Capítulo 47
Otávio já havia recobrado a consciência, e seus olhos envelhecidos estavam cheios de lágrimas.

Havia tanto que queria dizer, mas as palavras não saíam.

Karina compreendia tudo:

— Vovô, o Ademir está bem. Eu já sei que ele se machucou, e tenho cuidado dele todo esse tempo. Você ainda não confia em mim?

Otávio piscou, aliviando um pouco sua expressão.

Ademir se aproximou rapidamente, se inclinando para segurar a mão do avô.

— Vovô, eu estou aqui. Olhe para mim, estou bem, não estou?

Otávio se esforçava para falar.

— Vovô, o que você quer?

Otávio não conseguia dizer nada, apenas juntou, com dificuldade, a mão de Karina com a de Ademir.

O significado era claro.

Otávio queria que eles ficassem bem juntos.

Ademir sentiu um nó na garganta, como se uma pedra estivesse ali presa:

— Vovô, pode ficar tranquilo, estamos bem.

O corpo de Otávio estava muito fraco, e ao ouvir as palavras de Ademir, fechou os olhos em paz.

— Vamos deixar o vovô descansar. — Disse Karina ao sair do quarto. — Não se pre
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