Capítulo 2

Miguel dirigia com o olhar fixo na estrada, enquanto Lília, ao seu lado, mexia nervosamente na bolsa, guardando os sapatos. A tensão no ar era palpável.

— Por que você não me defendeu? — Lília quebrou o silêncio, sua voz alta, passando batom nos lábios. — Deixou a Catherine me tratar daquela forma e me expulsar.

Miguel suspirou profundamente, parando o carro levemente no acostamento. Ele virou-se para Lília, os olhos faiscando de raiva e confusão.

— Lília, você ainda pergunta? — exclamou ele. — Você não deveria ter contado à Catherine que eu iria me casar com você! Preciso encontrá-la antes que seja tarde demais.

Miguel acelerou o carro com fúria, ignorando completamente os sinais de trânsito. O motor rugia enquanto ele pressionava o acelerador cada vez mais fundo. Seus olhos estavam fixos na estrada, mas sua mente estava em um turbilhão de raiva. As mãos suadas escorregavam no volante, e Lília, no banco de trás, segurava-se com força, o coração disparado pela velocidade insana.

De repente, o carro derrapou, perdendo o controle e colidindo violentamente contra uma árvore. O impacto foi forte, fazendo o carro balançar e os airbags se inflarem com um estrondo. Miguel saiu do carro cambaleando, as mãos tremendo enquanto ele olhava para os estragos no seu carro novo, agora amassado e arranhado.

Pessoas começaram a se aproximar, mas Miguel, com um grito feroz, afastou todos. Seus olhos estavam injetados de raiva enquanto ele se virava para Lília, que tentava sair do carro com dificuldade.

— Olha o que você fez! — rugiu Miguel, agarrando Lília pelo braço e sacudindo-a com força. — Esse carro é novo!

— Miguel, por favor, não me culpe. — Lília implorou, tentando afastar os cabelos do rosto enquanto lágrimas começavam a escorrer.

— Cale a boca! — gritou ele, a voz carregada de ódio. — A culpa é sua! Você não deveria ter contado a Catherine sobre o nosso casamento!

Miguel deu um soco no capô do carro, o som ecoando na rua silenciosa. Ele respirava pesadamente, os punhos cerrados de frustração. Lília, ainda tremendo, tentou se aproximar, mas ele a afastou com um gesto brusco.

— Eu... Eu não queria colocar o nosso plano em risco.

Lília abaixou a cabeça, arrependida, mas ainda brava e destemida.

— Agora já foi! Você já fez a besteira.

— Eu sei, Miguel. Só queria fazer uma surpresa para ela. Achei que Catherine merecia saber.

Miguel suavizou o tom, pegando a mão de Lília com carinho.

— Eu entendo, meu amor. Mas você precisa pensar antes de agir. Isso pode nos colocar em situações complicadas. É o seu futuro que está em jogo.

Lília suspirou, olhando para Miguel com esperança.

— E... quando você vai pedir o divórcio?

Miguel hesitou, olhando para a estrada à frente.

— Não posso pedir agora. Primeiro, preciso que Catherine assine os papéis. Assim que ela assinar, tudo o que ela possui será seu. Pois ela irá assinar os papéis sem saber que está renunciando tudo, e colocando tudo no seu nome.

Lília sorriu, aliviada, e beijou Miguel com gratidão.

— Obrigada, meu amor.

Miguel beija Lília também, comemorando junto com ela.

Os dois finalmente se resolveram, entraram no carro e partiram em direção ao local onde Catherine estava. Miguel, ainda com o coração acelerado, tentava manter a calma enquanto Lília o observava atentamente do banco de trás. O silêncio no carro era quase palpável, cada segundo parecia uma eternidade.

Ao chegarem ao hotel onde Catherine provavelmente estava trabalhando como chefe, Miguel saiu do carro com uma rapidez quase desesperada. Ele abriu a porta do passageiro e, com um olhar sério, pediu para Lília esperar ali fora. Pois Miguel sabia que Catherine iria surtar se encontrasse Lília novamente. Lília assentiu, compreendendo a gravidade da situação, e ficou do lado de fora, observando Miguel desaparecer pelas portas do hotel.

Ao entrar na sala principal, Miguel encontrou Catherine. O ambiente estava carregado de uma tensão palpável. Ele se aproximou lentamente, sentindo o peso de cada passo. Quando finalmente ficou frente a frente com ela, seus olhos se encontraram, e ele viu a dor e a desconfiança refletidas no olhar dela.

Ele conversou com ela explicando que errou, e confessou que só traiu ela porque estava sentindo saudades dela. Catherine amava muito o marido e acabou dando uma segunda chance para ele. Porém, a traição a tornou uma mulher fria e calculista Passando até não acreditar mais no amor.

Depois da conversa, Miguel voltou e até o carro e encontrou Lília esperando. A urgência em seus olhos refletia a gravidade da situação. Miguel sabia que precisava ser mais cuidadoso. Catherine não podia descobrir que ele ainda estava se encontrando com Lília. A preocupação estampada no rosto de Lília só aumentava a tensão. Ela sabia que estavam brincando com fogo, mas Miguel, incapaz de resistir, estava determinado a continuar, mesmo sabendo que o risco era enorme.

Na cidade de São Paulo, em um bairro luxuoso e distante do local onde Catherine estava, vivia um jovem rapaz, cujo nome era Vitor. . Ele era belo e, apesar de ter nascido com todos os privilégios de uma família milionária não possuía ambição. Seus pais, por outro lado, desejavam incessantemente mais riquezas e reconhecimento, não apenas na cidade de São Paulo, mas em todo o mundo. Pois, apesar de Alexsander possuir muitos bens, ele não tinha muito reconhecimento.

O pai de Vitor, Alexsander, tinha grandes planos para o futuro do filho. Ele desejava que o jovem se casasse com a filha de um homem extremamente poderoso, dono de empresas multinacionais espalhadas por quase todos os países. Alexsander sabia que essa união traria imenso prestígio e consolidaria ainda mais o nome da família.

— Pai... Do que você está falando? Esse negócio de casamento arranjado já acabou! — disse Vitor, confrontando o pai. — Eu não vou me casar com a filha do senhor Albuquerque.

— Não é casamento arranjado e você sabe muito bem disso! — afirmou Alexsander. — A Daiane, filha do Albuquerque, gosta muito de você.

— É isso, pai... Gostar todos nós gostamos!

Além disso, eu já vi ela uma vez e não gostei dela não. — Disse Vitor, revirando os olhos.

Vitor sentou no sofá, pegou um livro que estava na pequena mesa ao lado e começou a ler. Enquanto isso, seu pai se aproximou e disse:

— Vitor Duarte! Estou falando com você, eu sou seu pai e exijo respeito!

— Hum! — murmurou Vitor. — Pai... Eu não vou me casar, estou muito novo para isso.

— Ah! Se o problema for esse, não se preocupe, o casamento só vai ocorrer daqui a um ano. O importante é você se casar com a filha do Albuquerque.

Vitor olhou para o pai de cima a baixo, surpreso. Ele não esperava essa resposta.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo