— Quem é? Patrícia se virou rapidamente e encontrou Filipe. Seus olhos brilharam por um momento, mas logo se apagaram. Achou que fosse um conhecido, mas ao olhar melhor, percebeu que mal poderia chamá-lo de amigo; ela apenas o conhecia de vista.Filipe observou cada uma das mudanças de expressão em seu rosto com curiosidade. E pensava: "O que será que ela está pensando?" Sem precisar de palavras, ele já tinha visto como o rosto dela se transformava.E, ao notar o coco já aberto sobre o balcão, Filipe não teve mais dúvidas.Erguendo uma sobrancelha, ele perguntou:— Você não pode pagar?Patrícia ficou atônita por um momento e então assentiu, sem saber o que dizer.Ela hesitou por um instante, mas finalmente, com uma expressão decidida, apertou as mãos e perguntou:— Com licença, você poderia pagar por mim agora? Assim que eu pegar meu celular, eu te dou o dinheiro.— Ah, entendi... — Filipe fez uma expressão pensativa.O valor do coco não era nada, e se ela quisesse, ele poderia comp
— Filipe, cuide bem do Catarino. — Pode deixar. Filipe fez um gesto de "Ok", e Catarino era a vida de sua esposa. O ambiente estava muito barulhento, e Ademir queria levar Karina de volta para o quarto para dormir. Preocupado em não deixá-la exposta ao sol, ao se levantar, olhou para Patrícia: — Patrícia, me faça um favor. — Claro. Patrícia obedeceu a suas ordens e pegou uma capa de proteção solar, cobrindo o rosto e a cabeça de Karina. — Pronto, obrigada. Ademir respirou aliviado e agradeceu sinceramente. Patrícia percebeu a sinceridade em seu tom e se surpreendeu. Este Sr. Ademir, como ele cuidava bem de Karina. Ela nunca havia namorado, mas já tinha visto muitas relações. Entre os amigos e colegas que tinham namorado, qualquer um deles não chegava nem perto de Ademir. Agora ela entendia por que Karina havia aceitado casar com ele. Esperava que ele fosse sempre tão bom com Karina e que, daqui para frente, cortasse qualquer laço com Vitória. Ademir levou
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se
Karina entrou cambaleando no quarto do hospital, quase perdendo o equilíbrio. O médico havia acabado de examinar Otávio e, ao ver Ademir, disse:— Sr. Ademir, o senhor chegou. O Sr. Otávio está temporariamente fora de perigo, apenas bastante fraco. Ele precisa cuidar bem da saúde, prestar atenção à alimentação e ao descanso. O mais importante é manter o bom humor e não sofrer choques emocionais.Terminando de falar, o médico saiu.Otávio estava meio deitado e acenou com a mão.— Ademir, Karina, vocês tiraram a certidão de casamento hoje. Não disse ao Ademir para aproveitarem a lua de mel e não virem me ver?— Sr. Otávio. — Karina estava um pouco nervosa. — Desculpe...Otávio ficou confuso:— Ainda me chama de Sr. Otávio? Por que está se desculpando comigo?— Eu...Com um aperto no pulso, Ademir interrompeu suas palavras:— Karina quer dizer que, com o senhor ainda no hospital, não temos cabeça para aproveitar a lua de mel. Por isso, tivemos que desobedecer a sua vontade.Karina ficou
Dentro do quarto.Catarino estava sentado em uma cadeira, vestindo roupas de paciente, mas agora estava coberto de sopa. Não só isso, até o cabelo dele estava sujo, com comida grudada e pendurada em sua cabeça, tornando impossível ver claramente seus traços faciais.Uma mulher de meia-idade segurava uma colher de sopa, forçando-a em sua boca.— Coma! Rápido, coma! Inútil, nem sabe abrir a boca! Você é pior que um porco ou um cachorro! Ah...De repente, o cabelo da mulher foi puxado para trás com força, fazendo ela gritar de dor como um porco sendo abatido, e ela começou a xingar furiosamente:— Droga, quem é você? Solte o cabelo da sua mãe!— Mãe? — Karina tinha os olhos vermelhos de raiva, todo o seu corpo emanava uma aura assassina. — Mãe de quem? Seu cachorro desgraçado! Como ousa maltratar uma criança? Você acha que a família dele está morta?Enquanto falava, Karina apertava ainda mais o cabelo da mulher, que sentia como se seu couro cabeludo fosse arrancado.— Está doendo! Solta!