— Não precisa! Eu já tenho namorado! "Como é?" Filipe ficou atordoado por um momento. Aproveitando a chance, Patrícia finalmente pegou o café que lhe pertencia, sorrindo feliz, e se virou para entrar. — Espere! — Filipe a puxou. — Quem é ele? — Quem? — Patrícia percebeu que Filipe estava perguntando sobre seu namorado. Ela respondeu de forma casual. — Quem mais poderia ser? É alguém que você também conhece, o Simão. Ah, então era ele. Filipe sentiu uma pontada de ciúmes, mas soltou sua mão e balançou a cabeça, indo direto para dentro. Murmurou: — Ah, aquele cara, hein? Seu gosto não é lá essas coisas. — O que você está dizendo?! — Patrícia ficou surpresa. — O Simão não é bom? Espere, o que você está fazendo entrando aqui? Quem deixou você entrar? Saia agora! Mas Filipe não deu ouvidos. Patrícia, desesperada, correu para pegar o braço dele: — Eu te mandei sair, não ouviu? Filipe olhou para a mão dela. Embora seu rosto fosse redondinho, os dedos eram finos e
Filipe bateu duas vezes na porta do quarto.— Ademir, eu vou entrar. — Filipe abriu a porta e puxou Karina para dentro. — Trouxe a pessoa para você!Ele foi direto até a beira da cama, e, com um movimento brusco, empurrou Karina em direção a Ademir.Karina, desequilibrada pela pressão, quase caiu e, no impulso de não se machucar, se agarrou no único homem que podia oferecer apoio.Ademir, visivelmente feliz, a envolveu com um braço, segurando ela de maneira protetora.— Você está bem? Está tudo certo? — Perguntou preocupado, lançando um olhar repreensor ao Filipe. — Você poderia ser mais cuidadoso! A Karina está grávida!Filipe levantou uma sobrancelha, mas não negou.— A pessoa já está aqui, então eu vou indo.Com um gesto de mão, ele se virou e começou a sair.Porém, depois de um momento de reflexão, Filipe se voltou para trás e apontou para Karina.— Eu esqueci de dizer, a Sra. Barbosa está comendo, mas fui eu quem interrompi ela. Ela provavelmente não terminou de se alimentar.Agor
— Não vai, né? — Karina balançou a cabeça, exausta, e pegou o garfo. — Então não fique me incomodando. Comparada a você, uma refeição sem gosto não é nada.E assim, Karina começou a comer.Vendo que Karina comia com apetite, Ademir não ousou interromper. Apenas, silenciosamente, começou a servir mais comida no prato dela, como sempre fazia.Durante a refeição, não trocaram palavras. Karina logo terminou de comer.Ademir, ocupado em cuidar dela, quase não comeu nada.Karina limpou a boca com um guardanapo e, levantando o olhar, perguntou:— Eu posso ir embora agora?Ademir franziu a testa, mas não ousou irritá-la. Com um movimento leve, colocou o braço em volta dela:— Você não quer ficar aqui comigo, não? Ficar com ele? Karina ficou em silêncio, sem saber o que responder.— Aqui não é um bom lugar para dormir. — Disse ela, apontando para a cama de apoio. — É muito pequena, e agora que minha barriga está crescendo, não consigo mais dormir bem. Eu vou me mexer muito à noite.— Não prec
Ademir beijava com intensidade, como se carregasse uma emoção profunda, algo como uma forma de desabafo. Desabafava sua própria insatisfação.Então, Ademir mordeu Karina, mas claro, foi uma mordida leve. Karina, por si só já aborrecida, ficou ainda mais irritada com a mordida. Abriu a boca e lhe revidou com uma mordida feroz.Enquanto o homem mordeu suavemente, Karina, por outro lado, não hesitou em morder com força.Ademir sentiu a dor e emitiu um som baixo. No entanto, não afastou os lábios. Ao contrário, o beijo se tornou ainda mais forte."Esse homem enlouqueceu?"Não havia muito o que ela pudesse fazer, pois quanto mais forte Ademir a beijava, mais ela se esforçava para morder com mais intensidade.Até que o gosto de sangue preencheu sua boca e, finalmente, Ademir não aguentou mais e se viu forçado a se afastar.Karina levantou os olhos e viu que o canto da boca de Ademir estava manchado de sangue. Mas ele ainda estava sorrindo.Ademir levantou a mão, passou os dedos pela boca, qu
Ademir não conseguia respirar.Era como se uma felina selvagem tivesse arranhado seu peito com força, deixando algumas feridas sangrentas. Essa sensação não era nada boa.Seu rosto, embora atraente, não expressava nada, mas ele abriu a boca e, com um leve sorriso, disse:— Eu sou bom para a minha esposa. Como poderia ser uma perda de tempo? Além disso, enquanto você for minha esposa, não há como escapar de mim. Então, por favor, continue assim."É mesmo?"Karina curvou os lábios e respondeu:— Tanto faz, não vou mais me machucar.Karina não queria mais falar sobre isso e mudou de assunto:— Já secou o cabelo? Vou dormir.— Sim, já sequei. — Ademir colocou a toalha de lado e estendeu os braços para levantá-la.Karina se assustou novamente:— O que você está fazendo? Vai deixar o braço assim, sem usá-lo?O braço dele ainda estava machucado, será que ele conseguiria fazer força assim?— Não se preocupe. — Ademir sorriu de leve, sem se importar. — É só um ferimento superficial, não atinge
Dizendo isso, Karina foi olhar para Enzo.Enzo estava atordoado, realmente desejando poder cavar um buraco e se enterrar ali mesmo! Mas a expressão de Enzo dizia tudo. Karina estava certa em sua suposição.— Você deve ir. — Karina pegou sua bolsa. — Eu também preciso ir trabalhar.— Karina! — Ademir segurou o pulso de Karina, impedindo ela de sair. — Você está brava comigo?— Isso é realmente uma pergunta interessante? — Karina respondeu, indiferente. — Se eu te disser que estou brava, você vai deixar de ir ver sua pequena borboleta?— Karina... — Ademir não sabia mais o que fazer. — A Vitória está numa situação difícil...— Eu sei, por isso, não estou impedindo você de ir vê-la. — Karina afastou a mão de Ademir. — Eu tenho trabalho, eu amo o meu trabalho. Se você me atrasar, eu vou te odiar.O ódio.Ademir sentiu uma dor no coração, imediatamente soltando o braço dela.Karina se virou rapidamente e foi embora, sem olhar para trás.Quando chegou ao escritório, se sentou e logo recebeu
— Dra. Borges, não era isso que eu queria dizer... — Karina tentou explicar, mas a situação era complicada. Elas não faziam parte do mesmo setor, e Karina não sabia em detalhes o estado dos pacientes sob responsabilidade de Hana. Como poderia organizar os prontuários sem saber o que estava acontecendo com os pacientes?— Então, não fale mais nada! — Hana, impaciente, empurrou o prontuário para as mãos de Karina. — Vá logo organizar isso! Não fique arrumando desculpas! Eu tenho compromissos, vou embora agora!— Dra. Borges...Mas Hana não respondeu e simplesmente se virou, saindo apressada.Karina, com o prontuário nas mãos, não sabia o que fazer.Mas o que Karina poderia fazer? Não tinha escolha, a única coisa que podia fazer era ajudar organizando os documentos.Nesse momento, seu celular tocou. Era uma ligação de Ademir.— Estou aqui embaixo. Você já desceu?Karina olhou para o prontuário que estava segurando:— Ainda não terminei, vou fazer hora extra. Não precisa me esperar.Após i
A expressão de Ademir já havia mudado:— Eu acho que é você quem não entende isso. Não importa o que aconteça, nada vai afetar o nosso relacionamento.Como poderia não afetar o nosso relacionamento?— Talvez para você não afete, mas para mim é diferente. — Karina disse, comprimindo os lábios. — Eu admito, você é uma pessoa realmente boa. Já gostei de você e até imaginei que poderíamos ficar juntos para sempre.— Você tem uma boa imaginação. — Ademir olhou para Karina e continuou. — Continue com esse pensamento, está tudo bem.Karina balançou a cabeça e, com um tom indiferente, disse:— Mas agora, eu desisti...— Não precisa... — Ademir ficou atordoado, tentou segurar a mão de Karina e a envolveu em sua palma. — Você não precisa desistir.Ademir suplicou para Karina, e sua atitude estava extremamente submissa.— Karina, eu estou apenas cuidando da Vitória. Eu realmente não tenho a intenção de que algo aconteça entre nós."Não aconteceu nada ainda?"Karina franziu a testa e perguntou:—