Diya franziu a testa. Por que ela demorou tanto? Será que Zeus não sabia disso?Ela ainda não tinha tido tempo de liberar a raiva acumulada quando foi interrompida pela voz impaciente de Zeus:— Deixa pra lá, deixa pra lá. O importante é que você chegou. Anda logo, estou com pressa!Sim, Zeus estava apressando Diya! E o motivo? Ele temia que, se demorasse ainda mais, começasse a pensar novamente em Nelson, o homem que ocupava os pensamentos de Diya. E, se a raiva dele aumentasse, talvez não conseguisse concretizar o divórcio.Com os punhos cerrados, Zeus se forçou a manter o foco. Já estava decidido: o divórcio tinha que acontecer. Não havia espaço para arrependimentos.Diya jamais imaginou que, depois de Zeus ter fugido para outra cidade da última vez que tentaram se divorciar, desta vez ele seria tão direto e resoluto.Por outro lado, isso facilitava as coisas para ela. Menos complicação, melhor.Zeus chegou na frente e entrou resoluto no cartório. Tudo foi rápido. Desde o preenchime
— Só vim ao hospital resolver um problema, não precisa de toda essa confusão. Mas, obrigada pela boa intenção.A voz de Diya era educada, mas longe de ser calorosa. Seus problemas com Zeus eram pessoais e não deveriam afetar outras pessoas. Esse era seu limite.— Não tem problema, é só aqui na sala ao lado. — Insistiu Pedro, tentando se desvencilhar.Diya balançou a cabeça rapidamente:— Não precisa mesmo, já terminei.Ela ergueu a pequena caixa de remédio que segurava. O nome na embalagem era claro: Levonorgestrel. Indicação: contraceptivo de emergência até 72 horas após o ato.O rosto de Zeus escureceu instantaneamente, como se uma sombra pesada tivesse caído sobre ele. Se antes, na frente do cartório, ele ainda guardava uma pequena esperança, acreditando que, apesar de tudo, Diya talvez já tivesse sentido algo por ele... agora, a certeza era outra. Quanta aversão alguém precisaria sentir para, no momento em que se afastassem, correr ao hospital e comprar um contraceptivo de emergênc
Pensando bem, fazia sentido. Sendo a Srta. Ribeiro, como poderia faltar homens ao seu redor?Pedro, ao lembrar do semblante carregado de Zeus, não conseguiu evitar murmurar:— Será que Diya e Zeus realmente não têm mais nenhuma chance?Dentro do Lamborghini, Bernardo observava o rosto levemente pálido de Diya. Havia uma centelha de preocupação em seu olhar enquanto ele ligava o carro com a naturalidade de quem já estava acostumado.— Senhorita, daqui a alguns dias será o seu aniversário. E agora que sua identidade foi revelada, conforme a vontade do Sr. Cessar, a comemoração será em grande estilo. A senhora tem alguma sugestão? — Relatou Bernardo.Ele sabia que Diya era teimosa e orgulhosa. Se expressasse sua preocupação diretamente, poderia ferir sua autoestima. Por isso, preferiu mudar de assunto, adotando um tom profissional.— Quem vai organizar isso? — Perguntou Diya.A ideia do avô de fazer uma grande festa de aniversário não era uma surpresa para ela. A saúde do velho vinha se d
A tela do celular piscou, indicando a chegada de uma nova mensagem.Quando abriu, a imagem apareceu imediatamente: Bianca, com um sorriso malicioso, derramando algum tipo de pó em um coquetel azul.Diya imediatamente entendeu tudo. Aquela pessoa que havia usado truques sujos para prejudicá-la na boate X Belas só podia ser Bianca!Ela sabia que sempre tratava todos com cordialidade e nunca fazia inimigos. Tirando Bianca e a família dela, não havia mais ninguém que pudesse ter algo contra ela!Os dedos de Diya estalaram com força enquanto ela fechava as mãos em punho. Em seus olhos brilhantes, um lampejo de determinação surgiu. Ela deslizou os dedos pela tela do celular, encontrou o botão de resposta e digitou algumas palavras rápidas:[Prendam Bianca e levem para o lugar de sempre.]Após apertar o botão de enviar, a raiva que queimava em seu peito pareceu se acalmar momentaneamente.— Bianca, você gosta de jogar sujo, não é? Pois eu vou te ensinar como é ser vítima das suas próprias art
Do outro lado da linha, o som da conexão indicava que a chamada havia sido atendida. Zeus, no entanto, permaneceu em silêncio. Não sabia ao certo o que deveria dizer a Diya. Ou o que ainda poderia dizer.Mas do outro lado, a paciência de Diya já estava no limite:— Zeus, fala logo. A Bianca está com você, não está?O tom dela era direto, carregado de raiva e determinação.Zeus sentiu uma pressão no peito. Seu olhar profundo focou na pesada porta de ferro preta à sua frente. Depois, ele se virou para encarar o mundo lá fora, um sorriso sarcástico escapando de seus lábios enquanto falava ao telefone:— Srta. Ribeiro, se não me falha a memória, essa tal Bianca é sua irmã por parte de pai, não é? Agora você me questionar assim desse jeito... não acha que é um pouco inadequado?Diya não estava com ânimo para trocar palavras sem sentido com ele:— Você sabe muito bem como é minha relação com Bianca! Vou ser bem clara: meus homens estão procurando por ela há horas. Vasculhamos Cidade Malanje
— Isso é sequestro! É crime! Vocês têm ideia de quem eu sou? Eu sou protegida de ninguém menos que Zeus, da família Santos, o nome mais poderoso de Cidade Malanje! Soltem-me agora, e eu prometo interceder com Zeus para que ele deixe vocês vivos! — Gritou Bianca.Amarrada firmemente em uma cama de ferro preta, Bianca se debatia inutilmente. Apesar da cena sombria, ela não demonstrava o menor traço de medo. Pelo contrário, usava o nome de Zeus como se fosse um escudo, gritando com arrogância e altivez.Interessante...Os lábios de Zeus se curvaram em um leve sorriso, mas a expressão em seu rosto permaneceu enigmática. Seus olhos escuros como um abismo escondiam qualquer traço de emoção, tornando impossível decifrar o que ele realmente sentia.Seus homens, impassíveis e bem treinados, não disseram uma palavra sequer, mesmo diante dos gritos e ameaças de Bianca. Sem permissão, ninguém ousava abrir a boca.As elegantes botas de couro de Zeus pararam diante da janela de metal, de onde ele pô
Na verdade, tudo o que a família de Bianca havia feito ao longo dos anos estava sob o olhar atento de Zeus. Ele sabia exatamente cada "boa ação" que aqueles ingratos haviam cometido. Durante todo esse tempo, Zeus havia escolhido ignorar, fechar os olhos, apenas por consideração ao passado. Mas agora, sua paciência havia chegado ao limite.— E daí? — Disse Bianca.Bianca, que até então parecia frágil e cheia de lágrimas represadas, de repente mudou completamente de expressão. As lágrimas secaram como se nunca tivessem existido. Ela amava Zeus. Dedicara tudo de si para agradá-lo, apenas para conquistar seu coração.E o que ela ganhou em troca? Ser sequestrada por ele?— Zeus, não venha bancar o moralista comigo! Você não é tão diferente de mim. Diya se casou com você, mas por que você a ignorou? Não foi porque ouviu que Nelson está voltando? Agora, você e Diya já estão no período de separação. Dentro de um mês, ela será uma completa estranha para você!Bianca era esperta. Cada palavra qu
Zeus, no entanto, não fazia ideia de que aquela noite estava longe de ser tranquila. A paz que ele tanto desejava simplesmente não iria acontecer.Diya, após procurar por Zeus no Estilo Hipicus sem sucesso, decidiu ir direto à antiga mansão da família Santos.Se ela não conseguia encontrar Bianca e não havia mais nada para fazer, por que não esperar por Zeus lá? Afinal, ele não poderia evitar voltar para casa para sempre, não é?Quando chegou à mansão, Mestre Santos já estava dormindo. Quanto a Luiza, que nunca havia se dado bem com ela, Diya preferiu dispensar os empregados e ficar sozinha na sala de estar, esperando.Ela achava que teria uma longa e solitária espera até Zeus aparecer. Mas, para sua surpresa, mal havia se acomodado no sofá quando uma figura familiar surgiu com uma xícara de café nas mãos.— Diya, você voltou! O trabalho hoje foi cansativo? Aqui, tome um pouco de café quente.A xícara foi entregue diretamente às mãos de Diya, sem nem ao menos ser colocada sobre a mesa.