— Filipe, cuide bem do Catarino. — Pode deixar. Filipe fez um gesto de "Ok", e Catarino era a vida de sua esposa. O ambiente estava muito barulhento, e Ademir queria levar Karina de volta para o quarto para dormir. Preocupado em não deixá-la exposta ao sol, ao se levantar, olhou para Patrícia: — Patrícia, me faça um favor. — Claro. Patrícia obedeceu a suas ordens e pegou uma capa de proteção solar, cobrindo o rosto e a cabeça de Karina. — Pronto, obrigada. Ademir respirou aliviado e agradeceu sinceramente. Patrícia percebeu a sinceridade em seu tom e se surpreendeu. Este Sr. Ademir, como ele cuidava bem de Karina. Ela nunca havia namorado, mas já tinha visto muitas relações. Entre os amigos e colegas que tinham namorado, qualquer um deles não chegava nem perto de Ademir. Agora ela entendia por que Karina havia aceitado casar com ele. Esperava que ele fosse sempre tão bom com Karina e que, daqui para frente, cortasse qualquer laço com Vitória. Ademir levou
Do longe, uma mão se estendeu rapidamente, bloqueando Catarino à sua frente.Mas ainda foi rápido demais. O suporte de fogo tombou, e as chamas se espalharam. Muitas faíscas caíram sobre a mão estendida.Ademir franziu a testa e soltou um breve suspiro de dor.Karina ficou com a boca aberta por dois segundos, sua mente vazia.— Ademir! — Ela, instintivamente, puxou o braço dele para verificar. — Deixa eu ver.Bastou um olhar para que suas sobrancelhas se unissem em uma expressão de preocupação. Não era preciso mais explicações: o contato direto com o fogo de alta temperatura queimou o braço de Ademir.— Rápido! — Sem perder tempo, Karina o puxou para dentro da casa.Ela o levou até a pia, ligou a torneira e começou a lavar o braço dele com água fria.— Espere um pouco.Karina correu até o banheiro, pegou uma bacia e encheu ela com o gelo que tirou da geladeira.Ela apontou para Ademir e disse:— Coloque o braço aqui!Ademir olhou para ela, mas não se moveu.— O que está fazendo aí para
Karina falou com Catarino por dez minutos:— Você lembra do que a irmã disse? — Lembro, sim. — Catarino assentiu repetidamente. — Não vou fazer mais isso, irmã, não fique brava.Ao ver o irmão mais novo tão cuidadoso, Karina sentiu uma dor imensa no coração. Ela lhe deu um tapinha na cabeça e disse:— A irmã não está brava, a irmã está preocupada com você, Catarino.Nesse momento, o estômago de Catarino roncou alto. Foi a chance que Patrícia precisava. Ela rapidamente agarrou Catarino.— O Catarino está com fome, eu vou levar ele para comer. — Patrícia, apressada, puxou Catarino para fora. — Que coisa, até o Catarino está dizendo que está com fome...No quarto, restaram apenas o casal.Karina olhou para o homem e, em seguida, abriu a caixa de primeiros socorros. A caixa estava bem equipada, até com pomada para queimaduras.— Já deu para esfriar um pouco. — Karina segurou o braço de Ademir. — Vamos secar e passar a pomada.Ela pegou uma gaze limpa e, cuidadosamente, começou a se
— Karina, já terminei. — A voz de Ademir veio do banheiro.Karina se assustou, voltando ao presente, e apressada respondeu:— Tá bom.Com pressa, ela rapidamente largou o celular, mas antes disso, tentou novamente a senha. Digitou rapidamente a data de nascimento de Vitória. A tela piscou, mostrando "senha incorreta". De repente, Karina se sentiu aliviada, e colocou o celular de volta na mesa.Ademir saiu do banheiro e estendeu a mão para Karina:— Vamos, estou com fome. — Eu também.Karina segurou a mão dele, sendo puxada para fora, enquanto caminhavam juntos. Ela o olhou furtivamente de vez em quando. Em que estado de espírito um homem estaria para colocar uma foto de uma mulher como imagem de fundo no celular? Ela não deveria estar sendo tão egocêntrica, certo? ...No dia seguinte, após o almoço, era hora de se preparar para voltar à cidade. Antes de partir, Karina se certificou de que não havia problemas com Otávio, o que a deixou mais tranquila. Ela ainda preci
Otávio observava tudo com um sorriso satisfeito. Estava feliz com o que via. Sua persistência estava se mostrando correta; foi com a chegada de Karina que o neto finalmente começou a viver como uma pessoa normal.— Já basta. — Ele fez um gesto com a mão, como quem encerrava o assunto. — Já está quase tudo pronto. Podem ir embora agora, eu preciso descansar um pouco.— Então, avô, descanse bem. Amanhã voltamos para ver o senhor.— Está bem.Com isso, os dois deixaram o Hospital J e seguiram para a Mansão da família Barbosa.Karina poderia descansar agora, mas Ademir ainda tinha muito o que fazer. Ele precisava passar pela empresa para resolver alguns assuntos, principalmente os mais importantes dos últimos dias.Antes de sair, ele disse a Karina:— Hoje não leia livros, descanse bem. Vou voltar mais cedo para jantar com você.— Tá bom.Assim que Ademir se foi, Karina obedeceu. Trocou de roupa e foi para a cama....Quando acordou, já se aproximava das cinco horas. O sol estava quase se
Ele simplesmente admitiu isso?Karina ficou surpresa. Ademir não era o tipo de homem que falava sobre amor com facilidade, então, se ele estava tão diretamente admitindo isso, essa garota devia ser, sem dúvida, alguém muito especial. A curiosidade fez com que ela continuasse perguntando. — Quem é ela? — E logo depois, mais dúvidas. — Eu conheço? Ou será que já a vi em algum lugar? Estranho. Ela estava casada com ele há tanto tempo, mas nunca tinha visto Ademir com outra mulher além de Vitória. — Karina. — Ademir a abraçou e sorriu, com uma expressão de desânimo. — Não pergunte mais. — Não posso perguntar? — Karina cutucou o peito dele com o dedo. — Vai, me conta. — Seja boazinha. — Ademir, bastante desanimado, segurou a mãozinha dela. — Ela é diferente, Karina, você vai ficar com raiva. O quê? Karina ficou em silêncio por um momento, depois riu, e sua voz se tornou mais alta: — Você realmente a ama? — Sim. — Ademir assentiu novamente. Karina sentiu uma sensação es
Depois de se arrumar, Karina juntou o café da manhã e o jantar em uma única refeição e saiu de casa com sua bolsa nas costas.Assim que saiu, encontrou Bruno sorrindo para ela.— Karina, bom dia. O Ademir disse que, daqui em diante, sempre que você sair, eu vou acompanhar você. — Bruno disse com um sorriso travesso. — Mas fique tranquila, não vou te incomodar. Pode me ver como um motorista, que nos outros momentos eu não vou aparecer na sua frente.Karina já tinha ouvido isso de Ademir.Ela sorriu e acenou com a cabeça:— Então, vai ser um trabalho duro para você.— Nada disso, entre no carro. — Tá bom.Chegando no hospital, Karina ajudou o Dr. Felipe com seus compromissos.Trabalhou por duas horas seguidas, sem nem tempo para tomar água.Depois de imprimir o histórico médico, Karina entregou para o paciente:— De acordo com o horário indicado, volte para a consulta.— Obrigado, doutora.— Próximo...A porta da sala se abriu, e várias pessoas começaram a entrar.Karina ficou surpresa
Às seis da tarde, o expediente finalmente acabou.O Dr. Felipe tinha apenas aquela carga de trabalho para o dia.Karina lavou as mãos, trocou de roupa, e foi quando Bruno entrou na sala.— Desculpa te fazer esperar o dia todo, mas agora posso ir.Bruno respondeu rapidamente:— Karina, não tem pressa. O Ademir disse que ele está chegando a qualquer momento.O quê?Karina ficou paralisada por um instante, mas assim que entendeu o que isso significava, um sorriso suave se formou em seus lábios.— Ele vai vir? — Perguntou ela, enquanto se acomodava na cadeira, com a voz macia e doce. — Então, vou esperar um pouquinho por ele.Vinte minutos depois, Ademir chegou.— Ademir. Ademir fez um gesto com a cabeça, e se aproximou rapidamente de Karina.Ela sorriu e, ao deixar o livro de lado, falou animada:— Você chegou!— Onde se machucou? — Ele se abaixou diante dela, estendendo a mão em direção à sua perna, ainda preocupado. — Qual das pernas está ferida?Ele começou a puxar a saia dela para ve