Família Costa.À mesa de jantar, Lucas colocou a tigela sobre a mesa e limpou a boca com um guardanapo. Ele lançou um olhar frio para Vitória e disse:— Às três da tarde, esteja no Hospital J. Não se atrase.Vitória permaneceu em silêncio.Eunice olhou para a filha e, com um sorriso amável, assentiu:— A Vitória ouviu, eu vou com ela. Não vamos nos atrasar.Com um riso frio, Lucas jogou o guardanapo de lado e se retirou.— Mãe... — Vitória agarrou o braço de Eunice, nervosa. — Eu realmente vou ter que doar meu fígado?— Calma. — Eunice franziu o cenho e acariciou a mão da filha, tentando tranquilizá-la. — Doar um fígado não é algo que se faz assim, sem mais nem menos. Precisa ser compatível. Vamos apenas fazer alguns exames, não é certo que vai dar positivo, não acha?— Embora isso seja verdade... — Mesmo assim, Vitória continuava inquieta.O médico já havia dito que a taxa de compatibilidade entre pais e filhos era alta! Se for compatível, que escolha ela teria?Afinal, ela não era a
Lucas já não queria ouvir mais nada; olhou para ela com desprezo e disse:— Eu realmente criei uma boa filha!— Não, deve ser algum mal-entendido...Mas Lucas nem sequer escutou. Se virou e saiu a passos largos.Eunice estava extremamente preocupada e também furiosa:— O que aconteceu com essa menina, Vitória?...Quando recobrou a consciência, tudo ao seu redor estava escuro. Vitória tentou pedir ajuda, mas percebeu que sua boca estava coberta por fita adesiva, e só conseguia emitir sons abafados e sem sentido.Ela havia sido sequestrada novamente!Por quê? Seria Otávio de novo? Mas ela não o desobedeceu, já tinha deixado de procurar o Ademir. O que mais Otávio poderia querer?Vitória estava amarrada a uma cadeira e, de tanto se debater, acabou caindo ao chão junto com a cadeira, produzindo um estrondo.A queda foi dolorosa, e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. O barulho alto chamou a atenção de alguém do lado de fora.De repente, a porta se abriu, deixando entrar um feixe de luz.
O homem gordo e o magro ficaram em silêncio por um bom tempo.— Impossível! — Reagiu o magro, se levantando abruptamente.— É verdade! — Vitória se apressou em explicar. — Eu estou nas mãos de vocês, como eu ousaria mentir? Senhores, de onde tiraram essa informação?O magro soltou uma risada fria:— Não foi você mesma que contou para o Sr. Ademir que estava grávida dele?Ademir? Os olhos de Vitória se arregalaram. Isso significava que eles estavam seguindo o Ademir e que a história de sua gravidez havia chegado a eles dessa maneira. Mas por que eles estariam monitorando Ademir? Seria seu sequestro também parte de algo relacionado a ele?Ela não tinha tempo para elaborar essas perguntas agora; o mais importante era se proteger.— Senhores, eu realmente não estou grávida. Sim, eu disse ao Ademir que estava esperando um filho dele. — Vitória confessou, sem mais coragem para inventar histórias. — Mas isso foi um blefe, porque eu não queria terminar com ele. Era apenas uma mentira para man
Para onde eles estavam levando ela?Os olhos de Vitória se encheram de lágrimas, e uma delas escapou, escorrendo pelo rosto. De repente, o homem corpulento abriu a porta do carro, olhou para o motorista magro e perguntou:— Vamos jogá-la?O homem magro assentiu.O gordo segurou a corda que amarrava Vitória, e ela ficou completamente paralisada de medo. Em plena estrada, o carro estava em alta velocidade, e eles planejavam jogá-la para fora! Se não morresse, ao menos ficaria gravemente ferida. Além disso, havia muitos carros passando. Era provável que ela fosse morrer ali mesmo!Vitória foi arremessada para fora do veículo, como se fosse um lixo. Num instante, seu corpo foi lançado para longe. O homem gordo dentro do carro riu, zombando:— Quem diria, hein? Ademir, um homem tão esperto, acabou sendo enganado por uma mulher!— Por mais esperto que seja, ele ainda é humano. E humanos sempre têm fraquezas....No momento em que tocou o chão, Vitória sentiu apenas dor! Sua pele ardia, e os
Era só uma ligação, nada demais. Como a família parecia relutante em explicar os motivos, Túlio não insistiu e simplesmente ligou para Ademir....Naquele momento, Ademir e Karina estavam no hospital, visitando Otávio. Rui também estava lá. Otávio folheava um calendário, examinando algumas datas, enquanto conversavam sobre algo.Quando eles chegaram, Otávio os chamou com um aceno, dizendo:— Vocês chegaram na hora certa. Estive vendo as datas para o casamento. O tio Denis também consultou alguém, e acho que poderíamos marcar para o dia 9 do mês que vem.Karina congelou de surpresa, os olhos arregalados. Ademir não disse nada, mas franziu ligeiramente a testa. Dia 9 do próximo mês? Isso era daqui a apenas duas semanas!— Tão rápido assim? — Karina questionou, franzindo o cenho, sem concordar muito com a ideia.— Rápido? — Otávio e Rui riram. — Não é rápido, não! Já estamos com tudo quase pronto há algum tempo, e ainda faltam duas semanas. Fique tranquila, tudo ficará perfeito.Ele passo
— Eu preciso ir! — Ele parou por um instante e completou. — Estou te contando isso porque quero pedir sua ajuda, que você me ajude a esconder isso do meu avô.Afinal, o avô acreditava que eles ainda estavam juntos.— O Bruno vai ficar com você.Karina se sentiu impotente, completamente desolada. Ela sabia bem que, se ele queria ir, não havia nada que ela pudesse fazer para impedi-lo.Dando dois passos para trás, Karina se calou, aceitando a situação em silêncio.Ademir, rangendo os dentes, agradeceu:— Obrigado.Em seguida, ele abriu a porta do carro, entrou e partiu rapidamente.Karina ficou ali parada, sem se mover por um longo tempo.— Karina. — Bruno se aproximou, parando atrás dela. — Entre no carro também.— Tudo bem. — Karina entrou no carro.Bruno perguntou:— Para onde?Para onde? Certamente, não podia voltar à Mansão da família Barbosa; voltar sozinha significaria contar ao Otávio que Ademir a havia deixado.Com uma voz suave, Karina respondeu:— Qualquer lugar, dê uma volta
Ademir franziu o cenho, precisando de uma resposta.Vitória hesitou ao responder:— Embora o que minha mãe disse seja verdade, apenas esses fatos não podem provar que foi o Sr. Otávio...— Isso ainda não é suficiente? — Rebateu Eunice. — Quem mais, além dele, teria motivo para querer matar seu filho?— Mãe...A discussão estava ficando acalorada.Ademir fechou os olhos por um instante e, se levantando, declarou:— Vitória, descanse bem.Sem poder esperar mais um segundo, ele precisava encontrar o avô para esclarecer tudo imediatamente!Assim que ele saiu, Eunice, nervosa, segurou o braço de Vitória e perguntou:— Tem certeza de que não vai dar problema?Vitória se manteve calma, sem outras opções, e respondeu:— Se alguém tiver problemas, será o Ademir. Ele jamais me esquecerá.Ao ouvir isso, Eunice também sentiu um calafrio percorrer seu coração!...Rui estava preparando um escalda-pés para Otávio quando Ademir voltou. E o semblante do neto era extremamente sombrio.Otávio percebeu a
Ao entrar no escritório, Ademir se sentou na cadeira e acendeu um cigarro.Em poucos segundos, a fumaça envolveu seu rosto, tornando ele indistinto na penumbra....Três da madrugada.Bruno olhou para Karina, que estava no banco de trás, e perguntou:— Karina, quer continuar andando por aí?Disse "andando", mas na verdade ele estava apenas dirigindo sem destino.Karina, encostada na janela, permanecia absorta, sem um pensamento claro na mente.— Ou então... — Bruno sugeriu. — Que tal ligar para o Ademir?Poderia ao menos verificar se ele já tinha voltado para casa. Não poderiam passar a noite toda rodando pela cidade. Ele, como homem, até aguentaria, mas Karina estava grávida.— Não, não precisa. — Karina balançou a cabeça sem a menor hesitação.Ela sabia bem como funcionava. Quando Ademir estava com Vitória, ele nunca atendia suas ligações. Não era a primeira vez, sempre foi assim.— Onde estamos agora?— Estamos quase saindo da Cidade J e entrando na cidade vizinha.Karina ficou em s