Alex— Parece um pouco complexo.— Sim, mas acho que você tem capacidade. Ela tem uma equipe grande, Yuki, trabalha com diversas coisas, você vai auxiliá-la, organizar suas demandas e em algum momento representá-la em algumas questões, apenas isso.— Esse seu apenas não se encaixa nessa frase. De qualquer forma, tenho tempo para dar uma resposta. As batidas na porta me impediram de falar, uma auxiliar entrou no quarto trazendo uma bandeja pequena.— Hora dos remédios. — Apoiou a bandeja na mesinha de apoio. — Hum, lámen… Eu já comi uma vez em um restaurante oriental e adorei. Você quem fez, Yuki?Yuki tirou a atenção da tela por um momento e confirmou, mas não deu muita atenção. Olhei a tempo de ver as bochechas coradas da mulher e tive vontade de rir, pois ela não tinha a menor chance.Terminei de engolir os comprimidos e ela saiu da sala. O controle que regulava aquela cama estava sempre do lado, então, apenas apertei o botão para que o encosto baixasse. Ainda não ia dormir, mas
Alex— Claro, na sua geladeira não tinha nada. Não sei como sobreviveu esse tempo todo.— Eu também não faço ideia. Vamos para a cozinha então, vou te dar meu apoio moral.— Você deveria ir se deitar e descansar essa perna.— Eu estava deitado há duas horas, não aguento mais. Sabia que minha bunda já murchou de tanto ficar deitado?Yuki me olhou de cima a baixo e depois desviou a atenção, certamente envergonhado dos próprios pensamentos.— Tudo bem, aceito seu apoio moral.Sorri da sua vergonha, ele ainda era adorável apesar de tudo. Yuki virou as costas e seguiu para a cozinha. Enquanto seguia atrás dele não pude deixar de observar que, ao contrário da minha, a bunda dele não tinha murchado nenhum pouco, aquela calça jeans mesmo não sendo tão colada, moldava muito bem aquela área.Certo, seria difícil me manter longe, mas iria me empenhar ao máximo. Ainda tinha um longo caminho pela frente. Três meses depois…— Entre — respondi no automático assim que escutei batidas na porta.Aque
Alex— Posso escolher por você? — perguntei tentando desviar um pouco o seu foco, mas não adiantava muito.— Escolhe.Yuki continuou me olhando enquanto eu fazia os pedidos, não posso negar que essa preocupação dele comigo me agradava, os nossos sentimentos não eram segredos entre nós.— Então? — perguntou mais uma vez assim que o garçom saiu.— Para falar a verdade, eu não sei bem porquê aconteceu, uma noite eu acordei no meio de uma crise. Eu consegui me controlar sozinho com os exercícios. De qualquer forma, a médica me alertou que isso poderia acontecer, eu passei muito tempo negligenciando o problema, então a chance de ter recaídas ainda é grande.— Por que não me ligou?— Não quis te incomodar. — Fui franco, afinal, essa era a verdade. Eu não queria continuar jogando meus problemas em cima dele.— Você sabe que não incomoda!— Não se preocupe, ficou tudo bem.— E se não tivesse ficado?Alcancei sua mão que estava em cima da mesa e fiz um breve carinho.— Mas ficou. Eu não te lig
AlexEu tinha ganhado meu dia, então iria terminar aquele trabalho burocrático com um sorriso bobo no rosto, literalmente, sim porque ele realmente estava estampado no meu rosto. Esse sorriso me acompanhou durante todo o percurso de volta para a empresa e quem passou por mim, recebeu um boa tarde sorridente.— Boa tarde, Senhor Langley. — Henry me cumprimentou da sua mesa. — O senhor está... radiante.— Que exagero, Henry. Boa tarde.— Que bom que está de bom humor pois seu pai pediu que fosse a sala de reunião assim que chegasse.— De última hora? O quê aconteceu? — Foi inevitável não desmanchar o sorriso.— Novidades no processo dos Sinclairs. O advogado já deve estar chegando.— Que ótimo — Perdi todo o encanto do encontro com Yuki. — Espero que sejam boas notícias.— Seu pai não parecia muito satisfeito.— Nada que venha daquela família nos deixa satisfeitos, Henry. Só ficaremos no dia em que nos livrarmos de vez. Bem, vou resolver isso logo, tem uma papelada na minha mesa espera
AlexAlguns minutos depois ele voltou com uma roupa confortável para ficar em casa, eram as mesmas de sempre, calça e camisa largas e pantufas.— Quer ajuda? — Yuki sentou no banco alto da ilha, bem de frente para mim, já que o fogão ficava ali embutido no balcão. Os cabelos úmidos e soltos molharam a região da gola da camisa clara, ele apenas trocou o pijama, agora vestia um conjunto com calça comprida.— Não precisa, na verdade agora é só esperar o arroz cozinhar. — Juntei o caldo temperado e o arroz na panela de pressão. — Será rápido.— Tem certeza que isso se faz na panela de pressão?— Tenho sim, na receita diz que dá certo.Yuki olhou para a panela e depois para mim. Ele não estava acreditando, mas eu estava confiante.— Pegue, tome um pouco de vinho. — Despejei um pouco de vinho branco na taça que já tinha deixado separada em cima do balcão, a minha estava ao meu lado. — Então, descansou?— Muito. Depois que cheguei em casa ainda precisei arrumar algumas coisas e demorei para
AlexNós trocamos poucas palavras durante o jantar, Depois que acabou, ele me convidou para assistir um filme e aceitei, é claro, mas confesso que não estava muito concentrado.Mas pensei no quanto já avancei, no quanto tenho uma visão mais clara sobre meus sentimentos agora. O problema era que saber e agir eram coisas bem distantes, ainda ficava nervoso e inseguro, mas era por medo de errar novamente, mesmo que a psicóloga insistisse em dizer que não tinha problema em errar, o importante era reconhecer e tentar acertar na próxima vez, contudo, medos e inseguranças não desapareciam da noite para o dia.Pensando nisso, eu me perguntava se estava esperando muito para dar um segundo passo. Não foi fácil chegarmos nessa intimidade novamente, eu não queria dar passos para trás. Yuki demonstra, é claro, eu não sou cego, mas estamos dentro de uma névoa de tensão, tesão. É um tesão apenas em olhar, imaginar.Ele é tão precioso para mim e abriu mão de sua terra natal para estar aqui, ele ficou
Alex— Acho que subestimei esse sentimento. Eu sofri muito quando nos separamos e depois fui ocupando a cabeça como pude. Os dias foram passando e parecia que tinha te superado, mas quando sua mãe foi me procurar, eu não consegui dizer não, porque me importava. E com o passar dos dias, eu só tive mais certeza.Yuki, certamente era o homem da minha vida, aquele que deveria ficar ao meu lado, por quanto tempo desse certo, mas se fosse a vida inteira, eu não me incomodaria.Beijei sua boca novamente, não tinha porque buscar palavras quando até nossos corpos diziam o que precisava ser dito. Enchi as mãos com seus cabelos, mas ele insistia em me roubar a razão. Era difícil parar, mas me forcei a resistir.— Yuki, vamos em um encontro amanhã? — Beijei seu queixo ainda manobrando sua cabeça através dos seus cabelos.— Um encontro? — Sim, o que acha? — Mas amanhã tem o evento.— Não será tarde e não iremos ficar até o final, é apenas uma formalidade.— Tem certeza? Não quero que perca algo
YukiObservei aquela bagunça em cima da minha cama e mais uma vez, suspirei.— Certo, uma coisa de cada vez.Peguei as combinações que achei melhores e acomodei em meu braço, eu tinha até pena de amassar aquelas roupas, pareciam que cada amassado que se formasse era um pouco de dinheiro se perdendo. Podia chamar Alex aqui, mas ele disse que, apesar de estar em casa, iria estar ocupado. Ainda era cedo e pela hora, talvez ele ainda estivesse fazendo exercícios, tinha uma academia no apartamento, claro, além de uma personal que vinha algumas vezes por semana, desnecessário na minha opinião, eu preferia correr na rua de manhã cedo, porém, Alex ainda não estava bem para fazer corridas, por enquanto exercícios localizados era sua melhor opção.Isso seria por pouco tempo, na hora que ele estivesse totalmente recuperado, ele iria voltar a correr comigo, nem que o arrastasse.Antes de sair de casa peguei seu cartão de acesso, ele me deu há um tempo, disse que em casos de emergência ou se eu q