— Agora que temos a Diya, não podemos permitir que ela passe pelos mesmos sofrimentos que a mãe dela passou. Não vou deixar aquele canalha machucá-la! — Daniel disse, cerrando os punhos enquanto o ódio transparecia em seu olhar. — Exatamente! Zeus não pode sair impune! — Ruben respondeu imediatamente, com uma raiva que parecia ainda maior que a de Daniel. — Eu quero acabar com aquele casal de cães! Quero que eles peçam desculpas publicamente para a Diya! Amanhã mesmo! Amanhã o mundo inteiro vai saber que a família Ribeiro não é de se brincar. Um tigre pode até perder os dentes, mas ainda é um tigre. Mesmo que hoje estejamos em negócios legítimos, ainda somos a mesma família Ribeiro de sempre. Quem ousar nos desafiar vai pagar o preço! Diya observou enquanto Ruben e Daniel falavam com tanta indignação. Por um lado, ela se sentia aliviada por ter tios tão protetores, mas, por outro, não conseguia evitar uma preocupação crescente. A história da ascensão da família Ribeiro não foi fá
Diya, posicionada bem ao lado de seu avô, no lugar de maior destaque, sentiu o rosto corar de leve diante dos olhares dos tios. — Pois é, só crescendo e amadurecendo é que vou poder cuidar direitinho do senhor, vovô! — Diya disse, aproveitando as palavras de Cessar. Sua voz doce e carinhosa deixou o avô ainda mais encantado. — Menina, com essa fala tão doce, parece que acabou de comer mel, né? — Cessar riu e, como se lembrasse de algo importante, continuou. — Mas, falando em dedicação, aquele Zeus até que é um rapaz bom. Se não fosse por ele ter encontrado o renomado Dr. Jorge, minha recuperação não teria sido tão rápida. Agora, só falta eu receber a notícia de que você e o Zeus terão um filho. Se eu tiver um bisneto, posso até fechar os olhos em paz, sabendo que vivi uma vida completa! O elogio exagerado fez Diya revirar os olhos, mesmo que de forma discreta. Zeus, bondoso? Que nada! Ele só trouxe o tal doutor em troca de algo que ela teve que oferecer. Mas, claro, ela jamais
Ao lembrar que Zeus se feriu por sua causa, Diya sentiu uma dor no coração que não conseguia controlar. De repente, Zeus abriu os olhos lentamente. Ele viu Luiza, que estava sentada ao lado da cama, e tentou dizer algo, mas fechou a boca imediatamente. Com as mãos trêmulas, ele tentou alcançar o copo d’água no criado-mudo. "Ele está com sede?" Diya percebeu isso e, esquecendo completamente o desconforto de estar ali, passou pela porta e se aproximou da cama de Zeus. Porém, assim que sua mão tocou o copo, Luiza, que estava apenas cochilando, acordou. Ao ver Diya parada atrás dela e perceber o gesto de Zeus, que ainda tinha a mão suspensa no ar, Luiza rapidamente pegou o copo antes que Diya o fizesse e entregou para o filho. — Ah, então você ainda lembra de aparecer? — Luiza disparou, olhando para Diya com um tom de sarcasmo enquanto Zeus bebia a água. O tom ácido de Luiza era impossível de ignorar. Seu filho, sempre protegido e tratado como um príncipe, estava agora ferido p
O silêncio no quarto era quase insuportável. Diya e Zeus se encaravam, mas nenhum dos dois dizia nada.Diya tinha muitas perguntas que queria fazer e muita preocupação que desejava expressar, mas, ao encarar o rosto pálido de Zeus, parecia que algo tinha travado em sua garganta. Nenhuma palavra saía.Zeus, por outro lado, também tinha algo a dizer. Mas, ao lembrar que, enquanto ele estava na sala de cirurgia, Diya havia corrido para o aeroporto para buscar Nelson, ele perdeu completamente a vontade de falar.O silêncio entre eles se prolongava. Nenhum tomava a iniciativa de falar, e nenhum parecia disposto a sair dali.Do lado de fora, Patrick, percebendo o clima, decidiu ficar próximo à porta do quarto, mas não entrou, deixando o espaço apenas para os dois.No entanto, o silêncio sempre acaba sendo interrompido.Zeus tentou se sentar. O movimento fez com que uma dor aguda irrompesse em seu abdômen, e ele não conseguiu evitar um leve arquejo.— Você… — Diya começou a falar, mas, antes
Diya puxou para mais perto de si o casaco fino que usava, tentando se proteger do frio, enquanto encolhia os ombros e caminhava devagar para dentro do hospital. Ela repetia para si mesma: “Eu não estou preocupada com o Zeus. Só estou aqui porque ele me ajudou e tenho que agradecer, nada mais.”O setor de internação à noite era extremamente silencioso. Diya, ainda assim, caminhava o mais suavemente possível, mas acabou despertando Patrick, que estava de guarda, sempre atento. Ela fez um gesto pedindo silêncio com o dedo nos lábios, e Patrick imediatamente entendeu, saindo do quarto na ponta dos pés. — Senhora, por que não foi para casa? — Patrick perguntou em voz baixa, mas assim que notou o leve tom avermelhado nos olhos de Diya, ele se calou. — Como ele está? Zeus está bem? — Diya finalmente perguntou, quebrando o silêncio que carregava desde que chegou. Ela já tinha visto Zeus trabalhando, mas sem ouvir o que os médicos tinham a dizer, ainda não conseguia se sentir tranqu
O motivo para tudo isso ser tão difícil estava centralizado em apenas uma pessoa: o irmão mais velho de Zeus, Nelson. — Zeus, eu vim aqui para te agradecer. Falar desse jeito não faz sentido nenhum. — Diya disse, com um toque de irritação na voz. Ela havia passado a noite inteira fora de casa, esperando no hospital até altas horas, tudo para ter certeza de que Zeus estava bem. Somente assim ela conseguiria voltar para casa em paz. No entanto, as palavras de Zeus a fizeram sentir como se todos os seus esforços tivessem sido em vão, como se ela fosse uma completa idiota por se preocupar com ele. — É mesmo? — Zeus retrucou, com um tom que transbordava ironia. — Diya, você acredita mesmo que, se você não tivesse vindo direto dos braços de outro homem, eu ficaria feliz por te ver? A imagem de Diya saindo apressada para o aeroporto, provavelmente para buscar Nelson, o consumia de raiva. Ele não conseguia superar o fato de que, enquanto estava machucado, ela escolheu estar com outro h
Zeus ficou paralisado. Desde o momento em que Diya entrou no quarto, ele não havia reparado nos olhos dela.Agora, ao olhar mais atentamente, viu as finas veias vermelhas nos globos oculares, um sinal claro de que ela havia chorado por muito tempo. Diya estava tão aflita, chorando… Será que ela estava preocupada com ele?Aproveitando o momento de distração de Zeus, Diya rapidamente afastou a mão dele. Quando olhou para o abdômen dele, viu que a gaze que cobria o ferimento já estava manchada de sangue. A ferida havia reaberto!Era culpa de Zeus, que não sabia se cuidar! Diya lançou um olhar furioso para ele antes de se virar e sair correndo em busca de um médico.No consultório, o "paciente teimoso" estava sendo segurado firmemente pelos médicos e enfermeiros enquanto recebia novos pontos no ferimento.Diya, ao lado, observava tudo. A expressão dela era fria e impassível, como se estivesse olhando para o maior inimigo de sua vida. Ela estava furiosa, e isso era evidente.E, como se não
Diya jamais poderia imaginar que a resposta que esperava seria exatamente essa. — Claro. E além disso, quero te lembrar de uma coisa. — Zeus falou com um tom frio, sua voz carregada de ameaça. — Ainda não estamos divorciados. Se eu te pegar de novo com outro homem em uma situação inadequada, não me responsabilizo pelas consequências! Essa não era a primeira vez que Zeus a advertia. Na primeira e na segunda vez, Diya achou tudo muito absurdo, incompreensível. Agora, após tantas acusações, Diya nem sequer tinha energia para rebater. Ela sabia que Zeus nunca acreditou na sua inocência, mesmo depois que ela, por um capricho do destino, entregou a ele sua primeira noite, algo que ela considerava o mais precioso que possuía. Mas, para um homem que não confiava nela, o que mais havia para ser explicado? A compaixão que Diya sentia por Zeus desapareceu completamente. Não havia mais motivos para ela continuar ali. Sem dizer uma palavra, ela virou as costas e saiu, batendo a porta com