu Deus, meu filho… — A abracei novamente deixando que chorasse. — Meu filho…As palavras não conseguiam sair da minha boca, havia um nó
AlexSentia uma leve carícia nos meus cabelos, era um pouco estranho. Não conseguia abrir os olhos, queria falar, mas também não conseguia, me sentia cansado e com sono.— Espero que acorde logo… — Aquela voz era familiar. A voz masculina me acalmava… As imagens na minha cabeça estavam embaralhadas e tudo foi se apagando de novo……Abrir os olhos foi doloroso, o quarto bem iluminado incomodava mais do que devia, também havia um bip irritante que não parava, além da minha boca e garganta estarem secas, a sede era absurda. Tentei me mover, mas a dor em meu corpo foi quase insuportável, então, apenas virei a cabeça devagar, tentando ignorar a dor que estava sentindo. Havia uma poltrona grande ao lado da cama, um casaco grosso pendurado cuidadosamente no encosto e uma coberta dobrada em cima do assento. Não havia tanta coisa naquele quarto, em uma mesinha perto da janela, um vaso grande com flores, eram as minhas preferidas e aquele vaso era da coleção da minha mãe, segundo ela, uma peç
Alex— Yuki. — O chamei quebrando o silêncio daquele quarto, já era noite e eu deveria estar dormindo, mas não conseguia.— Sim, precisa de alguma coisa? — Ele tirou a atenção da tela do notebook e me olhou preocupado.— Podemos conversar?Ele ficou desconfiado, eu conhecia aquela expressão, mas fechou o notebook e puxou sua poltrona para mais perto.— Quero falar sobre nós. — Tem certeza? Nós podemos esperar você melhorar.— Acho que já passou da hora.— Tudo bem, mas não se canse. — Eu sinto muito pelo que aconteceu, gostaria que me perdoasse.— Eu já perdoei, Alex, há muito tempo.— De verdade? Ou apenas fez isso para tentar limpar seu coração?Yuki suspirou, eu sei que era um assunto desconfortável e não era simples falar disso.— Sei que minha mãe te contou sobre esse meu problema, mesmo assim, gostaria de te contar, eu devia ter feito isso desde o início.— Alex, não se esforce, nós podemos ter essa conversa em outro momento.— Aí está um erro grave que cometi, deixar para con
AlexYuki entrou no quarto de fininho, na certa achando que eu estava dormindo, pois o quarto estava com parte das luzes apagadas.— Achei que estava dormindo — disse assim que percebeu meu olhar sobre ele.— É cedo ainda. — Ajeitei-me na cama para poder olhá-lo melhor. — Pensei que não vinha hoje, aliás, não precisava, sabe que já estou bem para ficar sozinho.— Você ainda não dá conta nem de andar sozinho até o banheiro! Não pode forçar o tórax devido a fratura, fora essa perna que ainda não cicatrizou totalmente.Senti vontade de fazer o bico que sempre fazia, mas me contive.— Falando assim parece mesmo um problemão — resmunguei.— Mas é um problemão!Fiquei calado, era um exercício que vinha praticando, além disso, fazia parte do tratamento. Depois de uma conversa com a psicóloga estava me empenhando para aceitar que Yuki estava ali por sua escolha e que eu não devia me sentir culpado, eu precisava me libertar desses sentimentos. Não me faziam bem.— O que é isso? — perguntei ao
Alex— Parece um pouco complexo.— Sim, mas acho que você tem capacidade. Ela tem uma equipe grande, Yuki, trabalha com diversas coisas, você vai auxiliá-la, organizar suas demandas e em algum momento representá-la em algumas questões, apenas isso.— Esse seu apenas não se encaixa nessa frase. De qualquer forma, tenho tempo para dar uma resposta. As batidas na porta me impediram de falar, uma auxiliar entrou no quarto trazendo uma bandeja pequena.— Hora dos remédios. — Apoiou a bandeja na mesinha de apoio. — Hum, lámen… Eu já comi uma vez em um restaurante oriental e adorei. Você quem fez, Yuki?Yuki tirou a atenção da tela por um momento e confirmou, mas não deu muita atenção. Olhei a tempo de ver as bochechas coradas da mulher e tive vontade de rir, pois ela não tinha a menor chance.Terminei de engolir os comprimidos e ela saiu da sala. O controle que regulava aquela cama estava sempre do lado, então, apenas apertei o botão para que o encosto baixasse. Ainda não ia dormir, mas