Mal sabia Diya que as palavras de Zeus eram como uma faca, cravando-se profundamente em seu coração. Ela acreditava, ingenuamente, que ele estava com ciúmes ao vê-la conversando tão animadamente com Ronaldo.Ela chegou até a se iludir:“Será que, depois de termos nos aproximado daquela forma, eu ainda tenho um pequeno espaço no coração dele?”Mas a verdade era cruel. Tudo não passava de um devaneio dela. O comportamento de Zeus não era ciúmes; era medo. Medo de que ela o traísse.A indignação tomou conta de Diya, fervendo dentro dela como uma onda avassaladora. Sem saber de onde tirou forças, ela se desvencilhou bruscamente da mão dele, que apertava seu queixo.— Não venha falar de mim e Ronaldo, Zeus! Nós não fizemos nada, absolutamente nada! Mas, mesmo que eu tivesse feito, o que você poderia fazer comigo? Não se esqueça: assim que passar o período de reflexão do divórcio, nós não teremos mais nenhuma ligação!O ódio queimava em seu peito. Naquele momento, tudo o que Diya queria era
Por ser uma sessão da meia-noite, o banheiro estava praticamente vazio. Vanessa bateu em várias portas, mais de dez, mas todas estavam desocupadas. O que ela não sabia era que Diya estava logo ali, a poucos passos, presa no último box.Assim que Vanessa entrou chamando seu nome, Diya ouviu. Queria responder, gritar para que a amiga soubesse onde estava, mas Zeus tapou sua boca com força, sufocando qualquer som que tentasse escapar. Mesmo lutando com todas as suas forças, Diya não conseguiu se livrar da mão dele, que parecia soldada em sua face.Ela tentou se debater, alcançar a porta do box e fazer algum barulho para chamar a atenção de Vanessa, mas Zeus controlava quase todos os seus movimentos. Com o corpo praticamente imobilizado e apenas uma perna livre, ela não conseguia chutar a porta com força suficiente para ser ouvida.Por um instante, Diya quase desistiu. Mas, ao ouvir os passos de Vanessa se aproximando, uma nova esperança tomou conta dela:“Minha amiga... Por favor... só ma
A voz de Vanessa ecoava pelo banheiro, alta e clara. Do lado de fora, os guarda-costas, que já estavam em alerta, ouviram tudo. Em poucos segundos, quatro ou cinco homens corpulentos invadiram o local, afastando Vanessa para o lado. O líder do grupo, com um olhar sério, dirigiu-se diretamente a Zeus:— Mestre Zeus, nossa obrigação é garantir a segurança da senhorita. O que o senhor está fazendo nos coloca em uma posição muito difícil. Se não soltar a nossa protegida agora, não teremos escolha a não ser agir.Zeus, porém, parecia alheio à ameaça. Ele olhou para Diya, e a lembrança da humilhação que ela havia lhe causado ao marcar uma consulta no urologista voltou com força total à sua mente. Aquela expressão desafiadora no rosto dela só aumentava sua raiva. Ele não conseguia suportar sequer olhar para ela naquele momento.Antes mesmo que os guarda-costas arrombassem a porta, Zeus girou a fechadura e abriu o box por conta própria. Quando saiu, sua presença imponente imediatamente atraiu
O líder dos seguranças passou por Zeus, quase roçando seus ombros. Zeus franziu a testa, claramente incomodado, enquanto pensava:“Esse segurança é irritante. Um dia, vou fazer com que ele desapareça de vez de Cidade Malanje.”Com o fim da confusão no banheiro, os seguranças e Ronaldo, junto com os outros homens, se retiraram espontaneamente, deixando o ambiente mais silencioso.Diya, por sua vez, estava exausta. Encostada na parede do box, ela respirava com dificuldade, tentando se recompor. A raiva ainda queimava dentro dela como uma chama que não se apagava.“Maldito!” Pensou ela, sua mente fervendo com a lembrança dos últimos minutos. “Esse homem vai me matar de ódio!”Vanessa, que só agora começava a assimilar tudo o que havia acontecido, quebrou o silêncio de forma quase automática:— Diya, e o filme...?— Não vou mais, Vanessa. Quero ir para casa. — Respondeu Diya, com voz firme.A verdade era que ela já não tinha o menor interesse em continuar a noite. Para Diya, parecia que su
Diya arregalou os olhos ao ler as palavras no topo do documento: Relatório de Exame do Sistema Reprodutor Masculino Paciente: [Zeus Santos.]Antes que pudesse se controlar, um gole de café escapou de sua boca de forma desastrosa. Por sorte, sua reação rápida impediu que borrasse os papéis à sua frente.“Esse Zeus realmente foi ao urologista!” Pensou ela, incrédula.Na verdade, quando havia marcado aquela consulta às escondidas, sua intenção era apenas irritá-lo. Não esperava, nem de longe, que ele fosse realmente levar isso a sério.“Já que foi, vamos ver o que ele descobriu.”Diya começou a abrir o relatório, mas logo percebeu o olhar curioso de Bernardo. Ele estava de pé ao lado dela, tentando disfarçar seu interesse na situação.Ela pigarreou, recuperando sua compostura:— Não tenho mais nada pra resolver agora. Pode ir descansar um pouco, Bernardo.Assim que Bernardo fechou a porta do escritório, Diya voltou sua atenção para o relatório. Página após página, sua expressão ia mudando
— E aí, tem alguma novidade na empresa? Conta pra mim, vai. Falar pelas minhas costas não tem graça. — A voz de Patrick era persuasiva, mas carregava uma autoridade difícil de ignorar.O homem à sua frente empalideceu, mas, como se lembrasse de algo, logo esboçou um sorriso sem graça. Sob o olhar impaciente de Patrick, ele se aproximou e disse baixinho, com certo ar conspirador:— É meio constrangedor, então prefiro não explicar diretamente. Sr. Patrick, vá até a área de descanso, no segundo suporte de revistas à esquerda, e pegue o jornal de hoje. Dá uma olhada na manchete da seção de entretenimento. Aí o senhor vai entender tudo.Ele fez uma pausa dramática antes de concluir com entusiasmo:— Vai por mim, você não vai se arrepender!Patrick franziu a testa:— Tão complicado assim? E se eu me arrepender?O homem fez um gesto teatral, passando a mão pelo pescoço, como se estivesse pronto para sacrificar a própria cabeça. Depois, bagunçou os cabelos e deu um sorriso nervoso.Mesmo achan
Na sede do Grupo Ribeiro, o clima era tenso.Zeus entrou pela porta principal e, sem perder tempo, bateu com a mão pesada no balcão da recepção. Seu tom de voz carregava uma fúria contida:— Onde está a Diya? Quero vê-la agora!A relação entre Zeus e Diya já não era segredo para ninguém. Todos no Grupo Ribeiro sabiam do passado dos dois. A recepcionista, ao reconhecê-lo, engoliu em seco. Mesmo sabendo que não era muito apropriado, apontou com um dedo trêmulo:— Décimo sexto andar, sala de reuniões. Vá até o fim do corredor e vire à esquerda. Há um elevador exclusivo.No décimo sexto andar, dentro da sala de reuniões, Diya estava finalizando as últimas instruções. Bernardo distribuía os documentos para os diretores, enquanto ela se preparava para apresentar um novo executivo que havia contratado com muito esforço. Porém, antes que pudesse começar, o som de uma porta sendo aberta com violência ecoou pelo ambiente.Diya permaneceu sentada, imóvel, apenas levantando os olhos na direção do
Zeus não podia deixar as coisas assim. Era óbvio que precisava dar um jeito de intimidar Igor, mas, desta vez, ele subestimou o adversário.Ao apertar a mão do outro, Zeus aplicou força suficiente para causar incômodo, esperando ver algum sinal de desconforto no rosto dele. No entanto, Igor respondeu imediatamente com uma força ainda maior. Em poucos segundos, Zeus já estava rangendo os dentes, tentando não demonstrar o quanto aquilo o estava incomodando. Igor, por sua vez, mantinha um sorriso calmo e confiante.De repente, Igor relaxou a mão, soltando o aperto sem esforço, como se a disputa nunca tivesse acontecido.Zeus resistiu ao impulso de esfregar a própria mão para aliviar a dor. Em vez disso, lançou um olhar carregado de desprezo para Diya.— Não sabia que você tinha um velho amor escondido, Diya.Sua voz era carregada de sarcasmo.— Você só pode estar delirando! — Diya respondeu, visivelmente irritada, o rosto corado de raiva.Ela e Igor se conheciam desde a infância, em Munic