Depois de se arrumar, Karina juntou o café da manhã e o jantar em uma única refeição e saiu de casa com sua bolsa nas costas.Assim que saiu, encontrou Bruno sorrindo para ela.— Karina, bom dia. O Ademir disse que, daqui em diante, sempre que você sair, eu vou acompanhar você. — Bruno disse com um sorriso travesso. — Mas fique tranquila, não vou te incomodar. Pode me ver como um motorista, que nos outros momentos eu não vou aparecer na sua frente.Karina já tinha ouvido isso de Ademir.Ela sorriu e acenou com a cabeça:— Então, vai ser um trabalho duro para você.— Nada disso, entre no carro. — Tá bom.Chegando no hospital, Karina ajudou o Dr. Felipe com seus compromissos.Trabalhou por duas horas seguidas, sem nem tempo para tomar água.Depois de imprimir o histórico médico, Karina entregou para o paciente:— De acordo com o horário indicado, volte para a consulta.— Obrigado, doutora.— Próximo...A porta da sala se abriu, e várias pessoas começaram a entrar.Karina ficou surpresa
Às seis da tarde, o expediente finalmente acabou.O Dr. Felipe tinha apenas aquela carga de trabalho para o dia.Karina lavou as mãos, trocou de roupa, e foi quando Bruno entrou na sala.— Desculpa te fazer esperar o dia todo, mas agora posso ir.Bruno respondeu rapidamente:— Karina, não tem pressa. O Ademir disse que ele está chegando a qualquer momento.O quê?Karina ficou paralisada por um instante, mas assim que entendeu o que isso significava, um sorriso suave se formou em seus lábios.— Ele vai vir? — Perguntou ela, enquanto se acomodava na cadeira, com a voz macia e doce. — Então, vou esperar um pouquinho por ele.Vinte minutos depois, Ademir chegou.— Ademir. Ademir fez um gesto com a cabeça, e se aproximou rapidamente de Karina.Ela sorriu e, ao deixar o livro de lado, falou animada:— Você chegou!— Onde se machucou? — Ele se abaixou diante dela, estendendo a mão em direção à sua perna, ainda preocupado. — Qual das pernas está ferida?Ele começou a puxar a saia dela para ve
Ao ouvir essas palavras, Ademir não sabia se estava mais feliz ou mais surpreso. Instintivamente, perguntou: — É mesmo? Karina, por outro lado, se relaxou, dando um sorriso tranquilo: — Sim, é verdade. O que teria para enganar? Você é meu marido, eu gosto de você. Isso é errado ou impossível? A lógica estava certa, mas ainda assim, Ademir sentia uma sensação de irrealidade. Pensando um pouco, perguntou: — E quanto ao Túlio? Ele se lembrava daquela noite em que estava bêbado, há pouco tempo atrás. Quando Karina foi buscá-lo, ela havia dito que talvez nunca mais amasse alguém como amava Túlio... Será que ela ainda pensava assim? Karina permaneceu em silêncio. Como ela poderia responder? Ela sabia que ele e Túlio eram diferentes, e que não poderiam ser iguais. Mas... Antes que pudesse abrir a boca, o garçom bateu na porta, perguntando: — Sr. Ademir, Sra. Barbosa, posso servir os pratos? Karina instantaneamente relaxou, respondendo: — Pode, já estou morren
— Vitória, foi o Yago quem sugeriu que eu ligasse para você. Você ainda está filmando o filme dele, e no futuro vai depender dele para muitas coisas! — Nadia não se preocupou em moderar suas palavras. Sabia que Ademir provavelmente já tinha ouvido tudo, então decidiu ser direta. — Sr. Ademir, foi você quem trouxe a Vitória para o filme do Yago, e você sabe muito bem como esse ambiente valoriza o status das pessoas. Todos aqui estão dizendo que, agora que você se casou, a Vitória já não tem mais apoio. Hoje, com a estreia do filme do Yago, ele quer que você participe, provavelmente para testar você. Se você não for...A tensão na voz de Nadia era clara, como se estivesse suplicando. Ela continuou com urgência: — Se você não for, isso vai deixar claro que a Vitória já não tem mais posição aqui!— Já chega! — Vitória, do outro lado da linha, tentou arrancar o celular das mãos de Nadia. — Você já terminou de falar?Nadia, indiferente ao gesto de Vitória, seguiu falando sem hesitação: —
— Vamos ver como as coisas se desenrolam. Talvez nem seja necessário usar o líquido nutritivo. — Tudo bem. — Dra. Coelho respondeu, parecendo um pouco mais tranquila. — Já conversaram sobre isso? Então vou prescrever três doses do líquido nutritivo. Comecem com essas e vejam como se saem. — Obrigada. — Dra. Coelho continuou a organizar os papéis enquanto falava. — Na próxima vez, traga o Sr. Ademir também. Não pense que o bebê não percebe nada só porque está na barriga. Quando os pais têm uma boa relação, o bebê cresce melhor. — Sim, pode deixar. — Karina sorriu e assentiu. Ela pensou consigo mesma que, ao voltar para casa naquela noite, contaria tudo ao Ademir. Da próxima vez, provavelmente iriam juntos. Depois de terminar a consulta, ainda era cedo. Karina teve uma ideia: — Patrícia, que tal a gente ir comer fora? Hoje estou com vontade de comer hot-pot. — Claro. — Patrícia concordou animada. — Depois do jantar, podemos ainda ver um filme. — Então está decidido! A
— O quê? É o Ademir? — Patrícia perguntou, surpresa. — Este filme foi ele quem financiou? Foi por isso que ele não te acompanhou ao exame? — Talvez. — Karina respondeu de forma vaga. Ela praticamente não sabia nada sobre os assuntos de trabalho dele. Ele havia dito que tinha algo para resolver hoje, provavelmente relacionado a esse filme. Mas logo, a realidade a fez entender o que estava acontecendo. Pois, atrás de Ademir, estava Vitória. Patrícia, com uma reação imediata, olhou para Karina, como se procurando alguma explicação. — Vitória? Esse filme tem ela no elenco? — Não sei. Karina manteve um sorriso congelado nos lábios. Ela havia escolhido o filme sem se preocupar com os atores. Então, por que o Ademir estava ali hoje? — Espera aí, vou procurar... — Patrícia pegou o celular e começou a buscar informações. Entre os nomes dos atores, Vitória não estava mencionada, mas havia uma seção intitulada "apresentação especial". — Apresentação especial? — Patrícia fr
— Ademir. — Não havia terminado de dizer duas palavras, e Vitória já estava correndo até ele, parando ao seu lado. De longe, parecia que eles eram o verdadeiro casal. — Sra. Barbosa. — Vitória, ofegante da corrida, sorria um pouco sem jeito. — Você veio assistir ao filme? Se soubesse que viria, teria reservado duas entradas para você... Antes que ela pudesse terminar, Karina agiu como se Vitória não estivesse ali, indo diretamente olhar para Patrícia. — Patrícia, vamos embora. — Está bem... Totalmente ignorada, Vitória ficou visivelmente constrangida, mas sorriu para Ademir. — Ademir, acho que sua esposa não está muito feliz. Será que eu disse algo errado? — Não. — Ademir franziu a testa e balançou a cabeça, ao mesmo tempo em que estendia a mão para segurar o pulso de Karina. Karina olhou para ele e, em tom de comando, disse: — Solte-me. Ademir, sem intenção de soltar, franziu ainda mais a testa. — Eu já terminei aqui. Vamos embora juntos. — É mesmo? — Karina
A voz de Karina estava ainda mais gelada. — Não, isso não é uma hipótese. Agora, posso te dizer com toda a clareza: eu não vou pedir desculpas! Jamais! Ela se soltou de Ademir com um movimento brusco e olhou para Patrícia. — Patrícia, vamos. — Já vou! Ademir ficou completamente paralisado por um instante. — Ademir, desculpe, foi culpa minha... — Não tem nada a ver com você. — Ademir franziu a testa e balançou a cabeça. — A Karina falou coisas indelicadas, e eu peço desculpas por ela. Hoje à noite, foi uma confusão. Eu estou indo agora! — Ademir! Sabendo que não conseguiria detê-lo, Vitória o viu se afastar. Seu rosto estava tomado por uma expressão de impotência, mas também havia algo mais, um traço de satisfação. Eles brigaram....No estacionamento, Ademir alcançou Karina e segurou seu pulso com firmeza. — Bruno, leve a Patrícia de volta. — Claro, Ademir. Karina foi puxada para o carro, e ela podia sentir claramente o desagrado dele. Agora, será que ele co