Não satisfeita, Diya deixou escapar dois gemidos baixos que ressoaram no silêncio do ambiente. Nos olhos de Zeus, uma tempestade se formava. Ele segurou a mão dela com força, sua voz rouca e cheia de tensão:— Diya, pare com isso…Do outro lado da linha, Bianca ouviu o som e imediatamente entrou em colapso.— O que vocês estão fazendo? — Gritou Bianca, sua voz estridente e embargada. — Zeus…Bianca começou a chorar descontroladamente, incapaz de formar uma frase coerente. Foi então que sua mãe, Eduarda, tomou o telefone e, entre soluços e lágrimas, explicou o que havia acontecido.Depois que a festa beneficente terminou, Bianca tentou pegar um táxi na saída do evento, mas foi forçada a entrar em um carro por estranhos. Se não fosse por uma blitz policial que parou o veículo para uma fiscalização de rotina, ela quase teria sido violentada pelos homens dentro do carro.Chocada com o ocorrido, Bianca voltou para casa e, tomada pela vergonha e humilhação, tentou cortar os pulsos. Por sorte
Vanessa acabou contando tudo, sem esconder nenhum detalhe. Acontece que, há algum tempo, ela havia deixado de lado sua obsessão por personagens de anime e se apaixonado por um piloto de corridas da vida real chamado Matteo. Ele era universitário, jovem e cheio de si, recusando-se a competir a menos que encontrasse oponentes realmente à altura.Mas Vanessa não era do tipo que desistia fácil. Lembrou-se de sua amiga Diya, uma corredora talentosa e misteriosa, e teve a brilhante ideia de espalhar o boato de que a “Deusa das Pistas” participaria de uma corrida em Montanha Colina. Não satisfeita, ainda mandou um desafio direto para Matteo, garantindo que ele aparecesse.— Ele é o homem mais lindo que já vi na vida! Um verdadeiro deus grego! — Vanessa suspirou, com os olhos brilhando de admiração.— Certo, pare de babar. Já entendi. Eu corro, mas só porque estou de bom humor hoje. Vai ser uma boa distração. — Diya respondeu, rindo.Corrida era algo que Diya adorava desde os 16 anos. Naquela
Zeus enviou uma mensagem curta e direta:[Onde vocês estão agora?]Pedro respondeu quase imediatamente:[Estou em Montanha Colina, correndo de moto. Mas, pelo amor de Deus, não vem estragar a minha noite. Estou quase conseguindo alguma coisa com essas duas gatas.]Zeus riu por um momento e respondeu:[Seu apetite não é pequeno, hein?]Na verdade, Matteo era o alter ego de Pedro. Ele usava esse nome para se passar por um jovem universitário e viver sua paixão por corridas de moto sem ser descoberto. A família de Pedro era uma das mais tradicionais e rígidas do país. Se alguém descobrisse que ele se envolvia em algo tão perigoso, como corridas clandestinas, provavelmente quebrariam suas pernas. Eles prefeririam vê-lo numa cadeira de rodas trabalhando no escritório da família do que espalhado em cinzas dentro de uma urna.Zeus olhou novamente para a foto enviada por Pedro. A silhueta feminina na imagem era inconfundível. Era Diya. Ele tinha certeza disso. Aquela curva de corpo, aquele po
Com o som agudo do apito, uma dúzia de motos disparou como cavalos selvagens soltos das rédeas, deixando para trás uma nuvem de poeira e fumaça.No entanto, o carro de Vanessa apresentou um problema crítico no momento da largada, deixando-a parada na linha de partida. Apesar do azar, ela levou na esportiva. Afinal, mesmo que estivesse dirigindo, sabia que nunca conseguiria alcançar Matteo. Então, aproveitou o momento para torcer e gritar palavras de incentivo enquanto soltava o drone no ar para acompanhar a corrida de perto.Centenas de fãs de motos se aglomeravam ao longo da montanha, tanto no topo quanto na base, todos ansiosos para testemunhar o confronto entre os dois lendários “deuses das pistas”. E ninguém parecia estar decepcionado. A corrida era espetacular, cheia de adrenalina e manobras ousadas.Na frente, o inesperado acontecia: Zeus, que havia começado mais atrás, não só ultrapassara Matteo como também deixara Diya para trás.Mas Diya não era do tipo que aceitava a derrota
A garota foi brutalmente empurrada por Zeus, que exalava uma fúria tão intensa que parecia tomar conta de tudo ao redor, como a escuridão da noite que engole o horizonte.Zeus lançou um olhar cortante para Pedro, que ficou tão apavorado que suas pernas fraquejaram:— Você é a Desua das Pistas? O que está fazendo aqui? Cadê a Deusa?Isso definitivamente não era a mesma Desua das Pistas de antes. A deusa tinha fugido!A jovem ficou pálida de medo, sua voz trêmula quase se quebrava:— Eu... eu não sei...— Zeus, isso não é culpa minha! A Diya deve ter ficado com medo de você descobrir que ela escapou. — Pedro tentou justificar-se em desespero.— Você é mesmo incrível... — Respondeu Zeus.Zeus sequer deu atenção. Num gesto brusco, bateu sua luva no rosto de Pedro e saiu pisando firme, como um furacão prestes a destruir tudo em seu caminho.— Ei! Zeus, onde você vai? — Perguntou Pedro.Pedro não ousava deixar Zeus andar por aí daquela forma. Não era medo de ele estar seminu, mas do que Zeus
A mulher louca que corria pela madrugada realmente conseguiu tirar Zeus do sério. Ele tinha certeza de que a sombra que viu antes não era a mulher que estava agora diante dele. Mesmo que ambas estivessem usando capacetes idênticos, Zeus e Pedro deram mais uma volta pelo circuito, mas não encontraram nenhum sinal de Diya. Sem outra escolha, Zeus decidiu ligar para ela.— Eu? — Diya prolongou a palavra com um tom provocador. — Estou em casa agora, mas daqui a pouco vou ao hospital visitar a sua amante. Hoje em dia as pessoas batem forte nas ‘outras’. O que você acha? Será que devo ensinar a ela o que acontece com quem aceita ser a outra?Ao ouvir isso, o rosto de Zeus ficou sombrio:— Diya! Por que você está indo provocá-la agora?— Porque foi ela quem implorou para que eu fosse. Nos vemos no hospital. — Diya não deu chance para Zeus responder e desligou o telefone com um estalo seco.No hospital, Bianca parecia frágil como nunca. Meio deitada na cama, com o rosto pálido e os olhos úmido
Bianca virou-se e, como esperado, viu Zeus aparecer na porta do quarto, com o rosto marcado pelo cansaço e a pressa.Diya não conseguiu conter a vontade de xingar Zeus. Ele tinha chegado ainda mais rápido do que ela imaginava.Naquele momento, Bianca estava aos prantos, parecendo uma flor despetalada, enquanto Luís permanecia afundado na cadeira, com a mão no peito, ofegante.— Você chegou. — Diya disse, com uma expressão de falsa surpresa.Era óbvio. Bastava Bianca estar em apuros, e Zeus corria para socorrê-la. Diya olhou para ele e sentiu um frio na espinha. "É isso. Acabou. Não tem mais por que continuar com Zeus."— Zeus, minha irmã está louca! Estou com tanto medo... — Bianca estendeu a mão e segurou o braço de Zeus, enquanto seus olhos vermelhos brilhavam como se ela tivesse enfrentado a maior injustiça do mundo.— Não se preocupe, estou aqui agora. — Zeus passou a mão nas costas dela, tentando acalmá-la.Foi então que ele notou a tela do celular de Bianca com a live ainda abert
— Boatos são mesmo assustadores, senhorita. Que tal eu chamar a equipe de relações públicas para lidar com isso? Em poucos dias, todo mundo vai esquecer. — Bernardo sugeriu, tentando conter a preocupação.— Não precisa ter pressa, vamos esperar mais um pouco. — Diya respondeu com calma, sem demonstrar o mínimo de pânico. "Já que a Bianca gosta tanto de ser o centro das atenções, vou aproveitar essa maré para dar a ela o que merece."Bernardo olhou para Diya, ainda com aquela postura despreocupada, e sentiu um misto de frustração e impotência. "Com todo o poder que ela tem por trás, como é que pode deixar essa patética 'patinha feia' pisar nela assim?", pensou ele, indignado.Quando Bernardo estava prestes a insistir no assunto, o telefone tocou novamente. Era o tio mais velho de Diya, Chris.— Tio Chris, você acabou de voltar da sua missão de paz, né? Está curtindo as férias em Bali? Como é que arranjou tempo para me ligar? — Diya respondeu com uma voz manhosa e brincalhona. Seu tio, q