Logo, a mesa ficou repleta de pratos. Karina não tocou nos talheres, apenas esperava pela sua quiche de frango, que ela havia pedido com pimenta extra e uma boa quantidade de coentro.— Quiche de frango e uma sopa. — O garçom trouxe a quiche.Karina pegou a colher e comentou:— Que cheiro delicioso!Vitória respirou fundo, puxando a fatia de quiche para si.— Parece estar delicioso, dá muita vontade de comer! — Vitória parecia ter esquecido que aquela quiche havia sido pedida por Karina. Em meio a tantos pratos na mesa, aquele era o único que Karina havia escolhido.Vitória pegou uma colherada e levou um pedaço da quiche à boca.— Está uma delícia.Ainda segurando o prato, ela também tomou mais dois goles da sopa.— Ademir! — Vitória levantou o rosto para olhar Ademir, elogiando. — Quem diria que em um lugar tão remoto, a quiche do hotel seria tão gostosa.Ademir franziu a testa, seus lábios finos se apertaram numa linha reta."Será que a Vitória fez de propósito?"Vitória parou por um
Karina lançou um olhar para eles e se virou para sair. Ela não tinha interesse em assistir àquela demonstração de afeto.De volta ao saguão, se sentou e começou a vasculhar a bolsa até encontrar um bombom de chocolate. Ela parou por um instante, reconhecendo que era o mesmo que Túlio lhe havia dado na última vez.Naquela noite, ele ainda estava acompanhado de sua namorada...O chocolate não era suficiente para matar a fome, mas ao menos ajudaria a manter sua energia. Karina rasgou a embalagem e colocou o bombom na boca.Lá fora, a chuva aumentava, o vento entrava pelas frestas do saguão e a noite se tornava cada vez mais fria.Ademir e Vitória saíram do restaurante e, ao passarem pelo saguão, avistaram Karina encolhida em um canto do sofá.Mudando de direção, Ademir foi direto até Karina.Karina havia adormecido, ainda segurando metade do chocolate.— Karina!Ademir parecia inexplicavelmente irritado. Karina recusou jantar com ele, e agora estava ali, se alimentando disso? Que atitude
Vitória sorriu e disse:— Dra. Costa, que tal você dividir um quarto comigo? O Ademir ainda tem assuntos para resolver à noite, e os três homens juntos em um quarto não teriam espaço suficiente.O que Vitória disse fazia muito sentido.Ademir olhou para Karina e perguntou:— Você se importaria de ficar com a Vitória?Karina estava prestes a recusar, mas foi interrompida novamente por Vitória:— Então está decidido!Percebendo que Karina estava um pouco relutante, Ademir a lembrou:— O corpo é seu, você precisa pensar com cuidado.O que Ademir queria dizer era que, por causa do bebê em seu ventre, Karina deveria cuidar melhor de sua saúde.O tempo realmente estava esfriando, e passar uma noite no saguão poderia deixá-la doente.Karina ponderou por um bom tempo, considerando se deveria aguentar aquela situação pelo bem do bebê.— Vamos lá. — Vitória estava ficando cada vez mais amigável com Karina. — Eu devo um pedido de desculpas à Dra. Costa, então me dê a chance de compensar meu erro.
Porém, durante a gravidez, o sono já era naturalmente mais frequente, e Karina acabou adormecendo....No meio da noite, Túlio chegou à travessia da balsa dos Andes.Túlio encontrou Karina no saguão. Ele se lembrou que a foto que Karina postou no status do WhatsApp foi tirada exatamente desse ângulo.Karina havia adormecido tinha pouco tempo, seu corpo encolhido e a testa franzida.Com medo de assustá-la, Túlio se agachou suavemente diante dela, hesitando se deveria acordá-la ou não."Melhor não, vou levá-la diretamente para o quarto."Ele já havia reservado um quarto assim que viu a mensagem de Karina.Assim que Túlio a pegou nos braços, Karina abriu os olhos.Túlio imediatamente congelou, a garganta apertada."Será que ela vai ficar brava?"Mas então Karina murmurou:— Nuvem.Túlio ficou surpreso! Quando finalmente falou, sua voz tremia:— Sou eu, Karina, estou aqui.Karina fechou os olhos novamente, relaxando nos braços dele.Túlio a carregou até o quarto e a colocou suavemente na c
Cozinha do hotel.— Senhor, aqui estão os ingredientes que você pediu, estão todos prontos. Há mais alguma coisa com que possamos ajudar?Túlio deu uma olhada e respondeu de maneira suave:— Poderiam, por favor, triturar os ingredientes e transformá-los em carne moída?Enquanto falava, Túlio pegou o celular.— Gostaria de adicionar vocês no WhatsApp e dar uma gorjeta. Minha esposa está com um desejo especial, e sei que estou dando trabalho. Isso é para agradecer.— Não precisa, senhor.Os chefs que foram chamados para ajudar imediatamente receberam uma notificação: cada um deles tinha acabado de ganhar 1000 reais no WhatsApp!Todos se entreolharam, visivelmente felizes.Túlio arregaçou as mangas.Eles, com muita disposição e seriedade, ajudaram Túlio a preparar os ingredientes....Poucos minutos antes, Ademir também havia ligado para a cozinha, pedindo uma porção de quiche.Ele se lembrava de que Karina não havia comido muito e estava com fome. Como ela e o bebê poderiam dormir assim?
Pela manhã, Karina acordou na cama macia. Não viu Túlio, que na noite anterior estava encostado no sofá antes de ela adormecer.A porta do quarto se abriu, e Túlio entrou.— Você acordou? — Ele sorriu enquanto colocava a embalagem de café da manhã na mesa. — Vá se arrumar e depois venha tomar o café.Depois de se arrumar, Karina comeu algo simples, e os dois desceram juntos. Túlio foi na frente para buscar o carro.Na entrada, Túlio parou o carro.Karina acenou para ele:— Não precisa sair, eu subo sozinha.— Tudo bem.Não muito longe dali, Ademir e seu grupo estavam descendo as escadas.Bruno olhou para Ademir e deu um tapinha no ombro de Enzo:— Aquela não é a Karina? Finalmente a encontramos! Procurei por ela a noite inteira!Ademir também avistou Karina, que carregava uma mochila enquanto saltitava em direção a um carro.Através do vidro da janela, Ademir não conseguiu ver claramente quem estava dentro do carro, mas pôde distinguir que havia um homem no banco do motorista.Os olhos
Vitória estava filmando um comercial nas proximidades, e Ademir veio vê-la. Como ele tinha algum tempo livre, Vitória o puxou para acompanhá-la até ali.— Faz tanto tempo que não venho aqui, nem sei se tem algo novo.Vitória sabia que os homens geralmente não se interessavam por fazer compras, então já considerava raro que Ademir estivesse disposto a acompanhá-la.Soltando a mão dele, Vitória ergueu o rosto para olhar Ademir e disse:— Vai lá se sentar e me espera, tá bom?— Tudo bem.Ademir realmente não estava muito interessado, então acenou com a cabeça em concordância e foi se sentar na área dos sofás.De canto, Patrícia, que observava tudo, refletiu em silêncio. Ela sempre pensou que Ademir tinha algum interesse em Karina, mas, pelo visto, ele tinha namorada, e era ninguém menos que Vitória!Esse Ademir, será que ele estava cego?Vitória, que estava ao lado de Patrícia, pousou o olhar sobre um vestido que era exatamente igual ao que Patrícia gostava.— Que vestido lindo. — Vitória
Havia um ditado que dizia: "o problema não é vestir a mesma roupa, mas sim não ficar tão bem quanto a outra pessoa". No caso de Vitória, sua aparência dependia muito de quem estava ao seu lado. Sem dúvida, naquele instante, ela perdeu.Vitória forçou um sorriso e disse, com certa rigidez:— Esse vestido não é tão bonito assim, eu não quero mais...Enquanto falava, já estava prestes a voltar ao provador para trocá-lo.— Espere. — Ademir a interrompeu.— Ademir? — Vitória ficou confusa.Ademir franziu a testa, examinando ela com um olhar que parecia gentil:— Esse vestido é lindo. Compre ele.— Mas... — Vitória hesitou, falando em um tom envergonhado e baixo. — É igual ao dela.— E daí? — Ademir não se importou nem um pouco e, com um rápido olhar para o balcão, falou friamente. — Eu quero todos os vestidos deste modelo. Peça à matriz para retirá-los de circulação. Minha namorada não gosta de usar algo igual ao dos outros.A vendedora ficou surpresa, olhando instintivamente para Karina,