Diya puxou para mais perto de si o casaco fino que usava, tentando se proteger do frio, enquanto encolhia os ombros e caminhava devagar para dentro do hospital. Ela repetia para si mesma: “Eu não estou preocupada com o Zeus. Só estou aqui porque ele me ajudou e tenho que agradecer, nada mais.”O setor de internação à noite era extremamente silencioso. Diya, ainda assim, caminhava o mais suavemente possível, mas acabou despertando Patrick, que estava de guarda, sempre atento. Ela fez um gesto pedindo silêncio com o dedo nos lábios, e Patrick imediatamente entendeu, saindo do quarto na ponta dos pés. — Senhora, por que não foi para casa? — Patrick perguntou em voz baixa, mas assim que notou o leve tom avermelhado nos olhos de Diya, ele se calou. — Como ele está? Zeus está bem? — Diya finalmente perguntou, quebrando o silêncio que carregava desde que chegou. Ela já tinha visto Zeus trabalhando, mas sem ouvir o que os médicos tinham a dizer, ainda não conseguia se sentir tranqu
O motivo para tudo isso ser tão difícil estava centralizado em apenas uma pessoa: o irmão mais velho de Zeus, Nelson. — Zeus, eu vim aqui para te agradecer. Falar desse jeito não faz sentido nenhum. — Diya disse, com um toque de irritação na voz. Ela havia passado a noite inteira fora de casa, esperando no hospital até altas horas, tudo para ter certeza de que Zeus estava bem. Somente assim ela conseguiria voltar para casa em paz. No entanto, as palavras de Zeus a fizeram sentir como se todos os seus esforços tivessem sido em vão, como se ela fosse uma completa idiota por se preocupar com ele. — É mesmo? — Zeus retrucou, com um tom que transbordava ironia. — Diya, você acredita mesmo que, se você não tivesse vindo direto dos braços de outro homem, eu ficaria feliz por te ver? A imagem de Diya saindo apressada para o aeroporto, provavelmente para buscar Nelson, o consumia de raiva. Ele não conseguia superar o fato de que, enquanto estava machucado, ela escolheu estar com outro h
Zeus ficou paralisado. Desde o momento em que Diya entrou no quarto, ele não havia reparado nos olhos dela.Agora, ao olhar mais atentamente, viu as finas veias vermelhas nos globos oculares, um sinal claro de que ela havia chorado por muito tempo. Diya estava tão aflita, chorando… Será que ela estava preocupada com ele?Aproveitando o momento de distração de Zeus, Diya rapidamente afastou a mão dele. Quando olhou para o abdômen dele, viu que a gaze que cobria o ferimento já estava manchada de sangue. A ferida havia reaberto!Era culpa de Zeus, que não sabia se cuidar! Diya lançou um olhar furioso para ele antes de se virar e sair correndo em busca de um médico.No consultório, o "paciente teimoso" estava sendo segurado firmemente pelos médicos e enfermeiros enquanto recebia novos pontos no ferimento.Diya, ao lado, observava tudo. A expressão dela era fria e impassível, como se estivesse olhando para o maior inimigo de sua vida. Ela estava furiosa, e isso era evidente.E, como se não
Diya jamais poderia imaginar que a resposta que esperava seria exatamente essa. — Claro. E além disso, quero te lembrar de uma coisa. — Zeus falou com um tom frio, sua voz carregada de ameaça. — Ainda não estamos divorciados. Se eu te pegar de novo com outro homem em uma situação inadequada, não me responsabilizo pelas consequências! Essa não era a primeira vez que Zeus a advertia. Na primeira e na segunda vez, Diya achou tudo muito absurdo, incompreensível. Agora, após tantas acusações, Diya nem sequer tinha energia para rebater. Ela sabia que Zeus nunca acreditou na sua inocência, mesmo depois que ela, por um capricho do destino, entregou a ele sua primeira noite, algo que ela considerava o mais precioso que possuía. Mas, para um homem que não confiava nela, o que mais havia para ser explicado? A compaixão que Diya sentia por Zeus desapareceu completamente. Não havia mais motivos para ela continuar ali. Sem dizer uma palavra, ela virou as costas e saiu, batendo a porta com
Diya pegou o celular e, apressada, disse a Nelson do outro lado da linha: — Segundo irmão, esse presente é extravagante demais. Eu… eu não posso aceitar. Apenas o enorme diamante azul sul-africano, do tamanho de um ovo de pombo, já valia cerca de vinte milhões. E isso sem contar as outras pedras preciosas que adornavam o vestido. Nelson riu suavemente do outro lado. — Existe algo que a pequena princesa da família Ribeiro não possa aceitar? Diya, por mais caro que seja, isso não chega nem perto do amor do seu segundo irmão por você. Aceite, por favor. A família Ribeiro não está organizando uma grande festa de aniversário para você? Faça um favor para o seu irmão e use esse vestido para a festa, combinado? — Ele fez uma pausa antes de continuar com um tom leve e brincalhão. — É uma pena que eu não possa te ver pessoalmente usando o vestido, então não se esqueça de tirar uma foto e me enviar, ok? "Santos no Sul, Ribeiro no Norte." Essa simples frase era suficiente para ilustrar
— Vô, por que o senhor ficou bravo? É porque eu fiz uma live durante a festa de aniversário? Se o senhor acha que isso foi errado, eu desligo agora mesmo! Só quero que o senhor não fique chateado. Diya não deu nenhuma chance para Cessar responder. Ela imediatamente encerrou a transmissão com um movimento rápido.Mesmo assim, o rosto de Cessar continuava rígido. Ele parecia extremamente irritado:— Diya, me diga uma coisa. Hoje é o seu aniversário. Por que aquele moleque do Zeus não veio?Diya sentiu o coração disparar. Ela temia mais do que tudo que Cessar começasse a perguntar sobre Zeus. No desespero, ela tentou recorrer à desculpa que já tinha dado ao avô antes.— Eu já expliquei, vô. O Zeus está muito ocupado hoje e não teve tempo para vir.— Não minta para mim!Cessar interrompeu Diya de forma brusca e continuou encarando-a com firmeza.— Eu posso estar velho, mas não sou burro! Fale a verdade agora mesmo. Estou lhe dando uma chance! Aquela história de vocês dois terem um filho..
Mas aqueles lábios pálidos e ressecados do Zeus, junto às sobrancelhas ligeiramente tensas, diziam tudo, ainda que em silêncio.Ninguém ousava prever os desdobramentos das intrigas entre grandes famílias. Ainda mais quando se tratava dos Santos no Sul e dos Ribeiro no Norte, dois clãs poderosos que dominavam suas respectivas regiões. Enquanto Zeus e Diya permanecessem casados, eles eram oficialmente marido e mulher. Mexer com um deles era o mesmo que desafiar as duas famílias ao mesmo tempo.Os convidados presentes eram todos astutos, pessoas acostumadas a ler o ambiente e tirar proveito das situações. Quando ouviram a pergunta de Zeus, logo trataram de suavizar o clima com palavras agradáveis.— Que isso, Mestre Zeus, o senhor está sendo humilde. Tudo aqui está impecável. Só que... sabe como é, seu avô ficou meio chateado. Afinal, sua neta querida está comemorando aniversário, e o senhor, que é a peça principal, não tinha chegado. Agora que está aqui, é só dar um jeitinho e acalmar Me
Diya havia passado o dia inteiro pisando em ovos por causa de Cessar. Agora que finalmente conseguira escapar da vigilância do avô, nem sequer podia relaxar e tomar uma taça de vinho?Zeus revirou os olhos para ela. Ele pegou outra taça de suco de laranja do garçom e, com uma careta, deu um gole.— Que troço horrível.Zeus nunca gostara de nada ácido. Assim que o suco tocou sua língua, ele franziu ainda mais as sobrancelhas, e a expressão cômica contrastava com o terno impecável que ele usava.Diya não conseguiu segurar o riso e soltou uma gargalhada.— Você sabe que é ruim e ainda quer que eu beba? Não é típico de você? Do tipo “se eu não gosto, ninguém mais pode gostar”?— E o que mais seria? — Zeus desistiu de encarar o suco e lançou um olhar frio para ela. — Diya, você não tem noção de que fase está vivendo agora? Está no período de preparação para engravidar e ainda quer beber? Com um gene tão bom quanto o meu, e você arrisca ter um filho com problemas por causa de álcool? Se isso