— Vai para a cama?Ainda era cedo, ela poderia dormir mais um pouco.— Sim.Ele a colocou delicadamente na cama. Karina se esticou, esfregando a lombar, e não conseguiu deixar de olhar fixamente para ele, resmungando:— Tudo é culpa sua!— Sim, é tudo culpa minha. — Ademir respondeu com um sorriso, assentindo com a cabeça.Karina, irritada, disse:— Se você não vai dormir, pelo menos me ajude e massageie a minha cintura.Ela realmente foi direta nas ordens, não?Mas Ademir não se opôs. Aceitou de imediato:— Claro, eu faço a massagem. Minha técnica talvez não seja tão boa quanto a sua, mas minha força é maior que a sua.Ele colocou a palma da mão sobre a parte inferior das costas dela, aplicando uma pressão suave, e perguntou:— Assim está bom?Ademir ainda sabia o que estava fazendo. Afinal, os homens tinham uma vantagem natural quando se tratava de força física.— Está ótimo. — Karina fechou os olhos com prazer. — Assim, isso mesmo.Ela parecia uma gatinha fofa, toda relaxada.Quando
Karina e Ademir foram os últimos a chegarem.Ao entrarem, foram imediatamente alvo das provocações de Filipe e dos outros:— Não cansaram muito ontem? — Que esforço, Sra. Barbosa! — E vocês, não pensam em se casar, pretendem viver solteiros a vida toda? Os homens riam e brincavam, mas suas piadas pareciam imaturas.Karina preferiu não se envolver, se limitando a observar Catarino.Neste momento, Catarino e Otávio eram as duas figuras mais silenciosas da sala. Estavam jogando xadrez.Patrícia, em tom discreto, se aproximou e comentou com Karina:— Já estão jogando há um bom tempo. No começo, o Sr. Otávio ainda conversava com o Catarino... Ou seja, logo o silêncio tomou conta do ambiente.Por quê?Karina olhou para o rosto sério de Otávio, sentindo uma leve preocupação. A expressão do avô não estava boa, ele parecia claramente angustiado.Otávio adorava jogar xadrez, mas raramente encontrava alguém à altura. Quem diria que hoje ele enfrentaria um adversário tão inesperado, e aind
— Vocês, jovens, aproveitem bastante. Embora, devido ao estado de saúde de Karina, não tivesse sido planejada uma viagem de férias, ninguém estava com pressa de deixar as Ilhas Berlengas. O plano era descansar na ilha por alguns dias.Já no início da tarde, Hugo sugeriu irem até a praia se divertirem, e todos concordaram. Karina, no entanto, estava preocupada com Catarino e perguntou:— Catarino, você quer ir?Catarino olhou para Karina e, com um leve aceno de cabeça, respondeu:— Irmã, eu quero ir.Ainda assim, Karina hesitou. Sua condição física não a ajudava, e ela temia não conseguir cuidar do irmão direito.Catarino, muito esperto, olhou para Ademir, como quem pedia ajuda.Ele tinha os mesmos olhos de Karina e, quando olhava assim, com aquele olhar cheio de súplicas, parecia ainda mais vulnerável.Como Ademir poderia recusar? Ele se aproximou e falou por Catarino:— Podemos ir, não se preocupe com ele. Eu cuido do Catarino. Além disso, ele não queria aprender a nadar? Eu ensino
— Quem é? Patrícia se virou rapidamente e encontrou Filipe. Seus olhos brilharam por um momento, mas logo se apagaram. Achou que fosse um conhecido, mas ao olhar melhor, percebeu que mal poderia chamá-lo de amigo; ela apenas o conhecia de vista.Filipe observou cada uma das mudanças de expressão em seu rosto com curiosidade. E pensava: "O que será que ela está pensando?" Sem precisar de palavras, ele já tinha visto como o rosto dela se transformava.E, ao notar o coco já aberto sobre o balcão, Filipe não teve mais dúvidas.Erguendo uma sobrancelha, ele perguntou:— Você não pode pagar?Patrícia ficou atônita por um momento e então assentiu, sem saber o que dizer.Ela hesitou por um instante, mas finalmente, com uma expressão decidida, apertou as mãos e perguntou:— Com licença, você poderia pagar por mim agora? Assim que eu pegar meu celular, eu te dou o dinheiro.— Ah, entendi... — Filipe fez uma expressão pensativa.O valor do coco não era nada, e se ela quisesse, ele poderia comp
— Filipe, cuide bem do Catarino. — Pode deixar. Filipe fez um gesto de "Ok", e Catarino era a vida de sua esposa. O ambiente estava muito barulhento, e Ademir queria levar Karina de volta para o quarto para dormir. Preocupado em não deixá-la exposta ao sol, ao se levantar, olhou para Patrícia: — Patrícia, me faça um favor. — Claro. Patrícia obedeceu a suas ordens e pegou uma capa de proteção solar, cobrindo o rosto e a cabeça de Karina. — Pronto, obrigada. Ademir respirou aliviado e agradeceu sinceramente. Patrícia percebeu a sinceridade em seu tom e se surpreendeu. Este Sr. Ademir, como ele cuidava bem de Karina. Ela nunca havia namorado, mas já tinha visto muitas relações. Entre os amigos e colegas que tinham namorado, qualquer um deles não chegava nem perto de Ademir. Agora ela entendia por que Karina havia aceitado casar com ele. Esperava que ele fosse sempre tão bom com Karina e que, daqui para frente, cortasse qualquer laço com Vitória. Ademir levou
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu